Cartas Do Passado escrita por Jane Timothy Freeman


Capítulo 27
Ação


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!

Capítulo curtinho, mas necessário! Estamos entrando na reta final! :( Calma, calma! Ainda há pelo menos uns 5 capítulos pela frente! :P
Mentira, eu realmente não sei quantos. :(

Espero que estejam gostando! A "enrolação" faz parte do mistério. xD

Grande abraço,
Annie F.



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Tantas emoções conflitantes fizeram com que Elizabeth dormisse pesadamente.

Ao acordar, já era noite. Quase se esqueceu de que Darcy se fora, mas uma rápida olhada no álbum que segurava a recordou.

– Fitzwilliam – Sussurrou contra a capa, o coração apertado. – Por que os tempos não são diferentes?

Elizabeth descobria da pior forma que o ditado “Somente se dá valor a algo que se foi” era real: estava perdidamente apaixonada por Fitzwilliam.

Poderiam ser felizes, mas seria egoísmo de Lizzie agir deste modo. Outra pessoa precisava dela. Paixões iam e vinham durante a vida.

Resoluta, levantou-se com o álbum e marchou para seu quarto. Juntou o bilhete à carta.

– Será que sua letra sempre me trará más notícias? – E sorriu diante da ironia.

Em ambas as vezes que lera a escrita de Darcy, Lizzie também se descobrira, mais cedo ou mais tarde, enredada em um sentimento que jamais imaginaria possuir.

Tomou a carta e releu. Lembrou-se de quantas vezes repetira este ato ao longo de dez anos! O papel estava finíssimo devido ao atrito com suas mãos.

Lembrou-se, também, do choque inicial. Em um primeiro momento, odiou ainda mais Darcy por difamar Wickham de maneira tão vil e por destruir a felicidade de sua irmã com aquela justificativa ridícula.

Aos poucos, porém, percebeu que a narrativa de George e Fiztwilliam era exatamente igual até a parte da herança: neste ponto, cada um colocava-se como vítima. Ao avaliar a conduta de Wickham, Lizzie não pôde refrear o intenso sentimento de que Darcy estivera certo o tempo todo. Vários fatores poderiam facilmente comprovar a teoria:

Wickham abrira-se com ela sobre este assunto íntimo em apenas alguns dias de conhecimento;

Declarara não difamar Darcy perante outros em memória do pai, mas logo todos do círculo de amizades de Lizzie sabiam e maldiziam o "ato pérfido contra Wickham”;

Declarara, também, que compareceria ao baile mesmo se Darcy lá estivesse, porém um compromisso de última hora o impedira.

E, para coroar a balbúrdia, George se aproximou de Melissa King sem motivos aparentes (a não ser a fortuna da moça, claro).

E Lizzie recriminou-se mais ainda por permitir que seu orgulho ferido ditasse as regras de seu julgamento. Sim, orgulho ferido, pois Darcy a ofendera logo que se conheceram, ao passo que o outro a bajulara desde o primeiro momento.

A Elizabeth de agora sorria, desalentada, ao recordar que dedicara sua aflição a um rapaz tão mesquinho como George Wickham.

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– Devo confessar que me surpreendi quando soube de sua fuga, Darcy.

O rapaz olhou de soslaio para a moça à sua frente, irritado.

– Não fugi, Charlotte. Obedeci a uma circunstância do momento e que não vem ao caso.

Estavam Fitzwilliam, Charlotte e Nicolas em um restaurante de Nova York. A moça afagou o braço do marido e sorriu:

– Ah, vem ao caso, Darcy. Se não souber o que houve naquele chalé, pode esquecer. Não o ajudarei em nada. – Apertou um pouco os olhos. – Como poderei saber que não está se vingando de Lizzie?

O rapaz revirou os olhos em uma expressão vazia.

– Que seja. Elizabeth me disse que não queria rejeitar-me pela terceira vez, que isso a faria sentir pena. – Pigarreou. – Também contou uma mentira deslavada sobre ter se casado com Wickham pela aparência deste, mas eu sei que não é verdade. Quero saber o que houve.

– Sinto muito pelo que aconteceu, Darcy – segurou nas mãos do rapaz, um brilho de culpa no olhar. – Mas não posso trair a confiança de Lizzie.

Ele apertou as mãos de Charlotte.

– Eu entendo, mas Wickham é minha responsabilidade também. Se eu tivesse parado de bancar o ciumento e de me perder em rodeios com Elizabeth, nada disso teria acontecido. – Tomou um gole do chá gelado que havia sobre a mesa. – Sinto que tem algo a ver com esta cláusula do contrato de casamento: “anula-se todo e qualquer contrato assinado por um Bennet, excetuando-se a contratante, antes ou depois deste.”

Charlotte suspirou.

– Tudo bem, Darcy, eu lhe direi o que aconteceu, mas terá de me prometer que não se envolverá.

O semblante dele se contorceu em culpa.

– Não posso prometer nada, Charlotte. Preciso tomar as devidas providências para que Elizabeth se liberte dessas amarras do passado. Assim como eu.

Charlotte estremeceu durante todo o encontro. Fitzwilliam estava determinado e resoluto, mas sua vitalidade havia se extinguido.


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