Eclea escrita por Matt Chosmos


Capítulo 3
Desaventuras de infância




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Quando criança, Eclêa sofreu um acidente na escola. No recreio, enquando jogava volei, em uma quadra compartilhada, acabou sendo acertada por uma bola de basquete. Mas isso não foi o pior. Um garoto, sem querer, não se sabe ao certo, no momento da aula, tentou jogar uma borracha para o seu colega, que estava sentado na frente de Eclêa, e acertou-a no olho ao jogar para o amigo, do outro lado da sala. Isso lhe causou sérias consequencias, como não poder mais chorar. Mas ela tentou.
Tentou chorar. E não conseguiu.
Chorou por que não conseguia chorar. E não conseguiu, novamente.
Os médicos disseram que era permanente, que as pancadas haviam afetado o funcionamento de certas partes dos olhos, mas que ela não ficaria cega, entretanto, poderia ver as coisas embaçadas de vez em quanto.

Passou a adolescencia sofrendo com isso, cada vez mais tinha menos vontade de chorar. Estava sendo taxada de sem sentimentos, durona, entre outros. Mas ela não ligava para isso. Até que, aos seus 17 anos, ela parou de chorar em qualquer ocasião. Desistiu. Chorava por dentro, mas por fora, continuava sem expressão. Não demonstrava mas tanto sentimento quanto na infância. Virou a mulher dura e sem sentimento, que todos falavam.

Outro incidente, aos seus 14 anos, ocorreu quando ela iria fazer um intercâmbio na rússia, depois de 3 anos juntando dinheiro, e queria passar um tempo com a família antes de ir. Insistiu, e conseguiu levar seus pais para um parque de diversão, que era um dos seus sonhos, já que raramente aparecia um parque na sua cidade. O pai foi na montanha russa, sozinho, já que nunca pode ir em uma, era muito pobre na infância. Tinha medo, e não queria que a família vi

sse ele gritando, e talvez, chorando. Depois disso, a família não viu mais nada... nem ele.

A montanha russa já apresentava defeitos, mas, com a reabertura do parque, decidiram abrir-lá, mesmo com defeitos. E foi isso o que aconteceu. Saiu do trilho, e todos que estavam lá, morreram, ou sairam voando, ou ficaram pendurados, ou bateram contra alguma coisa e explodiram. Eclêa sente-se culpada pelo que aconteceu com o pai. Ela nunca foi em outro parque de diversão.

Sozinha, na rua, morando em bancos e comendo comidas baratas e não saudáveis, teve uma ideia. Como era esperta, e o dinheiro que foi pago pela construtora como indenização estava acabando, teria que arrumar um emprego e um lugar para morar logo.

"Estou ficando sem dinheiro", pensou.

Lembrou que tinha um lugar em que ela poderia ir. Um lugar cheio de lembranças que ela não gostaria de lembrar, mas era sua última esperança... não tinha a opção de escolher se queria ou não escolher.


































































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