Cartas Do Passado escrita por Jane Timothy Freeman


Capítulo 2
Tinta prata


Notas iniciais do capítulo

Easter Egg! ;D



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“Nova York, 6 de Dezembro de 2012.

Querida Lizzie,

Fiquei muito feliz com sua carta! Sendo minha melhor amiga desde sempre, sinto sua falta até mesmo para tagarelar sobre as coisas sem sentido de sempre. Devo confessar, porém, que não consigo enxergar razão para que me escreva em vez de mandar um e-mail.

Eu não me importo com as fofocas de sua mãe, de verdade. Tive duas meninas lindas: Emily e Anne. São a razão do meu viver! Não me julgue, mocinha! Você ainda não viu um pai mais coruja que meu Nicolas!

Jane está sempre nas capas das revistas por aqui. Mas está bem? Depois daquele incidente, ela nunca mais pareceu a mesma, como se estivesse escondendo a felicidade com a beleza. Paradoxal? Acredito que sim, mas é a única explicação que me vem à cabeça.

Mary acabou de publicar um livro por aqui, você ficou sabendo? Li as últimas críticas e todas são enérgicas ao afirmar que ela é a autora #1 de cada uma delas. Se bem a conheço, deve ser um livro incrível! Já tenho meu exemplar, só preciso arrumar tempo para ler, rs.

Lydia faz um sucesso estrondoso! Sua última vilã agitou os ânimos de muitos e isso se deve ao talento de Kitty como agente. É sempre divertido contar vantagem sobre minha infância com as irmãs mais famosas do mundo! Acho que seu sacrifício valeu alguma coisa...

Lizzie, permita-me ser intrometida. Sei que não é totalmente da minha conta, mas acho que essa história poderia ter se resolvido de uma forma menos traumática. Você não precisava ter se casado com aquele bastardo para proteger sua irmã. Seja lá o que ele tenha feito, acredito que a polícia teria dado conta.

Sem contar que você ama outro...

Desculpe. Não devo ser tão enxerida.

Com amor,

Charlotte.”


“Roma, 7 de Janeiro de 2012.


Querida e nariz grande Charlotte,

Obrigada por responder e se preocupar comigo em todos esses anos. Prefiro as cartas pela nostalgia que elas trazem. Um bônus é o Wickham passar longe do correio por achar tudo isso “muito obsoleto”.

Apesar de ele ser um mala enorme, consigo viver bem. Ganho muito dinheiro vendendo e comprando obras de arte (cumprindo minha parte no trato). Enquanto suprir todas as necessidades estipuladas de meu amado marido, minha vida estará bastante sossegada. Quase não o vejo em casa, o que é um alívio.

Char, que maravilha! Estou tão feliz por você! Devem ser lindas, principalmente porque você e Nicolas possuem uma beleza exótica única. Mande-me fotos das duas, por favor!

Jane mudou muito. Dez anos se passaram e ela continua gelada feito um iceberg, escondendo suas emoções lá no fundo. Ah, Char, se houvesse alguma coisa que eu pudesse fazer... Consegui salvar apenas uma de minhas duas desafortunadas irmãs. Isso me deixa tão triste, pois as amo por igual! Ao menos tenho a certeza de que Lydia, Kitty e Mary estão bem.

Entendo sua preocupação, mas foi uma escolha minha. Acredite ou não, eu soube que era a única coisa que eu poderia fazer. Lydia estaria perdida sem isso. E não se engane: Wickham pode ser um lagarto nojento, mas não me arrependo um dia sequer do que fiz. Você sabe do que estou falando, Char: tudo pela família.

Quanto a amar outro: príncipes encantados não existem.

Ok, ok, Nicolas é o único.

Abraços,

Lizzie.”

Respondida a carta, Elizabeth voltou sua atenção a um envelope dourado em cima da mesa. Nele somente havia seu nome e seu endereço escritos de forma rebuscada em tinta prateada. Decidiu abrir o envelope.

“Londres, 20 de Dezembro de 2012.

Estimada Elizabeth Bennet,

Nós, da Royale Academia de Artes do Reino Unido, temos a honra de convidá-la a palestrar em nosso Congresso Anual pelos relevantes serviços prestados à Comunidade em geral. Oferecemos, também, um jantar em sua honra.

Contate-nos para a confirmação e reserva dos lugares.

Atenciosamente,

Royale Academia de Artes do Reino Unido. “

Elizabeth sentiu orgulho de si. Nunca tinha ouvido falar da Royale, mas uma busca rápida na internet lhe mostrou que era uma universidade bastante conceituada no ramo. Decidiu confirmar sua presença imediatamente. Como o evento seria apenas dali duas semanas, conseguiria colocar suas vendas e compras em dia por algum tempo.

– Esposa amada, por que está tão contente? Não a vejo assim há muito tempo.

Uma sombra passou pelos olhos de Elizabeth.

– Assunto passado. – tomou fôlego. – Hei, Wickham, serei homenageada por uma universidade bem conceituada em Londres.

– Viagem? Pode contar comigo, querida.

Ela cruzou os braços no peito.

– Te dou cinco mil euros em espécie e você se compromete a não vir comigo.

– Fechado!

Ter um marido mercenário era uma grande vantagem.


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