Eu Nunca Disse A Ele escrita por V01D


Capítulo 1
Eu nunca disse à ele


Notas iniciais do capítulo

Galera, como eu sei que muita gente não lê as notas antes do cap ao abrir a fic, aqui vou eu de novo: Essa história foi escrita com o intuito de homenagear e canalizar toda a inspiração que a história 'Diga a ele que eu disse Adeus' me deu. É uma homenagem, eu pedi a autorização da autora brilhante e original que é Oops an apple. Se você não leu ainda 'Diga a ele que eu disse Adeus', não perca tempo e vá ler. Não tenho nenhum intuito de ofender alguém ou me comparar com a autora original. Pelo contrário, é o brilhantismo e originalidade dela que me inspiram. Plágio continua sendo crime.
E eu dedico essa história a Oops an apple, esperando fazer jus ao trabalho dela, e a Mirella Vieira, porque to pra ver alguém mais fofa que essa menina gente!!
Oops, acho que o Nyah comeu a mensagem que te enviei, mas de qualquer forma, se você não gostar e quiser que eu mude a história é só falar!
E agora, finalmente desejo a todos uma boa leitura!



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Sempre faltou alguma coisa para Regina Mills. Não materialmente, não. Mas em seu peito, a noite, faltava alguma coisa muito grande. Ela nunca gostou de dormir sozinha, jamais pôde apreciar o silêncio. Silêncio, que deveria trazer paz, gritava verdades ao vento alto demais para que ela pudesse suportar. E não importava a companhia que tivesse, ela sempre estava só.

Ela sempre esteve só.

Não se lembrava de sua vida. Para falar a verdade, ela se lembrava demais, e por isso dizia não lembrar. Ela tinha memórias longas demais, detalhadas demais, felizes e perfeitas demais para serem reais, para serem dela. Se fosse tão feliz como suas memórias lhe diziam que deveria ser, seu peito não seria vazio, seu travesseiro jamais teria provado do gosto de suas lágrimas tantas e tantas vezes. Ela não estaria quebrada.
Ah, mas ela se lembrava sim. Se lembrava de ser criança, de ser livre. Se lembrava de rir, de amar. Se lembrava de estar inteira, saber quem era. Se lembrava do vento fresco da noite, se lembrava de estar viva verdadeiramente e das estrelas. Acima de tudo, se lembrava das estrelas, mas agora, todas as vezes que olhava para o céu todas elas pareciam apenas erradas. Ela demorou, mas finalmente entendeu que elas estavam sim erradas. Eram estrelas belas como quaisquer outras, apenas não eram as suas. Não eram as estrelas que ela precisava.
Ela se lembrava de muito, mas se lembrava tão bem que algo no fundo de si dizia-lhe que essas memórias não eram dela. Mas no silêncio das noites, apenas quando tudo se tornava demais, então ela se permitiria acreditar. Ela sabia que era uma mentira, mas onde é que você se segura quando não tem nada pra te pegar? Entre se afogar no buraco negro que era seu passado e usar aquelas memórias, tão perfeitas e falsas, para se salvar e manter sua cabeça acima da água por tempo o suficiente para respirar apenas mais uma vez, ela sempre escolhia o que parecia ser dos males o menor. E assim sobrevivera até hoje, desde o dia que acordou na estrada, com uma mulher mais velha, de cabelos castanhos profundamente adormecida no banco ao seu lado.

Memória engraçada, aquela, porque ela sabia que era verdadeira. Alguns anos atrás, se cinco ou sete ela não saberia dizer, ela apenas abriu os olhos. Estava numa Mercedes Benz preta, com algumas malas no porta-malas, aquela mulher ao seu lado e uma agenda em seu colo. A agenda estava vazia, trazendo apenas uma nota na primeira página, no que ela veio a reconhecer depois como sua própria caligrafia: 'Exame neurológico, Hospital Central de Boston, 27 de julho, 17:30.' E anexado a nota estavam alguns documentos, dela e da outra mulher. Que aparentemente era sua mãe, Cora Mills.
Não entendeu nada no primeiro momento, e apenas muito tempo depois ela foi reparar que, se a perguntassem naquele momento, ela não saberia dizer seu próprio nome se não tivesse lido nos documentos. Aliás, se ela não tivesse lido todos aqueles documentos, e alguns envelopes no banco de trás, talvez ela jamais se lembrasse de que era Regina Mills, advogada, que residia em Boston e que sua mãe, Cora Mills, morava com ela e estava no meio do tratamento de um problema neurológico que Regina nunca conseguiu entender muito bem.
Cora a amava. Mais do que tudo. E Regina se agarrava a isso com todas as forças que tinha, a esse amor, todo aquele carinho, cuidado. Assim, como algo gritava-lhe constantemente que suas memórias não eram reais, ela sabia que não era pra ser assim com Cora. Mas qual é a criança que não anseia pelo toque carinhoso da mão da mãe em seus cabelos quando parece que ninguém mais se importa?

 

Regina não era uma criança. Seu coração era tão ansioso quanto o de uma.

Nem ela ou Cora haviam envelhecido um dia sequer desde que chegaram a Boston. Elas moravam cada uma em um apartamento espaçoso, no mesmo prédio, Regina vez ou outra tinha um namorado, mas nada que durasse. Ela jamais permitia que durasse. Se por medo ou impaciência, ninguém jamais lhe perguntou.
O fato é que ela procurava em cada um deles algo que não estava lá. Procurava outra parte que faltava em seu peito, e isso ela sabia que jamais acharia. E então, procurava detalhes menores. Mas todos eles tinham o sorriso errado, os olhos errados, o jeito de rir errado, o cabelo errado. Ela não sabia ao certo o que faltava neles, mas faltava e era isso que importava. No fim, seu copo de cidra de maçã e um bom livro acabavam por ser suas melhores companhias no final de cada dia.
Ela tinha uma rotina. Ia trabalhar, às quartas e sextas almoçava no restaurante italiano que ficava a duas quadras do seu escritório, e todo final de tarde tomava seu café favorito na cafeteria que ficava no seu caminho de casa. Terças e Quintas ela jantava com Cora, e nos outros dias com algum colega de trabalho. Compras e arrumar o apartamento eram tarefas do final de semana. Havia estabelecido tudo tão perfeitamente que era quase mecânico, automático. Ela podia negar, mas no fundo sabia que havia estabelecido essa rotina para ter o mínimo de tempo possível sozinha, tempo em que podia realmente pensar e por consequência encarar uma vida que ela sabia que não deveria ser dela. Mas a questão era: Se aquela não era sua vida, qual era? Ela não sabia. Já a havia procurado por tanto tempo que estava cansada. Ela não esperava nada, mas havia parado de procurar. Talvez, lá no fundo, ela admitisse que esperava que alguém fosse capaz de achá-la e trazê-la de volta para ela.

oOo

Você vê, o destino tem um jeito engraçado de trabalhar. Dos menores momentos faz nascer as memórias mais obscuras, os mais belos sentimentos, os maiores fantasmas, sejam eles bons ou ruins.
Regina Mills havia se tornado um fantasma, embora dependesse do ponto de vista para definir se era um bom ou ruim.

'Bom ou ruim.' Emma Swan simplesmente ria dessa definição. As pessoas pareciam insistir em definir, dividir tudo dessa forma, preto e branco. Ela sabia que não era assim, que cada um tinha um pouco dos dois lados. Ela acreditava nisso pelo menos. Mas então ela era constantemente relembrada de que não pertencia àquele meio, quando olhava para as pessoas da cidade e via que sim, elas eram divididas em preto e branco. No mundo utópico dos contos de fadas era assim, e aquelas pessoas eram desse mundo. Ela não.
 

Em um mundo construído para ser preto e branco, Emma Swan era cinza.

Foi entre as exclamações de 'Meu Deus, Henry! Olhe só como você está grande!' de Snow e os apertados abraços de parabéns entre avô e neto que o celular de Emma tocou. Ela reconheceu o número como sendo de Boston e desligou. Era o aniversário de 16 anos do seu filho. Regina não estava lá, então ela tinha de estar. Nesses momentos, quando via quanto a ex-prefeita fazia falta na vida (não só) de Henry, Emma tinha certeza de que o fantasma dela era cinza também. Ela foi a Rainha Má. Ela foi mãe de Henry e o amou por 11 anos antes de levar Cora para fora da cidade e perder tudo. Emma dizia entender que tinha sido para o bem de Henry e de outras pessoas que a morena um dia se importara. Pena que era da boca pra fora.

Ela era a prefeita da cidade agora. Depois que Regina foi embora, levando com ela muito mais do que apenas Cora, Emma por ser a xerife assumiu o gabinete. David era o xerife agora. E o engraçado era que, por mais que todos naquela cidade dissessem querer esquecer Regina, ninguém jamais havia colocado um dedo sequer na enorme mansão branca. E Emma fingia que não, mas ela sabia que Henry mesmo voltava regularmente na casa. Se para mantê-la em ordem ou pegar alguma coisa sua, Emma jamais interferiu.
Ela já havia falhado em localizá-la e trazê-la de volta. Deixar o menino, agora rapaz, ter seu momento sozinho com as lembranças que ele podia ter era o mínimo que tinha que fazer. Não que tenha sido justo ela ir embora, claro que não. Deus, o coração de Emma sabia que não. Mas um coração que é constantemente ferido aprende a se recuperar rápido, e o de Emma era assim. O único problema é que 'rápido' é uma questão relativa.

Faziam 6 anos. A ferida aberta sob o nome de Regina Mills continuava intacta e sem o menor sinal de cicatrização.

É segunda-feira novamente quando Emma está trabalhando na prefeitura. Apesar de um ou outro detalhe, como o porta-retrato em cima da mesa com uma foto de David, Snow e Henry, e a jaqueta jogada sobre o encosto da cadeira, aquele lugar ainda era todo Regina. A estátua do cavalo ainda estava em cima da lareira, ainda havia a cesta de maçãs sobre a maior mesa. O lugar em si cheirava a maçãs.

Não estava ajudando a superar a perda de Regina. Ouse você se meter. Ela pode não ser mais a xerife, mas ainda tem um revólver na cintura. Com todo tipo de personagem por aí, ela preferia não se arriscar.

Destino assemelha-se muito à uma criança mimada. Faz o que for necessário para ter o que quer. Por isso talvez, o celular de Emma não parava de tocar. E quando ela atendeu, apenas se afundou mais na cadeira. Os imóveis de Boston, claro. Como ela pôde esquecê-los por 7 anos? Depois de pelo menos meia hora de uma conversa extremamente entediante ao telefone, repleta de termos técnicos desnecessário e uma súbita mudança de atitude da mulher do outro lado da linha ou ouvir que Emma era prefeita da cidade, ficou resolvido que a ex-xerife teria que ir para Boston. Uma semana, no máximo, para acertar as taxas do prédio e colocar o imóvel a venda ou alugá-lo. Não é como se ela planejasse voltar a morar lá afinal.

Então no domingo a noite ela pegou o avião, chegando lá infinitamente mais rápido do que jamais poderia de carro. E era tão estranho estar de volta. Depois de Tallahasse, aquela tinha sido a cidade que ela ficou por mais tempo. Era estranho reconhecer os lugares. Tudo era o mesmo, mas tudo estava diferente. E ela descobriu que, por mais que ela não fizesse parte do mundo que veio, ela já não fazia mais parte desse também. Ironicamente, depois de tantos anos, mais uma vez Emma Swan não tinha ideia de onde diabos ela se encaixava ou quem era. Basicamente, duas coisas se encaixavam em sua vida. E uma delas estava perdida.

Fazia tanto tempo, mas ela ainda não havia se acostumado com essa coisa toda de contos de fada. Demorou, mas aos poucos, todos na cidade começaram a perceber que com a partida de Regina, o tempo parou mais uma vez. Sem qualquer espécie de trocadilho agora, mas ela era o coração da cidade. Ela manteve tudo se movendo por todo aquele tempo. A maldição só poderia ser completamente quebrada quando ela voltasse, porque, aparentemente nada ali teria o direito de se mover enquanto sua Rainha não estivesse de volta para guiá-los.

Foi em meio a esse tipo de pensamentos que Emma se sentou num café qualquer no final da tarde de segunda. Sua cabeça doía pelos negócios, ela estava cansada, e mesmo longe da cidade Regina povoa seus pensamentos mais do que nunca. Ela sabia que era besteira, mas as vezes, quando a falta se tornava demais, ela gostava de pensar que era conectada a Regina de alguma forma, que podia senti-la de algum jeito. Ela não só sabia como esperava que isso fosse besteira. Se a tristeza que lhe sufocava o peito fosse de Regina, não dela, isso doeria. Porque mesmo tendo sido tão machucada, Emma ainda não podia suportar a ideia de alguém ferindo a morena. Muito menos ela mesma, embora uma voz amarga em sua cabeça dissesse-lhe que era prepotência demais da parte dela achar que era culpa dela. Regina não podia se importar tanto assim, porque se se importasse, não teria partido pra começar. Tinha de haver outro jeito, elas tinham que ter achado outro jeito. Mas Emma falhou. Falhou em achar outro jeito, falhou em impedir Regina de ir embora, falhou em trazê-la de volta. Falhou tantas vezes... Se perguntava frequentemente se era mesmo a salvadora, se não tinha tudo sido um grande golpe de sorte, uma grande armação de Gold. Porque ela havia salvado e mudado tudo, menos o que ela mais precisava.

Mas de novo, o destino tem seus próprios jeitos de trabalhar. Aquele café era o que Regina parava toda tarde, religiosamente. Mas naquela segunda, ela não parou. Acabou presa no escritório. Passou, pegou o café rápido, sem reparar em ninguém, oferendo apenas um sorriso sutil para o rapaz que lhe entregou o seu café de sempre antes mesmo de ela verbalizar o pedido, apenas cobrando e desejando uma boa noite. Sua visão periférica não registrou a bela loira sentada na mesa que costumava ser dela. Emma tinha os olhos fixos no celular checando seus e-mails. Mas aquele ritmo de andar, aquele clique dos saltos, ela reconheceria em qualquer lugar. Por instinto levantou a cabeça, vendo uma mulher morena entrar em um carro preto, e suspirou. Apesar da energia que transpassou seu corpo, não era Regina. Não podia ser. Depois de tanto tempo e de tanto procurar, Emma já estava acostumada ao disparar de seu coração, à batida súbita da esperança, só para se decepcionar depois. Ela sabia de tudo isso, mas não podia evitar.

No fim daquela semana ela ficou no hotel arrumando as malas. Regina passou uma hora e meia a mais do que normalmente passava no café. Emma entrou trinta minutos depois e ela sair, pegou seu último café daquele lugar e foi para o aeroporto. Menos de duas horas depois, ela estava em casa.

 

oOo

Três meses. Foi o tempo que levou para alugarem o apartamento antigo de Emma. Mais tempo do que ela esperava, pela localização. Menos tempo do que deveria pelo preço. O que importava é que Emma voltou a Boston para assinar o contrato. Regina estava viajando.

No último dia, entretanto, surgiu um contratempo com o contrato. Emma concordou em ficar mais dois dias, ao mesmo tempo que as três últimas palestras de Regina eram canceladas. Era quinta-feira.
 

Sexta-feira, 17:15 da tarde, Regina adentrou seu café favorito, pegou sua bebida habitual e se virou para sua mesa, apenas para encontrá-la ocupada por uma mulher loira, que tinha os olhos fixos no celular e uma expressão séria no rosto, provavelmente resolvendo negócios. Então ela se dirigiu para a saída.

Mas você vê, não importa quantas voltas sejam necessárias, em algum momento o que tem de ser feito é feito. Por isso Emma olhou para cima, e meio que sem querer seu olhar se cruzou com o de Regina, que já tinha uma mão empurrando a porta.

O resto foi magnetismo. Emma se levantou, Regina soltou a porta e se aproximou da mesa, sem jamais desgrudar seus olhos dos verdes, daquele mar tão cheio de emoções.
-Você vai me perdoar, mas eu não conheço você?-Sua voz era apressada, cheia de uma ansiedade velada. Emma abriu a boca para falar, mas tornou a fechá-la. Naquele momento apenas ela percebeu que Regina realmente não se lembrava de nada. Ela jamais soube de onde saíram suas próximas palavras, nem como as fez soarem verdadeiras, mas conseguiu.
-Sim, claro. Três anos atrás, naquela conferência em...
-Vancouver, é claro!-Regina a interrompeu. Emma jamais havia pisado fora dos Estados Unidos. Mas naquele momento, ela havia estado 100% em Vancouver três anos atrás. E Emma usou isso como gancho para começar a conversa.
O tempo passou. Quatro horas, precisamente. Não é como se elas tivessem visto o tempo passar realmente, mas em algum ponto entre Regina comentando sobre negócios e Emma não fazendo muito mais do que sorrir e absorver cada detalhe de que sentira tanta falta em Regina, um celular tocou. Regina rejeitou a ligação prontamente, mas seus olhos se abriram com espanto pelo horário.
-Meu Deus, eu aqui te prendendo há tanto tempo, e você nem jantou ainda!-Ela começou a se desculpar, mas Emma a cortou.
-Eu não me importo. Na verdade, você gostaria de jantar comigo? Nós podemos conversar mais. Faz tanto tempo, afinal...-E ela sentiu os olhos de Regina a examinarem profundamente, antes de ela abrir um sorriso muito mais sincero do que Emma jamais vira.
-Claro. Mas no meu apartamento.

oOo

Seis meses. Seis meses, e Emma estava deitada na cama, completa. O corpo confortavelmente quente de Regina Mills descansava quase que totalmente em cima dela. Uma das longas pernas morenas estava erguida, relaxada sobre sua cintura. A cabeça morena descansava em seu peito, e a mão se agarrava a sua, com força, mesmo dormindo. Faziam seis meses daquela noite, que Emma foi até o grande apartamento em Boston. Seis meses da primeira vez que seus lábios se encontraram depois de tanto, tanto tempo. Regina não se lembrou de nada naquela noite. Apenas de como era estar com Emma Swan.

E três semanas depois da primeira manhã que Regina acordou com o único corpo que pareceu certo em sua cama em todo aquele tempo, para olhar para grandes olhos verdes, esperançosos demais, amedrontados demais, ela concordou em ir para Storybrooke. Ela não tinha opção, realmente. Emma havia sido a única pessoa capaz de preencher o vazio dentro dela. Só aí que Regina se lembrou de tudo.
Não é preciso dizer como seus olhos se encheram quando ela voltou a mansão e viu aquela nota de papel, ainda na cabeceira. Emma a abraçou por trás e murmurou em seu ouvido “Eu nunca disse a ele que você disse Adeus, porque nós dois sabíamos que você ia voltar. Então eu apenas disse que você o amava.”. Regina se virou nos braços de Emma, e juntou seus lábios com ainda mais força e urgência do que quando recuperou suas memórias. “Me perdoe.” Foi tudo que ela pediu, os olhos fechados, a testa encostada na de Emma. A loira não respondeu, apenas a abraçou mais firmemente e a beijou de volta.
O reencontro com Henry foi... único. Não haviam palavras para descrever. Pela primeira vez desde que Regina havia ido embora, o menino chorou enquanto abraçava a mãe como se ainda fosse aquela criança, e não quase um homem de mais de um metro e oitenta. Ninguém podia julgá-lo, entretanto. E não é como se alguém da escola fosse se atrever a tirar sarro do rapaz. Você não mexe com um jogador de futebol americano, tão bom espadachim quanto seu avô era. Simples assim.
O tempo voltou a correr. A maldição estava por fim completamente quebrada. O destino de Cora ainda seria decidido, mas não havia pressa. Ela estava bem em Boston sabendo que a filha estava feliz. Regina merecia isso, essa mãe, mesmo que produto da maldição. Mas, naquela noite, olhando para o céu nos braços de Emma Swan, aquilo não importava. O coração de Emma estava curado. Ela havia reparado seu maior erro (que ela sabia que não era dela, mas se culpava mesmo assim). Mas para Regina, quando ela olhou para o céu, ela reconheceu as estrelas. Finalmente, elas estavam todas certas. E não faltava mais nada para Regina Mills.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem os erros, é que no momento eu sou uma criatura abandonada sem uma beta.
E não, eu não desisti de nenhuma das minhas fics. Eu estou nas últimas cenas de Coccoa, mas estou travada, e quero fazer algo legal para vocês. Aleatoriedade eu prometo que vem também, pra surpreender mais do que vocês imaginam.
E agora, mereço rewiews??