O Diário De Adamastor escrita por CK Bellini


Capítulo 1
Carta, anexada na contracapa manchada do livro


Notas iniciais do capítulo

Adamastor Cunhacht nunca foi conhecido. Sendo um pseudônimo ou um indivíduo formado, ou até mesmo uma entidade do Reino de Gehenna, os únicos que realmente o viram jazem mortos. Talvez assassinados pelo próprio Adamastor.
Ao abrir o livro, encadernado em couro marrom, excepcionalmente desgastado e com uma gravura em dourado descascado, encontrei esta carta, endereçada a desaparecida e nunca encontrada Rose Elliot, filha amada do Lorde Elliot.
Não sei se todos sabem, mas o desaparecimento de Rose, na época, foi um dos motivos de uma grande guerra no sul do Império, que viria a tranformar politicamente toda a região com seu término.
A carta, em pergaminho amarelado, conta com a caligrafia rebuscada de seu escritor. Adamastor, ou o pseudônimo de alguém. Ao término do papel, um desenho feito a carvão de uma rosa, ao lado de uma lápide.



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Para Rose Helloise Elliot

Meu coração que deixa de bater. Foi pensando em você que me sacrifiquei. Realizei em uma bela manhã que jamais poderia deixar de acompanhá-la. Desde o primeiro beijo, o primeiro cheiro, o primeiro olhar.

Sei que seus olhos há muito deixaram de ver. Sua pele há muito deixou de sentir. Sei que seu espírito descansa no reino do Criador.

Não espero que me perdoe, mas saiba que fiz por amor.

Amor que me prendeu, me acorrentou. Amor que me perseguiu...

Não, não foi por amor.

Ou foi?

Oh! Minha querida Rose! Só você entendia a minha loucura. Escutava meus sussurros, bania meus demônios.

Lembro-me do brilho de teus olhos dourados, sombreados e estabelecidos no teu rosto angelical.

Rose dos lábios de cerejeira em flor. De brilho estelar. De perfume.

Do sorriso perfeito, do porte inigualável.

Que os portões do Paraíso se abram para tua alma, sendo a mais perfeita criação, além de Alexes, em um mundo sombrio e de depravação.

Eu toquei a face do Criador.

Eu a amei como o Criador.


— Adamastor Cunhacht



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