Medo Do Escuro escrita por B Volturi


Capítulo 14
Capítulo 14 - Histórias.


Notas iniciais do capítulo

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–Então, o quer me contar? – Perguntei, estávamos dentro de uma trilha, as árvores bloqueavam o sol, formando uma espécie de escudo protetor a nossa volta, o que me deixava mais calma.

–É algo complicado, você tem que prometer que em hipótese alguma outra pessoa vai saber dessa nossa conversa, ok? – Henry disse sério, seja lá o que for, era bem importante

–Ok. – Ele analisou minha expressão por um algum tempo e depois continuou.

–Vou lhe contar como conheci Tempestt.


“Conheci Tempestt quando ainda estudava em NYC, ela estava tentando roubar minha carteira durante um passeio ao Central Park.”



–Então ela tem um distúrbio – Interrompi.


–Shhhh, eu ainda não terminei. – Ele me cortou.


“Tínhamos sete anos, e era o primeiro roubo dela, fazia umas três semanas que ela tinha fugido de casa, e não comia havia dois dias. Não chamei a policia, nem avisei ninguém, passei dias com o rosto daquela garota na minha mente.


Por obra do destino fui reencontra-la anos depois, em uma excursão ao Metropolitan Museum Of Art, novamente tentando bater minha carteira.

–Hey! Eu conheço você. – A garota de cabelos ruivos se afastou, ameaçando fugir. – Espera, eu quero ajudar.

Ela recuou novamente, seus cabelos vermelhos selvagens cobriam seu rosto, porém ela aparentava ter a mesma idade que eu, suas roupas estavam velhas e sujas.

–Qual é o seu nome? –A menina continuava me encarando, seu olhar era o mesmo de um animal assustado. –Sou Henry. – Estendi a mão, porém ela não me cumprimentou, ao invés disso recebi o que parecia ser um rosnado. –Hey! Que tal um cachorro-quente?

Pedi dois hot-dogs completos para um vendedor ali perto, me sentei nas escadas e comi, esperando a ruiva se aproximar. Ela me olhava, com fome, mas não chegava perto.

–Quer um? Olha, eu não aguento comer isso tudo. – Convidei-a para me sentar no degrau junto comigo, a garota veio relutante, esperando uma reação minha, porém apenas sorri.

Assim que ofereci o segundo cachorro-quente sua fisionomia mudou, de uma completa selvagem em Nova Iorque, o que não era tão incomum, para uma garotinha aliviada. A ruiva devorou o lanche em segundos, tão rápido que pedi mais outro e uma Coca-Cola. Enquanto ela comia pude observa-la melhor, havia olheiras profundas no seu rosto, marcas roxas e cicatrizes quase imperceptíveis na sua pele translucida.

–Obrigado. Tempestt – Ela murmurou tão baixo que eu nem pude ouvir.

–Hã?

–Obrigado. E meu nome é Tempestt. –Ela repetiu descendo os degraus rapidamente.

–Hey! Espera, quando eu vou te ver outra vez? – A garota já estava uns quinze degraus longe de mim.

–Nunca.

–Hey! Tempestt – Desci correndo atrás dela. – Você não me contou sua história.

–Você não me contou a sua, estamos quites. – Caramba, aquela garota corria mesmo.

–Henry Black, aluno da Academia Drawnyng para meninos, nasci em Michigan, na cidade de Marquette e sou o filho do meio. Sua vez. – Falei tão rápido, que estava sem folego quando terminei a frase, porém ela parecia entender. – Ela parou e cruzou os braços.

–Parabéns Henry Black da Academia Drawnyng, mas não me convenceu.

–Faremos o seguinte então, da próxima vez que nos encontrarmos você me conta como veio parar aqui. –Propus o acordo, pensando nas chances daquilo acontecer.

–Fechado. – Ela me encarou como se tentasse ver através da minha alma.

–Fechado. – Apertei a mão de Tempestt deixando com ela uma nota de 50 dólares. – Até a próxima ruiva.

Não olhei para trás, apenas subi as escadas retornando ao meu grupo.


–Então, quando você voltou a ver Tempestt. – Perguntei, estávamos na metade da trilha, a floresta cada vez mais densa, porém aquilo não me assustava mais.


–Sabe, a história seria bem melhor se você não me interrompesse. – Sem duvida Henry era um chato contando histórias.


“Passei um ano inteiro tentando encontra-la novamente, pesquisei na internet, listas telefônicas, registros, mas nada dela. Já estava desistindo quando no ano seguinte a encontrei furtando celulares na Estatua da Liberdade. Suas roupas estavam novas, e ela roubava com facilidade e maestria. Por sorte, ou coincidência ela tinha pegado o aparelho de um colega meu, e eu tinha o numero na agenda.


–Tempestt? Sou eu o Henry Black. Não desliga, eu estou aqui na Estátua da Liberdade, e eu sei que você também está. – O celular continuava mudo, mas eu podia ouvir a respiração do outro lado. – Alô?

–O que quer Black? – Ela falou vacilante, assustada.

–Quero te ver, te ajudar.

–Eu não quero sua ajuda.

–Mas precisa. – Insisti. Ela não respondeu. – Você viu como eu te ajudei naquele dia no museu.

–Por que eu devia confiar em você duas vezes?

–Porque eu gosto de você. Olha, passei a minha vida inteira dentro de uma bosta de colégio interno, até agora conhecer você foi a maior aventura da minha vida.

–Então é isso? – Ela fez uma pausa. – O filhinho de mamãe quer fazer uma boa ação? Porque não vai alimentar os pombos ou coisa assim?

–Porque você é especial.

–Daqui a cinco minutos nos pés Estátua. – E desligou.

O monumento era majestoso, visto de baixo ele parecia ainda mais imponente, Tempestt já estava lá quando eu cheguei os cabelos vermelhos se destacando na multidão.

–Oi. –Cumprimentei

–Oi.

–Olha, eu sei que você não acredita em mim, mas eu...

–Fugi de casa aos sete anos de idade, meu pai me batia então eu não tive outra escolha, nunca conheci minha mãe. – Ela evitava meu olhar, fitando a água a nossa volta.

–Não sei o que dizer. – Falei acompanhando seu olhar, mesmo tendo visto-a duas vezes eu sabia que Tempestt era durona demais para confessar isso.

–Não diga nada – Ela disse reconstruindo a fachada de garota-problema.”


–Depois disso nos encontrávamos todos os sábados no Central Park. –Henry havia diminuído o passo, já estávamos fora da trilha tinha um tempo, e ele me guiava por ruas desconhecidas.


–E quando ela descobriu que você tinha... Poderes?

–Foi estranho, eu me descontrolei, e fiz um furacão dentro de um ônibus, quando Tempestt notou que fui eu me ensinou alguns truques. – Era estranho, ver que alguém como Tempestt ensinar coisas a Henry.

–Ela já tinha poderes naquela época?

–Descobriu com cinco anos.

–E o pai?

–O vigiei por algum tempo. Foi encontrado morto faz duas semanas. – Ele desviou o olhar, e apressou um pouco um passo.

–Ela sabe? – Encarei o rosto de Henry, estava distante, sereno.

–Não sei como contar. Tempestt amadureceu muito cedo por causa dele.

–Você tem feito um bom trabalho. Sabe, cuidando dela.

–Sinto que ela é minha irmã, mais minha família que as pessoas da minha casa. –Ele fez uma pausa. Seu humor mudou totalmente. Do nada ele parecia mais animado. –Essa é a Bea’s Cupcake. – Estávamos em frente a lojinha rosa-desbotada.


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Notas finais do capítulo

Hey! Este capitulo tem a intenção de contar melhor a história da Tempestt e um pouco da do Henry.
Gostaria de agradecer a todos que comentam, e dizer para os fantasmas de plantão, que comentar não faz mal, não engorda e ainda faz bem ao meu ego!! Obrigada. Beijos.
Links:

Henry: http://www.polyvore.com/mde_cap_13_14_henry/set?id=74329774

Silena: http://www.polyvore.com/mde_silena_cap_13/set?id=74185565



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