Cartas Do Passado escrita por Jane Timothy Freeman
Notas iniciais do capítulo
Olá, pessoas!
Capítulo curtinho, mas necessário! Estamos entrando na reta final! :( Calma, calma! Ainda há pelo menos uns 5 capítulos pela frente! :P
Mentira, eu realmente não sei quantos. :(
Espero que estejam gostando! A "enrolação" faz parte do mistério. xD
Grande abraço,
Annie F.
Tantas emoções conflitantes fizeram com que Elizabeth dormisse pesadamente.
Ao acordar, já era noite. Quase se esqueceu de que Darcy se fora, mas uma rápida olhada no álbum que segurava a recordou.
– Fitzwilliam – Sussurrou contra a capa, o coração apertado. – Por que os tempos não são diferentes?
Elizabeth descobria da pior forma que o ditado “Somente se dá valor a algo que se foi” era real: estava perdidamente apaixonada por Fitzwilliam.
Poderiam ser felizes, mas seria egoísmo de Lizzie agir deste modo. Outra pessoa precisava dela. Paixões iam e vinham durante a vida.
Resoluta, levantou-se com o álbum e marchou para seu quarto. Juntou o bilhete à carta.
– Será que sua letra sempre me trará más notícias? – E sorriu diante da ironia.
Em ambas as vezes que lera a escrita de Darcy, Lizzie também se descobrira, mais cedo ou mais tarde, enredada em um sentimento que jamais imaginaria possuir.
Tomou a carta e releu. Lembrou-se de quantas vezes repetira este ato ao longo de dez anos! O papel estava finíssimo devido ao atrito com suas mãos.
Lembrou-se, também, do choque inicial. Em um primeiro momento, odiou ainda mais Darcy por difamar Wickham de maneira tão vil e por destruir a felicidade de sua irmã com aquela justificativa ridícula.
Aos poucos, porém, percebeu que a narrativa de George e Fiztwilliam era exatamente igual até a parte da herança: neste ponto, cada um colocava-se como vítima. Ao avaliar a conduta de Wickham, Lizzie não pôde refrear o intenso sentimento de que Darcy estivera certo o tempo todo. Vários fatores poderiam facilmente comprovar a teoria:
Wickham abrira-se com ela sobre este assunto íntimo em apenas alguns dias de conhecimento;
Declarara não difamar Darcy perante outros em memória do pai, mas logo todos do círculo de amizades de Lizzie sabiam e maldiziam o "ato pérfido contra Wickham”;
Declarara, também, que compareceria ao baile mesmo se Darcy lá estivesse, porém um compromisso de última hora o impedira.
E, para coroar a balbúrdia, George se aproximou de Melissa King sem motivos aparentes (a não ser a fortuna da moça, claro).
E Lizzie recriminou-se mais ainda por permitir que seu orgulho ferido ditasse as regras de seu julgamento. Sim, orgulho ferido, pois Darcy a ofendera logo que se conheceram, ao passo que o outro a bajulara desde o primeiro momento.
A Elizabeth de agora sorria, desalentada, ao recordar que dedicara sua aflição a um rapaz tão mesquinho como George Wickham.
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– Devo confessar que me surpreendi quando soube de sua fuga, Darcy.
O rapaz olhou de soslaio para a moça à sua frente, irritado.
– Não fugi, Charlotte. Obedeci a uma circunstância do momento e que não vem ao caso.
Estavam Fitzwilliam, Charlotte e Nicolas em um restaurante de Nova York. A moça afagou o braço do marido e sorriu:
– Ah, vem ao caso, Darcy. Se não souber o que houve naquele chalé, pode esquecer. Não o ajudarei em nada. – Apertou um pouco os olhos. – Como poderei saber que não está se vingando de Lizzie?
O rapaz revirou os olhos em uma expressão vazia.
– Que seja. Elizabeth me disse que não queria rejeitar-me pela terceira vez, que isso a faria sentir pena. – Pigarreou. – Também contou uma mentira deslavada sobre ter se casado com Wickham pela aparência deste, mas eu sei que não é verdade. Quero saber o que houve.
– Sinto muito pelo que aconteceu, Darcy – segurou nas mãos do rapaz, um brilho de culpa no olhar. – Mas não posso trair a confiança de Lizzie.
Ele apertou as mãos de Charlotte.
– Eu entendo, mas Wickham é minha responsabilidade também. Se eu tivesse parado de bancar o ciumento e de me perder em rodeios com Elizabeth, nada disso teria acontecido. – Tomou um gole do chá gelado que havia sobre a mesa. – Sinto que tem algo a ver com esta cláusula do contrato de casamento: “anula-se todo e qualquer contrato assinado por um Bennet, excetuando-se a contratante, antes ou depois deste.”
Charlotte suspirou.
– Tudo bem, Darcy, eu lhe direi o que aconteceu, mas terá de me prometer que não se envolverá.
O semblante dele se contorceu em culpa.
– Não posso prometer nada, Charlotte. Preciso tomar as devidas providências para que Elizabeth se liberte dessas amarras do passado. Assim como eu.
Charlotte estremeceu durante todo o encontro. Fitzwilliam estava determinado e resoluto, mas sua vitalidade havia se extinguido.
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