POV. Angel

Ainda estávamos abraçados. Castiel estava chorando e disse que iria me assumir.

Castiel: Angel... me desculpe por não querer admitir que eu gosto de você.

Angel: E-eu não estou acreditando que você fez isso Castiel.

Castiel: E por quê?

Angel: Eu não esperava tanto de você.

Nos beijamos, mas a Ísis entrou sem querer. Ficamos envergonhados. Não sabíamos como reagir. Ela tentou disfarçar a situação.

Ísis: Opa... eu vim pegar o meu lanche.

Angel: Mais os lanches ficam nos armários.

Ísis: Mas, eu trouxe ele para a sala.

Ela pegou o lanche e saiu da sala. Eu e o Castiel ficamos por um tempo nos olhando até que a Deborah e o Dake entraram. Eles queriam saber o que tinha acontecido. Nós ficamos calados até o sinal bater. Não comentamos nada o recreio inteiro.

Assim que o recreio terminou a Deborah foi fazer uma ligação junto com o Dake, deixando eu e o Castiel juntos. Ele prometeu-me que na saída da escola iríamos juntos, mas eu estava com uma sensação ruim de que o Castiel não cumpriria a promessa.

POV. Deborah

Assim que o recreio terminou, fui fazer uma lição com o Dake. Antes de fazer a ligação, ficamos um tempo combinando o que iríamos fazer para separar o Castiel da Angel. Afinal iríamos ligar para alguém para fazer um serviço sujo para nós.

Deborah: E aí? Pensou em alguma coisa?

Dake: Não consegui pensar em nada.

Deborah: Pensa logo seu palerma. Eles já devem estar combinando tudo.

Dake: Tudo o que?

Deborah: O Castiel provavelmente vai querer assumir a Angel. Temos que impedir.

Dake: Diz que... você tá grávida.

Deborah: Credo, você tá maluco? Nós nem transamos ainda.

Dake: Vamos fazer o que então?

Deborah: Um motoboy!

Dake: Vamos transformar o Castiel em um motoboy?

Deborah: Não! Vamos contratar um motoboy.

Dake: E ele vai fazer o que?

Deborah: Vai causar um acidente no Castiel. Meu plano é que o Castiel vá parar no hospital.

Dake: E depois que ele voltar, ele vai assumir a Angel do mesmo jeito.

Deborah: Não se ele perder a memória.

Dake: Mas, como?

Deborah: É provável que se ele bater a cabeça ele esqueça a Angel.

Dake: E se ele não esquecer?

Deborah: É provável que esqueça.

Dake: E se ele não esquecer?

Deborah: Calma, eu vou ligar para o meu tio. Ele é médico. Ele vai me dizer o que pode acontecer.

Eu liguei para o meu tio. Ele ficou me perguntando por que eu queria saber daquilo, mas eu não contei.

Ligação ON.

Deborah: Tio?

Felipe(tio): Sim! Quem fala?

Deborah: É a Deborah tio!
Felipe(tio): Quanto tempo Deborah. O que deseja?

Deborah: Só quero uma informação. Tio, se uma pessoa sofre um acidente de moto e bate a cabeça, é provável que?

Felipe(tio): Ele pode ter perda de memória, mas pra que você quer aber disso?

Deborah: Nada tio, só pra saber mesmo. Tchau.

Ligação OFF.

Desliguei antes que ele pudesse terminar de falar. Após a confirmação do meu tio sobre o que aconteceria caso alguém sofresse um acidente e batesse a cabeça, eu liguei para um amigo motoboy para pedir os seus serviços.

Ligação ON.

Deborah: Luca? Sou eu a Deborah.

Luca: Oi Deborah, o que deseja pra hoje?

Deborah: Um acidente.

Luca: Como assim?

Deborah: Quero que atinja o meu namorado Castiel com a sua moto. Ele tem que bater a cabeça, entendeu?

Luca Entendi! Que horas eu tenho que tá aí?

Deborah: Em casa não aqui na escola. Vem assim que acabar a aula!

Luca: Ok? Mas, não vai dar problema pra mim né?

Deborah: Não, todos vão achar que é um acidente!

Luca: Tá bom então. Quero que me pague.

Deborah: Quanto?

Luca: Depois nós acertamos. Tchau.

Deborah: Tchau.

Ligação OFF.

Após conversar com o Luca, coloquei um sorriso malicioso no rosto e olhei para o Dake. Apenas nós sabíamos o que ia acontecer. Ninguém suspeitava de nós. E o Castiel iria ser só meu.

POV. Angel

A Deborah e o Dake estavam demorando, por isso eu e o Castiel fomos na frente. Esperamos eles na aula de artes, mas eles não foram. Fiquei preocupada com o Castiel. Eu sabia que aquela cobra estava planejando algo. Ela havia me confessado ter mentido sobre o Castiel. Eu não a perdoaria se ela um dia tivesse sido minha amiga.

Quando bateu o sinal do fim da aula, eles apareceram. Estavam rindo de alguma coisa. Arrumaram o material rapidamente e foram para fora da escola. Eu e o Castiel fomos depois. Estávamos combinando o discurso. Mas será que o Castiel teria coragem de me assumir? Ou ele seria um covarde?

Fomos para fora da escola. Ele chamou a atenção de todos. Ele não seria mais o mandante da escola. Ele disse que abriria a mão de tudo por mim.

Castiel: Gente eu quero atenção. Eu tenho que dizer uma coisa. Eu não sou mais o mandante da escola. – No momento em que ele falou isso, todos ficaram surpresos e se perguntavam o porquê dessa decisão tão precipitada.

Deborah: Continue Castiel, o que tem pra falar?

Castiel: Eu estou...

Nesse momento um motoboy acertou o Castiel. Ele ficou sangrando em uma parte da testa. Chamamos a ambulância. Eu liguei para a mãe do Castiel, mas ela não atendeu. A partir dali eu percebi por que o Castiel era tão duro. Ele nunca teve o amor dos pais. Ele ficou sozinho quase a vida dele inteira.

Ele foi levado para a UTI, onde o doutor anunciaram o quadro de saúde dele.

Antônio(doutor): Quem são os familiares do paciente: Castiel?

Deborah: Eu sou a...

Angel: EU... sou a namorada dele!

A Deborah ficou olhando pra mim com uma cara maliciosa. Ela não se manifestou para dizer nada. Simplesmente ficou calada.

Antônio(doutor): Cadê os pais do rapaz?

Angel: Eles não atendem as ligações!

Antônio(doutor): É bem comum isso, dos pais não aparecerem. Mas, o rapaz está bem.

A Deborah ficou radiante, mas estava confiante de que alguma coisa ia acontecer. O doutor deixou-nos entrar na sala em que o Castiel estava internado. Ele estava dormindo, por isso o doutor pediu para que não o incomodasse. Saímos do quarto já que ele ainda não havia despertado.

Ele dormiu por mais vinte minutos. Ele acordou tonto por isso a enfermeira o ajudou. Ele foi até a sala de espera e reconheceu apena o Dake.

Castiel: Dake.

Dake: Oi Castiel. Você tá bem cara?

Castiel: Claro, além do mais o segundo ano está demais!

Dake: Segundo ano?

Eu me intrometi na conversa. Eu não estava entendendo por que ele estava falando daquele jeito com o Dake. Eles eram piores inimigos e o Castiel estava no terceiro ano e não no segundo.

Angel: Castiel você e o Dake são piores inimigos e você está no terceiro ano e não no segundo.

Castiel: Quem... é você?

Eu não estava entendendo nada. O Castiel estava confuso, só podia ser isso. Ele não me reconhecia. Mas, por que?

Angel: Castiel sou eu a Angel.

Castiel: Eu não te conheço.

Angel: Como assim? Eu sou sua...

O doutor chegou. Ele mandou-nos não perturbar o Castiel. Ele estava confuso era só o que eu imaginava. Mas, o doutor me chamou para conversar e confirmou que não. O Castiel havia perdido a memória e só se lembrava do passado. Ele não tinha nenhuma memória recente. Inclusive eu.

Antônio(doutor): Minha cara, você não pode forçá-lo a nada. Ele perdeu a memória e isso é normal quando se bate a cabeça com tanta força assim.

Angel: Mas, então ele se esqueceu de mim?

Antônio(doutor): É bem provável! Ele só vai se lembrar de um ano atrás. As memórias recentes dele foram perdidas.

Angel: QUANDO ELE VAI VOLTAR AO NORMAL? – Eu disse já chorando.

Antônio(doutor): Calma, isso requer paciência.

Angel: PACIÊNCIA? Ele ia me aceitar e agora ele nem sabe quem sou eu.

Antônio(doutor): Pela pancada dele, sugiro que ele recupere a memória em um ano.

Angel: Eu não posso esperar um ano.

Antônio(doutor): Desculpe, mas é só isso que dá pra mim fazer.

Eu sai correndo, chorando. Castiel nem olhou pra mim. Mas, pra que olhar mesmo? Ele nem sabe quem sou eu.

POV. Deborah

Eu estava com o Castiel e o Dake, até que a Angel saiu correndo e chorando do consultório. Pelo jeito que ela estava eu já tinha a confirmação de que o Castiel realmente... se esqueceu dela.