Morning Star escrita por Giovanni Schaeffer


Capítulo 24
Emboscada


Notas iniciais do capítulo

Hey, galera!! Todo mundo com frio e se sentindo em Forks??? Pois é, eu também hehe
Prontos para o cap? Esse aqui promete
Boa leitura



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Após a transformação, todos recuamos alguns passos, com medo de ele nos atacar caso acidentalmente perdesse o controle, mas isso não aconteceu. Abraham teve de ir embora porém no dia seguinte voltou a nos visitar e então se isolou nas montanhas por duas noites seguidas para que não machucasse ninguém quando perdesse o controle na transformação da noite em que a lua cheia aparece por completo. Na semana seguinte ele foi a Denali, a pedido de Carlisle e Esme, que junto com ele, foram apresentar o novo amigo á nossos primos. Eleazar e Tania gostariam de vê-lo. Era sábado e com exceção de meus avós, a família estava toda em casa. Após o almoço, eu e Jake fomos dar uma volta na floresta juntos, não conversamos muito apenas caminhamos tranquilamente, desfrutando da companhia um do outro.

Somente percebemos a presença de Bella quando o peso de seus passos esmagou algumas folhas secas perto de nós.

– Mãe. - falei em cumprimento e ela sorriu

– Se importam se eu me juntar a vocês? - perguntou gentilmente e assentimos em coro - Sabe, eu estava pensando. Já faz muito tempo que estamos aqui e... se quiser Jake, seria uma boa ideia tirarmos um dia para ir até La Push, na reserva. Ver sua família.

– Está falando sério? - o olhar de Jake ganhou brilho ao ouvir aquela frase, sua pergunta saiu quase no mesmo instante em que Bella terminou de falar

– Claro que sim. Podemos marcar um dia e ir até lá, com certeza também estão morrendo de saudades de você.

– Obrigado. - ele exclamou e corre para lhe dar um abraço, talvez uma lágrima tenha percorrido seu rosto mas ele foi rápido em enxugá-la - De verdade.

– Jake, não precisa me agradecer. - Bella falou um pouco sem jeito, ainda o abraçando - É a sua família, você tem o direito de ver eles.

Eu fiquei feliz por ele, e guardei meus comentários. Não que eu tivesse experiência nesse assunto mas na minha opinião, matar a saudade apenas fazia com que a pessoa sentisse mais saudade. Jake veria sua família mas na hora de vir embora teria que se despedir de todos novamente, e sofreria novamente. Isso não era bom, não era justo com ele.

Nossa caminhada, agora em trio, durou mais alguns minutos até que retornássemos para dentro de casa, onde Jasper e Edward jogavam xadrez e um pouco afastado, Emmett e Rosalie conversavam, trocando algumas carícias. Ele gostava de mexer no cabelo dela, carinhosamente. Alice estava sentada ao lado de Jasper, o que me fez pensar que ela estava ajudando o parceiro a trapacear, dizendo á ele de alguma forma, quais peças meu pai iria mover. Não que Edward também não pudesse estar lendo os pensamentos do irmão para descobrir sua estratégia.

– Como pode pensar isso de mim? - ele falou em tom de brincadeira quando me pegou em meus pensamentos, eu apenas ri

Naquele dia eu quem coloquei a comida dos dois cachorrinhos, que não eram mais tão ''cachorrinhos'' assim afinal cresceram bastante desde quando nos encontraram. Rose e Spoby abanaram os rabos quando me viram colocar a ração em seus respectivos potes. Mais tarde, ao me olhar no espelho, vi como eu estava pálida, minhas bochechas rosadas não estavam tão destacadas assim. Era hora de caçar.

– Por que não quer que eu vá com você? - Jake perguntou um pouco desapontado e tive vontade de rir da expressão que ele tinha no rosto

– Não precisa. - eu repeti pela décima vez que lembrava, talvez fossem mais - Eu posso fazer isso sozinha, eu quero fazer isso sozinha. Pelo menos uma vez. Se consigo derrotar um vampiro, consigo caçar por conta própria.

– Mas Nessie...

– Jake! - o repreendi, não estava nervosa, apenas enfatizei minha vontade naquele momento - Eu quero ir sozinha.

Ele bufou e assentiu, disse para eu ter cuidado e coisas do tipo. Eu já estava com o short que estava quase translúcido após tantas lavagens, pois sempre que eu caçava era ele que eu vestia. Coloquei uma camiseta regata e fiquei descalça, para mim era bem melhor correr assim. Também soltei o cabelo, eu adorava sentir eles voarem ao vento conforme eu corria ou pulava de árvore em árvore.

Minha caçada levou mais quinze minutos para acontecer, pois a mesma insistência de Jake se fez presente nos outros e pacientemente, ou quase, recusei com educação a companhia de todos.

Assim que consegui o ''alvará'' de caçada sozinha fui para o jardim e então disparei em direção a floresta. Fui no sentido contrário ao da já manjada trilha que eu fazia com Jake sempre que caminhávamos. Os animais ficavam mais distante, principalmente os maiores. Como se soubessem que não era bom para eles ficar pelas redondezas, as pessoas tem costume de dizer que os animais pressentem o perigo. Podia ser verdade.

Durante os primeiros dois minutos apenas corri, de um lado para o outro, até parar em cima da árvore derrubada que há muito tempo atrás Emmett e Alice derrubaram quando fazíamos nossa brincadeira de captura do crachá. Fiquei imóvel como uma estátua quando senti o cheiro de algum animal se aproximando. Eu mal respirava. Era uma raposa, de porte médio mas suficiente para saciar minha sede.

O lado vampira me dominou, o cheiro do sangue da raposa invadia minhas narinas e ia direto a meu cérebro, me convidando, me hipnotizando a prová-lo imediatamente. Eu podia até ouvir o sangue pulsando nas veias dela, seu pequeno coração batendo.

A raposa me notou quando dei o primeiro passo em sua direção, então começou a correr, fugindo. Levantando terra por onde passava, a persegui por cerca de dez ou quinze segundos até que a alcancei e saciei minha sede. Como de costume minha roupa tinha ficado suja, o que não acontecia com nenhum dos outros. Após terminar, eu a enterrei e, satisfeita, voltei para casa vagarosamente.

Tomei um banho quente mas não demorei, eu queria voltar para a sala onde todos estavam. Era bom quando a família estava reunida, ou pelo menos quase toda a família. Afinal a maior parte dos dias eu passava com Emmett. Vesti uma calça legging escura, uma camiseta regata preta e uma blusa rosa de tecido bem leve por cima. Saindo de meu banheiro eu notei em cima de minha cômoda o celular que Carlisle havia me dado no Natal e eu mal usara. O coitado estava sem bateria. Eu o coloquei para carregar e então fui para o andar de baixo.

Passamos o final da tarde juntos e o jantar meu e de Jake foi Rosalie quem preparou. Dos talentos culinários da família, ela era a segunda melhor em termos de cozinhar. Esme obviamente era a primeira e Alice vinha logo depois de Rosalie.

O começo da noite seguiu divertido. No xadrez, o placar estava empatado, com Edward e Jasper tendo duas vitórias cada um. O clima mudou completamente quando Alice ficou com o olhar vago e quase derrubou o controle da televisão. Estava vendo algo. Edward também mudou a expressão contente, estava concentrado seriamente.

– Edward? - Rosalie chamou preocupada - Alice?

Nenhum dos dois respondeu por um longo minuto.

– Querido, o que houve? - Bella perguntou segurando a mão dele - Nos conte o que está acontecendo. É algo em Denali? Acontecendo alguma coisa com os primos? Carlisle e Esme? Abraham?

– Não, eles estão bem. - meu pai falou e então ficamos todos um pouco mais aliviados - O problema é aqui, Vanessa está por perto. E não está sozinha, os outros híbridos estão com ela. E eles estão vindo em direção a floresta, para chegarem aqui, e nos atacar. Na verdade ela quer nos deixar ocupados enquanto... enquanto ataca Nessie.

Meu corpo tremeu dos pés a cabeça e fiquei arrepiada. Vanessa estava de volta e contra ela eu não me garantia num combate corpo-a-corpo, da última vez em que a vi eu com certeza teria sido morta caso não fosse Emmmett. Ela com certeza era mais experiente que Ronnie.

– Temos que fazer alguma coisa. - Alice disse saindo do transe - Eles vão chegar aqui se não nos movermos. Precisamos ir ao encontro deles, não só pelo que podem fazer conosco mas se passarem por aqui, podem atacar a cidade.

– Todos precisamos ir. - Edward refletiu - Todos somos necessários. Bom, pelo menos quase todos.

– O que querem dizer com isso? - perguntei, indo até ele - Está dizendo que eu não vou?

– Exatamente.

– Por quê?! - protestei

– Filha, isso tudo está acontecendo porque Vanessa quer te matar. Acha mesmo que eu vou permitir que vá conosco para que fique de cara com ela. Nunca. Você vai ficar aqui.

– Isso é injusto. Vocês não podem se arriscar assim.

– Podemos e vamos. - Jake juntou-se a discussão - Nessie, seu pai está certo. O melhor pra você é ficar aqui.

– Jake! - me exaltei, nervosa - Eu não vou deixar você encarar aqueles híbridos por minha causa. É perigoso.

– Eu vou te proteger. - ele respondeu segurando meu rosto, me fazendo olhar em seus olhos - E se essa vampira pensa que pode te tocar, lamento em ter que desapontar ela.

Não adiantava argumentar, a decisão deles foi unânime. Nem mesmo Emmett foi a favor de me deixar lutar. Eles partiram em questão de dois minutos e eu fiquei sozinha, sentada na varanda e com o coração na mão. Temendo pela segurança de todos. Principalmente Jacob, o único dentre os outros que não era vampiro, que estaria mais desprotegido. Ele não gostava de ser subestimado dessa forma, mas era nítido que ele estaria em desvantagem. Unida, uma matilha é simplesmente mortal mas um lobo sozinho não tem muita vantagem.

Eu fiquei ali, esperando por minutos, que foram passando e me deixando cada vez mais angustiada. Olhei no relógio e em breve completaria uma hora desde que eles partiram. Naquele momento eu gostaria de ser a telepata da família. Pensei mais de uma vez em ir atrás deles mas seriam meus pais a me matar se eu sequer desse um passo pra fora daquela floresta.

Foi então que ouvi algo vindo de lá, não exatamente da floresta mas o som a atravessou e chegou a meus ouvidos. Eram gritos, gritos de desespero e clamando por socorro. Com certeza a pessoa que gritava estava bem longe da cidade, como se fugisse. Eram gritos femininos.

Insegura e apreensiva, passo a passo fui caminhando floresta a dentro, seguindo o som apavorante dos gritos de horror. Abusei da velocidade quando eles cessaram, temendo pelo pior. Aquele cheiro hipnótico preencheu meu olfato, sangue, e em grande quantidade.

Ali estava a origem, uma garota morta no chão e uma poça de sangue ao seu redor. Dando alguns passos a frente, pude ver seu rosto e entrei em choque. Aquela era Suzanne, a garota ruiva e com sardas que eu vira no supermercado na única em que fui a cidade. Foi impossível não notar as duas marcas de mordida em seu corpo, uma no pulso direito e outra no pescoço.

Vendo ela daquele jeito, morta cruelmente, o cheiro de sangue não se fez nem um pouco atrativo. Eu queria ajudar mas qualquer coisa que fizesse seria inútil a essa altura. O desespero me tomou quando voltei a raciocinar e olhei novamente para as mordidas em seu corpo. Quem havia feito aquilo?

– Por favor não assuste. - uma voz feminina surgiu atrás de mim e me virei assustada, contrariando a instrução - Foi um acidente.

Ela tinha uma voz serena, quase como uma criança assustada. Seu rosto estava sujo de sangue, sua boca principalmente. Mas não era uma vampira. Eu ouvia seu coração bater aceleradamente.

– Você é uma deles. - constatei - Um dos híbridos.

Recuei um passo.

– Não, por favor, não se assuste. - ela implorou - Eu fugi deles, desde que Vanessa começou a arquitetar esse plano. Ela é cruel, sempre foi. Eu recusei a ajudar e ela me privou da nossa alimentação, então agora eu consegui fugir e acabei encontrando essa garota. Não consegui resistir, ela estava com a mão machucada, um corte, e estava sangrando e foi mais forte que eu.

– Qual o seu nome? - perguntei, mais tranquilizada, analisei melhor a expressão e o estado dela, do jeito que estava não faria mal a uma mosca

– Lilian. - murmurou e quase não ouvi - Todos me chamam de Lily. Você é a Renesmee, eu lembro de você. Do dia em que Darian foi morto. Eu estava praticamente escondida atrás dos outros, provavelmente você não me viu.

– Tem razão, eu não me lembro de ter visto você. - concordei, mais calma, já me lembrando de respirar - Pode me chamar de Nessie. É assim que minha família me chama.

Lily estava arrasada, não precisei perguntar mas com certeza, devido a sua aparência naquele momento, Suzanne foi a primeira pessoa que ela matou.

– Venha comigo, Lily, você precisa se lavar. - falei convidando-a enquanto eu mesma já andava - Vamos esperar minha família voltar, então vamos decidir o que fazer e como vamos esconder o corpo da Suzanne.

Ela assentiu ainda bastante assustada e me seguiu, pisando exatamente onde eu pisava, como se qualquer coisa na floresta fosse atacá-la a qualquer momento. Quando chegamos em casa, eu indiquei a ela o banheiro do andar de baixo, para que ela pudesse lavar o rosto.

Enquanto ela estava lá, eu fiquei na sala de estar pensando sobre tudo. Eu não tinha amizade com Suzanne, mas criei uma forte simpatia por ela mesmo tendo a visto apenas uma vez. E eu mal conhecia Lily mas fiquei com pena dela e quando ela disse o que houve, eu lembrei muito das histórias da família. Sobre não conseguir se controlar. Com exceção para Carlisle, Rosalie e minha mãe. Os outros todos provaram sangue humano.

Ouvi dois barulhos fortes vindos dos fundos, como se alguém tivesse pisado duas vezes contra algo que abafasse o som. Aquilo me deixou curiosa. Eu fui até lá e no caminho passei pelo lavabo, que estava vazio. Antes que eu chegasse na origem do barulho dei de cara com Lily.

– Obrigada por emprestar seu banheiro. - ela disse com um sorriso e no mesmo segundo sua expressão se fechou, como se não fosse mais a garota que encontrei chorando na floresta

Lily me agarrou pelos ombros e me jogou em direção a porta da sala de refeições, que estava fechada. O impacto fez com que a mesma se despedaçasse, eu caí no chão em meio aos pedaços de madeira.

– O que está fazendo?! - perguntei levando as mãos a cabeça, massageando a região que se chocou contra a porta

Ela tinha um sorriso sádico no rosto.

– Adivinha, queridinha. - ela sugeriu, com ironia na voz - Você caiu numa emboscada. Você e toda a sua família podre e certinha. Acreditou mesmo em tudo o que eu disse.

Lily agarrou meus ombros novamente e me ergueu, ela segurou com força a raiz de meu cabelo. Tentei me desvencilhar mas ela me girou e me arremessou contra a parede de vidro no corredor, fazendo eu cair sobre os cacos, no chão da sala de estar. Me levantei, cambaleando para o lado e me encostei na parede porém no segundo seguinte ela já estava me imobilizando, ergueu uma das pernas, apoiando o pé em minha garganta e me pressionando contra a marmórea parede.

– Desgraçada! - vociferei com a voz rouca devido ao seu pé estar começando a bloquear a passagem de ar em meu corpo

– Me xingue o quanto quiser mas admita, eu preparei uma armadilha e você caiu. - ela dizia sempre sarcasticamente, debochando de minha inocência - Foi tudo parte de um plano. Vanessa queria destruir você com as próprias mãos mas ela sabia que sua ridícula familiazinha protetora não permitiria isso jamais. Então nós cercamos a região por algum tempo, tomando todo o cuidado possível para que aquela baixinha paranormal não nos previsse. Dois de vocês viajaram pra Denali com aquele lobisomem e Vanessa não viu hora melhor pra colocar o plano dela em prática. Ela e os meus outros irmãos iriam distrair seus tão queridos protetores, incluindo aquele transmorfo fedorento enquanto eu me passava por vítima e me aproximava de você. Para então te matar!

Ela forçou mais o pé contra meu pescoço. Eu não podia ver meu rosto naquele momento mas com certeza eu devia estar roxa pelo sufocamento. Antes que perdesse a consciência pela falta de ar, agarrei sue pé a joguei num canto, onde ela deu uma cambalhota devido a queda. Tentei alcançá-la para que a atacasse porém Lily foi mais rápida e bateu as mãos em meu tórax, empurrando-me para trás até que meu corpo se chocasse contra a pilastra de sustentação.

Tudo aconteceu num breve segundo, eu mal tive tempo de raciocinar, ela me deu uma cabeçada e em defesa eu a chutei em direção a outra parede. Seu corpo se chocou contra um grande quadro que enfeitava a parede, um dos favoritos de Esme e que agora estava rachado.

Lily, furiosa, arrancou o quadro da parede e o direcionou a mim, e teria me acertado caso eu não abaixasse. A obra de arte caiu no chão aos pedaços.

– Nessie, o apelido faz jus a você. Não que o monstro do Lago Ness seja tão desprezível assim. - ela me ofendia enquanto eu ainda recuperava o fôlego - Eu aposto que agora a pouco você deve ter ouvido um barulho. Se ficou em dúvida, eu te digo o que é: era o som do meu pé quebrando o pescoço daqueles dois vira-latas pulguentos. Eu queria ter feito o mesmo com aquela garota estúpida que você disse se chamar Suzanne. Mas não deu tempo, ela morreu antes.

– Arght! - eu gritei de raiva partindo pra cima dela, nos atracamos violentamente porém ela pegou meu pulso e o virou, torcendo meu braço, eu arfei de dor

Lily me socou no rosto e me jogou contra parede marmórea, ao lado da lareira onde eu cai no chão, sentindo o sangue correr em meu rosto. Ela caminhou até mim e me olhou. Ela pegou a lança de ferro, que era usada para mexer as brasas da lareira, e caminhou atrás de mim enquanto eu me arrastava pelo chão, numa tentativa desesperada de fugir.

Eu estava de costas para ela, portanto apenas senti a ponta da lança perfurando minhas costas. Duas, três, quatro vezes. A dor vinha em pontadas, aumentando gradativamente e tomando conta de meu corpo e minha mente, eu mal conseguia pensar.

– Por sua causa Darian morreu... - ela falava, desabafando sua raiva em mim - ... por sua causa, provavelmente meus irmãos estão sendo mortos agora. Para distrair a sua família. E eu não vou deixar que isso aconteça a toa.

Ela chutou meu rosto, fazendo com que eu me virasse no chão, ficando de frente para ela. Lily posicionou suas pernas uma de cada lado do meu corpo, impossibilitando qualquer tentativa de fuga. Ela então foi cruel fincando a lança em meu estômago. Eu gritei, e teria sido ouvida a quilômetros de distância caso algum vampiro estivesse nas redondezas. Erguendo a cabeça, eu pude ver a lança dentro de meu corpo.

– Sente isso? - Lily perguntou com ódio - Isso não é nada comparado ao que eu e meus irmãos sentimos quando vimos aquele grandalhão desgraçado decapitar nosso pai e então o seu querido papai tacou fogo nele. Você merece sentir dor pior que isso!

Eu a ouvia, mas mal conseguia decifrar as palavras direito. Minha visão estava ficando embaçada e distorcida. A dor não cessava, apenas aliviou quando senti que a lança não estava mais em mim. Em seguida eu senti a inimiga golpear meu rosto com o objeto que acabara de remover de meu corpo.

A lança de ferro, agora ensanguentada, caiu ao meu lado. Lily a largou e então se abaixou. Ela colocou a mão sobre meu peito e pressionou, nada comparado a nenhuma agressão que eu já tenha sofrido, nenhuma dor que eu já tenha sentido. Nem quando eu me transformei, quando evoluí pela última vez. Lily praticamente estava esmagando meu coração sobre minha pele. Não tinha como me defender, ela estava ajoelhada sobre um de meus braços, e meu outro braço estava torcido. Restou que eu esperasse a morte chegar, esperasse que ela fizesse meu coração parar de bater. Eu já não via e ouvia mais nada, apenas sentia a dor alucinante que tinha tomado o lugar de meu raciocínio, meus pensamentos e minhas memórias.

Um instante antes que eu perdesse a consciência a alucinação aliviou-se um pouco, quase nada. A pressão sobre meu corpo foi embora, ela tinha saído de cima de mim. Eu não conseguia associar as coisas ainda. O motivo de ela ter parado. Por quê? Agora que estava tão perto de conseguir o que queria, estava tão perto de me matar. Ela queria que eu sofresse mais? O que mais ela pretendia fazer comigo?



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Notas finais do capítulo

Gostaram? Curiosos? Espero que sim
Bom galera, agora eu gostaria de dedicar este capítulo e essas notas a todas as leitores que começaram a acompanhar a fic esta semana, e principalmente agradecer pela QUINTA recomendação que Morning Star recebeu
Muito obrigado mesmo, de coração
Voltando a fic... nos vemos na próxima sexta, se vocês sobreviverem a ansiedade
Bjs