1 - Voltando para casa.

Eu sei que sentiria falta do meu avô.Apesar de logo depois da minha avó ter morrido de velhice,iria sentir falta dela também,afinal,eles me criaram quando meus pais perderam a casa e foram para São Paulo.Morei com eles desde meus cinco anos e agora tenho dezessete.

Minha vó morreu a três anos atrás,foi uma barreira dificil para mim meu avô foi ficando velho e eu tive que cuidar dele - virei sua babá - eu ri lembrando das suas trapalhadas.

Agora que meu pai finalmente arranjou um emprego e minha mãe foi promovida, as coisas vão se ajeitar.Vou voltar para casa e meu avô vai para um azilo de idosos aqui do Rio de Janeiro - onde vai ser bem tratado,é claro que ele não quiz ir,é um orgulhoso,queria ficar comigo mais acabou aceitando - vou ir para São Paulo de onibus,ótimo!Eu odiava aqueles onibus sujos e desconfortáveis,mas era bom para os meus pais eu ir de coisa barata,economizar...

A viagem foi longa e cansativa não consegui dormir,para variar,estava ansiosa para ver meus pais.Lembrava alguma coisa deles.Minha mãe e meu pais tinham cabelos curtos e negros.Minha mãe era muito bonita.Tinha até um talento para modelo.

Meu pai era extrovertido,ria bastante e fazia piadas toda hora,soube que ele arranjou um emprego no jornal.

Ao contrário da minha mãe que é vice-presidente de uma empresa de cosméticos.

Sai do taxi esperançosa,tomara que eles não fiquem falndo:'Como você cresceu filha!" ou "Como foi sua viagem?".Essas falas e perguntas são tão óbvias.

 Apertei a campainha,deixando minhas três malas azuis no chão e depois de alguns minutos minha mãe abre a porta com os olhos ja lacrimejando.

      -Oi mãe! - ascenei - me aguentando para não chorar,não aguentava ver uma pessoa chorar!.

       -Mônica! - ela me abraõu e fez silêncio por alguns minutos,depois me soltou - entre! Entre!

Ela pegou minhas malas.

Observei a casa feita de madeira.Uma cozinha do lado esquedo e atrás do corrimão da escada, avistei a sala.

       -Vamos ver seu quarto?! - ela me puxou pela escada.

       -Onde esta papai? - perguntei quando chegamos no longo corredor.

Ouvimos um baque absurdo saindo de uma das portas.

       -Venha cá! - chamou ela indo para porta de onde veio o ruído.

Eu a segui.Meu pai tinha caído no chão.

        -Filhinha do meu coração! - ele saltou do chão antes que minha mãe pude-se ajuda-lo.

        -Esta louco Sousa?! - perguntou minha mãe me arrancando dele - Quer que ela pegue uma gripe também?Depois nós converssamos com ela,deixe ela colocar suas coisas no quarto,

Segui minha mãe até a porta no fim do corredor.

Meu quarto era perfeito.Parecia de uma princesa adolescente.

Uma cama de casal com uma colcha lilás - minha cor favorita - ,um mural vazio - provavelmente para eu usar - ,embaixo uma escrivaninha com um notebook,e uma caadeira de rodas azul.Do outro lado o closet de madeira e  parede destacava o ventilador em cima com a luz acesa.

        -É lindo mãe,obrigada! - foi só o que consegui dizer.

        -Que é isso,não precisa agradecer,eu que dise que você adorava lilás então...

        -Está perfeito - sorri me virando pra ela.

        -Ótimo! - ela deu um sorriso de satisfação - receio que não vai precisar de ajuda nas malas,então vou descer para preparar o jantar.

        -Mãe - comecei antes que ela pudesse sair do quarto.

        -Sim?

        -O que houve com o papai,disse que eu iria pegar uma gripe não foi? - observei.

        -Isso mesmo,o clima aqui em sampa esta muito úmido e chuvoso,seu pai foi ficar sem casaco e acabou pegando uma gripe.Mais alguma coisa,querida?

        -Não,obrigada,vou arrumar as malas,tomar um banho e ja vou descer esta bem?

        -O.K,lembre-se de que segunda-feira tem aula,tchau - ela acsenou e saiu.

Escola?Será que iriam gostar de mim?     

Essas perguntas se repitiam na minha cabeça como o eco de um penhasco enquanto colocava minhas roupas no closet.

Peguei minha toalha e minha roupa e fui para o banheiro.