Capítulo 37

– O Retorno da Rainha

As cinco garotas se entreolhavam, ainda em estado de choque. A bomba que Rebekah jogara ainda parecia inacreditável, impossível. Como que, agora que todas elas estavam juntas de novo, iriam se separar, e num período indeterminado?

– Rebekah, ele não pode fazer isso. – disse Samara, recuperando-se primeiro. Rebekah balançou a cabeça, apertando seus lábios.

– Minha mãe nem consegue olhar na minha cara, Sam. Meu pai é mais compreensivo, mas eu sei o que ele pensa. Tudo aquilo com Alexander foi um tapa na cara deles, a quebra da ilusão de família perfeita.

– Isso é tudo minha culpa. – lamentou-se Bonnie, olhando para o chão. – Se eu não...

– Não. – Elena interrompeu Bonnie com uma voz dura, fazendo com que a ruiva olhasse surpresa para ela. – Não foi culpa sua, Bonnie. Você estava sendo chantageada. E por mais que eu quisesse que você tivesse mais credibilidade em nós para saber que não viraríamos as costas para você por causa de sua família, eu entendo você. Você estava com medo, e sem escolhas. Isso não foi sua culpa. Não foi culpa de nenhuma de nós.

Samara olhou a prima com um olhar diferente. Pela primeira vez desde que voltara, ela começava a ver Elena com a determinação e o brilho que costumava ver nela antes, quando tudo era totalmente tranquilo. Ela estava tendo o pequeno vislumbre da Rainha que Elena costumava ser.

E estava apreciando muito isso.

– A culpa é de Katherine. – Elena praticamente rosnou ao falar o último nome. – E nós iremos fazê-la pagar.

– Como? – Caroline perguntou, com empolgação mal escondida. Finalmente estava vendo a Antiga Elena, e até a ela própria queria arrancar os lindos cachos da cabeça de Katherine depois de todas as provocações que ela tinha feito naquela semana.

– Eu irei pegar o trono de volta. E eu irei acabar com ela, antes da formatura. – o fogo ardia nos olhos de Elena, e as garotas já podiam ver as engrenagens de seu cérebro trabalhando, montando um plano dedicadamente de mestre.

Katherine havia saído do baile dos Mikaelson. Apesar de seu recente flerte com Elijah, Elena e sua trupe estariam lá. Ela sabia muito bem escolher batalhas, e aquela não lhe interessava.

Olhava o site da Garota do Blog, olhando vagamente as fotos da festa, já postadas por causa dos lindos passarinhos informantes, e os comentários já fervilhavam: A volta de Samara, a dança de Damon e Elena, e o passeio entre os jardins de Kol e Samara.

Katherine apenas revirou seus olhos. Aquilo tudo era tão patético. “Eles os tratam como se fossem uma telenovela”. Fechou o computador e deitou-se em sua cama, olhando o teto com madeiras-de-lei. Ela nunca imaginou que depois que conquistasse o trono de Elena a vida fosse tão entediante.

Ouviu a porta no andar de baixo se abrindo e fechando. Deveria ser Elena, que voltava da estúpida festa que fora forçada a ir por Caroline, e que agora voltaria para seu quarto para assistir uma nova maratona de filmes água-com-açúcar.

Levantou-se para fechar sua porta e não ver a irmã passando pelo corredor, e mal conteve a sua surpresa quando não era Elena no início do corredor, e sim Samara.

– Katherine. - ela cumprimentou quando a viu na porta. Katherine limpou a garganta.

– Samara. Soube que tinha voltado. - ela estava com o vestido dourado da festa.

– Quase não a vi na festa, Katherine. Magoou-me por não ter ido me cumprimentar. Afinal de contas, continuo sendo sua prima. - ela ergueu seu vestido, aproximando-se dela pelo corredor.

– Ah, sabe como é. Estava ocupada. - Ela deu de ombros. Olhou por cima do ombro de Samara, percebendo a ausência da irmã. - Onde está Elena? Continuou na festa?

– Não vejo como isso te interessa, mas ela disse que tinha que resolver alguns assuntos. - Samara parou na frente dela. - Boa noite, Katherine. - e com isso, passou por ela, entrando no quarto de Elena, no fim do corredor.

– Hey. – cumprimentou Bonnie ao se aproximar. Luka sorriu e beijou-lhe levemente nos lábios.

– Hey. Pronta para ir? Ou quer dançar mais um pouco? – a garota acenou que não. Ele sorriu mais uma vez, pegando a mão dela e andando ao seu lado para fora do salão.

– Vi você conversando com as meninas. Você parecia preocupada. – ele começou. – Está tudo bem? Meredith não aprontou outra pra cima de vocês? – ela acenou em negativa, novamente.

– Rebekah está indo para o Canadá. – Luka pareceu chocado. Logo após que os dois se conheceram, Bonnie desabafou tudo o que se passava com ela, num ataque de nervos. Fora Luka que a acalmara, confortando-a, e logo depois a chamando para sair. Foi assim que a relação deles começou.

– Isso é péssimo. – Ele parou em frente a ela, acariciando seu rosto levemente. – Isso é por causa do que aconteceu na Festa dos Fundadores?

– É. – ela respondeu. – Aparentemente, os pais dela ainda querem manter a postura de família perfeita, mandando-a pra longe, como quem esconde a poeira embaixo do tapete.

– Em pensar que tudo isso é culpa de Meredith e as amigas dela. Como ela pode ser minha irmã, meu Deus? – ele esfregou suas mãos em seu rosto. – Ela precisa ser parada. Agora.

– Elena disse o mesmo. Ela quer impedir Katherine a qualquer custo. – Luka assentiu.

– Concordo. E saiba que, com qualquer coisa, vocês podem contar comigo. – ele disse e ela sorriu, beijando-o.

– Pode deixar. – ela olhou em volta, para a quantidade de pessoas da Elite em sua parede de insensibilidade. – Agora... Vamos dar o fora daqui. – ele riu, pegando sua mão e correndo até os jardins.

Elena havia deixado as garotas com vagas palavras, antes de sair correndo pelo salão de bailes dos Mikaelson. Ela pediu que Samara fosse para casa sem ela, dando a justificativa que antes de acabar com Katherine, tinha que resolver sua própria vida.

O nervosismo tomava conta dela. Suas pernas tremiam por debaixo da volumosa saia do vestido, e ela mal podia se manter em seus stilettos. Parou antes de chegar à porta, tentando controlar seus nervos e não parecer uma idiota. Ela precisava se mostrar decidida. E forte.

Porém, a porta abrindo-se escancarada revelando um lindo moreno de olhos surpresos não era o plano dela.

– Elena. – Damon falou, com uma voz branda. Colocou sua mala no chão, olhando para ela. – Desculpe-me, mas... o que está fazendo aqui?

– Eu... ahn... eu... – ela por fim formou uma frase. – Desculpe-me. Você está de saída. Eu não devia ter vindo. – ela deu meia volta, mas parou quando ele pegou seu braço.

– Espere. – ele pediu. – Se você veio aqui, é porque tem um motivo. Por favor, me fale qual é.

– Precisamos conversar. Aquela conversa.