- Devagar Katara, Tome cuidado 
- Pare de se preocupar comigo Aang, eu não estou doente, só estou grávida ! E eu nunca me senti tão viva ! 
Aang a pegou no colo, Katara ria. Quando ela iria imaginar que aquele garotinho encontrado no iceberg se tornaria esse homem tão bonito ?
Aang a carregou pela ilha, muito ainda estava em construção, mas uma pequena parte já estava pronta. Uma casa ao lado do templo. A ilha se localizava perto a poucos quilômetros da Republic City, que ainda estava em construção. O templo comportaria qualquer um que decidisse viver como um monge. Eles ofereceriam instalações e comida a fim de recriar o povo do Aang, que fora exterminado cem anos antes pela nação do fogo. 
- Amor, eu posso andar ! – protestava Katara sorrindo – devo estar cansando seus braços !
Aang sorriu. Eles entraram na casa que era um ambiente aconchegante, era grande só para os dois, mas Katara quis assim para ter lugar para os futuros filhos. Tinha quatro quartos. E ao entrar no deles, Aang colocou Katara em cima de cama e a beijou.
Katara começou a rir.
- Aang ! você não fez a barba ? ela está me fazendo cócegas !
- Eu tinha decidido deixar crescer, mas se te incomoda...
- Eu adorei – disse Katara, e puxou Aang para mais um beijo. 
- Sabe Aang – disse Katara depois de alguns minutos – eu já mencionei que essa roupa de dominador de ar é muito complicada de tirar ? 
- Não seja por isso – respondeu Aang sorrindo. 
E com uma lufada de vento, todas as roupas voaram para o canto to quarto, deixando-o somente de roupas intimas.
- Bem melhor. – respondeu Katara. E voltou a beija-lo.




Na Manha seguinte, Aang acordou cedo, o sol ainda estava nascendo quando ele se levantou e começou a construir mais uma parte do tempo, um centro de meditação. Era um grande gazebo de madeira. Com algumas madeiras voando por dominação de ar, um pouco de dominação de água para cortar as madeiras, e um pouco de dominação de terra para ajustar o terreno, depois de duas horas o gazebo ficou pronto. Ainda era oito da manha, e Aang achou cedo para ir acordar Katara, afinal, ela havia tido um dia longo. Então ele se sentou e decidiu inaugurar seu gazebo com uma meditação. 
Em pouco tempo, Aang já não se encontrava nesse plano. 
Sua alma havia saído de seu corpo e ido direto para o mundo espiritual. Quando ele se deu conta, estava em um lugar estranho. Ele se encontrava sentado em cima de uma rocha, a vegetação era pouca em volta dele, só um pouco de feno crescia por ali. Alguns tufos do feno pareciam ter sido cortados recentemente, o que era estranho, já que não tinha ninguém por ali.
- Olá Aang – disse uma voz rouca e familiar
- Roku ! – exclamou Aang – A quanto tempo ! Tem alguma coisa errada acontecendo ?
- Não Aang – respondeu Roku pacificamente – Mas ainda tem algo que você precisa fazer. Você se lembra de quando você e o senhor do fogo Zuko foram visitar os mestres de dominação de fogo? Os dragões Hen e Sho ? 
Aang concordou com a cabeça.
- Pois bem. Achava-se que os dragões estavam extintos, mas na verdade eles viviam junto dos Guerreiros do Sol. O caso é parecido aqui Aang. Os animais que foram os primeiros mestres do dominação, como os dragões ou as toupeiras cegas nunca são exterminados por inteiro. De alguma forma, seus instintos os avisam que alguma coisa prejudicial a sua espécie esta chegando então alguns deles foge para a própria preservação da espécie. 
- Você não conhece esse lugar onde estamos Aang. Ele nunca foi habitado por humanos, mas agora ele é a casa de uma família de bisões voadores. 
- Bisões voadores? – exclamou Aang – Eu pensei que só o Appa tivesse sobrevivido! 
- Não Aang. Alguns bisões fugiram quando pressentiram que a nação do fogo iria ataca-los, eles fugiram para um vale, localizado perto to templo do ar do Sul. 
- Foi de lá que eu vim ! 
- Isso mesmo Aang. Alguns bisões fugiram de lá e vieram para esse vale. Duas gerações passaram e a comida no vale está escassa. Você precisa encontrar este lugar Aang e salvar esses bisões. Mas atenção, venha somente você e o Appa. Só um dominador de ar tem conexão com esses animais, e o Appa os fará entender que você é um amigo. Não traga mais ninguém, isso irá assusta-los.
- Farei isso assim que voltar. Obrigada Roku. 
- Ah, e os espíritos fazem fofocas por aqui também, e chegou aos meus ouvidos que seu primeiro filho está a caminho, meus parabéns Aang. 
Então Roku se transformou em uma nuvem de fumaça e sumiu.




Aang abriu os olhos. Já deviam ser cerca de dez horas da manha, ele foi para a casa e Katara estava na cozinha fazendo o café. 
- Bom dia meu amor – disse Katara, e deu um celinho nele - Já estou acordada faz um tempo, mas você estava tão concentrado, que achei melhor não te distrair. 
- Fez muito bem amor. Eu estava conversando com Roku.
- Roku ? Tem algo errado acontecendo ? 
- Não, muito pelo contrario. Ele queria me avisar da existência de uma família de bisões voadores, que sobreviveram ao ataque da nação do fogo cem anos atrás. Eles estão em um vale perto do templo do ar do Sul. E Roku quer que eu os traga pra cá.
- Isso é maravilhoso Aang! Uma família de bisões! Quando vamos? 
- Sobre isso que eu queria falar com você Katara, Roku disse que devo ir sozinho. Alguma coisa sobre os bisões não terem contatos com humanos a muito tempo, e sobre eu ser um dominador de ar e ter uma conexão especial com eles...
- Ah sim, tudo bem. Quanto tempo você pretende demorar ? 
- Não sei ao certo, talvez uma semana. São dois dias para ir, mais dois para voltar. E eu não sei quanto tempo vou demorar por lá, então quero que chame a Toph e o Sokka para ficar aqui enquanto eu estou fora. Não quero que fique sozinha. 
- Tudo bem. Quando você vai amor? 
- Amanha pela manha. E por enquanto eu quero te mostrar um cantinho dessa ilha que vi ontem quando estava voltando pra cá. 
Eles foram em direção a uma pequena praia, no canto da ilha. Eles surfaram até a tarde, depois Katara pegou alguns sanduiches que tinham feito antes de saírem. Depois de comer, eles se deitaram na canga e dormiram de conchinha até o anoitecer, quando começou a esfriar, com o frio e Katara acordou. Por um momento ela ficou contemplando Aang adormecido. Seu rosto estava relaxado, e havia sinais de uma barba crescendo. Seu corpo não era mais daquele menino magricela que ela e Sokka haviam encontrado no iceberg tantos anos antes, agora ele era um homem formado e musculoso, ele devagar abriu os olhos cinzentos, e percebeu que Katara acariciava seu rosto. Ela estava com os cabelos soltos, seu rosto agora estava mais fino e esbelto, e sua boca mais carnuda. Sua pele marrom clara dava um contraste maravilhoso com seus olhos azul cobalto, e por um tempo, Aang também ficou a contemplando.
- Olá querido – disse ela – Acho que está na hora de voltarmos para o templo. 
Aang se sentou e esfregou ou olhos
- Nem acredito que dormimos por tanto tempo ! 
- Pois é, vamos logo para casa tomar um banho, porque ainda temos que conversar com a Toph e com o meu irmão, a respeito de eles ficarem por aqui enquanto você está fora.
- Então vamos querida.
Aang mais uma vez a pegou no colo, e rindo Katara encostou a cabeça no peito nu de Aang, enquanto ele a carregava pra casa.