Without You escrita por PattiReyys


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Esse é o primeiro capítulo! Esperem que gostem! Beijos beijos ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/331819/chapter/2




Tyler Wright olhou para mesa onde eu estava. Era normal ele querer se enturmar e sair das áreas dos "inteligentes esnobes", como ele mesmo dizia.

Eu não estava escutando muito que Carol estava dizendo, mas estava prestando atenção nele. Não que eu estivesse apaixonada, ou nada do tipo. É que ele era meu amigo por longos anos, e agora as coisas estavam tensas.

—Você viu isso? —Carol disse segurando um latte.

Eu assenti.

—Você sabe que não tem nada rolando entre nós. —eu disse enquanto me virei desviando o olhar para ele.

—Ah, não?! Savannah, ele é louco por você desde a primeira série, seus pais são amigos inseparáveis, o que você está esperando, garota? Esperando que outra roube seu humilde coração? —ela disse sendo sarcástica, piscando os olhos.

—Eu não posso! —eu disse para ela enquanto eu levantava da mesa da Starbucks, indo em direção da porta. Percebi que ela estava atrás de mim, me segurando pelas mãos, quase me arrastando para mesa de novo.

—Minha amiga Savannah, não pode por quê? Não foi você que tirou o primeiro lugar em soletração na primeira série, e aí...

—Não continua!

—E aí, Tyler vomitou nos seus pés por que ele tinha comido muitos burritos. —ela disse rindo enquanto eu tive que segurá-la para não cair no chão.

—E aí foi que eu o conheci. Que história emocionante, vamos embora. —eu disse enquanto ela me olhava com uma cara de cachorro abandonado, até que eu acenei para ele, e ele retribuiu com um sorriso, obviamente que era mais que um simples “oi”.

Meu nome é Savannah. É isso mesmo que vocês estão pensando, meu nome é igual à cidade que está localizada no estado da Geórgia, nos Estados Unidos. Minha mãe havia colocado esse nome porque morava lá quando me gerou; agora estávamos em Seattle, exatamente no bairro de Burien, onde as praias são a grande atração, como morar em uma Califórnia pequena. Só que a presença de sol era praticamente utópica, mas mesmo assim as pessoas metidas à besta sempre vão tomar um banho gelado que congela até a alma.

Carol bufou de animação enquanto caminhávamos na calçada de White Center, e de repente pulou e disse:

—É disso que você precisa você sabe, o baile de boas vindas está vindo, e você vai ter que ter alguém para dançar, e dançar no Xbox não conta, tá? —ela disse, enquanto olhava o vestido azul turquesa queimar nossa visão de tão lindo. —Vamos, dê uma chance à si mesma afinal a vida é curta, aproveite hoje para que o amanhã possa ser maravilhoso tanto quanto foi ontem.

—Nossa, às vezes você é doida...  Mas diz coisas que tem razão. —eu disse.

—Então está combinado, minha Barbra Streisand júnior, arrase nesse baile. Eu sei que o Tyler derrete por você que nem gato por sorvete, e mesmo se ele não se derreter, eu sei que muitos marmanjos irão. —Carol disse enquanto dançava em volta da calçada.

Viver um dia de cada vez que era difícil. Nossa, como era difícil. A ansiedade tomava conta de mim e trazia com ela, de brinde, o nervosismo, junto com o medo que te bloqueia de reprimir seus sentimentos.

Eu não sei como Carol consegue ser tão feliz. Uma vez uma garota jogou uma daquelas raspadinhas em sua cabeça, e ela foi em direção de uma líder de torcida que tinha um em mãos, e jogou nela também. A raspadinha era azul e ela disse: “Nossa, querida, essa cor te deixou tão bem, bom, pelo menos eu estou de vermelho, quer dizer que a minha personalidade é melhor que a sua.”. E ela saiu do refeitório rindo, enquanto Tyler passou entre ela, e deu um aperto de mão dizendo: “Essa é a Carol que eu conheço”.

E ela disse: “Você conhece alguém melhor que eu, e você sabe muito bem quem é.”

Tyler naquela hora tinha ficado vermelho e deu uma risadinha enquanto ela saía com suas botas de couro vermelha.

—Savy?! —ela gritou. —Meu Deus, eu tenho que gritar quantas vezes para você me escutar?

—Desculpa, eu estava pensativa.

—Hum, pensando no Tyler, Savy e Tyler, Tyler e Savy, Tyler e...

—Cala a boca. —eu disse tampando sua boca, enquanto ela havia esbarrado em mais ninguém que ele mesmo, o próprio, Tyler Wright.

—Toma cuidado, aonde você anda Car, você parece a Tinkerbell pulando por aí. —Tyler disse.

—Nossa, a Tinkerbell, não é? E você parece um Edward Cullen gay, e agora, bom para você? —Carol disse. —Estou brincando, cara, você é bem mais bonito que ele, e está mais para Ricky Martin antes assumir que era...

—Pelo menos, ele é bonito. —eu disse quase sem pensar, enquanto Tyler deu uma risadinha, aquela risadinha simpática, mas que por dentro está pensando alguma coisa sobre mim. —Quer dizer, o Ricky Martin é bonito, não você, claro que você também é, meu Deus, acho que é melhor eu ficar calada.

—Nossa. —Carol disse.

—O que é? Eu não posso achar meu amigo bonito? —eu disse, enquanto falava olhando para o chão, para não ter que olhar em seus olhos.

—Bem, já que você agora acha que seu amigo que conhece praticamente há doze anos bonito, o que você acha de tomar um café na Starbucks? —ele disse.

Parecia que algo estava entalado na minha garganta.

—Eu tenho que estudar para prova de geometria. —eu disse.

—NÃO! Você não tem não que estudar, lembra que a professora disse que a prova ia ser adiantada, você esqueceu? —Carol disse, enquanto ela estava cortando meu barato que mentir naquela hora, na verdade não havia prova nenhuma, e ela estava ainda aumentando mais a mentira.

—É mesmo... —Eu disse pisando no seu pé. —Então, está bom, está confirmado, eu passo lá ás cinco, o que você acha?

—Você não vai precisar passar lá, por que eu vou te pegar. —ele disse, saindo confiante como sempre, enquanto senti uma faísca crescendo no meu coração.

Pude observar ele de longe. Era incrível como ele tinha mudado, e eu nunca havia reparado. Seu corpo havia tomado forma – por mais que o meu tivesse amadurecido há muito tempo – e ele estava bem mais alto. Usava uma calça jeans larga, um tênis esporte, uma jaqueta de couro, e com uma camiseta cavada por baixo, pude perceber também que os músculos estavam definidos. O mais incrível de tudo era seu rosto; seus traços estavam mais delicados, como se cada parte de seu rosto fosse feito com muita precisão e calma... E o que me deixava calma eram seus olhos, olhos cor de mel, como aquela cor do crepúsculo quando o sol está se despedindo, uma mistura de cores, que se tornam uma. Essa era cor dos olhos dele.

Não dava para não dizer que eu não estava caindo de amores por ele. Por que eu estava.

E quando você percebe isso, se sente às vezes culpada, às vezes constrangida, às vezes sente que aquela pessoa é a pessoa com quem você deve estar e então você ficará segura.

—Meu Deus, como eu queria entrar na sua cabeça e ver como você está nesse momento! —Carol disse enquanto, como sempre, pulava.

—Ai, meu Deus, eu queria que você calasse a boca. —eu disse, mas ao mesmo tempo pulei junto com ela.

—“Você não vai precisar passar lá, porque eu vou te pegar”. —Carol disse imitando a voz grossa de Tyler. —Nossa, bem másculo, bem bad-boy.

—Bem, se você é a versão feminina do Edward Cullen, você pode escutar meu pensamento. —eu disse.

—Não, prefiro garotos quentes, como Jacob. —ela disse rindo.

Ela então se despediu, enquanto saía correndo e pulando ao mesmo tempo. Entrei na loja que era minha e de minha mãe, já que eu ficava no período da tarde por causa da escola, e então no período da manhã, ela que ficava cuidando das coisas, por que afinal, os negócios não paravam enquanto eu estava meio boba com tudo isso que aconteceu. Acho que é melhor esquecer por enquanto, e como era uma hora da tarde, eu ainda teria ainda quatro horas para me preparar para tomar um simples café com Tyler na Starbucks.

—E aí? Como foi o colégio? —Minha mãe, Violet, disse com a tentativa de ser jovem comigo, mas não dava certo.

—Bem, não aconteceu nada demais. —Eu disse. —Como sempre.

—E sair com o Tyler para tomar um simples café na Starbucks não é nada demais? —ela disse enquanto amostrava o iPhone com a mensagem da Carol falando tudo para ela. Nessa hora deu vontade de estrangulá-la em meu pensamento, e bom, eu já estava fazendo isso agora.

—Bom, nós somos amigos, e o que tem a ver, só é um café, eu não vou para uma boate e dançar até passar mal, afinal. —eu disse, mas até queria sair para dançar, mas bloqueei o pensamento.

—É, eu sei, confio em minha filha, só tenho medo dele te machucar, e também... —ela disse mudando de assunto. —Tem esse vestido lindo que chegou hoje, eu pedi para a Lauren trazer algo da Nordstrom, mas é claro que ela conseguiu uma liquidação, ela é mesmo um rato de shopping.

Ela me entregou o vestido, era bem diferente do outro de baile que nós havíamos visto, ele era de um roxo intenso, com um decote em só lado do braço enquanto o que segurava era uma espécie de broche de brilhantes, era um pouco acima dos joelhos, mas era perfeito.

—Nordstrom? Nossa você quer que eu vá logo casar com ele, por acaso? É só um café, não uma cerimônia de casamento. —eu disse.

—Vamos lá, não me diga que você não adorou o vestido? —ela perguntou.

—Está bem, ele é lindo, mas acho que é chamativo demais, deixa para outra ocasião, eu nem sei no que vai dar hoje, e falando em hoje, eu ainda tenho que recolher as caixas dos sapatos vintages que estão desde a semana passada, e algumas meninas estão doidas por eles... São os ossos do ofício, tenho que trabalhar. —eu disse, fugindo dela.

Comecei pegando as caixas e as organizando perto da vitrine. Estava meio pensativa, e por causa disso caí umas três vezes fazendo isso, tomei um tombo tão grande perto das manequins que um senhor veio ver como eu estava, era sorte estar bem, senão eu levaria oito pontos se quebrasse o vidro com o peso do meu corpo.

Eu disse que estava bem, e enquanto recolhia as partes do corpo da manequim sentada no chão, percebi passos se aproximando de mim, enquanto vi que conhecia aquele corpo, ele se abaixou e disse:

—Para um primeiro encontro você está bem nervosa. —Tyler disse, se sentindo o Brad Pitt.

—Primeiro encontro? Isso só é um café, garoto. Muitas pessoas vão tomar café juntas e significa só tomar um café, não ter um encontro. —eu disse estressada pelo manequim, que uma perna estava em minha mão, percebi que eu estava falando com tão brava que eu poderia batê-lo com a perna.

—Nossa, Savy, pode virar o outro lado da faca, e enfiar pelas minhas costas. —ele disse rindo. —E por acaso o garoto tem nome, e o nome dele é Tyler.

—Está bem, Tyler Wright, desculpa, já que você diz que é um cavalheiro, por que não me ajuda a carregar as caixas.

—Sim, senhora. —ele disse se abaixando com os homens faziam antigamente.

Percebi que ele estava com uma camiseta de Harvard. Uma das coisas que nós quando éramos pequenos era disso, enquanto a mãe dele beijava o alto de sua cabeça, dizendo que ele iria ser um grande médico, só que sua mãe, Jane Wright, já estava bem doente naquela época, e agora não estava mais junto à ele. Tinha falecido de leucemia, mas mesmo assim, ela tinha morrido feliz, minha mãe sempre fazia lenços personalizados para ela, o que deixava ela feliz, mas tinha alguns dias que ela estava praticamente bem e outros que não aguentava andar, e sua pele ficava mais anêmica aos longos dos anos, foi duro para Tyler, mas agora ele já estava bem, aliás, ele dizia que Deus havia levado a sua mãe para um lugar melhor e tranquilo aonde ela iria encontrar paz e felicidade, mas mesmo assim Ele ainda havia deixado um presente na terra, um anjo que a acompanhara toda a sua vida e sempre estava presente com ele.

Meus olhos estavam cheios d’água enquanto eu havia me recordado disso, percebi que a caixa havia caído diante minhas mãos.

—De novo? —ele perguntou, enquanto eu assentia o rosto ensopado de lágrimas.

—Eu nunca vou me esquecer dela, e você sabe disso. —eu disse, enquanto ele colocava as coisas dentro da caixa.

—Nem eu, ela é minha mãe, eu sei que vocês duas tinham um relacionamento muito próximo, mas você tem que superar, eu que sou filho dela, superei, foi o melhor para ela, você queria que ela ficasse sofrendo? —Tyler disse.

—Não, não queria. Eu não estou chorando totalmente por isso, só chorei pelo dia que ela faleceu aquilo que você havia me dito do presente...

—Você não esqueceu.

—Como eu poderia esquecer aquilo? —eu disse.

Tyler ficou calado encarando as pilastras perto da escada, era como se ele estivesse constrangido e ao mesmo tempo abalado, mas acho que era o momento de encontrar palavras certas, relevei e disse:

—Talvez você tenha razão, foi o melhor para ela. —eu disse.

—Falando em melhor, você vai me deixar na melhor ou na pior, será que vai me dar um bolo na hora do "simples café" na Starbucks? —Tyler disse.

—Bem, se eu fosse te dar um bolo não estaria falando com você agora para começo de conversa. —eu disse, enquanto eu sabia que estava sendo rude.

—Quer dizer que seu alter-ego de Barbra Streisand foi aniquilado agora, nada de choros ou surtos, não é? —ele disse.

—Não estamos no teatro, afinal. —eu disse, enquanto me lembrava de Carol, que me chamava assim porque eu era muito dramática. —Bem, como é o primeiro encontro, você não pode me ver pronta, e tudo mais...

—Bom isso não é um encontro, garota, isso só é um café, bom, pessoas tomam café juntos e só significa um café, e afinal como só é um café, você não vai precisar se arrumar tanto, afinal isso não é um casamento, para você se produzir toda. —ele disse enquanto sutilmente me dava um fora.

—Ah! Você escutou, não é? Agora significa que talvez te darei um bolo. —eu disse enquanto me aproximava dele.

—Sério? Eu quero de chocolate, pode ser? —Tyler disse colocando as mãos no bolso.

Fiquei sem responder.

—Agora eu estou falando sério, só vim aqui para ver como você estava, e agora tenho que ajudar meu pai. —ele disse, enquanto se aproximava de mim, a centímetros do meu rosto. —Te vejo às cinco.

Eu sorri enquanto ele ia embora.

Era estranho como tudo havia acontecido tão rápido, como se eu não desse conta disso, como se estivesse acontecendo naturalmente, como o curso natural das coisas, então que lembrei que a caixa estava no chão, mas quando virei não estava no mesmo lugar, no lugar dela estava uma pequena caixa de coração situada perto do balcão da loja, tinha o meu nome em um bilhete que estava grudado na caixa, eu abri o envelope e li.


Savy, eu acho que você deve ter esquecido,

Mas eu não. Então tem um presente dentro dessa caixa.

Se você ainda estiver confusa, veja o calendário que você vai entender melhor.

Te encontro na Starbucks.

Beijos, Tyler.

Esquecido de quê? Abri a caixa enquanto tinha uma linda pulseira com um pingente de coração. Sorri e coloquei a pulseira, mas ainda meio estranha em pensar que ele me daria um presente assim do nada. Lembrei que ele havia dito para ver no calendário, na verdade eu não fazia a mínima ideia que dia era, e então peguei o celular, e vi, era 14 de fevereiro. Congelei perto da bancada, então observava a pulseira brilhando no meu pulso, enquanto percebia que era Dia dos Namorados, e o meu melhor amigo e agora possível namorado iria tomar um simples café comigo.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Não sejam invisíveis, comentem, e deem reviews! Fazem a vida da escritora feliz! Amo meus leitores! Beijos com muito rock e chocolate.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Without You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.