Avalon escrita por Ninha Harlocchi


Capítulo 1
Morgana


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal... Eu não desisti da outra fic, mas estou realmente sem ideias e sem vontade de continuá-la. Então decidi que vou escrevê-la quando a vontade voltar, já que não tenho muito leitores para me cobrar mesmo. Essa história surgiu realmente do nada, me deu vontade de escrever e foi o que fiz. Boa leitura!



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Andar pela praia, ouvir o mar, sentir a areia, a brisa batendo no rosto, o sol se escondendo atrás de uma nuvem... Ainda não entendo porque algumas pessoas preferem ir ao shopping a vir à praia. Como alguém pode pensar em problemas, em coisas ruins, ao ver esse quadro perfeito que é o mar e o céu? Depois eu é que sou estranha. Quer dizer, na verdade sou mesmo, mas pelo menos entendo como tudo isso é mágico, pelo menos posso desfrutar disso enquanto muita gente está ocupada demais com seu trabalho ou seu dinheiro para sequer querer estar caminhando descalça na areia, eliminando todas as energias ruins. Assim é muito mais fácil perceber o quanto cada um é bom, o quanto cada alma procura pela sua paz, embora a maioria das pessoas se perca do seu objetivo real na metade do caminho. Acredito que se todo mundo pudesse perceber isso, o mundo seria muito melhor. O problema é que não posso simplesmente tentar mostrar isso, cada um precisa descobrir sozinho. Só me resta esperar que todos descubram. Sonho? Pode ser. Adoro sonhar.

Foi assim, sonhando acordada, que tive a ideia de criar um lugar perfeito, para onde eu poderia fugir quando quisesse, quando estivesse esgotada desse povo que se perdeu. A minha sorte é que eu não estava sozinha nessa. Havia uma pessoa, uma única pessoa que não me acharia louca, pelo contrário. Záion. Meu amigo praticamente virtual que em pouco tempo me fez pensar que já o conhecia há tempos. Juntando nossas ideias, surgiu Avalon. Um lugar lindo, tranquilo e cheio de magia. Afinal, o que melhor para uma garota ruiva com nome de fada do que um lugar mágico?

“Criei então um universo onde tudo era perfeito e feito pra nós dois”  

Depois da meia noite, Capital Inicial

Não que eu realmente precisasse disso morando em Coren, uma cidade litorânea conhecida pelas suas paisagens exuberantes que sempre serviam de temas para poemas, livros e músicas. Ali já era um lugar mágico, sem dúvidas. Mas era um lugar de todo mundo, Avalon é apenas meu e do Záion. É bom essa coisa mais individual hoje em dia, onde tudo é de todos. Ter algo próximo do único é uma dádiva. Estou buscando isso há algum tempo. Por isso as tatuagens. Não que eu seja a única pessoa com uma tatuagem de apanhador de sonhos, mas para mim ela realmente tem significado. O tsuru na minha batata da perna talvez seja mesmo único. O que importa é que ambos são um pedacinho de mim, uma tentativa talvez falha de me mostrar para o mundo de um jeito diferente. Para que roupas extravagantes ou sapatos caríssimos quando se tem o próprio corpo? Os próprios pensamentos?

De repente me dou conta de que passei tempo demais ali na praia, sentada, viajando em outro mundo que nem mesmo existia, que nem era Avalon. O sol estava se pondo e praguejei alto por não ter pego minha câmera. Coisas assim precisam ser registradas para que outras pessoas possam ter ao menos um quarto da sensação que eu tive ao presenciar aquilo.

Foi enquanto eu estava pensando sobre fotos e tudo o mais, que o vi. Um garoto alto, corpo legal, cabelo curto bem preto puxando uma menininha pela mão que parecia ter menos de dois anos. Eles estavam conversando animadamente sobre algo e fiquei curiosa para saber o que era. Quem eles eram. Não sei o porquê, mas realmente precisava ir falar com eles. E foi o que fiz.

- Oi – disse aos dois, enquanto ambos riam sobre algo.

- Oi – ele sorriu e pude ler seus pensamentos. “O que ela quer?”

- Nunca os vi aqui antes. São novos na cidade? – se não eram novos, eram apenas visitantes. Minha memória fotográfica teria me feito lembrar os dois se eu houvesse visto eles ao menos uma vez.

- Somos sim. Você mora aqui?

- Moro. Tipo, desde que nasci. É uma ótima cidade. O que os traz aqui? – ele demorou um pouco para responder, mas enfim disse:

- Fugindo. De problemas – e olhou para a menininha.

- O que ela é sua? – puta que pariu, que interrogatório, mas eu não podia me controlar.

- Filha – ele disse e desviou os olhos. Obviamente ele não tinha nem vinte anos.

- Oi – disse olhando para a menininha que me olhava de volta desconfiada – Qual o seu nome? – ela olhou para o pai como se pedisse permissão para falar e se voltou para mim quando ele assentiu.

- Tutti.

- É um nome fofo. Combina com você sabia? – ela sorriu e não pude deixar de sorrir junto.

- Então, e qual é o seu nome? – ele me perguntou.

- Morgana. E não, não sou uma fada, infelizmente.

- Nickolas – ele estendeu a mão para um cumprimento.

- Vocês vão ficar aqui por quanto tempo?

- Não sei. Pretendo terminar o ensino médio aqui e depois eu não sei o que farei ainda – ensino médio? Espera...

- Quantos anos você tem?

- Dezessete. É, eu não deveria ter uma filha com apenas dezessete anos, eu sei. Não preciso de mais alguém me dizendo isso.

- Eu não vou dizer. Na verdade isso nem passou pela minha cabeça, estava pensando se você iria estudar comigo – ele ficou desconcertado ao perceber que eu estava sendo sincera.

- Estudar com você? Quantos anos você tem?

- 16. Não vamos estudar na mesma sala, mas ao menos estudaremos na mesma escola eu acho.

- E como você pode saber disso?

- Você provavelmente está matriculado na Mackenzie, a maior escola dessa cidade, não está? – chutei e pude ver em seus olhos que eu estava certa.

- Sim. Tem certeza de que você não é uma fada? – ele arqueou uma sobrancelha e eu ri.

- Tenho. É só que todo mundo que chega nessa cidade vai estudar lá primeiro. Alguns continuam, outros preferem ir para uma escola menor, mas todos passam por lá - enquanto eu explicava isso á ele, Tutti começou a puxar a barra do seu shorts com impaciência e ele se abaixou falando com ela.

- O que foi? Você quer ir embora? – ela acenou que sim com a cabeça e ele a pegou no colo – Bom, eu preciso ir, terminamos de arrumar as coisas da mudança hoje, então nós dois estamos cansados.

- Claro, entendo.

- Mas talvez a gente se veja amanhã? Aqui na praia? – ele perguntou em dúvida.

- Com certeza – sorri.

- Ótimo. Até amanhã fadinha – ele piscou e a Tutti riu.

- Até amanhã – respondi aos dois.

         Assim que cheguei em casa pensei na minha sorte ao fazer novos amigos. E novos amigos tão diferentes. Sorte não, destino e energias positivas.


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Notas finais do capítulo

Assim como não espero compromisso de você que está lendo, eu também não me comprometerei. Posto assim que a inspiração surgiu e eu tiver tempo para colocar tudo 'no papel'. Até o próximo!



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