Capítulo 33

– Todo ato possui uma consequência...

Klaus e Caroline entraram rindo na grande casa dos Mikaelson. Eles seguravam os sapatos ensopados nas mãos, enquanto Klaus mantinha um braço sobre os ombros de Caroline, aconchegando-a. Suas risadas pararam quando viram o casal se beijando no sofá da sala de estar.

– Ah! Vocês fizeram as pazes! Que bonitinho! – exclamou Caroline, fazendo os dois se separarem, assustados. Rebekah analisou seu irmão e sua amiga com uma sobrancelha arqueada.

– Digo o mesmo, minha querida amiga loira. Se forem para o quarto, não façam tanto barulho.

– Não prometo nada, irmãzinha. – Klaus revidou maliciosamente, fazendo todos rirem.

– Ugh. Nojooo – Rebekah cantarolou.

– Tenho que ir agora, baby. – disse Stefan, dando um selinho em Rebekah, que assentiu. Ele cumprimentou Klaus e Caroline, saindo logo em seguida.

– Mas que bom que se reconciliaram. Seria muito constrangedor vocês dois estarem separados, sendo que estão juntos na Página Seis. – Rebekah levantou o jornal daquela manhã, aberto na página seis, onde estavam várias fotos dos casais da noite anterior.

– Ficamos encantadores. – disse Caroline, analisando a foto em que ela aparecia com Klaus. – Oh! Não havia visto essa foto do Damon e da Elena. Eles também estavam encantadores. – comentou Caroline.

– Ah, droga! Elena!

Rebekah contou o que Stefan lhe contou sobre a cena que havia presenciado de Damon na noite anterior, sobre Elena não atender as ligações dele, e sobre os murmúrios de Damon.

– O.M.G! – disse Caroline. Rebekah tentava ligar para Elena, mas caía direto na caixa postal.

– Eu liguei para ela hoje de manhã, mas ela não atendeu. – então Caroline contou o que rolara na escola.

– Ah, isso é tão fudido... – Rebekah xingou, discando novamente para Elena, quando uma foto no jornal largado em cima da mesa chamou sua atenção. – Mas que por... – ela começou a falar. – Elijah está com Katherine na Página Seis!

– Que se dane Elijah e Katherine! Temos que falar com Elena

– Você me traiu! E todo esse tempo, eu pensava eu você era minha amiga... E você estava conspirando com a minha irmã! A pessoa que mais me odeia nesse mundo! – a raiva era a única coisa que mantinha Elena de pé naquele momento.

– Elena... – Bonnie tentava se explicar, mas Elena não deixava. A garota caiu de joelhos no chão, o roto entre as mãos, a raiva sumindo, e dando lugar à solidão.

– Saia daqui. – Elena sussurrou. Ela tirou suas mãos do rosto, revelando lágrimas em seus olhos, já descendo pela sua face. – Saia da minha casa. Agora.

– Elena... – Bonnie sussurrou.

– AGORA! – Ela gritou dessa vez, levantando-se e abrindo a porta do quarto. Bonnie olhou para ela com arrependimento, mas saindo.

Elena fechou a porta com um baque, agora chorando de verdade. Ela fora traída. Traída por Bonnie, traída por Damon... Traída por sua própria irmã.

Ela se arrastou para cama e fechou-se para o mundo.

– Elena! - Caroline abriu as cortinas, dando claridade ao quarto.

– Fecha a droga dessa cortina. – murmurou Elena, a cara enfiada em um travesseiro.

– Rebekah me contou o que aconteceu. – disse Caroline, sentando-se ao seu lado na cama.

– Rebekah? Eu não falei a Rebekah. Alias, não falei a ninguém. Como você soube? – perguntou Elena, cerrando seus olhos por causa da claridade.

Caroline soltou um suspiro.

– Damon contou a Stefan, que contou a Rebekah, que contou para mim – ao ouvir o nome de Damon, surgiu uma dor profunda em seu coração, como se alguém o esmagasse. Ela fez uma careta de dor – Como você está?

– Quebrada. – disse Elena, sincera. Todos já sabiam que ela não estava bem. – Eu não aguento mais tanta dor, Caroline. E agora Bonnie...

– Oh, darling... – Caroline a abraçou. – Você sabe que vai passar. Tudo um dia passa. – ela disse. Elena assentiu com sua cabeça. – Você tem que voltar para escola. Katherine tomou o controle, Elena.

– Não – gemeu Elena. – Eu apenas quero estar aqui, na minha cama, no escuro, assistindo a comédias românticas e morrendo de tanto chorar com um pote de sorvete de chocolate.

Caroline olhou para o criado mudo da garota, que estava com um pote vazio de sorvete de chocolate, e com várias capas de DVD. Caroline pegou uma.

– Harry e Sally – Feitos um para o outro? Sério, Elena?

– Pelo menos eles tiveram um final feliz. – disse Elena, com a cara enfiada no travesseiro.

– E Muito Bem Acompanhada? Qual é sua desculpa?

– Me lembra a ele. Em como tudo isso começou... – a voz da garota morreu.

– Você não pode ficar assim para sempre, Elena. – disse Caroline exasperada

– Eu sei... Mas não consigo evitar, Car. Eu o amo. E ele... Argh! – Elena enfiou novamente a cara em seu travesseiro.

Os dias se passaram, e as coisas só pioravam.

Elena não retornou à escola. Ligou para sua mãe em Londres e disse que havia pegado uma forte virose, e que não poderia ir para a escola até que melhorasse.

Enquanto isso, Katherine tomava o controle da Robert E. Lee, e a vida não poderia estar mais infernal para Caroline, já que Katherine provocava a loira quando podia nos corredores e nas aulas.

Bonnie ficava sozinha, sendo sua única alegria era seu namoro com Luka Sulez, que ficava cada vez mais sério.

Rebekah ficava trancada em casa, com Caroline lhe levando as matérias, que lhe era explicada por tutores que seu pai havia contratado, tudo com a constante vigilância de seu irmão, Elijah.

E o dia do Baile dos Mikaelson se aproximava cada vez mais, e isso foi discutido em uma visita de Caroline a casa de Elena naquela tarde.

– Não, Car. Eu não vou. – disse Elena pela milionésima vez.

– Ah, vai, assim como eu já comprei seu vestido! – disse Caroline, chocando Elena.

– Caroline! Você não tinha o direito...

– Tal como tinha que eu o fiz. Iremos juntas a esse baile, pois é o evento mais chique dessa cidade, e você já tem que acabar com essa atitude de pária, e voltar a ser Elena Gilbert, a rainha que sempre foi nessa sociedade.

Elena deu um sorriso fraco. Apenas Caroline conseguia dar essa sacudida em Elena. Isso era o que mais impressionava para Elena na amiga.

– E você tem tido notícias, sabe... dele? – perguntou Elena, referindo-se a Damon. Caroline balançou a cabeça, negando.

– A Garota do Blog tem falado algumas coisas sobre ele. Mas nada muito chamativas. Talvez Rebekah saiba sobre algo... – Caroline deixou sua voz morrer ao ver a careta de Elena.

– Não. Não quero saber. Nem sei porque perguntei isso a você.

Uma garota observava a pilha de cartas deixadas na bancada da cozinha de seus pais. A maioria das cartas eram convites em francês para alguma exposição de arte, ou algo do tipo.

Mas um convite conhecido lhe chamou a atenção. Um convite familiar, que ela via na pilha de cartas uma vez por ano. De onde ela vinha, se você não possuísse aquele convite, você era ninguém.

Por favor, junte-se à Família Mikaelson na noite do dia 12 de Abril para danças, coquetéis e celebrações.

Contamos com sua presença!

A garota pegou o convite, rodando-o na mão. E tomando uma decisão, ela saiu do apartamento.

Tinha um vestido para comprar.