Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 26
Despedidas




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Renesmee Cullen's POV

- Nessie, olhe para mim. – ouvi a voz de Jacob  enquanto eu chorava com as mãos no rosto, o sonho totalmente real em minha cabeça – Está tudo bem, abra os olhos.

Assustei-me quando ele  tocou meu braço. Eu olhei seu rosto. Estava lindo e cheio de vida, como sempre.

Foi um sonho. Apenas um sonho, tentei me convencer.

Ele me abraçou com força e afagou meus cabelos enquanto eu soluçava em seu ombro. Depois seus braços me afastaram devagar e ele acariciou meu rosto.

- O que estava sonhando?

Respirei fundo, tentando recuperar o fôlego, mas hesitei quando ia falar. Eu sabia que ele ficaria preocupado seu eu contasse o sonho incluindo a parte de que eu decidia me arriscar para salvá-lo.

Ele pegou meu pulso e quase levou à seu rosto, mas eu fechei minha mão com força e cruzei os braços junto ao peito.

Jacob observou meu movimento e me fitou, cerrando os olhos.

- Você chamou pelo nome da vampira maluca e disse algo como “Deixe-o. Olhe para mim, eu estou aqui.” O que significa?

Eu baixei os olhos e fitei a colcha da cama quadriculada em azul marinho e preto. Suspirei fundo quando percebi que havia me entregado ao falar dormindo.

- Eu estava no sonho? – perguntou, ainda curioso.

Assenti devagar, sem levantar os olhos.

- Nessie, nunca faça isso entendeu? – ele pegou meu rosto em suas mãos, obrigando-me a olhar em seus olhos – Eu sei o quanto seus sonhos são reais para você, então nunca pense numa coisa dessas. Nunca se arrisque por mim, está ouvindo?

Eu assenti novamente.

Certamente, como no sonho, eu me arriscaria por ele. Como ele poderia pensar que eu sobreviveria sem sua existência?

- Prometa. – sussurrou com a mesma convicção.

Eu suspirei e tirei suas mãos de meu rosto, apertando-as entre as minhas.

- Eu prometo – tentei manter a voz forme para que ele acreditasse.

Ele relaxou um pouco a expressão e pôs a mão em meu rosto novamente, secando as lágrimas que restavam.

- Tudo bem. Vou fazer nosso café da manhã – disse ele, levantando-se.

- Eu faço – levantei-me também, puxando-o pela mão.

Jacob sentou-se à mesa e ficou me observando enquanto eu me movimentava no pequeno espaço da cozinha.

Fiz um sanduíche para mim e dois, ou melhor, três sanduíches de queijo bem recheados para ele, que devorou em um minuto.

O resto da semana se passou rápido demais. Ou talvez tenha sido a minha relutância com o domingo que tornava-a ainda mais curta.

Fiquei mais tranquila em relação aos pesadelos, mas só porque Jacob ficava comigo até eu dormir todas as noites. Comecei a pensar em como eu faria para dormir sem ele após alguns dias.

Fui visitar Billy no hospital duas vezes. Ele estava fraco e debilitado, embora Carlisle afirmasse a Jacob que o estado dele era estável, e que só demoraria na recuperação por causa da idade avançada.

Também fui caçar na sexta-feira. Dessa vez meus pais foram junto, e tia Alice se ofereceu para ir também. Como sempre, ela e tia Rose estavam bem próximas de mim quando eu mais precisava.

************************

Enfim, o dia da viagem chegou. O dia em que minha vida tomaria um rumo que eu não conseguia imaginar como seria.

Acordei bem cedo, apesar de não ter dormido direito, e percebi que Jacob havia levantado antes de mim. Deveria ter ido correr.

Após o café da manhã, comecei a ajudar meus pais a encaixotar nossos pertences. Não todos, pois na casa da Ilha havia tudo o que precisávamos. Tivemos vantagem em terminar logo com nossa velocidade.

Eu estava indo até o meu quarto para arrumar minhas malas quando vi papai encaixotando o piano. Em outras circunstâncias, eu teria pulado de alegria.

- Pai, você vai levar o piano! – minha voz soou estranhamente animada em comparação aos últimos dias.

- Claro! – ele olhou para mim com surpresa, percebendo minha animação – Acha que vamos parar com as aulas?

Eu corri pra abraçá-lo.

- Obrigada - eu disse.

Realmente, eu estava contente com aquela pequena felicidade que levaríamos conosco. Tocar piano seria uma grande descontração para mim.

Fiz minhas malas sem pressa nenhuma, dando mais prioridades de espaço aos meus livros do que para minhas roupas. E eram muitas roupas. Perguntei-me quanto dinheiro que tia Alice tinha gastado comigo poderia ter sido usado para outros fins, como para a caridade, por exemplo.

Coloquei meu medalhão que tinha a foto dos meus pais no pescoço, e o colar que havia ganhado de Jacob, apertando-o entre as mãos por um momento, como se aquele pequeno objeto significasse que eu voltaria logo para ele.

Fomos à casa de Carlilse  para nos despedirmos de todos. Percebi a presença de Jacob assim que entrei. Ele estava de pé, voltado para os vidros laterais, as mãos enfiadas nos bolsos e os olhos fitando as árvores do lado de fora.

Respirei fundo e andei devagar até ele. Ele virou-se para mim e me abraçou forte, demorando em me soltar.

- Ei, baixinha! – ouvi a voz de tio Emmet atrás de mim, e ele ergueu-me em seus braços. Era engraçado como ele me tratava exatamente igual desde meu nascimento. – Você vai fazer falta.

- Vou sentir saudades, Nessie! – tia Rose tirou-me dos braços dele e me beijou no rosto.

Tio Jasper abraçou-me  e não disse nada, mas senti uma onda de paz envolvendo o ambiente. Ele era melhor nisso do que nas palavras.

Angela também estava lá. Ela me desejou boa viagem e passou-me confiança quando disse que mamãe sabia o que estava fazendo.

Carlilse e Esme despediram-se agradavelmente. Me senti mais tranquila vendo as expressões pacificadoras dos dois.

Charlie e Sue vieram falar comigo em seguida. Charlie não escondeu o desapontamento com minha mãe, mas acabou aceitando quando ela disse que era o melhor para mim.

- Vou ficar de olho no garoto. – prometeu ele, e beijou-me no alto da cabeça.

Por fim, tia Alice apareceu descendo as escadas com uma enorme mala cor-de-rosa nas mãos. Eu entendi na mesma hora.

- Tia, não precisava, eu...

- Sem discussões, Nessie! – ela entregou a mala para meu pai – Não vou deixar minha sobrinha se vestir de forma inadequada em um país tropical!

Eu não pude evitar um sorriso.

Ela me abraçou e disse baixinho:

- Não será para sempre. Vou sentir muito sua falta.

- Eu também – eu disse, sentindo um aperto enorme no peito.

Ela tratou de despedir-se de meus pais, como todo o resto. Andamos até o Mercedes de Carlisle, e Jacob me seguiu em silêncio. Eu não havia notado, mas Andressa e Seth também estavam lá, já entrando no carro.

Jacob e eu paramos na porta enquanto os outros seguiam em frente, certamente nos dando privacidade.

Eu o olhei nos olhos e ele me envolveu em seus braços, me apertando tanto que eu teria ficado sem ar, se eu fosse totalmente humana.

Toquei seu rosto suavemente e pensei em todos os nossos momentos da última semana.

Eu vou voltar. Eu te amo, pensei com toda clareza que pude.

- Eu te amo – ele sussurrou e beijou-me nos lábios lenta e delicadamente.

Afastei-me devagar e segurei sua mão. Eu não queria soltar nunca mais.

Seu olhar era o mais profundo que eu já havia visto, e certamente seria o que ficaria em minha memória o tempo todo.

Obriguei meus olhos a desviarem de seu rosto e minha mão soltar a sua. Senti a plateia nos observar à nossa volta, então corri e entrei no carro sem olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

Capítulo novo pra vocês!
O que acharam?
Beijos amores! ^^



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