Morning Star escrita por Giovanni Schaeffer


Capítulo 26
Esta noite para sempre


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, Twihards!
Eu sei que está um pouquinho tarde porém já diz aquele velho ditado: antes tarde do que nunca
Prontos e prontas para ''O'' capítulo??? Bora lá
Boa leitura



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Soltei um grito de espanto quando aquilo aconteceu, então me dei conta que eu acabara de salvar minha própria vida. Rastejando, me afastei do corpo de Lily e ainda sentada no chão, encostei-me na parede. Eu não disse nada. Eu não fiz nada.

Em cerca de dois minutos ou ouvi a porta do quarto se abrir, meus olhos estavam fechados em descanso. O toque quente sobre minha pele identificou a pessoa como sendo Jake. Ouvi passos pesados se aproximando, dois pares deles. Bella e Rosalie também entraram. Finalmente abri os olhos e os encarei. Três rostos impressionados com o que viam ali, mesmo debilitada eu dara conta de uma oponente.

- Ness... - Jake murmurou ao tocar meu rosto - ... você é incrível.

Trocamos um sorriso rápido. 

- Precisamos dar um jeito nisso. - Rosalie disse - As pessoas lá embaixo escutaram o barulho aqui em cima. Eu vou dizer que um armário do depósito caiu escada abaixo.

Assentimos e ela se retirou. Bella e Jake me ajudaram a levantar e a me sentar na cama. Minha mãe caminhava de um lado para outro, pensando no que fazer com aquele corpo no chão.

- O papai já sabe disso, né? - perguntei enquanto ela tentava arrumar a bagunça, juntando os cacos de vidro com o pé e pegando os pedaços da antiga cadeira de acompanhante

- Ele já está vindo pra cá. - ela disse - Carlisle está com ele. E acho que posso dizer que Esme ficou muito brava ao ver o quadro dela despedaçado.

- Eu imaginei que ela ficaria.

- Pelo menos a desgraçada já está morta. - Jake comentou - Se não sua avó ia fazer ela sofrer muito. 

Bella respirou pesadamente quando se abaixou para pegar algo no chão e seu olhar chegou a me assustar, quando vi que ela estava com a bolsa de sangue nas mãos. Ela engoliu em seco. E então a colocou sobre a cama, ao meu lado. Deu alguns passos para trás, ficando encostada na janela, respirando.

- Isso é sangue humano. - ela disse - É melhor você beber, filha, vai se recuperar bem mais rápido. Talvez quando chegarmos em casa já esteja melhor. É diferente do sangue animal, com certeza, é bem mais... saboroso. Eu sei porque quando estava grávida de você, eu tomei.

Ela não estava se sentindo bem dentro do quarto. Falava comigo mas seus olhos não desgrudavam da bolsa. O cheiro estava me hipnotizando, dez vezes mais do que o sangue de animais.

- Eu vou lá fora. - Bella disse, como desculpa para não ter que me ver fazer aquilo e arriscar perder o controle, fazia um bom tempo que ela não caçava - Me chame quando terminar.

Aguardei alguns instantes após ela ter deixado o quarto, me certificando que estava longe o suficiente. Jake me ajudou, afastando o cabelo de meu rosto e removendo o lacre da bolsa, que entregou a mim.

- Não precisa ver isso se não quiser. - falei a ele, que em contrapartida se sentou ao meu lado e colocou a mão sobre meu joelho

Eu sorri e então aproximei a boca da bolsa de sangue, e a essa altura meu auto-controle já não mais existia. Comecei a ingerir com voracidade, mas tomando todo cuidado para que nem uma só gota escapasse. Era delicioso, como um copo de água gelada para quem passara sede durante dois dias no deserto. Agora eu conseguia finalmente compreendê-los, o porque de não quererem se alimentar de sangue humano mesmo sendo tão, incrivelmente, satisfatório.

Ele corria rapidamente em meu corpo, eu sentia-o em minhas veias, em toda parte. Assimilando-se a mim de forma magnífica, eu queria mais. Apertei a bolsa com força, para que viesse mais rápido e em maior quantidade, por um momento cheguei a esquecer da companhia ao meu lado. Era só eu e o sangue, a bolsa era completamente descartável mas eu não a rasgaria, não desperdiçaria aquele precioso líquido. Dado a mim sem que ninguém tivesse de morrer. 

Saí do transe quando eu sugava apenas o ar daquela bolsa de plástico, já totalmente vazia e seca. Mentalmente lamentei não haver mais e naquela hora eu queria correr por todo o hospital, invadir o banco de sangue e me alimentar fartamente. Foi difícil, porém necessário, descartar a ideia. 

- Nessie? - Jake me chamou e eu o olhei nos olhos, então a vergonha veio e escondi o rosto entre o cabelo, fitando a cama - Não precisa se esconder, eu entendo perfeitamente o que deve estar sentindo agora. É a sua natureza, é claro que é difícil controlar isso mas é preciso. Compreenda. Você teve que tomar o sangue humano. Apenas desta vez. Ou quando for extremamente necessário de novo.

- Você não faz ideia de como é, Jake, é maravilhoso. Enquanto eu bebia, não sentia dor nenhuma, não sentia nada além do sangue em mim. Correndo e fluindo dentro de mim. - descrevi á ele as sensações proporcionadas pelo minuto anterior, do qual eu já sentia tanta falta

Após meia-hora, Edward e Carlisle chegaram. Meu avô me examinou uma última vez, na medida do possível. De acordo com ele não havia razão para eu ficar mais no hospital, tanto pelo fator perigoso devido alguém me ver, quanto pelo fator cicatrização acelerada, proporcionada pela ingestão de sangue humano. Rosalie deu um jeito no corpo de Lily, enrolando-o em vários cobertores e então levando para fora, pela saída dos fundos, onde eu sabia que ela a queimaria. 

Na volta para casa, Jake, Bella e Edward estavam no carro comigo. Meus pais no banco da frente, e eu atrás, com a cabeça repousada no ombro do lobo. Eu cochilei durante o percurso, devido ao silêncio confortável e ao balanço do carro na estrada coberta de neve, com seus buracos que me faziam acordar de vez em quando por breves segundos e então eu caía no sono novamente.

Quando chegamos, eu já conseguia caminhar sem auxílio, apenas mancava ligeiramente com o pé esquerdo, que machuquei quando escorreguei nos cacos de vidro. Emmett ajudava Esme a arrumar a bagunça da sala enquanto Alice e Jasper recolhiam os cacos de vidro por toda parte, assim como os restos do tão amado quadro. 

- Oh, querida. - Esme disse correndo para me abraçar - Você foi tão corajosa, ainda bem que o pior não aconteceu. Eu mesma destruiria aquela infeliz caso contrário.

- Destruiria da mesma forma se ela ainda estivesse viva. - Emmett brincou levando um saco de lixo para fora - Afinal, o quadro era bem estimado.

- Tem razão. - ela concordou

Eu me senti bem mais calma quando Carlisle e Rosalie também chegaram, não sei se pelo fato de estarem todos bem e reunidos ou por Jasper me querer calma, mas não importava. Estavam todos ali.

- Nós cuidamos disso, filha. Eu mesmo enterrei o corpo dela. - Edward me disse quando pensei em Suzanne, pobre garota, a família nunca ficaria sabendo o que aconteceu a ela

- Você não quer dormir um pouco? - Bella sugeriu - Aqui eu garanto que ninguém vai te incomodar. Vá, você está cansada.

Não relutei, eu queria ficar com eles mas meu corpo e mente estavam igualmente estupefatos. Não lembro de ter piscado nem meia-dúzia de vezes até cair no sono após me jogar em minha cama, que naquela noite, pareceu ser um pedaço do paraíso para mim. 

No dia seguinte, sábado, eu acordei bem mais tarde. Passava do meio-dia, o que fui descobrir apenas uma hora após levantar. Me olhei no espelho e gostei bastante do reflexo, comparado a noite anterior que jamais estaria na lista de minhas noite prediletas.

- Olha só, a Bela Adormecida acordou. - o armário, que todos chamávamos de Emmett, comentou ao passar pela cozinha e me ver tomando café da manhã, ou almoço

- Bom dia. - respondi - Onde estão todos?

- Seu namorado tá no jardim fazendo sei lá o quê, acho que ele foi correr mais cedo. E o resto do pessoal foi caçar, afinal hoje a noite vai ser das que eu gosto.

- O que quer dizer com isso? - franzi o cenho, em dúvida - Vai acontecer algo que não estou sabendo? O que eu perdi enquanto dormia?

- Bom, não muita coisa. - ele fez um aceno de cabeça - Nós apenas decidimos que hoje a temporada de caça aos híbridos filhos da mãe estará oficialmente aberta.

- Está me dizendo que vão atrás deles outra vez? - levantei da cadeira e apoiei as mãos na mesa, incrédula - Não que eu esteja tentando proteger minha vida, longe de mim... - ironizei -  Mas eu não quero ficar sozinha e correr o risco de outro deles vir tentar me matar. Eu gosto de me defender mas isso já é exagero.

Emmett riu

- Relaxa, gatinha, o lobão vai ficar com você. E vai ser moleza, ontem nós só não acabamos com eles porque estávamos mais concentrados em pegar a vagabunda da Vanessa. E a anã viu onde eles vão estar hoje a noite... nos arredores de Wainwright. Eles vão procurar vítimas por lá, mas receio que vão encontrar as pessoas erradas para atacar. Não vai demorar nem duas horas.

- E você não vai caçar? - perguntei, mais calma

- Eu já cacei. - se gabou - Um cervo e uma raposa.

- Você deve ser grande assim porque talvez o sangue se acumule no seu corpo, não precisa de tanto. Poupe os animais.

- Belo discurso. - ele retrucou - Qualquer dia eu vou te levar pra caçar longe daqui, caçar de verdade. Não esses bichinhos que você é acostumada a pegar. Estou falando de coisas grandes. Ursos, onças.

Eu terminei meu café/almoço e então fui descobrir o que Jake fazia no jardim. Exercícios. Por que Emmett não disse? Os outros retornaram da caçada em clima bem descontraído. Edward e Rosalie riam de alguma coisa, talvez tivessem disputado algo.

Até que a noite chegasse, tudo correu bem, as piadas de Emmett alegraram o dia. O clima estava ótimo. Afinal, o único problema que nos restava estava para ser resolvido logo. Claro, ainda restava saber qual era o grande plano dos Volturi mas isso não seria tão logo. Pelo menos eu esperava que não fosse. Era bom estar em paz. Bom demais.

E quando a noite caiu, todos os vampiros se prepararam. Esperaram o sinal de Alice, para que chegassem no local na hora exata de armar uma armadilha para os híbridos sobreviventes.

- Se cuidem. - eu disse a Edward e Bella, mas serviu de mensagem para todos os outros, que se despediram de mim e de Jake e então partiram, sumindo em meio as árvores como vultos

- Eles vão ficar bem. - Jake me tranquilizou e beijou meus lábios suavemente, depois me abraçando e encostando o queixo no alto de minha cabeça - Vem, vamos lá para dentro.

Assim fizemos, ficamos alguns minutos assistindo televisão e só então me dei conta do quanto eu gostava daqueles dois filhotinhos de cachorro. E quão imensa era a falta que eles me faziam. Mas a morte dos coitados estava vingada, assim como a de Suzanne e de todos os outros que ela possa ter ferido.

Jake e eu jantamos, na verdade não era exatamente um jantar e sim dois hambúrgeres bem turbinados. Acompanhados de refrigerante, que não era minha bebida favorita mas ainda sim aprovei. Ele fez questão de lavar a louça, mesmo com minha insistência. 

Enquanto isso eu retornei á sala e fui bisbilhotar as gavetas de coleções. Inúmeros livros, inúmeros filmes e também vários discos e alguns CDs. Passei o dedo por eles, acompanhando os títulos um a um. 

''Sucessos dos anos 80''

Aquele me chamou a atenção. O que será que as pessoas escutavam naquela época? O que fazia sucesso? Cuidadosamente removi o CD da embalagem, segurando-o na ponta do dedo indicador. Eu não sabia ao certo mas pensei ser de Emmett.

Coloquei e liguei o som e deixei as músicas tocarem, depois fui pulando conforme as faixas não me agradavam até que encontrei uma, na qual prestei mais atenção.

Em seus segundos iniciais, a música foi apenas alguns toques descompromissados de bateria e logo a guitarra e o piano se apresentaram, criando uma harmonia agradável de se ouvir. Este início da música se encaixaria perfeitamente na alucinação que tive quando quase morri... me vendo naquele jardim verde maravilhoso e acompanhada de todos.

A voz do cantor era calma, porém grossa e forte. Poderia tanto cantar uma canção de ninar como o hino nacional sozinho e acapella. Virei a capa do CD, e se eu não tinha contado errado o número de faixas que já tinha pulado, o nome daquela música era ''Always''.

Quase me assustei quando dei meia volta e vi que Jake estava em pé na entrada da sala, o pano que usara para enxugar a louça e as mãos estava em seu ombro. Ele sorriu ao ver minha expressão de quase espanto. Jake caminhou até mim vagarosamente.

- O que está fazendo? - ele perguntou

- Eu estava vendo as gavetas e me interessei por esse CD. - expliquei - Gostei dessa música, acho ela bem bonita.

- É um clássico romântico. - Jake comentou e deduzi que ele obviamente devia conhecê-la já - Embalou muitos casais em bailes e em festas de formatura. É bonita mesmo. E acho que posso fazer minhas as palavras que ele canta no refrão.

''E eu vou te amar, querida, sempre                                                    E eu estarei lá pela eternidade e um dia mais, sempre                  Estarei lá até que as estrelas não brilhem                                        Até que os céus explodam                                                                 Até que as palavras não rimem                                                     Sei que quando eu morrer, estará no meu pensamento               E eu te amarei para sempre''

http://www.youtube.com/watch?v=SoA4pA2LNWU ( Quem quiser ouvir, aqui está o link)

As lágrimas encheram meus olhos. Como acontecia a cada declaração que ele me fazia, mesmo que dessa vez eu apenas tivesse que ouvir o refrão da música, foi como se Jake cantasse aquilo, sussurrando cada palavra em meu ouvido.

Ele e eu demos dois passos cada um, cobrindo assim a distância que havia entre nós. Nossos olhos estavam hipnotizados um no outro. Coloquei ambas as mãos em seu rosto, e as dele abraçaram minha cintura.

Eu senti o calor de seus lábios, apenas de relance pois nossas bocas apenas se roçaram. Um o outro, nos puxamos, colando nossos corpos e aprofundando o caloroso e demorado beijo que não aguentava mais esperar. Todos tinham sua alma gêmea, mesmo que alguns ainda não as tivesse encontrado e todos os casais se amavam mas eu sentia que entre mim e Jake era diferente, era mágico. Algo além da compreensão. Talvez o imprinnting tivesse a ver com isso, talvez não tivesse. Talvez fosse pelo fato de eu nunca ter amado e me relacionado com ninguém além dele e mesmo quando pensou amar Bella, ele sabia que não era amor de verdade, apenas uma paixão, intensa certamente, mas ainda sim uma passageira paixão.

Cortamos o beijo quando o fôlego se fez mais que necessário, eu joguei o pano que estava em seu ombro para longe e tornei a beijá-lo. 

Não havia como descrever, jamais sentira nada como aquilo antes. Olhando nos olhos dele, eu via tudo o que eu precisava. O destino foi mais do que bom comigo, trazendo-me minha cara metade no momento de meu nascimento. Eu nunca sairia do lado dele, eu estaria completamente perdida sem ele. Naquele momento eu apenas queria manter-me perto dele, manter nossos corpos colados, sem nos preocupar com o tempo.

Tropeçando, e quase caindo algumas vezes, sem nos soltar, caminhamos para o quarto dele. Jake empurrou a porta com as costas e então entramos. Não dei muita atenção para este detalhe, ele também não, nos livramos das peças de roupa o mais rápido possível. Já na cama nos beijamos uma outra vez.

Ele me tocou, passando carinhosamente as pontas dos dedos em meu rosto e depois brincando com meu cabelo em seus dedos. O beijo só se interrompeu para que nos entreolhássemos rapidamente. Meus braços estavam pousados em seus ombros e levemente os deixei escorregar, acariciando seu ante-braço, seu braço e laçando nos mãos com os dedos. Ele me tomou pela cintura novamente, e eu toquei seu peito. Jake beijou meu pescoço, duas ou três vezes, eu não conseguia raciocinar direito.

Era o momento mais especial de minha vida até então, o mais especial, o mais erótico, o mais romântico e definitivamente o mais inesquecível. A temperatura aumentou consideravelmente ali, o calor emanando de seu corpo tomava conta de mim e de minha mente. Não existia mais um Jacob, ou uma Renesmee. Não existiam mais dois, éramos apenas um, um único ser, fundido por aquele momento, fundido pelo amor. Amor esse que eu descobrira o que era, mesmo tão nova, mesmo sendo tão inexperiente.

Naquela noite eu fiz uma promessa a mim, a meu coração. Enquanto as estrelas e o sol continuassem brilhando, e enquanto na noite a lua continuasse nos vendo, mesmo que o ato não fosse mútuo, tudo estaria bem. Eu sempre amaria Jacob Black, o transmorfo dono do meu coração. Eu jamais partiria, e jamais permitiria que Jake partisse. Aquela noite poderia durar para sempre.


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Notas finais do capítulo

E então, pessoal??
Eu não tenho palavras, deixo por conta de vocês
Beijosss



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