The Death escrita por Jhessyka Mykaely, Itasuke_Myka


Capítulo 1
Capítulo 1: Sempre a vista.


Notas iniciais do capítulo

Oleeeeee ó nóis aqui...
watashi Jhessyka o/
watashi Itasuke o/
viemos irritar ocÊs xD
esperamos que vocês curtam...
Itasuke: O inicio ta chatinh mas, iremos melhorar...
Jhessyka: Aceitamos comentarios U.U



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/331615/chapter/1

“Com a cabeça erguida, caminhava para a morte tal como se caminha para um desfile”

 Essa era sem dúvida a frase perfeita para aquele momento...

Ela realmente ia assim, de cabeça erguida, em direção à forca. Sem perder a pose de rainha, os olhos fixos num único lugar... Uma suave melodia soava... A melodia da morte...

 A morte viera pessoalmente para busca-la... Estava ali, ao lado da forca, com sua impecável capa negra e a foice em mãos, o rosto coberto pela escuridão, não saberia dizer se ela/ele estava sorrindo, mas, tinha plena certeza de que mantinha os olhos fixos em si.

 As pessoas ao redor cochichavam a incredulidade, como poderia a rainha, esposa do tão aclamado rei, ser condenada a morte?

 A resposta era simples... Traição!

Agora, pronta para a execução, de frente para os moradores do reino, sua atenção era apenas voltada para o castelo adiante, onde pedia em pensamentos ao Deus existente que protegesse seu pequeno e indefeso bebê.

- Que se inicie a execução! – Gritou o conselheiro do rei. - Espere! Por favor, só mais um minuto. – A rainha pediu com a voz firme e inabalável.

A verdade era que estava se desmanchando por dentro.

Procurava com os olhos desesperadamente um único rosto em meio à multidão, e lá estava ele, com uma garotinha de poucos dias nos braços.

“Proteja-a”

Fora sussurrado pelos lábios da majestade que enfim retirou a mascara de frieza, e fechando os olhos permitiu que as lágrimas enfim escorressem, enquanto a corda era posta em seu pescoço.

- 1... 2... 3...

Foi contado pelo carrasco antes de puxar a alavanca e o corpo da bela rainha despencar pendurando-se. A cena chocou a todos ali presentes, mas, nenhum coração chorava mais do que o daquele homem, que apertando protetoramente o bebê nos braços, saiu com grande pesar.

 O rei sentia-se sujo, podre, mas, nada abalava mais seu coração do que o orgulho ferido, a rainha o traíra e isso era o suficiente para aplacar a culpa.

Percebera a traição assim que vira a princesa recém nascida, embora parecesse com a mãe, não havia um traço sequer seu naquele ser. Aliás, a única coisa que não puxara da mãe, não pertencia a ele. A cor daqueles olhos, tão verdes, não era dele, seus olhos eram negros como a noite e os de sua esposa eram azuis. Ninguém em mais de duzentos anos de sua família possuía aquela cor, e a família da rainha continha uma linhagem pura de cores azuis. Era estranho e anormal, porém, era assim que devia ser.

A traição fora confirmada ao ouvir da boca da própria rainha o fato da pequena ter puxado os olhos do pai.

 A sentença de morte fora dada para ambas, mãe e filha, e servia de aviso para o cretino que ousou violar aquela mulher.

 Ordenou que as empregadas dessem de comer aos lobos que eram criados no castelo, perfeitos para torturar inimigos invasores, elas fariam isso com toda a certeza, porém, a certeza pareceu tão distante ao receberem o embrulho que devia ser entregue aos lobos.

 Horrorizadas com a crueldade do rei, anunciaram o ocorrido à rainha que ainda se recuperava do parto, a criança então fora entregue ao verdadeiro pai que a muito custo teve que deixar a amada morrer.

 O rei ficou satisfeito ao ver o corpo da rainha ser cremado e procurou saber da filha bastarda, fora-lhe entregue os panos nos quais ela estava enrolada, ao vê-los sujos de sangue sentiu uma leve pontada de culpa, porém, logo foi substituída pela satisfação de ter a honra lavada.

Ao longe, numa aldeia bem afastada um pai procurava criar a pequena e recém-nascida filha, com o desejo de vingança ainda fresco a ser tatuado no coração. Ah sim, ele vingaria a mulher amada, ele mataria o rei.

O rei sabia que precisava de um herdeiro, então lhe veio na memória que já tinha um, um garotinho que nascera há cinco anos, filho seu e de uma empregada do palácio, por que não? Ele os desprezara, mãe e filho, ao se casar com a rainha, dona de uma beleza extravagante, agora, com a rainha morta, poderia reclamar o menino, ele sim era seu filho, via-se isso pelos olhos tão negros quanto os seus.

O povo ainda horrorizado com as atitudes do rei, não se atreveu a questionar ao ver a nova rainha e seu filho de cinco anos, cujos olhos eram tão frios como os do pai, seria ele uma mini versão da crueldade?

A morte acabara de levar uma bela mulher e agora rodeava a pequena criança. Lá estava ela, com sua capa impecável a observar o bebê chorando de fome, o pai a muito desespero saíra deixando a pequena na cama sozinha, para procurar uma mulher que lhe doasse leite.

 A morte passava seus logos e esqueléticos dedos acinzentados pelo ar, a vista da pequena criança que parara de chorar e observava atentamente aquele ser gélido que levara sua mãe.

 Ah! Aquela criança com certeza a via, ou ela tinha um dom, ou estava realmente perto de morrer.

A foice fora posicionada em cima do pescoço da criança, pronta para arrancar-lhe a alma.

Sua atitude foi parada por um pai desesperado tirando a criança de seu alcance e a entregando a uma bela e jovem mulher.

A morte não poderia mais levar a pequena, não agora, e como se nunca estivesse ali, ela se foi, sendo seguida por olhos verdes e pequenos do único ser que a enxergava.

                            *~*~*

 A pequena garotinha de seis anos escalava maravilhosamente uma imensa arvore do pequeno vilarejo, as outras crianças gritavam animadas. Os meninos a desafiavam a ir cada vez mais alto, e as meninas gritavam entusiasmadas torcendo por ela.

 A animação foi cortada por barulhos de cavalos.

- Crianças! Rápido, entrem. – O homem falou apressando as crianças.

 A garotinha permaneceu na arvore, segurando-se firme.

Os cavaleiros guiavam o rei.

- Saúdem o nosso rei que acaba de voltar das terras distantes. Saúdem mais uma aliança com outro reino. – Um dos cavaleiros gritava.

A população do pequeno vilarejo apenas olhava, a maioria que estava ali odiava o rei.

O homem de olhos verdes e barba por fazer se esforçava o máximo para não atacar o rei ali mesmo, ele não teria nenhuma chance com tantos cavaleiros e não queria fazer tal cena, até por que, o filho do rei estava ao lado do pai, ele não tinha culpa do pai que tinha.

 O garoto de cabelos e olhos negros estava em um cavalo branco ao lado do rei, olhava com indiferença para aquelas pessoas, embora tivesse apenas onze anos, sabia muito bem a diferença entre ele e aquela gente.

 Sua atenção foi tomada por um barulho estanho na arvore acima de si. Havia alguém ali, e apontou para o lugar, mostrando ao pai e aos guardas.

Um guarda fez menção de cutucar com a espada, mas, fora impedido pelos moradores que começaram a gritar.

- Silêncio! – Exigiu o rei. - Por favor meu senhor, é apenas uma criança que brincava antes da sua chegada.

Implorou o velho ancião do vilarejo.

- Evelin desça já aqui, você está muito encrencada mocinha. – O homem berrou. - Já vou, já vou. – Uma voz infantil se fez presente e uma garotinha com agilidade desceu da arvore.

O filho do rei olhava abismado, como uma garota poderia ter subido tão alto?

- Deve-se ensinar a arte de escalar para meninos, as garotas bordam com as mães. – O rei falou debochando, enquanto os guardas riam. - Minha esposa a muito morreu meu senhor. – Ele falou contendo todo o ódio que sentia. - Ora, meus pêsames pobre plebeu, guardas, vamos. – O rei falou saindo com seu cavalo.

 A garotinha abraçava seu pai enquanto observava o rei partir, era estranho, mas, seus olhos verdes se encontraram com os negros do príncipe. Algo dentro de si se aqueceu e estremeceu, ele era uma criança, assim como ela, mas, era encrenca na certa e torcia para que nenhum deles pisasse ali novamente.

- Você está muito encrencada mocinha. – A voz de seu pai a tirou de seus pensamentos.

E antes de entrar em casa, a garota ainda teve tempo de ver novamente aquele ser de capa escura adentrar a floresta.

Quem a morte estaria vigiando?

                  *~*~*

Já estava escurecendo, um dos que estavam ali tremiam de medo, mas, ela era diferente, a jovem de treze anos, corria animadamente em direção à cachoeira.

- Eve! Espere, já está escurecendo, é perigoso. - Ah! Qual é pessoal, estão com medo de lobos? – Ela gritou de volta sorrindo. - Vamos atrás dela, qualquer coisa, foi ela quem nos arrastou. – Falou um garoto de quatorze anos correndo atrás da garota. - Ah sim, uma menininha arrastou três marmanjos para dar um pulo na cachoeira em pleno entardecer. Diremos que ela nos ameaçou com uma madeira? – Outro perguntou. - Vamos logo, não quero perder para ela. – Respondeu mais um.

Logo os três garotos de idade entre quatorze e quinze anos, saíram de encontro à garotinha de treze.

- Cara, olha a altura disso aqui. – Um deles falou olhando para baixo. - Aposto três moedas de bronze que você não consegue pular. – Disse um loiro. - Ta louco? E se tiver pedras no fundo? Eu não pulo de cachoeiras. – O gordinho falou. - Eu aposto cinco moedas que consigo. – Disse Evelin. - Você pirou? Seu pai mata a gente se você morrer. - Eu aposto quatro que a Eve consegue. – Falou o ruivo. - Eu aposto seis que eu dou um salto melhor que o dela. – O loiro pronunciou. - Apostado. – Falaram juntos enquanto o gordo balançava a cabeça negativamente. - Lá vou eu! – Eve disse e correu para trás.

Quando estava a uma distancia considerável, deu três saltinhos e tirando as sapatilhas que ganhara do pai, correu... Correu e saltou.

A adrenalina corria por suas veias enquanto caia, deu um pequeno giro no ar e mergulhou de cabeça na água.

- Quem é o próximo? – Eve gritou. - Ei! Tem algo lá embaixo. – O gordinho falou. - Droga! Soldados do rei. – O loiro pronunciou ao ver dois cavalos com emblemas reais. - Vamos. – O ruivo falou. - Droga! – Disse o gordinho.

Os três correram e saltaram para junto de Eve.

A garota nem percebeu a presença dos cavalos, muito menos do soldado que se aproximava ao ouvir o barulho de algo caindo na água.

- O que é isso? – Perguntou ao se aproximar.

Logo, os três garotos despencaram na água fazendo um grande estardalhaço. Eve ria animada.

- Eu vou matar você se me obrigar a pular novamente. – O gordo dizia furioso nadando até Eve. - Calma Rudolph, você nem se afogou. – Eve dizia. - Seus moleques! O que fazem aqui há essa hora? – Perguntou um soldado. - E vocês? O que fazem aqui? – Eve perguntou. - Isso não é da conta de vocês crianças. – Uma voz fria se fez presente.

Logo um jovem que aparentava ter dezoito anos apareceu.

- Majestade, não precisa se preocupar é apenas pirralhos. – O soldado falou. - O filho do rei. – O garoto loiro sussurrou para que só eles ouvissem. - Ei! Claude você me deve quatro moedas. – Berrou Rudolph, o gordo para o loiro. - Cala a boca, não é hora para isso. – Claude falou. - Por que vocês não fazem que nem o Sam e calam a boca. – Eve falou contrariada fazendo os garotos se calarem.

 A presença do filho do rei a incomodava lembrava-se dele perfeitamente, estava maior e mais alto, mas, aqueles olhos negros eram inconfundíveis. Eve estava séria demais e Claude percebeu isso.

- Vamos embora pessoal. – Claude falou chamando a atenção dos amigos. - É melhor mesmo, a floresta é perigosa à noite para crianças. – O soldado falou.

Eve apenas parou de encarar o jovem e belo príncipe quando o mesmo devolveu o olhar, a garota desviou os belos olhos verdes para o lado, então ela a viu. Lá estava a morte, com seu inconfundível manto negro e a foice em mãos.

 Da ultima vez que a viu, ela levou o velho ancião da vila... Agora, ela com certeza levaria mais alguém.

- Eve? Eve? – Rudolph a chamou. - O que houve crianças? Saiam logo da água ou pegarão um resfriado. – O soldado falou. - Ah! Claude! Claude, a Eve não ta se mexendo. – Sam falou alto o suficiente. - Ah não, de novo não. – Claude falou e embora já estivesse em terra firme, pulou novamente na água. - Segure. – O filho do rei falou ao tirar a capa negra e se atirar na água também.

Eve estava tão concentrada naquele ser misterioso que aprendeu a reconhecer, que não reparou na dormência que começava a tomar conta de seu corpo e aos poucos foi afundando. Era como se estivesse em transe e só foi se dar conta de que estava se afogando quando o ar fez falta, tentou se mexer e nadar, mas suas pernas travaram, desesperada começou a se debater, seria isso? Dessa vez a morte estava lá para levá-la?

A morte de certo esperava levar alguém naquela noite, mas, não seria Eve, uma vez que esta já estava sendo retirada da água.

- Você! Afaste-se dela. – Claude berrou.

Não estava bravo com o príncipe por salva-la e sim por não ter sido ele a resgatá-la.

- Ah droga. Ela não ta respirando. – Rudolph choramingou. - Deixe-me ver crianças. – O soldado falou se aproximando de Eve.

Fazendo pressão no busto da garota, conseguiu fazê-la tossir e cuspir a água ingerida.

- Sua tonta! Será que você poderia parar com esses piri-paques? Ou ao menos não os tenha na água! – Claude falou irritado quando Eve acordou. - O que? – Ela perguntou. - Eve, você parou... De novo! – Sam falou baixinho. - É cara, você quase se afogou, eu falei que não era uma boa idéia, mas, ninguém consegue convencer você do contrário quando insiste em alguma coisa. – Rudolph se pronunciou. - Minha jovem agradeça ao príncipe que você ainda esteja viva. – O soldado falou.

Eve então olhou para o príncipe que estava encharcado, ele era belo, tinha que admitir, mas, algo lhe dizia que ele era perigoso.

- Obrigada. – Falou logo após um suspiro, olhando para o lado. - Está na hora das crianças voltarem para casa. – Ele falou debochado.

 Eve se irritou, de certo, ela era sim uma criança, mas, ouvir isso dele a irritou profundamente.

 Então se lembrou da presença do ser encapuzado e o procurou onde o havia visto, mas, ele não estava mais ali na beirada da cachoeira.

- Ah não! Nem inventa, pode parar. – Falou Sam beliscando Eve. - Ai! Seu besta, por que fez isso? – Eve perguntou massageado o braço. - Por que você parou novamente! Eve, para com essa mania de se desligar. - Ok! Vamos embora. – Claude falou encarando o jovem príncipe que mantinha os olhos na garota. - Esperem, esqueci meus sapatos lá em cima. – Eve choramingou. - Eu te compro outro, vamos. – Claude disse puxando Eve pelo braço enquanto Rudolph os seguia. - Ei! Obrigado e desculpem. – Disse Sam para o soldado e o príncipe.

As crianças se retiraram e o soldado desatou a rir.

- Essas crianças! Que menina levada. – Ele falou para o jovem príncipe. - Vamos! – O príncipe falou. - Surpreendi-me ao vê-lo se atirando na água. Você viu o salto que ela deu?  - Sim Henrich eu vi. - Jovem Christian, não precisa se irritar.  - Vamos!

*~*~*

- Você tem idéia do que fez? – Seu pai berrava irritado. - Foi apenas um jogo. – Eve tentou amenizar. - Apenas um jogo? Você poderia ter morrido! – Seu pai respondeu.

Artchie era um bom pai, era maravilhoso, mas, se preocupava demais com Eve e quando se mencionava algo relacionado ao rei, como por exemplo, seus soldados, ele pirava e explodia em raiva.

- Pai, por que tanto ódio do rei? – Ela perguntou. - Ah minha filha, você não faz idéia das atrocidades que ele comete. – Seu pai falou cansado. - Pai? - Prometa-me uma coisa? Nunca mais se aproxime de ninguém relacionado àquele monstro, muito menos do filho dele. Ele pode ter salvado sua vida, mas, é tão perigoso quanto o pai. – Artchie disse abraçando a filha que prometia baixinho. - Eu te amo pai. - Eu também meu anjo.

*~*~*

- Meu filho! – A rainha pronunciou vendo o filho adentrar a sala real. - Olá mamãe. – Christian falou abraçando a jovem mãe. - Está gelado. – Ela falou olhando atentamente para o rosto do filho amado. - Estou bem, apenas, caí num rio. – Ele falou carinhoso. - Deixe-o em paz Cassandra! – O rei se pronunciou.

 Christian olhou para o velho e gordo pai, sentado no trono, essa cena o repudiava, odiava aquele nojento por tudo o que ele fizera com sua mãe. Primeiro, abusou, e depois a largou junto com o próprio filho, para cinco anos depois correr atrás. Christian era um jovem vingativo e estava louco para se ver livre do pai.

*~*~*

Alguns anos haviam se passado...

A jovem de dezoito anos corria pela floresta segurando a barra do vestido leve e arroxeado, torcendo para não suja-lo. Estaria encrencada se chegasse suja e descabelada para o próprio aniversário. Estava no campo colhendo flores quando percebeu que chegaria atrasada, decidiu pegar um atalho pela floresta.

 Não esperava reencontrar aquele mesmo soldado de anos atrás, ainda mais acompanhado do jovem príncipe, que por sinal estava bem mais belo que da ultima vez.

- Ora, ora! O que uma mocinha como você faz aqui? – O soldado perguntou ao avistar Eve. - Isso não é da sua conta. – Eve falou de cabeça erguida. - O que houve Henrich? – O príncipe perguntou e só então notou a presença da bela jovem de cabelos castanhos. - Espera! Eu conheço você! – Henrich o soldado pronunciou. - Eu acho que não! – Eve falou, estava atenta, não confiava nos soldados do rei, não depois do que seu pai contou. - Conheço sim! Ei Christian, ela é aquela garotinha que você salvou há alguns anos, aquela que saltou da cachoeira com os amigos. – Henrich falou risonho. - É, eu me lembro dela. – Christian pronunciou encarando a jovem crescida.

Ela estava realmente bela, o cabelo ondulado e castanho ia até a cintura fina, a pele alva estava levemente corada pela corrida, os lábios entreabertos eram convidativos e os olhos, ah, aqueles olhos verdes e brilhantes o chamava.

 Eve não gostava nenhum pouco do modo como aquele rapaz a olhava, precisava chegar imediatamente em casa, mas, ele não aparentava que sairia de seu caminho.

- O que foi? Está com medo? – Christian pronunciou. - Por que não vai caçar algum animal indefeso. – Eve perguntou impaciente. - Por que não vai saltar de uma cachoeira? – Henrich se pronunciou. A garota tinha a língua afiada. - Não tenho tempo para isso. – Eve falou e se pôs a andar.

 Christian a segurou pelo braço.

- Não é nada apropriado para uma dama ignorar o futuro rei desse jeito.

Eve então se irritou, ah, como alguém tão belo poderia ser tão mesquinho e nojento? E ela teria lhe dado um belo soco se não tivesse visto o manto negro.

 E lá estava novamente, o ser do manto negro que sempre levava alguém, encostado a uma arvore, a encarar Evelin, embora seu rosto não fosse visível, Eve sentia seus olhos sobre si.

“Recolher... Cinquenta... Acidente...”

Eve ouvia a voz áspera e rouca que vinha daquele ser, ele estava avisando-a de sua próxima vítima... Era assim, havia alguns meses que aquele ser sussurrava detalhes para ela... Mas, sempre levava idosos que estavam cansados de viver, dessa vez era diferente...

Cinquenta... Acidente...

Dessa vez, o número era maior, e Evelin se desesperou, sua festa de aniversario ocorreria na praça do vilarejo, onde inúmeras pessoas se reuniam.

 Imagens foram plantadas em sua mente, ela via a festa, via seus amigos e seu pai, ouvia as risadas e a dança e por fim, um barulho... E a igreja se desfazia em pedaços, seus blocos esmagavam as pessoas, entre elas, seu amado pai.

“Cinquenta... E você não pode fazer nada... Eu o levarei assim como levei sua amada mãe..”

A morte a estava provocando e sem perceber lágrimas escapavam de seus olhos.

- Ei! Tudo bem? – A voz do príncipe dissipou as imagens da destruição e afastou a voz do ser encapuzado. - Afaste-se dela! – Claude pronunciou.

Havia corrido bastante a procura de Eve que estava atrasada, ele havia crescido, estava mais belo e musculoso, os olhos azuis e o cabelo loiro o deixava parecido com um anjo.

 Nada o irritou mais do que ver aquele principezinho com suas mãos nojentas no braço de Eve.

- Ora se não é o loirinho irritado. – Henrich se pronunciou risonho. - Eu mandei se afastar! O que você fez com ela? – Claude perguntou furioso ao se aproximar e ver Eve chorando silenciosamente. - C-Claude... – Eve sussurrou. - Ah droga Eve, o que foi? – Ele perguntou preocupado. - O que aconteceu? Ei! Esta me ouvindo? – Christian perguntou ainda segurando o braço de Eve. - Eu mandei você larga-la. – Claude disse novamente e agarrou a camiseta de Christian. - Afaste-se dele. – Henrich se pronunciou desembainhando a espada.

Christian largou o braço de Eve e nesse exato momento ela caiu desmaiada.

- Ah droga Eve, de novo não. – Claude largou o príncipe e correu para socorrer Eve. - O que ela tem? – Henrich perguntou se aproximando. - Nada de mais! – Claude falou pegando-a no colo. - Como nada de mais? Responda-me. – O soldado insistiu. - Eve apenas, ah, olha, como posso dizer? É uma doença, só isso, quando fica sobrecarregada ou nervosa ela passa mal e desmaia. - Mentiu Claude. - Ela vai ficar bem? – Henrich perguntou preocupado, a garota podia ter a língua afiada, mas, via-se que era uma boa menina. - Vai sim, logo, logo ela acorda, só preciso de alguma coisa de cheiro forte. - Aqui. – O soldado entregou um recipiente que carregava consigo, era uma bebida amarga de cheiro ruim. - Muito bem. – Claude falou e abriu a tampa fazendo Eve sentir o cheiro.

A garota incomodada acordou espirrando.

- Bom dia flor do dia sabe que horas são? – Claude perguntou. - C-Claude... A festa... – Eve tentou falar, mas, só de pensar sentia um nó em sua garganta, precisava ver o pai. - Eu sei você está atrasada, vamos. – Ele falou levantando.

Eve permaneceu sentada no chão. Ainda tentando entender o que se passava. Foi então que percebeu, aqueles dois continuavam ali, a encarando.

- Idiotas! - Víbora! – O príncipe retribuiu, para a surpresa de Eve que se irritou mais ainda.

A garota se levantou e se aproximou rápido do príncipe. Levantou a mão a fim de dar-lhe um tapa na face, porém, ele segurou sua mão, e quando tentou novamente acabou com as duas mãos presas pelo príncipe. Mas, ele não contava que Eve lhe chutasse a canela.

- Ahaha A guria tem garra! – Henrich falou rindo. - Evelin vamos logo, ou então, Rudolph vai acabar com a comida. – Claude a chamou e Eve pôs-se a correr. - Nem em sonhos, aposto que chego primeiro. – A garota falou animada, embora as imagens ainda estivessem lhe rodando a cabeça, precisava ver por conta própria..

Logo, os dois se afastaram do soldado e do príncipe.

- Ela é uma guria bem peculiar. - Sim, ela é... E ficaria mais interessante ter-la... – O príncipe se interrompeu ao ver o olhar malicioso de seu fiel soldado. - Até que enfim se interessou por uma dama, embora ela esteja mais para uma onça enfurecida. 

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eita nóis!
Itasuke: Quero review u.u
Jhessyka: Para de exigir, parece que nunca escreveu uma fic na vida.
Itasuke: Nunca escrevi uma original em dupla U.u
jhessyka: ¬¬' mans, vai se f....
Itachi: Olha a boca muié, o que os leitores vão achar?
Jhessyka: Se fecha Ok U.U



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Death" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.