Medo Do Escuro escrita por B Volturi


Capítulo 29
Capítulo 29 - Linus.




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-Ora, ora, ora. O que um grupo como esse faz por aqui? – A sombra encostada no batente da porta chamou nossa atenção.

       Nenhum de nós reagiu, todos esperávamos a fala de Henry, que por sua vez não falava nada.  Enquanto a voz continuava lá, rindo divertida da nossa situação.

-Quem é você? – O moreno se pronunciou, sua voz, geralmente calma, agora era uma tentativa ruim de mascarar o medo.

-Você não respondeu a minha pergunta, porque eu deveria responder a sua? – Ela continuava oculta pela sombra, enquanto nós ali, encurralados como hamsters, olhei para o corpo mais uma vez e engoli seco.

-Você matou essa mulher. – Gritei com confiança, no mesmo instante todos se viraram para mim. – Mas, por que?

-Não posso responder essa pergunta aqui. Porque não me acompanham para um lugar mais apropriado? – A sombra se virou e nós nos entreolhamos e dúvida. Tempestt deu o primeiro passo e nós a seguimos, afinal erámos cinco contra uma.

         Sob a luz da lua finalmente pude vê-la, ela era linda. A garota devia ser mais velha do que nós, provavelmente em seus 19 anos, era magra, alta. Seus cabelos eram longos, na altura da cintura e brancos como a neve e seus olhos eram azuis penetrantes, por um momento senti inveja dela.

-Chegamos. – Ela apontou para um casebre velho no meio da floresta.

        A nossa “guia” abriu a porta revelando uma sala simples coberta por plantas. Engoli seco, a madeira rangeu sobre os meus pés trêmulos, lembrei-me de meus poderes tentando ficar mais calma.

-Brianne? – Um garoto chamou. Ele era alto, igualmente magro com os cabelos e olhos negros, vestia uma jaqueta pesada e calças chamuscadas.

-Ross. Temos companhia. – Brianne sinalizou para nós. – Avise-o.

         O garoto subiu as escadas, voltando pouco segundos depois com o um homem alto de cabelos negros bem penteados. Ambos pararam a nossa frente, Brianne do lado esquerdo e o menino do lado direito, os dois pareciam orbitar ao lado do homem.

-A que devo a honra da visita? – O senhor perguntou, se apoiando em uma bengala.

-Quem é você? E porque está fazendo isso? – Quione falou, tão confusa quanto nós.

-Ah, que falta de educação a minha. Sou Linus. E meu proposito em Marquette é muito simples.

-Não tão simples, visto que cometeu um assassinato. – Rebati em voz baixa.

-Sim, mas o fim não justifica os meios. – Ele sorriu. – Digam-me meus jovens, vocês já se perguntaram qual é o proposito dos dons que recebemos? Porque nós?  Devemos ser especiais, não acham. – Linus se mexeu pelo quarto. – Então, se somos tão especiais quanto aparentamos ser, porque ainda nos misturamos com os humanos, porque ainda nos consideramos parte de uma raça tão inferior que se destrói a cada dia? Eu digo, que as bruxas do mundo inteiro se reúnam, e mostrem o quão poderosos nós podemos ser. Juntem se a mim e juntos vamos conquistar todo o mundo.

-Você é doente! – Tempestt gritou.

-Nunca nos juntaríamos a você. Nunca! – Henry falou por todos nós.

- Pena. Mas não posso deixar vocês no meu caminho. Ross, Brianne! – Ele se virou rapidamente.

            Ross e Brianne sorriram abrindo as mãos, logo uma névoa negra começou a se espalhar pelo quarto.

- Mais que merda é essa... – Tempestt exclamou. Corremos em direção à porta, a neblina se espalhava, sua forma era parecida como a de um polvo gigante com enormes tentáculos de fumaça.

            Estava quase alcançando a saída, porém tropecei no tapete, caindo instantaneamente. Droga! Pude sentir a hora em que aquilo me alcançou, seu abraço era gelado e algo parecido com espinhos arranhava minha barriga. Gritei com toda minha força, enquanto era sacudida no ar pelo tentáculo gigante.

-Henry, faça alguma coisa, vou distrair essa coisa. – Era a voz de Quione, contudo não sabia de onde ela vinha. Estava sendo sufocada pelo aperto de aço, minha cabeça girava e eu sentia meu folego se esvaindo.

           Com o resto de minhas forças tentei invocar meus poderes, sem sucesso. Tudo parecia perdido, entretanto aquela coisa deu um sinal de fraqueza, era minha chance. Puxei o ar para meus pulmões cansados e minhas mãos se incendiaram. Lentamente pude sentir minha força voltando, ao mesmo tempo em que a neblina ficava menos densa. Só me lembro de cair no chão, totalmente esvaída, porém sorridente.

                                 *                 *                 *

            Acordei tonta e dolorida. Essa era a décima quinta vez que eu ficava inconsciente, já estava me acostumando com a sensação. Puxei o cobertor mais para cima, me dando conta que não tinha adormecido na cama.

-Mas o que...? – Levantei-me de súbito.

-Pshh! Calma, você levou uma boa queda ontem. – Era Henry, estava sentado na beira da minha cama.

-Como eu...? Como vocês? – Estava confusa.

-Jason te trouxe no carro dele, passamos a noite aqui, em caso de você acordar. – Ele explicou.

-Hey. Bela luta Indiana Jones. – Jason me cumprimentou, ele estava encostado na janela e tinha uma Aspirina em mãos.

-Obrigada. – Agradeci, engolindo o comprimido.

-Não se preocupe. Seu pai e sua irmã ainda estão dormindo. – Henry me avisou.

-E cadê a Quione? – Perguntei sem animo.

-Com a Tempestt, na cozinha. Achamos que precisaria de um bom café da manhã. – Jason sorriu.

-Me desculpe, mas achei ter ouvido que sua irmã e Tempestt estavam juntas.

-E estão, parecem que houve uma trégua.

-Ou bati a cabeça forte demais. – Rimos juntos.

              Quione e Tempestt logo vieram trazer uma bandeja com torradinhas, queijo e panquecas com suco. Agradeci e comecei a comer, me dando conta que eram apenas 04h55min da manhã. Não demorou muito e as duas estavam brigando novamente por um motivo qualquer.

-Então. – Disse entre goladas de suco – Como entraram na minha casa?

-Bom, Tempestt tem um ótimo talento com fechaduras. – Henry respondeu.

               Assim que terminei meu café, eles saíram e eu continuei acordada. Levantei-me e fui me olhar no espelho, havia hematomas enormes e muito feios em minha barriga, também havia alguns arranhões superficiais. E pelo jeito que minha cabeça latejava não duvidava que houvesse um galo ali. Porém aquilo era o que menos importava no momento, precisávamos falar com Bea. 


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Notas finais do capítulo

Hey Folks. Reta final da fic. Comentem!

Links:

Brianne: http://media-cache-ak0.pinimg.com/736x/32/0c/74/320c74d232278d8581f4812bd2378629.jpg

Ross: http://media-cache-ak0.pinimg.com/736x/7a/e9/f1/7ae9f1ea0ca716ec9ea51f26482cb084.jpg

Linus: http://media-cache-ak0.pinimg.com/736x/ad/22/4d/ad224d8257da8501ba8f6651d13f6034.jpg



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