A Verdade Sobre Lin. escrita por BlindBandit


Capítulo 8
Capítulo 8 - A Revelação.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333066/chapter/8

- Acorda Sokka, seu velho. – disse Toph, e com dominação de terra sacudiu o quarto. 
- Ei!.... Eu não estou velho... aiaiai, minha coluna! – disse Sokka. – Ok, eu estou ficando velho. 
Toph riu. Ela prendeu seus cabelos brancos em seu penteado habitual e colocou a faixa de policial. Sem sua insígnia de chefe presa nela.
Sokka nem tirou o pijama. O velho aposentado andou arrastando os pés até a sala de jantar, onde Lin, agora adulta, preparava o café. Ela usava um uniforme da policia idêntico ao de sua mãe, mas o seu tinha a insígnia de chefe colada no peito. 
- Bom dia chefe – disse Sokka para Lin.
- Bom dia Sokka – ela disse sorrindo. 
Toph agora estava sentada na mesa tomando café junto a eles quando a terra tremeu. 
- Ah droga – disse Lin para si mesma, então ela pegou um punhado de comida e colocou em uma bacia, e caminhou até o jardim. 
- Toma – ela disse, virando toda a comida da bacia no chão. Um buraco se abriu e dele saiu uma toupeira-texugo, que depois de comer, pulou em cima de Lin lambendo seu rosto. 
- Sai bandida, sai – disse Lin rindo. 
- Vamos Lin – disse Toph, agora na porta da casa. – Se não vamos chegar atrasadas. 
- Ok, até mais tarde bandida – disse Lin acariciando o focinho a toupeira-texugo, e depois o animal gigante abriu um buraco na terra e sumiu.

Lin e Toph tiveram um dia comum no trabalho. Parado como na maioria dos dias. Lin preencheu alguns formulários e deu algumas ordens enquanto Toph ficou sentada no lugar mais alto da delegacia. Um espaço no gabinete de Lin, de onde ela podia arremessar caroços de melão em todos que passavam por baixo dela. 
- Pare de fazer isso mãe – disse Lin enquanto escrevia em alguns papeis. 
- Eu não sou sua mãe! Eu sou o senhor do melão! Muahahahahaha
Lin sorriu. Toph costumava dizer isso para ela quando ela era pequena. Toph estava mais ou menos aposentada. Ela ainda era a dominadora de terra mais poderosa que se podia encontrar, mas ela agora so usava suas habilidades em emergências, as quais eram muito pouco frequentes. Então Toph basicamente ficava lá com Lin batendo papo e esperando o tempo passar, ou alguma coisa interessante acontecer. Lin adorava a companhia de sua mãe, isso tornava o trabalho menos maçante e muito mais divertido. Ainda mais quando os policiais novos entravam em sua sala para lhe dizer que misteriosas sementes de melão estavam os atingindo. Ela e Toph se divertiam muito.

Quando era quase fim da tarde o telefone tocou. Lin o atendeu. Sua expressão passou de relaxada para preocupada e alerta em alguns segundos. Então ela desligou o telefone e levantou da cadeira rapidamente.
- O que há? – perguntou Toph. – Algum traseiro para chutar?
- Não, alguma coisa aconteceu com tio Sokka... 
- Sokka! - disse Toph, e então ela pegou Lin pela mão como se ela fosse uma criança e correu delegacia a fora.
Toph entrou na casa como um furação. Ela derrubou algumas portas e um pedaço da cerca da casa em sua chegada. Lin estava logo atrás dela, tentando acompanhar os passos de sua mãe, que mesmo velha tinha ainda muita força e energia. 
- Sokka? – chamou Toph preocupada. 
- Estou aqui – ele disse com uma voz risonha vinda do quarto. 
Toph seguiu a voz de seu marido, e o encontrou deitado na cama, com seus cabelos brancos bagunçados, ele sorria como um bobo para Toph.
- O que aconteceu? 
- Nada que merecesse tanto alarde. Eu só estava caminhando na praia e me senti mal. Me deu uma tontura e eu cai sentado no chão, mas uma doce jovem me ajudou a voltar para casa. Foi ela quem ligou para Lin. 
Toph e Lin ficaram aliviadas. 
- Então, já que não é nada serio, eu preciso voltar ao trabalho. 
- Eu vou ficar, sou inútil lá mesmo – disse Toph – Vejo você a noite filha. 
Toph acompanhou com seus ouvidos todos os passos de Lin e o bater da porta antes de se virar para Sokka com uma expressão preocupada no rosto. 
- Ta bom cabeça de carne, desembuche. E não adianta tentar outra desculpa, eu sei que você está mentindo. 
Sokka suspirou.
- A maioria foi verdade, mas o que eu menti foi que não me bateu só uma tontura, eu apaguei. Eu perdi minha audição e então tudo ficou preto. 
Toph parecia preocupada.
- Ah, quem me dera Katara ainda morasse aqui – disse Toph. – Ela saberia o que fazer. 
Sokka concordou com a cabeça.
- E eu não quero preocupa-la. Agora que ela finalmente arrumou alguma coisa para se ocupar e superar a morte de Aang. Sabe, ela me disse que treinar a pequena Korra não tem sido nada fácil. 
- Nunca é fácil treinar o Pés Pequenos – disse Toph sorrindo com a lembrança. 

Sokka não melhorou. Pelo contrario. Há algumas semanas ele havia perdido quase toda sua força. Ele passava a maior parte do seu tempo deitado na cama. Toph agora havia se aposentado definitivamente. Ela quase não saia do lado de Sokka e fazia tudo para ele. Eles passaram as semanas que se seguiram relembrando os velhos tempos. Ambos riam muito, e algumas vezes derramavam algumas lágrimas. Lin viu de relance Sokka e Toph colocando coisas em uma caixa de madeira, mas toda vez que Lin se aproximava da caixa, Toph a mandava para longe. Todas as noites Toph abraçava Sokka com força antes da cair no sono. O medo de perde-lo era muito grande. 
Quando as coisas pareciam estar indo bem outra vez, o pior aconteceu. Toph estava na cozinha, pegando um copo de água para Sokka quando ele começou a ter uma crise de tosse muito forte, muito pior das quais ele havia tendo. Toph largou tudo o que ela estava fazendo e correu até ele. Ela segurou a mão de seu velho companheiro até a crise passar, então ele olhou fundo nos olhos brancos de Toph, ele sorria.
- Eu já disse que você é linda? 
Toph riu. – Pare com isso Sokka, você me deixou preocupada.
Sokka não respondeu. Toph pode sentir seu coração batendo devagar. Devagar demais.
- Escute Toph, nossa geração já passou. Aang já não esta mais conosco e nós temos que admitir que estamos bem velhos – ele riu. – Nós passamos tanta coisas juntos, e tudo isso foi a melhor época da minha vida. Eu não sei o que seria de mim se eu não tivesse levado Katara para pescar comigo aquele dia. – Sokka pegou as mãos de Toph – Escute meu bem, eu sinto minha vida partindo, e eu quero que você se mantenha forte tudo bem? Solida como rocha! Você foi a mulher mais corajosa, incrível e doce que eu já conheci em toda a minha vida, e foi uma honra para mim ter vivido tantos anos ao seu lado, e ter tido uma filha maravilhosa com você. Eu nunca amei ninguém como eu amei você Toph Bei Fong – ele passou uma das mãos no cabelo de Toph. – Agora eu tenho que ir amor. Te vejo mais tarde chefe. – ele disse batendo continência. Então sua mãos ficaram soltas ao lado do corpo, e ele respirou pela ultima vez. 
- Sim senhor capitão – disse Toph batendo continência de volta. Seu rosto estava manchado de lágrimas. 
Ela caminhou até o banco no jardim. O banco em que ela costumava sentar-se com Sokka, e chorou. Toph chorou como nunca. Sokka havia partido e agora ela sabia que não existia nenhuma chance de ele voltar. Não haveria mais abraços, nem piadas bobas que ela forçava si mesma rir. Não haveria mais aquele cheiro que ela tanto amava, e nem aquela voz tão familiar. Toph ficou sentada com a cabeça entre as mãos por horas. E quando Toph achava já não haviam mais lágrimas para serem choradas um novo acesso começava, deixando seu rosto molhado e seus olhos vermelhos e inchados. Toda vez que ela sentia alguns cheiro que lembrava ele, ou acidentalmente ouvia sua voz ou seus passos as lágrimas voltavam a arder em seus olhos.
Quando estava anoitecendo e Toph finalmente havia se acalmado ela pegou o telefone e telefonou para Katara. Ela atendeu preocupada, e quando Toph finalmente reuniu força e coragem o suficiente ela contou a má noticia, Katara não disse nada alem de “ Estou indo “ com a voz carregada de lágrimas, e desligou o telefone.

Lin chegou em casa e seguiu o som do choro de sua mãe. Ela encontrou no jardim uma senhora com os cabelos brancos soltos ao vento, ela usava um vestido verde e seus pés descalços tocavam o chão delicadamente. Sua mãe nunca ficaria desse jeito a não ser que o pior houvesse acontecido. Os olhos de Lin se encheram de lágrimas e ela correu para abraçar sua mãe, que parecia muito frágil e indefesa, ao contrario da imagem que ela sempre passava, mesmo em sua velhice. 
- Mãe? – Lin perguntou com a voz chorosa depois de um tempo. – Sokka...?
Toph confirmou com a cabeça. Outra serie de lágrimas começaram a sair dos olhos de Toph, seguido por soluços. Ela enterrou o rosto no peito de sua filha, que agora a abraçava. Lin agora também tinha lágrimas espalhadas por todo rosto. Quando ficou frio demais para que Lin e Toph ficassem fora de casa, Lin pegou agasalhos para ela e para sua mãe e então a conduziu para fora da casa, em direção ao templo. Nem ela nem Toph queriam ficar naquela casa por enquanto.

Lin subiu as escadas com Toph, ambas estavam arrasadas. Quando elas finalmente chegaram ao topo uma mulher grávida vestindo roupas de dominador de ar apareceu confusa.
- Olá Pema – disse Toph com a voz chorosa. 
Tenzin logo apareceu confuso, e assim que Lin o viu, ela correu até ele, o abraçando. Ela agora soluçava. Tenzin olhou confuso para Pema no inicio, mas depois passou os braços em volta de Lin para confortada. Pema olhou desconfiada.
- O que houve? – perguntou Pema a Toph com sua voz gentil. 
- Sokka... – foi tudo o que Toph conseguiu dizer. Ela não queria se desmanchar em lágrimas mais uma vez. Os olhos de Tenzin se arregalaram e depois ficaram molhados.
O olhar de desconfiança de Pema se tornou doce e cheio de compaixão. Ela conduziu Toph e depois Lin até um dos quartos do templo, enquanto Tenzin fazia algumas ligações. 
- Tudo vai ficar bem – disse Pema a Lin, e entregou a elas copos de água com açúcar. 
Lin e Toph passaram a noite no templo. Nenhuma delas conseguiu pregar o olho, e nenhuma delas disse nenhuma palavra sequer. Elas ficaram perambulando tentando digerir tudo o que havia acontecido e tentavam reorganizar os pensamentos. Na manha seguinte elas criaram coragem para voltar a sua antiga casa. Foi muito difícil para Toph deitar na cama e perceber que aquele familiar corpo quente não estava mais lá. E mais uma vez ela chorou até dormir.
Nas semanas que se seguiram Lin tentou compensar sua dor no trabalho. Ela saia cedo e voltava muito tarde. Toph, por outro lado, não tinha nada para fazer a não ser se lembrar de Sokka a cada segundo. Katara chegou na cidade e ficou no templo com seu filho. Ela sempre vinha conversar com Toph, e as vezes Lin as via rir, talvez de alguma idiotice que Sokka costumava fazer, mas ambas estavam sofrendo muito. 
Semanas, talvez meses se passaram. Katara voltou para o Polo Sul e agora Toph não tinha absolutamente nada para fazer. Ela passava quase todo o tempo no quintal e acariciava Bandida quando esta resolvia aparecer. 
Com o tempo, Toph ficou doente. Ela passava o dia todo deitada, estava mais pálida e fraca do que nunca. Sua vida parecia se esvair a cada dia que passava. A morte de Sokka havia afetado Toph mais do que tudo. Lin sabia que a hora dela estava chegando. 
- Sabe Linnie – disse Toph inesperadamente quando Lin estava no quarto com ela. – Pelo menos eu vou estar perto dele, e quem sabe eu não esteja em minha boa forma outra vez.
Ela sorria ao dizer isto.
Mas algum tempo passou e as piadas de Toph ficaram menos frequentes, até mesmo suas pancadas no braço de Lin havia parado. Agora Toph sabia como Katara se sentia. 
Então, em uma linda noite com o luar entrando pela janela do quarto, quase um ano após a morte de Sokka, Toph se foi. Simplesmente parou de respirar. Ela morreu sorrindo, com certeza Sokka havia vindo busca-la. 


Meses depois, Lin estava sentada no jardim com Bandida quando a correspondência chegou. Em meio a cartas e contas havia um pacote de papelão. Lin o levou para dentro de casa, e nele encontrou uma caixa de madeira com um bilhete colado em cima. Nele dizia:
“ Lin, sua mãe pediu que depois da partida ela eu lhe entregasse isto, então, aqui está.
Com amor, de sua tia Katara. “
Lin abriu a caixa com cuidado. Agora ela se lembrava de ter visto Sokka e Toph com essa caixa algumas vezes. Dentro dela havia muitas coisas. Lin retirou dela um pedaço de papel enrolado, era um cartaz de procura-se de uma tal Fugitiva com um desenho muito mal feito de sua mãe, lá também havia a pulseira espacial de Toph, que Lin colocou no braço. Lá haviam muitas outras quinquilharias como todos os desenhos que Lin havia feito, até um boomerang tinha lá dentro. Tudo o que fora especial para Sokka e para Toph. Depois que ela esvaziou a caixa, ela encontrou uma pequena fita, com um bilhete amarrado, escrito com a letra de Katara. “ Para Lin, da mamãe” 
Lin acendeu a lareira e sentou-se na frente do fogo, então ela colocou a fita no tocador e o que saiu de lá a surpreendeu muito.
“ -Ei Lin, sou eu – disse a voz de Toph. – Eu gravei isso aqui enquanto você estava no trabalho, uhmm... algumas semanas após a morte de Sokka, Katara esta aqui comigo, ela está me ajudando com tudo isso.
- Oi Lin - disse a voz de Katara.
-Bom, eu não sei por onde começar... acho que vou começar do começo.
- Seria uma boa Toph – disse Katara irônica
. “
Lin Riu 
“ - Bom, eu e Sokka namoramos antes de você nascer, quando éramos jovens e apaixonados. Então ele recebeu uma proposta extraordinária de emprego no polo norte, e partiu para lá. Foi quando eu descobri que estava grávida de você Lin. 
A gravação ficou um tempo em silencio.
“ – acho que já deu tempo para você absorver a informação, e se você quer uma confirmação, sim Linnie, Sokka é seu pai. Ele não sabia que eu estava esperando você quando partiu, mas soube logo que voltou catorze anos depois. Eu e ele conversamos, e chegamos a conclusão de que era melhor esperar para te contar e... o tempo passou e quando eu dei por mim Sokka havia partido. 
Me perdoe Lin, me perdoe por ter escondido isso sua vida inteira. Eu sabia que você considerava Sokka como um pai, então eu achei desnecessário... Oh, vou parar de mentir, eu tive medo, tanto medo que estou gravando isso para você ouvir depois da minha partida. Eu sou patética. Mas eu espero que um dia você perdoe sua mãe. – a voz de Toph estava um pouco chorosa.
Então, eu acho que é isso queridinha. Ah, e mais uma coisa, lembre-se sempre, não importa onde você esteja, mesmo longe, eu ainda amo você minha pequena dominadora de terra.
 “

O som ficou mudo, assim como Lin. Então depois que seu choque passou ela limpou as lágrimas de seu rosto e sorriu. Porque sua mãe ainda estava um passo a frente dela, mesmo depois da morte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

esse foi o ultimo capitulo galeraa, espero que tenham gostado*-* comentem o que acharam.. por favor!