A Exterminadora De Vampiros escrita por Isa Salvatore


Capítulo 11
Bomba relógio


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora pessoal! Estava meio sem ideias e quando terminava o capitulo, decidia mudar tudo de novo sahushau

SEGUNDA RECOMENDAÇÃO!!! UHUUUUUU!!! :D
obrigado meeeeesmo VictoriaLopes!!!

e agradeço tbm a todos os comentarios!

Boa leitura!!



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Ainda estava chocada com o que acabei de ouvir. Nem em um milhão de anos imaginaria Edward pedindo algo desse tipo pra mim. Quer dizer...Isso estava mesmo acontecendo? Sei que já dei uma chance para a minha irmã e aceitei vir a essa festa, mas isso já é demais. Já beijei alguns caras, não foram muitos, mas todos por motivos relacionados as minhas caçadas. O mais estranho, é que em todas essas experiências, não senti nada parecido com o que estou sentindo agora. Minhas pernas estão tremendo um pouco, minha respiração está totalmente desregulada e meu coração parece uma bateria de escola de samba. Não posso estar sentindo tudo isso por causa dele. Não deve ser normal, se não é medo, o que pode ser?

Edward ainda estava parado, me encarando com os olhos repletos de desejo, fazendo um esforço absurdo para se manter no lugar e esperar por uma resposta minha. Suas mãos tremulavam em meu rosto, seu olhar estava carregado com tanta intensidade, que me deixou muda. O que estava acontecendo com ele? Parecia até que estava travando uma batalha interna. Segundos se passavam, e só podíamos ouvir o barulho da água, não emiti uma palavra sequer durante esse tempo todo. Não é como se eu recebesse uma proposta dessa todos os dias. Não sabia o que dizer, e isso o estava deixando ainda mais louco com a espera.

Sem perceber, esbocei um sorrisinho me divertindo com a cena, chegava a ser engraçado ver um homem tão perfeito e centrado como ele perdendo o controle. E perdendo o controle por minha causa!! Espera..eu comemorei? Mas esse sorriso foi o suficiente para ele perder a paciência e pressionar seu corpo novamente contra o meu, me prensando na borda da lancha, fazendo meu sangue ferver e minha cabeça girar. De novo! Edward tomou meu rosto entre suas mãos e mordeu levemente meu pescoço, quase me fazendo desfalecer em seus braços. É difícil manter o raciocínio estando tão perto dele. Não sabia o que fazer. Eu queria dizer não, mas as palavras se perdiam no caminho. Porque elas não saiam?

– Ed...Edward...- gaguejei tentando me afastar de sua lenta aproximação. Ele parou e me analisou atentamente por alguns segundos. Depois do que pareceu uma eternidade para mim, ele sorriu.

– Não precisa responder minha pequena. – sussurrou com aquela voz rouca que me fazia tremer. Meu coração estava a ponto de explodir.

Antes que eu pudesse pensar em terminar a frase, sua mão direita se apossou de minha nuca, me puxando num rápido gesto em direção a ele. Seus lábios sedentos atacaram os meus como se ansiassem por isso há anos. Mesmo sua boca sendo fria, seguia deixando um rastro flamejante em meus lábios a cada movimento executado com maestria por Edward. Esperei ser atingida por uma onda de repulsa, mas ela nunca veio. Me mantive parada por alguns segundos, tentando frear o que seria inevitável. Tentei empurrá-lo, mas era o mesmo que tentar mover um poste com o dedinho. Suas mãos fizeram uma dança torturante de minha nuca até a base da cintura,colando cada vez mais meu corpo ao seu. Com muito esforço, consegui separar minimamente minha boca da sua.

– Edward...para...por favor... – arfei quando ele mordeu meu queixo - Está tudo errado...- minhas palavras não estavam convencendo nem a mim mesma, pareciam um pedido para que continuasse.

Ele segurou meu rosto com todo cuidado do mundo, como se eu fosse feita de porcelana.

– Em toda minha existência, não houve um momento em que eu desejasse estar o mais errado possível. – disse voltando a colar seus lábios nos meus.

A cada segundo que se passava, sentia minha resistência sendo dissolvida, me fazendo retribuir mais e mais. Seus toques, aquela corrente elétrica que insistia em se instalar entre nós, o cuidado com que suas mãos me tocavam, firmes e suaves ao mesmo tempo, seu cheiro...tudo me fazia afundar cada vez mais em um transe profundo. Mas assim que senti suas unhas descendo por minhas costas, a vontade de parar desapareceu como se nunca houvesse existido. Um suspiro escapou por meus lábios traiçoeiros, dizendo a ele que tinha passe livre para continuar. Assim que ele pediu passagem, contornando meu lábio inferior com sua língua, minhas mãos voaram para seus cabelos acobreados e sedosos, atendendo prontamente a sua investida. O que antes era um singelo toque se transformou em um duelo,embalando nossas línguas em uma perfeita dança sincronizada. A cada segundo meu coração batia mais rápido, e algo crescia em meu peito,como se eu fosse explodir a qualquer momento. Não sei quando, nem como ocorreu, mas tenho certeza de que esse vampiro começou uma mudança dentro de mim. Quando estava quase sem fôlego, Edward tornou o beijo lento, até se tornar um simples selinho. Abri os olhos a tempo de vê-lo sorrir. Será que havia sido tão bom para ele quanto foi pra mim? Mas que merda, porque tinha que ser perfeito exatamente com ele? Isso mesmo, sendo em circunstancias estranhas ou não, com a mesma espécie ou não, foi o melhor beijo da minha vida.

Edward Cullen definitivamente tem poder sobre mim. Há anos Max vem tentando me fazer falar sobre meu passado, como me sinto, me fazer rir... E eu era obrigada a fingir que estava funcionando enquanto a verdade é que ele nunca conseguiu. Mas em apenas dois dias, Edward me fez falar coisas que nunca falaria, me fez enxergar coisas que sozinha nem sonharia em perceber, me fez rir por vontade própria, fez com que eu me sentisse importante e cuidada, e tudo isso sem fazer o mínimo esforço. Quando estou com esse vampiro que me tira do serio, sinto que posso ser eu mesma. A antiga Bella.

O momento entre nós já estava se tornando constrangedor. Ele ainda não havia me soltado, e minhas mãos ainda estavam em sua nuca, porem, acho que depois dessa loucura, ele também não sabia o que dizer. Eu devia estar brigando com ele, mas estava me sentindo bem demais para isso.

– Porque fez isso Edward? – seu olhar entristeceu. Sempre misterioso... – Qual o problema? – perguntei curiosa.

Ele continuou me encarando, e depois respirou fundo.

–Eu...eu não sei o que deu em mim. Isso foi um erro... – suas palavras me atingiram como um trem. É, realmente não havia sido a mesma coisa para ele. Senti algo se apertar em meu peito. O que está acontecendo comigo?

– Será que você poderia me soltar? – pedi em um tom seco. Ele estava brincando comigo, e eu não gosto nada disso.

– Bella, não é isso...- respondeu segurando minha nuca, me fazendo encará-lo.

Um ódio sem tamanho se apossou de mim no exato momento em que seus dedos me tocaram. Senti o sangue fervilhar em minhas veias e minha mente ser invadida por idéias cada vez mais diabólicas que poderia usar contra ele. Tudo que se apossou de minha cabeça tinha a ver com matá-lo. Com matar Edward da pior maneira possível.

– Eu disse para me soltar!!- gritei o empurrando.

Quando percebi o que tinha feito, já era tarde demais. Edward caiu longe, batendo as costas no beiral da lancha, por pouco não caindo na água. Seu rosto se contorceu e pude escutar seu gemido de dor. Olhei assustada para minhas mãos, vendo a mesma marca que estava em minha nuca ir sumindo devagar. O que estava acontecendo comigo? Eu o empurrei como se fosse uma pena. Isso não é...

–A meu deus... – arfei, a realidade me dando um tapa na cara me fazendo completar a frase mentalmente. Isso não é humano.

Engoli em seco. E como se isso não fosse o suficiente para me deixar em pânico, direcionei meu olhar a Edward, que estava estirado no chão, encarando o céu sem piscar em nenhum segundo. Ele não se mexia. Senti meu sangue congelar.

– Edward... – sussurrei sem acreditar que eu havia feito aquilo com ele. Mas foi uma raiva tão forte...Tão surreal... Corri e cai de joelhos ao seu lado – Edward se mexe...Edward!! – chacoalhei seus ombros e nada. Seus olhos estavam longes, não focavam em mim de jeito nenhum – Pelo amor de Deus Cullen!! Olha pra mim!! – sem que eu percebesse meus olhos estavam marejados. Porque eu me importava tanto com esse idiota? – Me desculpa...eu não queria...Como eu ia saber que era capaz de fazer isso? As vezes eu nem consigo abrir um pacote de bolacha sozinha! – o chacoalhei novamente. Nada. - Edward pare de brincar comigo, você não morre com um empurrão seu desgraçado, então olha pra mim! – gritei. Não sabia o que fazer. Nunca precisei acordar um vampiro, era eu que os colocava pra dormir. Talvez aquele italiano pudesse me ajudar. Aquela força sobrenatural já passou, não vou conseguir movê-lo sem nos atirar na água. Levantei mas senti um leve toque em minha perna. Virei rapidamente e ouvi a voz que me deixou aliviada.

– Pequena...por favor...não vai. – gemeu com a voz fraca, finalmente se movendo.

– Que bom. – sussurrei a mim mesma tocando levemente seu rosto – Você está bem?

Por um misero segundo vi seu olhar se iluminar, mas logo foi ofuscado por essa tristeza que insiste em rondá-lo de uns dias para cá. O que será que o havia deixado assim?

– Isabella Swan preocupada comigo? Nem parece a mesma mulher que queria arrancar meu pescoço. – ele riu - O que aconteceu? – perguntou dando meu sorriso favorito, ele estava brincando, mas a surpresa em sua voz era verdadeira.

Revirei os olhos. Embora no fundo eu soubesse a resposta para essa pergunta. Acho que estou me apaixonando por você. Suspirei. Por favor...que seja mentira...

– Você me assustou. – falei sem perceber.

– Eu?! Meus olhos quase voaram da minha cara quando você me empurrou Bella! – disse em um misto de diversão e horror.

–Achei que tivesse acabado com você. - brinquei, mas não pude deixar de estremecer com a idéia, lembrando de como ele estava imóvel há alguns segundos atrás.

– Vai precisar se esforçar um pouco mais para isso pequena. – falou fazendo uma careta ao tentar se levantar - Me ajuda? – pediu fazendo um biquinho lindo, imediatamente algo se agitou dentro de mim. Isso não pode estar acontecendo.

O puxei devagar e rapidamente ele estava de pé. Mesmo tentando disfarçar, sorrindo o tempo todo, estava claro que ele ainda sentia dor. Foi uma pancada e tanto.

– Precisa de sangue? – perguntei afastando meu cabelo.

– Não, eu estou bem. – respondeu colocando uma mexa solta de meu cabelo atrás da minha orelha, roçando seus dedos em minha face. Estremeço com seu toque.

– Eu não sei o que aconteceu...Foi uma raiva repentina... – disse sem jeito. Estava me sentindo culpada.

– Eu também não faço idéia Bella. Me empurrou como se eu fosse um papel. Nenhum humano é capaz de realizar algo desse tipo.

– Você poderia estar distraído, sei lá... – tinha que ter outro motivo, não podia ser uma transformação. – Ainda sou humana e vou continuar sendo Edward. – como eu queria que isso fosse verdade...

– Eu não estava distraído pequena. – segurou minhas mãos - Acredite quando eu digo que não iria me afastar tão cedo de você. – meu coração acelerou ao perceber o olhar dele em minha boca. Ele não vai me usar de novo. Isso...machuca. Gentilmente afastei suas mãos, não queria ter outro ataque. Edward me olhou triste. Porque tão bipolar Edward?! – Seja lá o que aquele vampiro tenha feito, está começando a dar sinais de vida. Precisamos descobrir o mais rápido possível o que está acontecendo com você. Seus olhos ficaram azuis de novo Bella. – falou preocupado. –Eu preciso que me conte tudo o que aconteceu. Depois dessa festa, vai me contar exatamente o que lembra daquela noite. - pude perceber a raiva crescendo em seus olhos. Ele me confunde tanto...

– Tudo bem, mas por falar em festa, não vamos chegar nunca? – Já fazia um bom tempo que estávamos naquela lancha.

Ele pegou o celular e enrugou a testa.

– Estranho, já era pra termos chegado. Vou falar com o Pietro.

Edward veio até mim e me deu um leve beijo na testa.

– Volto logo pequena. – segurou meu rosto entre as mãos – Acredite em mim Bella. Eu nunca me arrependeria de ter beijado você. Não por esse motivo que está pensando.

Então Edward saiu em direção a cabine, deixando minha mente repleta de perguntas. Ele estava agindo estranho desde a campina. Em um segundo ele está feliz, e no outro é atingindo por uma tristeza sem tamanho. Que ele se arrependeu eu sei, mas se não é por não ter gostado do beijo, o que seria? Não consigo pensar em mais nada. Continuei pensando em inúmeros motivos que pudessem explicar o comportamento dele, mas um grito visceral fez meu sangue ser drenado do rosto. Edward...

Corri feito um raio para a cabine e o encontrei paralisado do mesmo jeito que eu estava ao olhar os controles da lancha totalmente sujos de sangue e Pietro sentado com o pescoço pendendo para trás, deixando a mostra o que o matou. Um tiro na cabeça. Nunca havia visto tanto sangue em um lugar só. Edward não parecia estar nem um pouco incomodado com o sangue. Mais um ponto para os Cullens.

– Mas como... – sussurrei. Mesmo não entendendo nada do que ele dizia, Pietro me parecia uma boa pessoa.

– Não sei. Alguém deve ter planejado isso. Alguém o queria morto. – Edward se posicionou em minha frente, tampando minha visão de tudo aquilo - Não existe bala perdida no meio de um lago. E estamos muito longe do píer.

– Me deixe ver Edward. Está tudo bem.– tentei olhar sobre seus ombros, mas ele segurou meus ombros.

– Bella eu não acho que deva. Isso está horrível.

Eu preciso olhar caramba! Está tudo muito estranho,sei que tem algo de errado nisso.

– Vou precisar te empurrar de novo? – ralhei.

Ele bufou e voltou ao meu lado. E ele tinha razão. Alguém planejou isso. Me aproximei do corpo para ver se achava alguma coisa diferente, e encontrei segundos depois. A bala em sua testa. Eu já havia visto uma dessas antes. Mas estava coberta por tanto sangue, que não conseguia analisar direito.

– Edward, pode retirar a bala pra mim?

Ele me olhou confuso, mas fez o que eu pedi. Assim que a bala estava em minhas mãos, limpa, pude ver mais de perto, minhas pernas quase dobraram por vontade própria ao ver o B.S gravado nela. Bella Swan. Eu fabriquei essa bala.

– Edward, acelere essa lancha agora. – ordenei.

– Mas...

– Agora! – gritei.

Depois de mexer em alguns botões, a lancha começou a percorrer o lago em um ritmo bem mais rápido.

– Esse é o maximo? – perguntei olhando ao redor.

– Sim, da pra me dizer o que está acontecendo? Porque estamos agindo como se estivéssemos fugindo?

– Porque estamos.

– Como assim? – enrugou a testa.

– Essa bala não era para o Pietro. Era para você.


POV EDWARD



Não existem palavras para definir o que se passa dentro de mim Agora está mais do que claro o que eu sinto por ela. Eu a amo. Tentei evitar, mas não tenho controle sobre isso. Beijá-la havia sido como tocar o céu com as mãos. Senti-la tão perto de mim, suas mãos em meus cabelos, seu gosto, e ate mesmo as batidas descompassadas de seu coração me deixavam fora de si. Mas que droga, porque tinha que ser perfeito exatamente com ela?


No inicio pensei que só me sentia protetor em relação a ela por Alice, mas depois de ter um vislumbre da verdadeira Bella, soube que estava fazendo isso não só por querer sempre que ela esteja bem, mas também por puro egoísmo. Não suportaria perdê-la. E isso vem me atormentando todos os dias. Bella já reparou que tem algo de errado comigo, talvez por minhas mudanças repentinas de humor, mas minha pequena nem sonha com o motivo. Talvez seja a forma que Deus encontrou de me castigar. Não existe punição pior do que se apaixonar por alguém que não pode ter, e saber que essa pessoa nunca chegará a retribuir o que você sente. É uma dor horrível. Tento disfarçar sorrindo, brincando, mas não consigo por muito tempo. E depois de beijá-la, isso tudo se tornou ainda pior de suportar,porque foi ali que tive certeza de que é ela que eu quero ao meu lado. Mas nem tudo que quero, posso ter.

– Está tudo limpo, não tem ninguém seguindo a gente. – disse Bella voltando à cabine, mesmo quando eu disse para não sair. Teimosa...

– Claro que não. Já conseguiram o que queriam. – falei colocando a lancha no piloto automático.

– Edward, acredite em mim quando digo que era para ter estilhaços de seu crânio por todo o canto. – falou Bella com a voz estranha. Era um misto de raiva e...medo? Ela chacoalhou a cabeça e pude perceber que deu uma leve tremida.

– Está com frio? – perguntei já tirando meu blazer. – Tome, vista isso.

Bella sacudiu a cabeça, empurrando minhas mãos, mas mesmo assim a envolvi com meu casaco.

– Não é frio Edward. Eu só... Ele ainda pode estar por aqui sabia? – disse me encarando. Era isso. Bella estava preocupada comigo. Meu coração congelado se aqueceu e quase a agarrei ali mesmo. Foco Edward.

– Da pra esquecer isso? Ninguém quer me matar. – assegurei.

Ela se afastou de mim, pegou algo que estava em cima do painel e colocou na palma de minha mão. Era uma bala de arma com duas iniciais gravadas na ponta. B.S . B.S?

– Bella Swan. – disse respondendo meus pensamentos - Eu criei essa bala Edward. – arregalei os olhos – E eu sei muito bem pra que serve e pra que tipo de pessoa vendi. Exterminadores. É obvio que é algum amador ou alguém com uma pontaria muito ruim, já que errou o tiro, mas mesmo assim, o objetivo dele era matar você.

Então realmente era a minha cabeça que queriam. O tiro havia passado a centímetros de mim, mas nem pensei nessa possibilidade. Isso tudo é muito estranho.

– Mas como ele saberia que...Bella?

Ela estava agachada tentando pegar algo em baixo da cadeira onde Pietro “estava” sentado. Sei que ele merecia um enterro, mas não poderia chegar em uma festa, onde teriam milhares de jornalistas amadores, com um corpo. A culpa certamente cairia em nós dois. A única solução foi jogá-lo na água. Não me orgulho nada disso, mas precisava ser feito. Bella finalmente alcançou o que queria. Parecia um cartão.

– Só pode ser brincadeira. – sussurrou a si mesma.

– O que é isso?

– Um cartão de visitas. Olhe os nomes.

Peguei o cartão. Era simples, sem muitos detalhes. Era preto e possuía três nomes ao todo. Havia um maior na parte de cima, Max Walker, e mais dois em baixo, Jacob Black e...

– Isabella Swan? – li em voz alta.

Bella concordou esfregando os dedos na testa. Parecia não se orgulhar muito de ter o nome escrito no cartão.

– Já ouvi falar desse homem, Jacob Black, mas nunca o conheci pessoalmente. – disse descontraída - Max Walker é meu amigo, ele me designa missões grandes, tipo a fracassada no Alasca.

Engraçado como as coisas mudam de uma hora pra outra. Há uma semana atrás, estávamos quase nos matando no Alasca, e agora, estou apaixonado pela garota que quase arrancou meu pescoço.

– Então ele é o responsável por você ser assim? Uma caçadora? – perguntei já imaginando a cabeça desse idiota em minhas mãos.

– Não, ele não é. Quando eu encontrar o responsável, mando uma lasca da pele dele para você. – Engoli em seco. Ela definitivamente pode ser ameaçadora quando quer. Bella puxou o cartão de minhas mãos - O que eu estou tentando dizer é que foi esse tal de Jacob que atirou. E, provavelmente, Pietro o contratou para isso.

– O que?! Bella isso é ridículo. Pietro nem suspeitava do que éramos. Porque um mero piloto de barcos iria querer me matar? – não existiam motivos.

– Porque não responde você? Pelo que percebi quando entrou na lancha, não tem muita afeição por ele.

Não quando ele está tentando seduzir a garota que amo. Aquele italiano filho da puta. Meu subconsciente me dá um tapa. Ele está morto Edward,tenha um pouco de respeito.

– Eu sempre o tratei bem, amor. – ao ouvir o que eu mesmo tinha dito, senti meu corpo travar. Droga! Droga! Droga!

– O que disse?!

– Que sempre o tratei...bem, com...amor. – falei tentando enrolá-la de qualquer jeito que a frase se encaixasse. Bella pareceu cair feito um pato, já que seu olhar relaxou por alguns segundos. Depois de encarar o chão, seu rosto levantou rapidamente para encarar o meu. Congelei no lugar.

– Você é gay? – perguntou abismada.

Meus olhos quase saltaram do rosto. Essa é uma pergunta que eu sinceramente não esperava.

– Gay?! Como assim...gay Isabella?!

– Bom... – começou tentando abafar um sorriso - Você o tratava com muito amor. – a encarei irritado - Foi você que disse. – falou levantando as mãos em rendição. Ela estava se segurando para não rir.

– Então eu sou gay? – perguntei travesso. Ah Bella, você vai ver só.

– Estou esperando uma resposta, mas os fatos estão claros. – disse mordendo o lábio. Ela me deixa louco quando faz isso.

– Então vou te ensinar uma coisa Bella. Vou te mostrar o quão homem posso ser.

Eu me arrependeria depois, não por não ter amado o beijo, mas sim por saber que logo logo, não terei mais nada disso. Nem mesmo um olhar amigável dela sobre mim.

– Nem pense...

Agarrei sua cintura e a trouxe facilmente até mim. Aquela sensação de estar flutuando me envolveu novamente. Seus lábios se moldaram perfeitamente aos meus. Caminhei com Bella em meus braços e a pressionei contra a parede, quase fazendo com que nossos corpos se fundissem. Se ela quer um homem, é um homem que ela vai ter. Assim que senti Bella se afastando, puxei sua cintura com as duas mãos, e depois as subi para seu pescoço. Embora ela estivesse retribuindo, o que me deixava em êxtase, havia algo diferente. Ela não estava tão entregue como da primeira vez. Será que no caso dela era só desejo? Bella agarrou a lapela de minha camisa, e me virou, invertendo as posições. Um rosnado escapou de minha garganta. Agora eu estava contra a parede. Esse tal de Jacob poderia me matar agora, que eu acataria meu caminho para o inferno sem reclamar, já que estou experimentando o céu neste exato momento. Ou era o que eu pensava. Quando tentei puxá-la pra mim novamente, Bella se desvencilhou com uma rapidez impressionante.

– Nunca mais faça isso!!– gritou limpando os lábios, fazendo meu coração se transformar em pó. - Chega de joguinhos!! – Ela pode não estar vendo, mas seus olhos estão cintilando do chocolate para aquele perigoso azul brilhante. Espera...Ela disse usar?

– Te usar? – repeti incrédulo.

– Ora, não aja como se estivesse surpreso! – cuspiu – Não sei o motivo exato de estar com essa palhaçada toda, mas eu não gosto disso! – ela estava vermelha, e seus olhos poderiam me queimar vivo a qualquer momento.

– Você não tem idéia de como eu queria explicar o motivo para você. – respondi cansado. Porque eu não podia simplesmente tê-la? Ou pelo menos ter uma chance de conquistá-la?

– Então me explique. – ordenou cruzando os braços.

Não. Não quero perder você de vez.

– Não posso. Não agora.

– Não poder e não querer são coisas diferentes Edward. – resmungou com a voz fria.

– Preciso de tempo. Não é tão simples assim pequena. É algo que eu daria a minha vida para concertar. – Morreria para ver você feliz de novo.

Bella enrugou a testa e semi-serrou os olhos, em um misto de desconfiança e confusão. Minhas palavras não deviam estar fazendo o menor sentido pra ela.

– Edward o que você fez? – perguntou cautelosa.

– Pequena...- suspirei.

– O que fez de errado? – perguntou mais alto.

Ela merecia saber. Eu queria me livrar desse peso que venho carregando e poder implorar seu perdão. Eu jurei que faria isso quando a encontrasse, mas meu plano foi por água a baixo. Meu erro foi ter me apaixonado por ela. Bella continuava me encarando, esperando uma resposta, mas finalmente, comecei a escutar a musica alta e milhões de pessoas falando ao mesmo tempo. Se essa conversa durasse mais alguns minutos, acabaria contando pra ela.

– Não vai me dizer não é? - nem precisei responder. Ela sabia que não. - Tudo bem Edward. Mas fique sabendo, que quando eu descobrir, vai ser mil vezes pior. E eu vou descobrir. – os olhos de Bella travaram nos meus, enquanto ela olhava furiosa para mim, sua voz soando como um frio fragmento de gelo.

– É uma ameaça? – pergunto arqueando as sobrancelhas.

– Ameaças são para crianças, é uma promessa mesmo. – disse jogando meu blazer no chão e marchando para fora da cabine. Reclamando algo como “Porque com ele droga?”

Me joguei no banco e assumi os controles, preparando a lancha para zarpar no píer, onde haviam vários fotógrafos nos esperando. Não havia noite pior para uma festa. Minha vontade é de pegar o destino pelo pescoço, torcer até quebrar, pegar os restos, jogar em uma fogueira e depois de ter queimado, jogar as cinzas em um esgoto.

– Como eu posso ter me apaixonado pela menina que quase matei a alguns anos atrás? – suspirei correndo as mãos pelo cabelo enquanto a observava no convés, tão bonita e perfeita. Minha menina com alma de guerreira. A ultima coisa que eu queria era magoá-la. Não é pedir muito querer amar e ser correspondido é? Não existe algo pior do que ver a pessoa que ama sofrendo por algo que você mesmo fez. Só queria que as coisas começassem a dar certo pra mim.

Desliguei a lancha e vesti o blazer, ajeitando a gravata e principalmente meu cabelo que eu havia acabado de deixar pior do que já era. Precisava esquecer esse assunto por algumas horas. Vou agir conforme o que estou sentindo agora. Vou ser esse Edward Idiota Apaixonado Masen Cullen. Dando uma ultima olhada, sussurrei o fardo que trancaria a sete chaves esta noite:

– Espero que nunca descubra que o culpado pela morte de seus pais,meu amor, sou eu.















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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?

A teimosa exterminadora e o assassino de seus pais, apaixonados um pelo outro. Só da rolo esse casal hein?

Nao deixem de comentar!!!

Teremos uma surpresinha para os Cullens no proximo capitulo! Fiquem na expectativa pra saberem se é boa ou ruim muahahaha.

E pra agradecer a recomendação, vou colocar o nome da VictoriaLopes em uma das pessoas que estarão nessa surpresinha. Obrigado mais uma vez!

Até o proximo capitulo!