Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 13
Possibilidade




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333334/chapter/13

Renesmee Cullen's POV

Eu fitei tia Alice ansiosamente, esperando uma resposta para aquele olhar tenso e precavido. Ela me retribuiu o gesto, hesitando o que estava prestes a falar, e apelou a meu pai expressivamente para que ele a acompanhasse. Ele a seguiu e mamãe não pensou duas vezes em imitá-lo, saindo do quarto.

Me mexi na cama e me inclinei para frente, tentando levantar, mas Jacob me empurrou de volta com cuidado, enquanto Carlisle disparava pela porta.

- Vá, Jacob – tia Rose apareceu de repente, assentindo para ele.

- Eu também quero saber – murmurei, esperando que ele me deixasse ir também.

- Fique aqui. Eu volto logo – disse ele. – Cuide dela pra mim, loura. – ele assentiu para ela, também deixando o quarto.

- Tia Rose, por favor! – protestei.

- Não se preocupe, Nessie – ela afagou meu ombro, e depois observou a bolsa de soro – Carlisle disse que lhe deu um analgésico, então logo fará efeito.

Eu levei o cobertor até o pescoço, toquei minha pele e a senti quente, enquanto os pelos do meu braço se eriçavam.

Meus olhos começaram a pesar, mas eu resisti ao sono. Eu queria saber o que tia Alice vira, e esperei por Jacob.

Aguardei por longos minuto, mas ninguém apareceu. Pensei em levantar e procurá-los, mas tia Rose estava de guarda no sofá ao lado, e minha velocidade não seria suficiente para uma fuga. Eu a observei com impaciência, e ela me lançou um olhar cauteloso.

- Durma, meu anjo – disse ela. – Vai estar melhor quando acordar.

Antes que ela terminasse a frase, minhas pálpebras caíram contra minha vontade e eu cedi ao sono profundo.

Abri os olhos lentamente e olhei em volta. Eu não estava mais no quarto do meu pai, agora estava em meu próprio quarto, no chalé dos meus pais.

Tinha vagas lembranças da noite anterior. Lembrava de ter um sono agitado, e que acordei várias vezes, ouvindo o som feroz da chuva que caía do lado de fora.

Era de manhã bem cedo e minha mãe me fez tomar o café da manhã. Eu ainda não tinha fome, embora estivesse extremamente fraca.

Tentei comer um pouco, por instinto de sobrevivência, mas meu corpo não reagia com nada que lhe era dado. Meu estômago revirou-se pelo avesso e eu vomitei o pouco que havia ingerido.

Estar em meu quarto era uma vantagem. Nosso chalé era menor que a enorme casa de Carlisle, e pra mim era mais confortável e aconchegante.

Sentei devagar e coloquei os pés para fora da cama, apoiando-me nos braços. Não me sentia totalmente confortável, mas pelo menos parecia que não tinha mais febre, e alguém tinha retirado as agulhas do meu braço, e colocado-as no outro. Fitei a bolsa de soro com desdém. Quando aquela tortura acabaria? Eu queria poder me alimentar normalmente, poder correr pela floresta, caçar outra vez. Eu ainda não entendia o que estava acontecendo comigo, e não conseguia imaginar o que poderia acontecer se as coisas continuassem naquele ritmo.

Permaneci naquela posição por alguns segundos, esperando que Jacob chegasse, enquanto minha mãe mexia em meu armário, talvez o arrumando.

Eu a vi pegar uma escova de cabelo, aproximar-se  e começar a desembaraçar meus cabelos delicadamente.

Respirei fundo antes de abrir a boca. Eu precisava perguntá-la e saber a verdade.

- Mamãe?

- Sim? – sua voz era macia e aveludada.

- O que tia Alice viu?

Ela fez uma pausa, procurando pelas palavras.

- Ela...

- Bells? – Jacob interrompeu aos sussurros, entrando timidamente no quarto – Edward está chamando você.

Ela beijou minha testa e saiu rapidamente ainda com a escova nas mãos.

Jacob me olhou com um meio sorriso, erguendo as sobrancelhas, e sentou-se ao meu lado.

- Não me olhe deste jeito – desviei o olhar, de repente constrangida com minha aparência. Eu tinha certeza que havia emagrecido e não tinha mais cor. – Estou horrível.

Ele riu baixo, contornando com a ponta do dedo indicador o formato dos meus lábios.

- Impossível.

Eu o fitei e fiz uma careta, seguida de um sorriso.

- E você? Vai me contar a visão de tia Alice?

Ele não respondeu, fechando o sorriso.

- Jacob, por favor – suspirei.

- Você não precisa saber. Vamos cuidar de tudo.

- Cuidar de tudo? – elevei o tom de voz o quanto pude, ficando baixo mesmo assim. – Não estou  nos planos?

- Nessie, - ele me encarou, com a expressão tranquila – não quero que se preocupe com nada. Só quero que você se recupere logo.

Eu desviei os olhos e colei-os no chão, fechando a cara.

- Eu quero saber.

Ele suspirou, depois seguiu meus olhos, esperando que eu o olhasse. Mas eu resisti.

- Alice viu mais uma armação da Volturi sem juízo. – ele esperou por minha reação, mas eu a mantive estável – E então entendemos o que estava atingindo você.

Eu o olhei nos olhos e repente, e franzi a testa, ficando confusa.

- Mas o poder de Jane só funciona quando ela está presente – eu ofeguei, pensando por um instante que ela estivesse por perto.

- Não é ela, exatamente.

- Outro vampiro?

Ele suspirou e assentiu, deixando revelar uma raiva incorporada em seus olhos, e parecia entediado por a cena estar quase se repetindo.

- Estou ficando irritado com estes joguinhos dela. Jane nos enganou nos fazendo pensar que havia algo de errado com você, quando na verdade enviou outro vampiro, aliás, vampira para lhe machucar.

Jacob me analisou, preocupado com como eu reagiria. Tentei parecer relaxada, para amenizar a expressão de seus olhos que me perturbava.

- Quem é ela? – perguntei.

- Ela chama-se Susan. É uma recém-criada de poder raro. Pode enfraquecer a pessoa até a morte, lançando o olhar em seu alvo apenas por alguns segundos.

Fiz uma breve pausa, tentando digerir suas palavras.

Jane estava em ação outra vez. Isto era óbvio, eu esperava aquele momento, e tinha certeza que ela não desistiria de seu plano de vingança. Eu era o alvo mais fácil da sua revolta contra os Cullen.

Mas como tia Alice não viu esta tal vampira Susan por perto? Talvez este fosse o motivo de seus olhos tensos e de sua distância de mim. Ela ficava realmente irritada e sentia-se inútil quando não conseguia ver algo.

Jacob mantinha seus olhos fixos nos meus, esperando que eu reagisse. Eu processei as informações em meu cérebro, tentando pensar no que iria acontecer agora que sabíamos o motivos das estranhas reações do meu corpo nos últimos dias.

Então soltei as palavras de uma só vez.

- Por que tia Alice não pôde vê-la?

- Ela escondeu-se na reserva, onde as visões de Alice não funcionam e onde a matilha nem pensava em procurar. Foi imprevisível. Jane a informou de tudo. Quando fomos a La Push no seu aniversário, Susan começou a agir. Mas você só veio sentir os efeitos um tempo depois, porque o poder dela tarda, mas é infalível. – ele suspirou – Se Bella soubesse... poderia ter protegido você.

Ele hesitou, reprimindo os lábios. Percebi que ele não queria ter falado tudo aquilo. Mas eu precisava saber. Era justo. Tratava-se de mim, de Jacob, de todos que eu amava.

Digeri as palavras uma a uma, analisando suas expressões. Notei sua voz engrossar com um rancor súbito ao pronunciar a palavra infalível.

O poder de Susan seria tão forte que eu morreria com um único olhar seu? Estremeci ao pensar na possibilidade e Jacob envolveu-me em seus braços, puxando-me para si, e  aninhando-me em seu peito.

- Não tenha medo – ele murmurou – Não vou deixar que nada aconteça com você, meu amor.

Sua voz me confortou como uma canção de ninar, cintilando o doce som em meus tímpanos.

Embora eu me sentisse frágil, vulnerável, e talvez com a possibilidade de conhecer a morte, aquele era o lugar que eu desejava ficar para sempre, envolta entre os braços perfeitamente confortantes e ardentes de Jacob. Ele encaixava-se a mim como a última peça de um quebra-cabeça.

Eu ficaria ali até o fim dos meus dias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Imprinting" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.