Cheguei em casa e subi, deitando na cama direto. Meus pensamentos estavam uma bagunça e precisavam ser organizados por cor, tamanho e decepção.

Primeiro, eu conheci o Paul.

Paul igual: Amigo, cara que eu gosto, cara que tem namorada, cara.

e tem o James, que gosta de mim faz muito tempo.

James: Amigo, melhor amigo, gosta de mim, não gosto dele.

também tem a Cherry que é uma vadia.

Cherry: Vadia, odeio, não faz falta, foi bom ela ter morrido.

Ok, eu não sei se ela morreu, mas eu estou torcendo. Virei para o lado na cama. Fazia quanto tempo que Cherry e Paul namoravam, quatro, cinco meses?

É, faz tempo. Sem falar que ela me odiava explicitamente e ninguém percebia, nem quando ela virou e falou que eu era uma vaca e me odiava. Ninguém alem da Jane, Emily, James, Greg e o namorado da Jane, Jason. Ou seja, só o Paul não percebia. Ele era cego.

E tem o abraço suspeito que eu vi a Cherry dando no James antes dela ir embora.

– O que?! - levantei da cama rapidamente - Será que foi por isso? É, faz sentido. James e Cherry gostavam um do outro, Paul viu, Cherry contou depois de um tempo, confirmando suas suspeitas e os dois terminaram. Cara, isso é péssimo! - ouvi uma batida na porta - Entra.

– Querida, você está bem? - era minha mãe - Eu ouvi você gritar, aconteceu alguma coisa?

– Não, tá tudo bem, mãe - falei - Sério, eu só lembrei de um negocio de um livro e tals.

– Ah, sim - falou ela - Ok - saiu.

Acho que eu vou ter que controlar a minha língua.

Voltando. Isso é péssimo.

Por que?

Porque se Paul não terminou com Cherry e sim ao contrário, Paul ainda sente algo por ela e isso é ruim para mim que quer ficar com o Paul.

Ou não.

Espera, calma.

Ainda tem o negocio do admirador secreto que eu não tenho ideia de quem seja. Ah, pelo amor de Deus, viu! Eu sou muito desejada, por favor, neah?

Eu nem vi se tinha mais alguma coisa pra mim em algum lugar. Provavelmente não. Ou talvez tenha, mas não queria procurar. Olhei para o lado e peguei meu casaco. Iria para o parque onde é quieto, legal e nada nunca acontece.

Ou talvez não.

Quando cheguei lá, o parque estava lotado. Ótimo. Eram crianças chorando, país gritando, uma belezura que só. Sentei no banco mais afastado e olhei para as pessoas. Eram pessoas mais felizes do que eu, isso eu poderia ter certeza.

– Hey, Autumn - ouvi uma voz conhecida e me virei.

– Paul? - perguntei e ele sorriu - Cara, você não deveria estar na festa?

– Não, está chato lá - ele respondeu, com as mãos enfiadas no bolso - Estava uma droga a partir do momento em que eu não peguei ninguém e o James sim.

– Uau, o James pegou alguém? - perguntei, surpresa - Sério?

– É - ele se sentou comigo - Verdade. Parece que ele te superou.

– Que bom, fico feliz por ele, de verdade - respondi e me virei para ele - Então, a Cherry...

– Ah, ela se foi - ele virou também e sorriu - Tudo pelo bem maior eu acho... - abaixou a cabeça, sorrindo - Eu não liguei de verdade, eu gostava dela, mas... Sei lá. Acho que comecei a gostar de outra pessoa.

– Sério? - perguntei - Quem?

– Você - e então, ele me beijou. Simples assim. O meu primeiro beijo com o Paul foi em um parque, cheio de pessoas... Foi maravilhoso. Não poderia ter sido melhor.

– Eu? - falei ainda confusa, depois que acabou - Por que eu?

– Porque sim - ele disse - Porque é você, é sempre você.

– Entendo... - falei - então a gente está meio que juntos agora?

– Não sei - ele disse - A gente pode passar o resto do tempo aqui e depois eu te levo para casa, que tal?

– Parece ótimo - falei e sorri. Era um sonho. Só podia ser um sonho.

E eu não queria ser acordada nunca mais.