Contos Do Luar escrita por ReBeec


Capítulo 3
Camila & Gustavo


Notas iniciais do capítulo

Conto escrito durante uma madrugada onde o sono não era presente D:
Boa leitura.



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Não se preocupe, você está linda, ela o ouviu dizer em sua própria cabeça.

O espelho com enfeite caseiro de lantejoulas exibia seu reflexo: usava um vestido verde de tiras até o joelho e sapatos baixos brancos, seus cabelos pretos enrolados caiam pelos ombros e costas contornando a pele muito morena, e sobre o colo, um colar com o pingente de floco de neve que ele lhe dera meses atrás.

– Eu queria ouvir isso pela sua própria boca – ela confessou.

O rapaz – ou a imagem dele - se aproximou ainda mais do corpo da garota, ficando atrás dela e a observando com seus fracos olhos cor-de-mel pelo espelho. Havia melancolia naqueles olhos, ela podia enxergar, por mais que tentasse ser escondido.

Suas mãos descansaram nos ombros de Camila, mas o calor anterior de seu corpo tão ardente não existia mais.

– Queria também poder te sentir – ela disse.

Você não precisa me sentir com seu tato. Não me sente em seu coração?

Ela deixou escapar uma risada irônica.

– Há quanto tempo você está esperando pra falar isso? Desde que você voltou, há duas semanas?

Não, ele lhe falou. Tenho esperado para falar isso a minha vida toda.

– Não seja melodramático Gustavo. Nós nos conhecemos aos dezenove.

Ela pôde vê-lo abaixar a cabeça, mas as maçãs levemente saltadas no rosto indicavam que ele estaria sorrindo.

Esperei a vida toda para achar alguém que me fizesse sentir de uma forma indescritível, sua voz veio novamente, e os olhos voltaram a observá-la. E então, você chegou.

– E um ano e meio depois você morre. Uau, como eu sou sortuda.

Não fale assim, como se tivesse sido um desperdício, as palavras continham irritação. Não fale como se você não tivesse sido a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

– Isso não vale mais nada – ela afirmou, sentindo seu peito apertar. – Não importa o que eu fui pra você em sua vida. Sua vida já acabou.

Ela abandonou o próprio reflexo e a visão do rapaz e foi em direção à sua cama. Passou discretamente as costas da mão sobre seus olhos e bochechas úmidas, pegou a bolsa pequena largada em cima dos lençóis e tirou o celular de dentro.

– Nove horas – falou, olhando a pequena tela.

Ele deve estar chegando.

– Não acredito que você me convenceu de fazer isso – disse, e se sentou.

A imagem dele tomou a mesma pose que a dela, ao seu lado.

– Ah, quem eu quero enganar? – ela divagou. – Não acredito que nada disso esteja acontecendo, muito menos que você voltou literalmente do inferno para me torturar.

Por que eu estaria no inferno?, ele estranhou.

– Por que você fez questão de vir esfregar na minha cara que eu te perdi – a garota confessou de cabeça baixa. - Ninguém que tivesse o direito de entrar no paraíso faria isso com sua noiva.

Aqueles lábios irreais sorriram amarguradamente.

Camila suspirou e olhou para a janela aberta, para a lua opaca enfeitando o céu na última noite do ano.

– Como é... o outro lado? – ela perguntou.

Ele normalmente respondia com rapidez, como se não quisesse passar nenhuma dúvida, mas a mente de Camila ficou por alguns minutos vazia, sem a voz que clamava escutar aparecer. Ela se tornara apreensiva nos últimos dias com aquele silêncio; fazia parecer que ele já tinha ido embora como disse que logo o teria de fazer.

Mas a voz veio: Eu não sei.

Ela o encarou.

– Não sabe? – se indignou. - Está brincando comigo, não é? Como não sabe? Você não estava lá?

Pensei já ter te explicado Camila, ele continuou, eu não avancei do purgatório. Não é nada como nos filmes, se quer saber. Eu até achei que seria algo mais direto, como uma conversa ou algo do tipo, como naquele livro...

– Auto da Barca do Inferno... – sugeriu ela.

Sim, esse mesmo, concordou. Era uma sala grande com paredes encardidas, e você pode ver dos lados as fileiras de cadeira ocupadas pelas quatrocentas e oitenta e sete pessoas esperando sua vez. Não me perguntei conheço esse número, eu apenas acordei de olhos abertos, sentado numa das cadeiras sabendo onde eu estava e quem estava ali. Sabia até dos nomes...

– E depois? – ela o questionou, com uma súbita curiosidade.

Em um tempo que eu nunca - por mais que passasse a vida... ou a morte tentando – conseguiria definir, eu ouvi o meu nome, ele prosseguiu. Me levantei e fui para um balcão grande onde um idoso de mal vestido estava sentado. Ele falou comigo. Disse que fui bom o suficiente em vida para ganhar uma despedida e saber como as coisas andavam depois do acidente, mas eu poderia também ignorar essa proposta e ir direto para meu destino; você sabe, o outro lado. Havia duas portas atrás dele, eu escolhi a da esquerda, o garoto colocou o que poderia ser sua mão sobre a mão de Camila, mesmo sem poder senti-la no corpo que não possuía mais. Acabei parando no cemitério, Meus pais estavam lá, aos prantos, em frente a minha lápide. Não sei como cheguei ao seu quarto depois disso, minha memória tem estado horrível desde então, mas eu cheguei.

A garota respirou fundo, e passou novamente as costas da mão pelo o rosto.

Não era pra você ter me visto, a voz continuou. Aquele velho não me disse que poderiam me ver.

– Foi uma surpresa tão ruim? – ela o perguntou.

Não, não. É claro que não, Camila. Foi só... inesperado. Eu não sabia que você me ama tanto, e tínhamos tanta afinidade a ponto de conseguir me enxergar mesmo sem meu corpo. Nem meus pais conseguiram me ver, mas você conseguiu.

As manchas cor-de-mel devolviam o olhar castanho escuro da garota.

Ela permanecera as duas últimas semanas constantemente confusa. Era surreal.

Encontrar a imagem repentina dele ao seu lado enquanto pintava havia sido o momento mais fora de lógica que tivera em toda a vida; ainda não tinha certeza se era tudo uma pegadinha de sua imaginação ou um manifesto de esquizofrenia, mas não teria como, os detalhes do que via e ouvia eram muito nítidos para terem sido seu inconsciente a formá-los.

– Odeio quando você duvida do meu amor por você – ela disse, voltando seu rosto para a paisagem da janela. – Odeio.

Você sabe que não é isso que eu quis dizer.

– Eu não sei de mais nada. – concluiu.

O som agudo da campainha soou pelos cômodos.

Camila ergueu sua cabeça em direção à porta do quarto. Fechou os olhos por um segundo, respirou fundo e os abriu. Pegou a bolsa ao seu lado e se levantou, dando uma última olhada no espelho.

Sorria, a voz aconselhou. Seu sorriso é lindo, ele vai gostar.

Ela não respondeu. Também não sorriu.

Caminhou para a sala da casa e abriu a porta, encontrando um homem alto de cabelos escuros bagunçados, olhos brilhante cor de menta, vestindo camisa social clara com calça caqui.

– Uau – ele disse ao olhá-la. – Você está...

Linda.

– ... deslumbrante - completou.

Silêncio.

– Hum... Obrigada – Camila agradeceu. – Você também está muito bonito, Miguel.

– Obrigado. Aqui. São para você, Camila – ele ergueu a mão que segurava um buquê de flores brancas.

– Oh, margaridas! Você...

– Eu te vi observando algumas naquela floricultura no parque, quando nos encontramos – falou, trazendo a recordação daquela tarde abafada à garota, dez dias antes da ocasião atual. A voz de Gustavo a acompanhava naquele caminho, e a convenceu a aceitar o convite que Miguel fizera para a noite que seguia. – Achei que iria gostar.

– Acertou em cheio – ela respondeu, recebendo as flores. – Bem, ainda temos tempo, e eu preciso colocar essas gracinhas num vaso. Você quer entrar?

O homem ergueu levemente as sobrancelhas, mas logo respondeu.

– É claro.

Ela lhe deu passagem, permitindo-o que entrasse na sala.

– Sua casa é muito bonita – ele elogiou.

– Suas flores vão embelezá-la ainda mais. Fique à vontade, eu já volto.

– Tudo bem – Miguel respondeu, sentando-se no sofá.

Camila seguiu para a cozinha. Tirou um vaso de um dos armários, colocou as margaridas dentro e encheu-o de água.

Dê a ele uma bebida, a voz masculina reapareceu em sua mente. Por que não?

Ela suspirou, e encontrou a imagem de Gustavo encostada à geladeira.

– Por que eu faria isso? – ela perguntou num sussurro.

Porque ele se esforçou em te trazer flores e você quer retribuir a cortesia. Vamos Camila, está quente não é? Dá para ver pelas suas bochechas rosadas. Dê a ele um pouco de suco.

Ela revirou os olhos e colocou o vaso enfeitado na bancada.

– Então sai daí – pediu, a fim de abrir a porta da geladeira.

Encheu um copo com o suco de uva, guardou a garrafa e voltou para a sala.

– Achei que estaria com sede – ela disse para Miguel, entregando-o a bebida. – Tome.

– Ah, grato – falou ele, movendo para a esquerda no sofá, dando mais espaço à garota e pegou o suco.

O homem deu alguns goles na bebida e depositou o copo – meio vazio para Camila, meio cheio para Gustavo – na mesinha de centro. Em seguida, voltou seu olhar para a figura em sua frente, e sorriu.

– Fico feliz que tenha aceitado o convite – disse. - Você vai ficar linda sob os fogos de artifício.

“Seus olhos são muito bondosos”, veio em sua mente. Vamos, diga.

Ela tentou não seguir o conselho. Se esforçou tentando pensar em algo diferente, mas a indecisão sobre o que dizer a rendeu.

– Seus olhos são muito gentis – disse por fim, mudando ao menos a última palavra para manter um resto de seu orgulho.

– Nem tanto... – ele riu, e segurou a mão esquerda da jovem. – Vendo seus quadros, talvez. Lembro-me de encontra-la pela primeira vez naquela exposição de arte da cidade, e pensei “puxa, essa dama é dona de um talento nato” – admitiu, e Camila sorriu com o elogio. – Não suspeitava que tivesse talento para roubar corações também...

E eu não suspeitava de seu charme”. Diga.

Camila não disse nada por alguns segundos, apenas devolvendo o olhar da cor-de-menta que a observava.

Você sabe que não tem ideia melhor.

Ela engoliu em seco.

– E eu não suspeitava de seu charme – ela repetiu.

O rapaz pareceu ficar mais radiante, e ganhou confiança para subir a mão esquerda para a cintura da garota, e puxando seu corpo para si.

– A senhorita não me venha falar de charme – brincou ele, tocando seus narizes e fechando os olhos.

Avance.

Ela o fez.

Sem pensar duas vezes, ou saber se era desejo de seu próprio corpo ou pela persuasão da voz, ela projetou seu corpo para o rapaz e o beijou com cuidado.

Sentiu os lábios do outro moverem em retorno contra os seus, a mão em sua cintura a puxar mais e outra subir para seus cabelos, entrelaçando os dedos sobre sua nuca arrepiada.

O sangue de Camila pareceu circular mais rápido, seu próprio corpo se aqueceu e ela não sentiu a menor necessidade de interromper aquele instante.

Abrace-o, a voz interviu. Passe os braços pelo pescoço dele.

– Por que está fazendo isso? – ela sussurrou o mais baixo que pode entre os lábios de Miguel.

– O quê?

– Nada – ela o respondeu, beijando-o novamente.

Sua mente permaneceu sozinha alguns minutos enquanto ela se distraia com a língua que sugava a sua, os dentes que a mordiscavam e os próprios seios mais rígidos a lembrando o quanto aquela proximidade inesperada poderia fazê-la esquecer do mundo a sua volta.

Porque você precisa seguir em frente.

Camila colocou suas mãos sobre o peito de Miguel e o empurrou levemente para que suas bocas se separassem. Recebeu um olhar confuso em retorno.

– Acho que... – disse entre as respirações ofegantes – temos que ir, se não vamos... perder os fogos.

Miguel olhou o relógio em seu pulso e assentiu.

Eles se levantaram. Camila pegou sua bolsa que havia deixado na cozinha, deu a dianteira para que o homem saísse da casa primeiro e o seguiu fechando a porta atrás de si. Não olhou para trás.

Ela sentiu sua mão direita entrelaçada a outra calorosa, e gostou da sensação. Depois, seguiram o caminho nas ruas cheias de Lisboa até a Praça do Comércio, encontrando-se com diversas pessoas vestidas nas roupas mais brilhantes e coloridas que poderiam ter comprado para o evento. Decoravam-se também com óculos em formato do número dois mil e quatro, bandeiras escrito FELIZ ANO NOVO, chapéus e colares extravagantes.

Músicas da cultura portuguesa se misturavam com outras de estilo eletrônico, além de conversas empolgadas e risadas alegres. A iluminação era composta pelos postes das ruas acesos, flashes de câmeras fotográficas e pulseiras de neon.

Crianças, idosos, famílias inteiras, grupos de amigos e casais. Estava maravilhoso.

Sempre quis passar o ano novo aqui, a voz de Gustavo veio em sua mente. Estou feliz em ter essa chance.

Camila sorriu ao ouvir aquelas palavras.

– Eu também – respondeu baixinho.

– Quer comer alguma coisa? – Miguel sugeriu, chamando sua atenção.

A garota viu que ele apontava para algum lugar, e seguiu com os olhos a direção de seu dedo.

– Ah, com certeza! – respondeu com convicção. – Nem imaginei que teríamos churros esta noite.

O homem riu e seguiu puxando-a para o pequeno quiosque que vendia o doce.

Depois de enfrentarem uma pequena fila – e conversarem com uma moça educada segurando a mão de seu filho escandaloso -, eles fizeram seu pedido e caminharam alegremente pelo tumulto, tendo mais conversas entre si e conhecendo mais pessoas que pediam para que batesse as fotos de seus grupos.

Camila não imaginava que sua virada não chegaria perto de ser trágica e amargurada, como havia imaginado, mas sim cercada da infinidade de gente se divertindo nos últimos minutos do ano.

Com sua divagação, nem percebeu quando deixara seu olhar cair em uma família. Era composta por um homem de meia-idade quase careca abraçando uma moça gordinha e pequena. Ela segurava um bebê nos braços que sorria alegremente às caretas que um adolescente magricela fazia para ele.

Os mais velhos riam em conjunto, brotando uma expressão alegre em Camila.

Me prometa que terá uma família um dia, a voz do antigo noivo a assustou. Numa casa residencial com uma sala só para seus quadros, com filhos, netos, e até um cachorro. Prometa-me.

Ela piscou os olhos algumas vezes, confusa com as palavras que surgiram.

– Por quê? – ela sussurrou em meio ao barulho da praça, olhando discretamente para os lados tentando encontrar a imagem de Gustavo, sem sucesso.

Apenas prometa-me Camila. Por favor.

Ela suspirou.

– Prometo ter uma família – disse no mesmo volume. - Prometo viver numa casa residencial com uma sala só para meus quadros, ter filhos, e até um gato – sorriu. – Isso mesmo, um gato. É o bastante para você?

Sim, é o bastante, a voz ecoou.

Quando ela estava terminando o churros, distraída ao encarar um trio de amigos dançando, ela recebeu um beijo surpresa no canto da boca e deixou cair o doce em surpresa.

– Estava sujo – Miguel disse com um sorriso travesso.

Camila sorriu em resposta, e se prendeu pelo pescoço do rapaz, roubando-o outro beijo.

Ele a segurou novamente pela cintura a envolvendo ainda mais para si, sentindo seu aroma de manhã de domingo e seu vigor feminino que ansiava há meses; desde aquela tarde no Museu de Arte Moderna onde viu os cabelos cacheados e a cintura fina da jovem pela primeira vez. Foram noites e mais noites sonhando com aquela visão, até, por acaso, encontra-la mais uma vez nas ruas da cidade e conseguir rouba-la para si por uma noite – e se tivesse sorte, pelo resto da vida.

O tempo correu naquele momento, misturando os segundos com minutos e os minutos com horas. E, antes de se darem conta, uma combinação fervorosa de vozes à sua volta começou a contagem final do ano antigo.

– Onze! Dez! – as pessoas falavam.

Eles se afastarem um pouco, permanecendo de mãos dadas, e ela olhou para cima.

Miguel não deixou de admirar a beleza da garota ao seu lado até o número seis ser gritado. Depois, ergueu sua cabeça para o céu como todos os demais e se juntou aos gritos:

– Quatro!

Três.

– Dois!

Um.

E veio a explosão.

Linhas coordenadas sendo atiradas para o ar chegaram ao horizonte e se espalharam numa infinidade de cores no instante zero.

Verde, anil, laranja, violeta. Amarelo, azul e vermelho.

A paisagem se tornava um verdadeiro arco-íris diante dos rostos fascinados do público. Entraram em um momento tão singular que nada fizeram além de contemplar o espetáculo.

Eram, provavelmente, os segundos mais especiais para os telespectadores. Desejos para um futuro próspero, pedidos de felicidade, saúde e amor eram feitos aos montes na plateia esperançosa. Era o instante de maior expectativa no ano, e aqueles segundos os davam a confiança de conseguirem viver sua vida como sempre sonharam.

– Encantador, não é? – Camila perguntou num sussurro enquanto permanecia com um sorriso sereno no rosto.

O barulho dos fogos de artifício continuava presente junto aos gritos entusiasmados.

– Não é, Gustavo?

Sua mente estava silenciosa.

Ela olhou para os lados, e nenhum par de olhos cor-de-mel se encontrava em sua visão.

– Gustavo?

A resposta não veio.

Ela entendera.

Voltou seus olhos para cima e continuou a observar o estouro das cores que iluminavam o céu repentinamente embaçado por lágrimas.

O destino havia chegado.

Camila permitiu que o sorriso sereno voltasse aos seus lábios, os dedos fossem levados ao pingente de floco de neve que estava preso em seu pescoço.

E sobre os fogos de artifício que decoravam aquela noite, Camila se juntou a massa de pessoas e fez um pedido:

– Que eu também siga em frente – sussurrou para o vento.

Ela apertou a mão quente que segurava a sua, e recebeu um beijo de celebração em resposta.



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