Sex, Drugs And Problems - IV escrita por Julya Com Z


Capítulo 24
Capítulo 89 - Paranoid


Notas iniciais do capítulo

E aqui mais um capítulo de reta final de temporada pra vocês!

Não sei quantos mais capítulos farei, mas que tá perto do fim é um fato...

Enfim, Boa leitura ♥



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Passaram uns dois dias. O Fábio tava reagindo bem à nova medula óssea, a Malu já tava em casa e eu tava querendo cometer suicídio. Por que?

Deixa eu listar os motivos:

1. Eu não podia ver o Fábio de jeito nenhum.

2. O Mick não calava a boca desde às oito da manhã.

3. O Binho e a Paloma não tavam em casa.

4. O Pedro tava me pedindo uma conexão pela web cam.

O que eu fazia? Bom, considerando que já tava tudo na merda, o que eu perderia aceitando a ligação?

Aceitei. Foda-se.

Pedro: Pensei que ia ignorar como sempre. - Ele tava de moletom azul e cabelo bagunçado. Um olhar cansado e cara de derrotado. E um versinho acabou de ser criado… Foda-se essa merda, eu não sou poeta (eu sei que o certo é poetisa, mas é uma palavra estranha).

Eu: Eu tenho mais o que fazer além de ficar falando com você. Fala o que você quer.

Pedro: Eu vou voltar pro Brasil no fim do ano. Diminuí a duração do curso. Eu ia fazer faculdade aqui mas desisti. Alemanha definitivamente não é meu país.

Eu: Tá, e o que eu tenho a ver com isso?

Pedro: Pensei que você ia ficar feliz.

Eu: Por mim você poderia se mudar pra essa bosta que eu nem ia ligar, Pedro. Minha vida tá ótima sem você. Eu não preciso me preocupar em agradar um playboyzinho de merda. - acho que peguei pesado. Ele olhou pra baixo e coçou a nuca.

Pedro: Nossa. Me desculpa. Eu pensei que você não tava mais brava comigo.

Eu: Eu não tô brava com você. Mas tô decepcionada, o que é pior. Você me pediu em namoro, não teve a menor consideração com o Binho que tava em coma, me deu um anel do tamanho de uma bolinha de gude e aí do nada foi pra Alemanha com a terceira pessoa que eu mais odeio no mundo inteiro. - e olha que eu odeio muitas pessoas. - Eu até acho legal você volar. Não por mim. Mas pelos seus pais e o Victor, que devem estar sentindo sua falta. Se você se mudar praí eu nem vou ligar.

Pedro: Porque você não precisa ficar se preocupando com esse playboyzinho de merda que eu sou, já entendi.

Eu: Pedro, calma aí, eu não me expressei direito.

Pedro: Eu sei o que você quis dizer com isso. - Pausa dramática - E só pra você saber, todo dia a Marcela vem no meu quarto e eu como ela até cansar da cara dela. E ela é muito melhor que você na cama. - desligou.

Filho da puta, como tem a cara de pau de falar isso pra mim? Come a Marcela e ainda por cima ela é melhor que eu? Ah, me poupe.

Mas calma aí… Será que eu não sou boa na cama? Será que o Binho só transa comigo porque eu sou a única opção?

Muito obrigada, Pedro. Me enfiou numa crise de mulherzinha.

Porra, agora tô com essa neura na cabeça. E se eu realmente for ruim de cama?

Saí pela casa em busca do celular. Eu tinha que saber a verdade. Nossa, que drama. Liguei pro Binho e ele disse que tava na casa do Beck jogando videogame. Perguntei se podia ir lá e ele disse que sim.

Dirigi à toda velocidade e comecei a buzinar quando parei na porta. Os dois saíram e me puxaram pra dentro da casa e fomos direto pro quarto.

Binho: O que foi que aconteceu, Ná? - me olhando assustado

Eu: Eu tenho que perguntar uma coisa pra vocês. - eles se entreolharam confusos, depois olharam pra mim - Como vocês dois já transaram comigo - ficaram mais confusos ainda - E eu tenho mais intimidade pra perguntar isso pra vocês… - respirei fundo - Falem a verdade por favor. Eu sou boa de cama?

Beck: Oi? Eu ouvi direito, Naty?

Binho: Ná, por que você tá perguntando isso?

Acho que eles ficaram um pouco horrorizados…

Eu: Eu só quero saber, porra. Eu sou boa de cama sim ou não?

Eles se olharam, como se decidissem quem falaria primeiro e o Binho foi o primeiro a olhar pra mim.

Binho: Você acha que se você fosse ruim de cama eu teria transado com você mais de uma vez? - dei de ombros.

Beck: Cara, a gente transou umas duas vezes só e eu tava bêbado nas duas, então não lembro direito. Mas com certeza foi uma das melhores, porque normalmente eu esqueço até que eu transei. Acho que numa escala você seria o primeiro ou segundo lugar…

Agradeci os dois e quando o Binho ia falar alguma coisa o celular dele tocou e ele atendeu no corredor. Depois voltou e colocou a camiseta (ele e o Beck tavam só de calça).

Binho: Minha mãe tá carente. Vou ter que fazer companhia pra ela… - beijou minha testa e apertou a mão do Beck.

Eu: Eu vou fumar um e depois vou pra casa… - ele bateu continência com dois dedos e saiu do quarto. Peguei um baseado na escrivaninha do Beck e acendi.

Beck: Por que você perguntou aquilo?

Eu: Foi neura minha, só isso.

Ele assentiu e sentou do meu lado.

Beck: Sabe que eu não lembro da vez que a gente transou?

Eu: Ah é? - com uma sobrancelha erguida.

Beck: Uhum. - ele beijou meu pescoço, me deixando arrepiada - Eu tava bêbado e… bom…- deixou a frase no ar, porque ele começou a dar mordidas na curva do meu pescoço.

Eu: Ah, e você quer relembrar…? - levantando a cabeça. Ele soltou um “uhum” rouco e agarrou um punhado do meu cabelo, me fazendo erguer mais a cabeça, enquanto ele beijava toda a extensão do meu pescoço.

Acordei com a cabeça apoiada no peito do Beck e o celular dele tocando. Mexi nele, mas ele não acordou, então resolvi atender à ligação.

Eu: Alô?

?: Quem é? - era uma garota.

Eu: Você ligou, então quem tem que dizer sua identidade é você.

?: Meu nome é Marcela. Cadê o Beck?

Desliguei. Mesmo que fosse uma coincidência a garota chamar Marcela (já que tem mais de uma Marcela no planeta) eu assustei. Pra descobrir se era mesmo a Marcela que eu tava pensando era só ver o número e o código do país no começo dele. 55. Entrei no Google do celular dele mesmo e digitei “código telefônico Alemanha”. 49. Ufa.

Beck: Ei, o que foi? Por que tá acordada? - Falei da ligação e perguntei da Marcela. - Você tá muito paranoica ultimamente. Essa mina é só uma amiga da Thaís. Ela tem me ligado nos últimos dias porque a Thata vai fazer vestibular no Sul e elas tão combinando de ir juntas.

Eu: Tá, mas por que ela liga pra você o invés de ligar pra Thaís?

Beck: Ela não deve tá conseguindo falar com ela Naty, sei lá. Dorme, vai. - ele beijou minha cabeça e começou a me fazer cafuné.

Abracei ele e fechei os olhos. É, eu tava meio paranoica mesmo.

Demorei até dormir. Tanto que, quando eu fechei os olhos já tava claro lá fora. O Beck tossiu e eu quase caí da cama de susto, mas enfim…

Naomi: Bernardo, café-da-manhã! - cantarolou do lado de fora.

O Beck continuou dormindo, então eu mexi no cabelo dele.

Eu: Beck, sua vó tá chamando. - ele abriu os olhos e sorriu pra mim.

Beck: Bom dia. - beijou minha testa - Dormiu bem?

Eu: Não. E você pode parar de ser fofinho, tá? Você não vai transar comigo de novo.

Ele deu de ombros e levantou. Nos vestimos, fomos pra cozinha e a Naomi me deu um abraço quando me viu.

Naomi: Pensei que não veria mais você. - sorrindo.

Comemos e eu fui com o Beck pra minha casa. A Paloma dormiu na casa da minha mãe e a moto do Binho tava na garagem, então ele tava em casa. Sozinho. Provavelmente puto comigo. Vish.

Entramos e eu dei dinheiro e a chave da moto pro Beck ir comprar comida. Prato do dia: strogonoff da Naty.

Enquanto ele tava fora, resolvi dar uma arrumadinha em casa, que tava virada do avesso. Lá fui eu pegar tudo o que tava espalhado em todos os cantos. Coloquei as roupas que eu achei jogadas pela casa no bagulho de roupa suja. Os papéis e copos descartáveis de festas passadas foram pro lixo e a louça que encheu a pia totalmente foi lavada. Sim, eu lavei a louça!

Binho: Que barulheira é essa, Ná? - ele apareceu de calça preta e coçando os olhos. - Onde você dormiu?

Eu: Na casa do Beck.

Binho: Hum… Tá fazendo o quê?

Eu: Limpando. - ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço.

Binho: Ah, para aí. Vamo nadar. - falou no meu ouvido.

Eu: Não, o Beck tá vindo com coisa pra fazer comida.

Binho: Melhor não. O Beck já tacou fogo numa cozinha só de ferver água.

Eu: HAHAHAHAHAHA sou eu que vou cozinhar. Ele só foi comprar as coisas.

Binho: Aí sim. Acho que eu nunca comi sua comida.

Eu: Então vai comer meu strogonoff.

Ele sorriu e me ajudou a terminar de arrumar a cozinha e limpar a área da piscina. Demos banho no Mick e nada do Beck chegar. Porra. Liguei pra ele, que disse que tava na porta de casa.

Fiz o strogonoff e arroz. Os dois comeram como se nunca tivessem comido na vida.

Binho: Puta que pariu, tá muito bom isso aqui. - com a boca cheia.

Eu: Você podia pelo menos engolir a comida antes de falar.

Binho: Foda-se.

Beck: Naty, tá bom demais, na moral. Não sabia que você cozinhava.

Eu: Eu sou boa em fazer macarrão, essa é minha especialidade. - falei gesticulando com o garfo na mão.

Beck: Então da próxima é macarrão.

Lavamos a louça e o Beck foi embora. O Binho sugeriu levarmos o Mick pra passear, já que ele só ficava trancado nos fundos da casa e pulava na piscina de vez em quando.

Só pra colocar a coleira naquela peste foi um inferno. Ele não parava de se mexer, morder a coleira e arranhou a barriga do Binho.

Binho: Nunca mais aceite alguma sugestão minha relacionada à esse cachorro. Ou nunca mais aceite que eu te dê uma peste dessas de presente.

Eu tava rindo pra caralho.

Conseguimos finalmente prender a coleira do pescoço daquele demoninho e saímos com um saco plástico pra pegar algum presente que ele resolvesse deixar na calçada. Não chegamos nem no fim da rua e ele já tinha deixado uma surpresinha.

Eu: Você pega. - dei o saco azul pro Binho.

Binho: Por que eu?

Eu: Eu fiz o almoço, limpei a casa e dei a comida desse peste. Você pega o cocô.

Binho: Filha duma puta. - ele pegou o bagulho e jogou no lixo.

Eu: Você ficou parecendo um gari HAHAHAHAHAHA - ele tava de camiseta laranja.

Ele me mostrou o dedo do meio. Continuamos subindo a rua.

Binho: Lembrei de quando a gente se conheeu.

Eu: Caralho, foi quando a gente se conheceu?

Binho: Uhum. Eu gamei em você naquela festa na sua casa.

Eu: Eu gostei de você também naquele dia.

Ficamos falando disso até o assunto acabar. Andamos em silêncio até em casa e quando entramos no jogamos no sofá.

Binho: Eu sei que ontem tu dormiu na casa do Beck. Só não sei uma coisa. - olhei pra ele - vocês transaram? - merda.

Eu: Uhum. Transamos. - ajoelhei no sofá, ficando de frente pra ele. - Por que a pergunta?

Binho: Ele é melhor que eu? Quer dizer… - ele fez um gesto indicando um tamanho com os dedos. - ele é maior…?

Eu: BINHO! Eu não reparo nessas coisas. - dei de ombros.

Binho: Mas ele é maior ou não?!

Eu: Pergunta pra ele, porra. Afe.

Binho: E melhor? Quem é melhor, ele ou eu? - Afe, tava todo mundo paranoico.

Eu: Não lembro. Acho que vou ter que relembrar… - cheguei mais perto dele.

Binho: Vou refrescar sua memória então.

*

Eu: Com certeza é você. - eu tava suada e ofegante. Definitivamente, o Binho é o mestre.

A gente transou no sofá, no quarto dele e no meu. Estávamos jogados na cama, acabados, olhando pra cara um do outro e sorrindo que nem dois otários.

O Binho é foda.


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Notas finais do capítulo

ps: minha mania de falar "enfim" voltou --'