Arella, a Mãe de Ravena escrita por Shaiera, violet


Capítulo 3
A Primeira vista


Notas iniciais do capítulo

Oi, Oi povinho!!! o/

Depois de 5 looooongos anos, estamos de volta o/... SIM!!! Isso mesmo. Foram muitos anos essa fic para parada, mas aí há pouco tempo resolvemos que iriamos voltar a escrever e olha... Aqui estamos nós com mais um capítulo dessa história.

Quando eu e a violet começamos a escrever essa fic o Nyah era muito diferente e eu nem sei se as pessoas que acompanhavam essa fic naquela época ainda existem kkkkk, but okay.



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Ângela acordou um tempo depois e percebeu que ainda se encontrava deitava no centro do círculo, porém agora todos os fiéis da seita estavam em volta deste mesmo círculo e pareciam estar cantando um cântico antigo e em uma língua desconhecida, mas naquele momento para a jovem tudo ali era desconhecido.

Ela olhou ainda sentindo-se um pouco tonta e com sua visão levemente embaçada para onde estava deitada e percebeu que do círculo ainda emanava uma forte luz negra. Ela tentou se mexer, porém não conseguiu mover sequer um músculo, percebeu que todo o seu corpo estava paralisado, um forte sentimento de medo percorreu todo o seu corpo deixando a apavorada, ela queria sair dali, queria desistir daquilo que havia começado, se arrependeu de ter aceitado em fazer parte de tudo isso.

– Todo poderoso Trigon! Nós estamos te oferecendo esta oferenda... Tome-a para si! – Gritou o velho homem, ele era no único no momento que se encontrava de pé, os outros membros da seita estavam de joelhos e continuavam a entoar o cântico.

O cântico prosseguiu e aos poucos a sala foi inundada por uma luz tão clara, que ofuscou os olhos de Ângela, obrigando a fechar as pálpebras, mesmo assim a luz era intensa. Subitamente a luz sumiu e ao abrir os olhos avistou um homem alto, cerca de 20 anos, loiro e incrivelmente bonito, talvez o mais bonito que já vira. Seu sorriso era perfeito, de dentes brancos e retos, seu rosto era másculo e de olhar gentil. Para o espanto da garota, ele estava em pé inteiramente nú em meio a sala, notou isso enquanto contemplava os braços fortes e o peitoral definido. Sentiu seu rosto corar ao descer os olhos e constatar a ausência de roupas, cobriu rapidamente o rosto com as mãos, por constrangimento e vergonha. Nunca vira uma pessoa sem roupa, sua criação foi muito rígida e fora ensinada a jamais permanecer em uma sala onde pessoas trocam de roupa, muito menos homens. O esforço para cobrir o rosto da visão do desconhecido exigiu demais dela e sentiu-se fraca novamente, quase desmaiou.

Os monges perceberam o desconforto de Ângela e eu deles trouce uma túnica e cobriu-o. Assim que vestiu-se, aproximou-se de Ângela e tocou suas mãos, retirando-as do rosto da garota.

– Desculpe se lhe assustei. – Disse o recém-chegado.

– Não foi nada, já estou bem. - Disse Ângela.

– Você não está, o ritual para me trazer a esse mundo exigiu muito do seu corpo e agora precisa descansar.

– Talvez só precise dormir, estou um pouco cansada. - Sorriu levemente.

– Venha querida, eu a levarei para o quarto que reservamos para que descanse. - Interveio um dos monges, ajudando a levantar e conduzindo à uma porta localizada ao lado oposto em que estavam.

Caminharam pelo corredor da igreja e entraram por outra porta que dava acesso aos quartos. Ângela agradeceu ao monge, entrou no quarto, fechou a porta e deitou-se na cama. Antes que percebesse, adormeceu. Acordou na manhã seguinte e sentia-se muito bem, como há tempo não se sentia assim. Abriu os olhos e percebeu que estava em um cômodo simples, mas de bom gosto. Havia uma cama de solteiro, na qual estava deitada, um baú de madeira junto aos pés da cama, um guarda roupa com duas portas, uma mesa pequena e uma cadeira. O que chamou a atenção de Ângela, além do próprio cômodo, eram os móveis talhados em madeira e aparentando ser antigos. As paredes eram azuis em tom pouco mais claro que as vestimentas dos padres e os moveis, janelas e portas eram em madeira de alvenaria em tom escuro.

A garota levantou-se e caminhou em direção a uma das duas portas do quarto, para sua alegria essa dava acesso a um banheiro anexo ao quarto. Encontrou sobre a bancada uma toalha, um pacote com sabonete e ao lado uma túnica igual a que os "fiéis" usam. Após refrescar-se, vestiu a túnica, que era de tecido macio e leve, calçou as sandálias estilo franciscanas junto à túnica e saiu do banheiro e em seguida do quarto.

Ela caminhava lentamente pelos corredores, aos quais havia muitas portas, que apesar da curiosidade, Ângela não teve coragem de abrir. Continuou caminhando pelo longo corredor, acompanhada de um profundo silêncio. Ela observava a tudo, nas paredes haviam alguns quadros com símbolos que ela não sabia decifrar, logo mais a frente ela ouviu algumas vozes e presumiu ser de alguns fiéis, então se dirigiu até a porta de onde vinha as vozes.

A moça bateu três vezes na porta, como aparentemente eles não a ouviram, ela resolveu abrir a porta.

– Com licença. – Ela disse e imediatamente todos na sala olharam para ela.

– Você está acordada, que bom! Venha, sente-se e coma um pouco conosco. – Disse o mesmo monge idoso que antes a havia levado para o quarto.

Ele a guiou até uma cadeira que se encontrava vazia na mesa, Ângela sentou-se e logo alguns monges trouxeram tudo o que ela poderia comer em um café da manhã. Apesar de estar um pouco tímida, a moça começou a pegar algumas frutas e a passar geleia em uma fatia de pão. Ela tinha a impressão que todos no lugar parecia prestar atenção a cada movimento seu, isto a estava deixando um pouco incomodada, porém ela preferiu ignorar.

Olhando com mais atenção ela percebeu que o belo homem que ela havia visto ontem a noite não estava ali entre os monges, ela ficou levemente decepcionada, queria vê-lo de novo, não sabia explicar, porém sentia certa atração pelo homem.

Comia sem pressa, degustando os alimentos à disposição na mesa. Seus pensamentos estavam longe, no hospede que não estava à mesa para o desjejum. "- Onde será que ele está agora e o que estaria fazendo? Será que foi embora durante a noite?" - Pensou Arella. Sentiu o apetite sumir e seu estômago contrair-se com a possibilidade de não vê-lo novamente. - Coma mais querida, não deve ter se alimentado o suficiente ontem. - Falou um dos monges. - Não obrigada, já estou satisfeita. - Disse Arella. - Então sugiro que tome um pouco de ar fresco, você me parece pálida. - Está se sentindo bem minha querida? - Perguntou outro monge. - Sim, só estou um pouco cansada. - Respondeu Arella, sorrindo levemente.

– Temos um jardim em um dos nossos pátios... Gostaria de conhecê-lo? - Retomou o outro monge. - Adoraria, onde fica? - Posso leva-la até lá. - Sugeriu o homem. - Não precisa se incomodar, apenas me diga onde fica o jardim e o encontrarei. - Bom, então siga por esse corredor e vire á esquerda, chegará a um pequeno hall e após ele encontrará o jardim das rosas. - Obrigada e com licença. - Pediu ela ao retirar-se da mesa. O burburinho de vozes ficou para trás, enquanto seus olhos fitavam atentamente a tudo a sua volta. Sentia como se fosse possível que ao retirar um vaso do lugar e uma passagem secreta surgisse a sua frente ou algo do gênero. Naquelas velhas construções do monastério, sentia-se observada a todo momento, mesmo estando sozinha, como agora.

Sentia-se perturbada, mas tentou tranquilizar a mente e convencer-se que isso era loucura, que estava segura e entre homens santos. Passou a passos lentos pela porta do hall e chegou a um pátio interno, cercado por outros prédios do monastério. O cheiro das rosas logo penetrou suas narinas. Respirou profundamente e sorriu, era exatamente o que precisava, sol ameno e natureza. O jardim era pequeno, cerca de 50 metros quadrados. Haviam bancos em madeira esculpida distribuídos em locais estratégicos e rosas, uma infinidade de tons, cores e formatos, pequenas e grandes. Junto a fonte, no centro do pátio, avistou um homem, pouco mais velho que ela, loiro e esguio.

– Bom dia, dormiu bem? - Perguntou o homem. - Dormi... - Respondeu Arella, ainda atônita pelo encontro inesperado. - Isso é bom. - Sorriu ele. - Bom, já vou, tenho assuntos pendentes que requerem minha atenção. - Ah... Claro. - Respondeu Arella, um tanto chateada por não ter a chance conversar mais com ele, de ao menos saber mais sobre ele. - Até mais tarde Arella. - Disse o loiro aproximando-se, apanhou uma de suas mãos e depositando-lhe um beijo. Lançou uma piscadela e saiu pela porta. Arella sentiu o coração bater mais forte e o rubor subir às faces. "- Que homem era esse? Tão belo e misterioso... E quem beija a mão de garotas hoje em dia?! Isso foi tão brega e tão fofo!" - Pensou Arella, tocando onde os lábios do loiro tocaram instantes antes.

Arella suspirou profundamente, temendo estar apaixonada por um completo estranho. Nem ao menos sabia seu nome, de onde veio ou idade. De que gostava ou não, se era solteiro e o principal: gostaria ele de garotas mais novas? "- Provavelmente se ele me escutasse agora, me acharia uma garota boba." - Pensou resignada, tentou de alguma forma não se cativar ainda mais pelo loiro sem nome. - "Mas ele é tão gentil e parece gostar de mim, ou seria impressão minha?”.

Ela ficou um tempo parada no mesmo lugar, ele não saia de sua cabeça, então ela resolveu que deveria fazer algo para que ocupasse sua mente, ela então voltou para dentro onde os monges ainda conversavam e perguntou se havia algo que ela pudesse fazer, pois estava se sentindo entediada.

– Se está se sentindo entediada, gostaria de ler algum livro? – Perguntou um dos monges.

– Eu adoraria. – Disse Ângela se animando, ler era seu passatempo favorito e com certeza se ela se mantasse entretida com os livros iria tirar aquele homem da sua cabeça.

O monge a levou até uma grande biblioteca onde havia incontáveis livros, Ângela ficou encantada, nunca pensou em ver tantos livros juntos, ela já havia ido a grandes bibliotecas, mas aquilo parecia ter juntada três ou mais das bibliotecas que ela já havia visitado. O lugar parecia que era um local pouco visitado, pois havia muito pó em todos os lugares e um forte cheiro de mofo podia ser facilmente sentido, o local também era bem escuro devido ao fato de se localizar no subterrâneo da igreja.

– Fiquei a vontade querida, se precisar de alguma coisa avise-nos. – Disse sorrindo o monge e deixou Ângela sozinha na biblioteca.

Ela começou a percorrer os corredores somente admirando a variedades que parecia infinita de livros, ela caminhou e observou todas as estantes e todos os livros que pôde, por fim escolheu uns 5 e caminhou com eles nos braços até algumas mesas que se encontravam num canto da grande biblioteca. Ao se aproximar da mesa percebeu que a mesma se encontrava coberta de pó, Ângela nem se preocupou em soprar ou tentar tirar o pó, pois suas roupas já se encontravam cobertas de sujeira e algumas teias de aranha. Ela colocou os livros sobre a mesa e sentou pegou o primeiro abriu e iniciou sua leitura.

Passado algum tempo ela nem sabia dizer quanto estava tão imersa naquele mundo fantasioso dos livros que nem se deu conta, foi retirada rapidamente de sua viagem de fantasia por alguns passos que caminhavam pelos corredores das estantes e pareciam vir em direção a ela. Olhando para a direção de onde vinham os passos, Ângela esperou pacientemente para que o intruso aparecesse frente a ela.

– Ah, desculpe... Não sabia que estava aqui, não queria te interromper. – Disse o rapaz.

– Er... Não, não interrompeu. – Ela disse levemente nervosa, a presença dele sempre a deixava assim.

– Que bom... – O rapaz sorriu simpático. – Eu estava procurando algum passatempo, então os monges me falaram sobre está biblioteca. – Ele disse enquanto seus olhos percorriam todo o local.

– Disseram o mesmo a mim. – Ela sorriu.

– É, eles só esqueceram-se de dizer que eu poderia atrapalhar você.

– Não, imagina... Não está atrapalhando, eu estava sozinha aqui, é bom que agora tenho alguma companhia. – Ela disse com um sorriso nos lábios.

– Aqui é bem grande, não é? – Ele disse abrindo e folheando o livro que ele trazia em suas mãos.

– Sim, nunca vi lugar tão grande e com tantos livros assim.

– Só precisavam dar uma limpezinha de vez em quando, não acha? – Ele fechou o livro rápido fazendo voar muita poeira em frente a seu rosto o que fez com que Ângela risse e logo ambos estavam rindo.

– Qual seu nome? – Ângela perguntou depois de algumas risadas que a deixaram um pouco mais a vontade na presença dele.

– Nossa! Desculpe, eu não me apresentei a você... Me chamo John. – Ele disse sorrindo para ela.

– É um prazer. – Ela disse alegre.

– Perdoe pelo meu erro, não me apresentar foi um erro terrível e imperdoável a se cometer com uma moça tão gentil. – John colocou uma mão sobre o peito como se estivesse muito arrependido.

– Ah, não tem problema. – A moça sorriu da atuação do rapaz.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Gostaram? Não Gostaram?... Diga em que precisamos de melhorar ;)
Comentem...
Obrigada a todos que leram e nos vemos no próximo capítulo o/