O Irmão Da Minha Melhor Amiga escrita por Allask


Capítulo 6
Nova inimiga


Notas iniciais do capítulo

Alou, leitoras!
Aqui está mais um capítulo para vocês ^^
Boa leitura! o/



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— O que você está fazendo com o meu namorado? — Reconheci a voz da garota.

— Espera um pouco... Você é a garota que foi visitar o namorado no colégio.

— Ah! Se eu soubesse que você era a vadia que está dando em cima do meu namorado...

— Ex-namorado. — Corrigiu Daron. — Não temos mais nada, Caroline.

— Não acredito que você me trocou por essa garota! O que ela tem que eu não tenho? — Ela estava falando tão alto que algumas pessoas começaram a se aproximar.

— Ela não pensa só em si mesma, pra começar.

— AH! — Ela gritou.

Um grupo de pessoas ficou nos observando.

— As pessoas estão olhando. — Eu disse a Daron.

— Caroline, as coisas não precisam ser difíceis. Apenas aceite que eu não tenho mais nada com você.

Caroline olhou para mim e percebi que sua maquiagem estava borrada pelas lágrimas. Ela abaixou a cabeça e tirou o sapato. Olhou para Daron e depois para mim e, rapidamente, atirou o sapato em minha direção. Agradeci por ela ser ruim de mira. E fraca. Daron saiu correndo em sua direção, a segurou brutalmente pelos braços e disse algo. As lágrimas saiam como uma cachoeira. Daron finalmente levou-a para longe. Ou tentou. Ela se soltou dos braços dele – não sei como – e partiu em minha direção. De repente Caroline estava com as mãos em meus cabelos, puxando-os agressivamente. Tudo bem, retiro o que disse sobre ela ser fraca. As pessoas que estavam nos observando começaram a gritar “briga, briga!”, o que fez com que surgisse mais gente.

Eu nunca lutei com alguém em toda a minha vida, o que me deixava em desvantagem. Entretanto consegui juntar forças para dar um soco na barriga da garota. Creio que não tenha sido tão forte, mas pelo menos ela largou meu cabelo e colocou os braços em volta da barriga. Fiquei olhando-a perplexa. Não imaginei que conseguiria fazer isso. Porém ela não ficou ali, parada. Caroline avançou novamente e me deu um soco no rosto. Coloquei a mão no nariz e olhei.

Sangue.

Por um pequeno momento, pensei quando Daron resolveria apartar a briga. Caroline tentou avançar de novo, mas dessa vez Daron a segurou.

— Já chega! — Ela o olhou, os olhos suplicantes. — Vou levar você embora daqui. — Ele a puxou para longe.

Havia praticamente metade das pessoas da festa nos observando, que aos poucos foram se afastando. Duas figuras se aproximaram.

— Oh, meu Deus! Maggie, você está bem? — Jess perguntou, segurando meu braço.

Fiz um gesto que indicava um “mais ou menos”. Ann me conduziu até o banco e disse:

— Você tem que inclinar um pouco a cabeça para frente. Jess pegue um pouco de água.

Jess correu até um garçom, pegou um copo com água e o entregou para mim.

— Obrigada. — Disse.

— Respire pela boca. — Ann advertiu. — Aperte um pouco o seu nariz.

— Vamos te levar daqui. Você vai dormir na minha casa, não é?! Vocês duas. — Ela olhou para Anna.

— Mas e a festa? —Perguntei, ainda tentando parar o sangramento.

— Já estávamos com vontade de ir embora, né Anna? — A loira assentiu.

Jess segurou o meu braço, juntamente com Ann, e me guiou até o carro do pai dela. Nem sequer nos despedimos de Amber, mas acho que ela não iria sentir nossa falta, já que tem pelo menos 400 convidados na casa dela.

Anna foi atrás comigo, me monitorando. Ela fez um curso de primeiros socorros, então sabe o que fazer em momentos como esse.

Quando entramos, todas as luzes estavam apagadas, exceto por um abajur perto do sofá.

— Acho que seus pais já estão dormindo, Jess. — Ann disse, indo em direção ao abajur.

— Não. Eles saíram.

— Com que carro? — Ann questionou. — Pelo o que eu sei, a sua mãe não tem um.

— Eu sei. Eles disseram que iriam sair com uns amigos. Acho que vieram buscá-los.

— Geralmente quando os seus pais saem, só voltam de manhã. — Sorri.

— Você tem que descansar, Maggie. — Ann disse com um tom de mãe. — Não vamos deixar você se trancar em um quarto com Daron, até melhorar. — Ela sorriu maliciosamente.

Revirei os olhos.

— Não quero ficar trancada em um quarto com Daron. Ele é um babaca! — Olhei pra Jess. — Sem ofensas.

— Você ofendeu a ele, não a mim.

— Mas... Aquela garota... É namorada dele?

— Ex-namorada. Por quê? Quer saber sobre a concorrente? — Jess sentou no sofá e eu a segui. Não seria a única a ficar de pé.

— O-O quê? Não é isso! — Gaguejei.

— Tudo bem. Eu te conto, mesmo assim. — Ela fez uma pausa. — O nome dela é Caroline. Caroline Miller. Ela é muito possessiva, mas isso você já deve ter percebido.

— Imagina! — Debochei.

— Eles se conheceram quando ele estava em Nova York. Estudavam juntos. Então começaram a ficar e depois namoraram. No início, estava tudo às mil maravilhas, mas depois ela mostrou quem realmente era. Possessiva, chata e egoísta. Daron não gosta desse tipo de garota, então terminou com ela pouco antes de voltar. — Jess respirou fundo. — Ou achou que tivesse terminado. Sério, a garota é louca! Ela ligava pra cá quase todos os dias. Pelo visto, ela mostrou que é capaz de vir aqui pra atazanar a vida do meu irmão. E eu não acho que ela vai embora tão cedo. Pelo menos, não até conseguir separar vocês dois.

— Não estamos juntos, Jess.

— Nós sabemos disso, mas ela não. E duvido que Daron queira que você diga o contrário a ela.

Fitei o chão.

— Tudo bem, vamos falar de outra coisa. — Anna bateu as mãos. — O seu nariz parou de sangrar? — Ela virou-se para mim.

— Acho que sim...

— Ótimo! Vamos fazer algo que preste!

— Tipo...? — Ergui as sobrancelhas.

— Que tal conversarmos? — Sugeriu Ann.

— Já não estávamos fazendo isso? — Jess a olhou.

— Tanto faz... — A loira revirou os olhos. — Maggie, por que você deixou a tal da Caroline te bater? Se fosse comigo, eu dava uns tapas no meio da cara daquela vadia só pra ela aprender. — Ann socava as mãos enquanto falava.

— Sei lá! Não sou boa de briga. E eu estava meio despreparada. — Cruzei os braços.

— Sei...

A campainha soou.

Jess se levantou e foi em direção à entrada.

— Mas o quê? — Resmungou e depois abriu a porta.

— E ai? — Vanessa disse, entrando juntamente com Charlotte. — Pensei que vocês estariam na festa da Amber...

— Estávamos. — Apontei para minha roupa.

— Espera... Isso é sangue na sua roupa? O que aconteceu? — Vanessa largou suas coisas no sofá e sentou-se ao meu lado.

— Um pequeno desentendimento. — Jess respondeu por mim e fechou a porta depois de Charlotte entrar.

— Uau! — Charlotte exclamou. — Com quem?

— Uma penetra. Ela perturbou muito. Maggie a socou na barriga e a garota socou Megan no nariz. Fim. — Ann “esclareceu” a história.

Vanessa e Charlotte se olharam.

— Bom, já que estamos aqui, vamos fazer alguma coisa. — Vanessa se levantou.

Olhei para Jess, pedindo com os olhos para ela inventar alguma desculpa para as duas irem embora.

— Isso! Que tal passar trotes? Ou tato-olfato-paladar? Ou então verdade ou desafio. — Charlotte sugeriu.

— Não sei, não... — Jess começou, mas foi interrompida por Vanessa.

— Vamos! Pelos velhos tempos.

Sei que poderia me arrepender disso, mas...

— Eu topo. — Ergui a mão. Anna e Jessica me olhavam incrédulas. — Qual é! Pelos velhos tempos...

As duas resmungaram um “tá, tanto faz”.

— Então, o que a gente faz? — Ann perguntou.

— Eu não sei vocês, mas eu vou tomar um banho. — Disse subindo às escadas.

— Eu também vou. — As outras falaram em coro.

Logo estávamos de pijama no quarto da Jess, pensando no que fazer.

— Pique-esconde! — Anna deu um salto.

— Isso é coisa de criança. — Charlotte revirou os olhos.

— Eu gosto. — Sorri para Ann. — Quem quer brincar de pique-esconde levanta a mão.

Todas, exceto Charlotte levantaram a mão.

— Pique-esconde! — Anna se levantou pulando.

— Okay, eu brinco, mas eu não vou ser a primeira a contar. — Charlotte cruzou os braços.

— Tanto faz. — Jess disse.

— Eu quero contar! — Ann se ofereceu.

— Você parece uma criança. — Charlotte a olhou com desprezo.

— E você parece uma velha chata. — Anna mostrou a língua.

— Okay, parem vocês duas! — Vanessa estendeu a mão. — Vamos começar logo. Anna, você conta.

— Vou contar na sala.

Nós descemos e Anna se posicionou perto da bancada da cozinha.

— Conte até 50 bem devagar. — Vanessa disse e logo depois apagou as luzes.

Ann, então, começou a contar. Saímos correndo à procura de um lugar para se esconder. Eu subi às escadas olhei para o corredor.

Sete portas. Três do lado esquerdo, três do lado direito e um no fim.

As primeiras portas eram os banheiros. Apesar de serem consideravelmente grandes, não têm muitas opções de esconderijos. As segundas portas eram os quartos de hóspedes. Também são grandes, mas meu foco foi para o terceiro quarto do lado direito. O quarto de Daron.

Concentração, Megan.

Mas uma olhadinha não mata ninguém.

Corri até o quarto, que por sorte não estava trancado, e entrei. Era bem grande e espaçoso. Tinha uma televisão de plasma de frente pra cama de casal, uma escrivaninha com um notebook e vários livros em cima, uma estante também com muitos livros, um violão e uma guitarra em um canto e uma porta, que a princípio, pensei ser o banheiro, mas depois de vasculhar bem, descobrir ser um closet. Um closet não muito grande.

Achei que seria um bom esconderijo. Analisei bem e conclui que as roupas conseguiriam me esconder se a Anna entrasse. Fiquei sentada por um tempo até ouvir um barulho na porta. Levantei-me rapidamente e coloquei a mão na boca para que não desse para ouvir minha respiração. Depois de alguns segundos a porta do closet se abriu. Percebi tarde demais que não era um bom esconderijo.

— O que você está fazendo? — Ele tirou a roupa da minha frente e pude perceber que ele estava sem camisa.

— Ahn... Pique-esconde. — Respondi tentando não olhar muito o corpo bem definido de Daron.

— Com tantos outros lugares para você ir e veio justo para o meu quarto. — Ele ergueu as sobrancelhas.

— Eu não escolhi! — Mentira. — Eu só entrei no primeiro quarto que me veio à cabeça. — Outra mentira.

— Sei... — Ele se afastou um pouco e percebi que estava prendendo a respiração, então a soltei. — Você está melhor?

— Sim.

Ele olhou para o chão.

— Desculpe por isso. — Suspirou. — Não pensei que ela seria capaz de te bater.

— Tudo bem.

Ficamos em silêncio por um momento.

— Vocês estão mesmo brincando de pique-esconde?

— Aham! Quer brincar?

— Não sou criança como você. — Debochou.

Revirei os olhos.

— Eu... — Realmente tentei continuar, mas voltei a reparar o seu corpo e... Ficou quente. Muito quente. Sem contar que seu corpo estava muito próximo do meu. Eu poderia beijá-lo bem ali. Poderia fazer muitas coisas. Mas não fiz.

Um barulho na porta do quarto me despertou.

— Feche a porta! — Sussurrei.

Ele fechou a porta rapidamente.

— Fique encolhida. Se alguém entrar, eu finjo que estava procurando uma roupa. — Ele jogou uma camisa em minha cabeça. Era grande o bastante para me cobrir. E tinha cheiro de hortelã.

Poucos segundos depois ouvi o som da porta do closet se abrindo.

— Ah, Daron! O que você faz aqui? — Uma voz aguda perguntou. A voz de Vanessa.

Por um breve momento, desejei que Daron tivesse vestido uma camisa. Uma parte de mim não queria que Vanessa o visse sem algo por cima do corpo.

— Simples: esse é o meu quarto. — Daron respondeu com a voz seca. — O que você faz aqui?

— Eu... Ahn... Estamos brincando de pique-esconde e...

— E achou que o meu quarto seria um ótimo esconderijo? — Daron a cortou.

— Bem, na verdade, eu queria falar com você. — Ela disse com a voz firme.

— Sou todo ouvidos.

Ouvi um suspiro pesado. Provavelmente vindo de Vanessa.

— Eu percebi coisas estranhas... — Começou.

— Que coisas?

— Bem, eu percebi que a Megan está... estranha.

— E o que eu tenho a ver com isso? — Quase o vi erguendo as sobrancelhas.

— Percebi que vocês têm passado um tempo juntos... E me contaram que vocês estão muito próximos. — Pensei que ela iria vomitar pela forma como ela pronunciou a última frase.

— E...? Ainda não entendi o problema.

Ela ficou em silêncio por um momento.

— O problema é que... Ah, eu não queria te contar, mas... Ouvi ela dizer que vai te conquistar só pra ficar mais popular. Ela disse que queria ser conhecida como “a namorada do garoto mais gato da escola”.

Por um triz eu não saí debaixo daquela camisa gigante e dei um belo soco na cara daquela vadia. Como ela ousa falar mentiras de mim pro Daron? Me segurei para não fazer nenhuma besteira e continuei imóvel ali.

— Megan disse isso? — A voz dele parecia incrédula.

— Disse. E eu soube que ela estava saindo com aquele... Como é o nome dele? Thomas, se eu não me engano.

— Thomas... Ela não está saindo com ele. — Daron disse confiante.

—Ela não merece você. — Escutei passos e pude imaginar que ela estava se aproximando dele. Isso, infelizmente, me deixou muito irritada. — Às vezes a felicidade está bem embaixo do seu nariz.

Então, escutei um barulho um diferente. Tirei uma pequena parte da camisa de minha cabeça, apenas para meus olhos, e pude observar a cena mais nauseante que eu já observara em toda a minha vida.

Vanessa estava nas pontas dos pés, a fim de alcançar os lábios de Daron, e estava com as mãos ao redor da nuca do garoto. Uma raiva repentina surgiu dentro de mim. Quer dizer, não só a raiva, mas também, ciúmes.

Sim, eu estava com ciúmes de Daron Spittle.

E isso era mau.

Vanessa saiu do closet e fechou a porta. Esperei ouvir o barulho da porta do quarto para poder começar a falar.

— Não é verdade o que ela disse. — Comecei com a voz seca.

— Eu sei.

— Ótimo. — Tentei não mostrar frieza em minha voz, mas estava difícil.

Eu ia abrir a porta do closet, mas Daron me impediu.

— Me larga. — Disse com a voz irritada.

— Qual o problema, Meg? — Sua voz estava um tanto confusa.

— Problema? Que problema? Não tem problema nenhum. Afinal, que problema teria se o meu namorado falso me traísse com uma garota que se dizia minha amiga? Já que ele não é nada pra mim. Não tem problema nenhum, não é? — Tentei conter as lágrimas que teimavam em querer surgir. Sempre inventava de chorar nos momentos mais inoportunos.

— Então é esse o problema? — Ele segurou o meu rosto, mas eu dei um tapa em sua mão.

— Eu disse que não tem problema nenhum. Você me ouviu ou é surdo? Quer que eu desenhe pra você entender? — Demonstrei que era como se eu estivesse conversando com uma criança de cinco anos.

— Megan, eu não fiz nada. Ela quem me beijou. Você deve ter visto.

— Vi! Claro que vi! — Dei um sorriso de escárnio. — A vi com os lábios colados nos seus. Isso me explica muita coisa.

— Você mesma disse que não tem problema, então por que está tão irritada?

— Argh!

Comecei a socar seu peito – que percebi ainda estar desnudo – e, ao mesmo tempo, as lágrimas começaram a sair. Dessa vez não tentei pará-las.

Ele segurou meus pulsos e me abraçou de uma forma carinhosa, protetora. Era como estar abraçando a minha mãe. Ao lembrar disso, as lágrimas caíram em dobro. Era como se meu pai tivesse me repreendido e minha mãe estava me consolando. Não lembro muito bem quando parei de chorar. Só lembro de ter adormecido ali, com Daron. 


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Notas finais do capítulo

Amores, a cada review que vocês deixam, fazem o meu coração pular de alegria!
Okay, estou sendo muito melosa u-u
Mas se gostaram, deixem um review
Se amaram, deixem um review
Se adoraram, deixem um review
Se odiaram, deixem um review
Se querem me matar, deixem um review e-e
Chata, eu? Magina!



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