Shout Out Our Song escrita por SatineHarmony
— Syo, você está bem? — perguntou Natsuki ao ver o loiro deitado na cama. Ele sentou-se na beirada da mesma, secando os cabelos molhados devido ao banho que tomara instantes atrás.
— Sim. — respondeu prontamente, franzindo o cenho. — Por quê? Eu não pareço estar bem?
— Você está com uma expressão preocupada... — fez biquinho, levando um dos dedos da mão direita até entre as sobrancelhas de Syo, onde havia uma pequena ruga. — Será que você vai ficar melhor com alguns bolinhos meus? — abriu o sorriso terno e caloroso que o loiro tanto gostava.
— Não, não, muito obrigado, mas não há necessidade para isso. — negou numa voz rápida, afobado. Sentou na cama, totalmente desperto após perceber o risco que quase correra.
— Ok então. — piscou, confuso. Levantou-se então, jogando a toalha branca que usou para secar-se sobre o ombro.
Syo tentou reprimir o suspiro que irrompeu de seus lábios diante de tal cena digna de filme. Observou algumas gotas d’água percorrerem pelo peito de Natsuki, seu olhar descendo até a sua cintura, onde havia outra toalha branca fortemente enrolada.
Ao avistar o moreno entrar no banheiro para trocar de roupa, jogou-se novamente na cama, suas pálpebras fechando-se ao lembrar-se do que acontecera na noite anterior.
* * *
Entrou no quarto, jogando a sua bolsa sobre a cama de qualquer jeito:
— Natsuki, Haruka e os outros perguntaram se...
— Cala a boca. — a voz grave ordenou. Ao escutá-la, parou de tirar os sapatos para ver Natsuki — não, Satsuki — deitado na cama com o seu caderno de músicas aberto, compondo uma canção.
Syo franziu os lábios com isso, simplesmente assentindo antes de retomar à sua tarefa de tirar os sapatos, fazendo o mínimo de som possível. Tentou ignorar o olhar assassino que sentiu em suas costas ao abrir a gaveta do armário, fazendo um pouco de barulho.
Levou uma das mãos até a cabeça, a fim de tirar o seu costumeiro chapéu, mas foi interrompido por um sussurro quente ao pé do seu ouvido:
— Eu prefiro quando você está usando o chapéu. — confessou, e dentes foram cravados na pele do lóbulo do loiro. Este, por sua vez, fechou os olhos fortemente, mordendo o lábio inferior para impedir um gemido de dor de vir à tona.
— Eu pensei que você estivesse ocupado compondo, Satsuki. — tentou reagir indiferentemente ao assédio — isso já era algo comum; Natsuki tirava os óculos para conseguir um pouco de inspiração e Satsuki dava as caras.
Sabendo que aquele lado do seu amigo nunca seria capaz de prejudicá-lo — latia mas não mordia —, ele simplesmente ignorou-o enquanto seguia para a sua cama.
— Espera só um instante... — Satsuki envolveu a cintura de Syo, enterrando o seu nariz no pescoço do loiro e inspirando fundo para sentir o seu perfume inebriante. O moreno ronronou como que em um tom de aprovação, dando um beijo de leve na clavícula do outro.
— O que houve? — Syo estranhou a calmaria repentina. — Agora decidiu agir delicado? — ergueu uma sobrancelha, cético.
— Claro que não — balançou a cabeça distraidamente —, afinal, eu sei como você é um grande masoquista. — deu uma forte mordida no ombro do loiro, fazendo-o dar um baixo grito de surpresa. — Você está me inspirando tanto... — miou, erguendo um pouco a cabeça, o nariz roçando num dos lados do rosto de Syo.
— Então vai compor. — retrucou numa voz rabugenta, tentando libertar-se do aperto de aço do moreno.
— Não, na verdade eu tenho uma ideia melhor. — o garoto foi capaz de escutar um sorriso maldoso com essa declaração. Em seguida ele virou o loiro de forma que pudessem ficar cara a cara. Syo, temendo o que estava por vir, permaneceu paralisado, somente observando os movimentos do moreno.
Sob o olhar do loiro, Satsuki levou uma das mãos até o seu chapéu, tirando-o para colocar o mesmo na sua própria cabeça. Curvou-se sobre o garoto indefeso, seus lábios acariciando a orelha dele antes de falar:
— Que tal? Como ele fica em mim? — sua voz era debochada.
Syo virou a cabeça, tentando tirar o seu rosto da linha de visão de Satsuki. Este nem pareceu ficar abalado com a ação do loiro, decidindo simplesmente segurar os seus curtos cabelos dourados num puxão para impedi-lo de fazer tal coisa.
O rosto do garoto contorceu-se em uma careta de dor diante disso, e fechou os olhos fortemente para não ter que encarar Satsuki. Mesmo sabendo o que ia acontecer, ele não conseguiu impedir-se de ficar surpreso ao sentir os lábios do moreno nos seus.
A boca dele era incrivelmente macia e doce contra a sua, porém foi só Satsuki encontrar uma brecha em sua defesa para ele afagar os seus lábios com a língua antes de adentrá-lo com a mesma.
Unhas foram cravadas na cintura de Syo. Ele teve a sua boca mordida, os seus cabelos puxados e o seu corpo foi analisado por completo por aquele par de mãos hábeis.
Hesitantemente, Syo envolveu o pescoço de Satsuki com os seus braços, seus corpos encontrando-se. Em resposta o moreno rasgou uma pequena parte da pele do lábio inferior do loiro, chupando o sangue que saíra do corte. Syo gemeu de dor pela inúmera vez naquela noite.
* * *
Abriu os olhos com o som da porta do banheiro. Natsuki saiu do mesmo vestindo os seus pijamas de patinhos. Era incrível como o moreno conseguia fazer com que tal roupa infantil ficasse tão sexy nele.
— Posso apagar a luz? — perguntou educadamente. Syo deu de ombros, incerto de como a sua voz soaria.
Observou Natsuki, iluminado apenas pelo luar, rumar até a cama, deslizando para debaixo das cobertas. Ele deu um suspiro de satisfação, acomodando-se mais confortavelmente.
— Syo-chan, boa noite. — desejou-lhe antes de fechar os olhos. O loiro permaneceu em silêncio, sabendo que o moreno caía no sono segundos depois que deitava. Virou-se na cama, não sabendo se tentava dormir sim ou não.
— Chibi. — escutou a voz séria que conhecia tão bem.
Syo voltou-se para cama de Natsuki, relutante. A primeira coisa que viu foram os óculos dele caídos no chão. Erguendo os olhos, avistou Satsuki fitando-o com um sorriso malicioso nos lábios:
— Que tal repetirmos a dose de ontem?
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