O Amor Não Está Nos Livros escrita por tentacleMassagist


Capítulo 5
5. Terno e Suave, Rápido e Rude.


Notas iniciais do capítulo

Escrito rápido e sem revisão, se achar erros, avise por favor ♥



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O sol estava batendo na minha cara e então eu fui obrigado a acordar, as sirenes da policia na porta da minha casa me ajudou bastante. Eles estão me procurando, mas eu não quero encarar a verdade, pelo menos não agora.

Peguei a minha mochila e desci as escadas com dificuldade, realmente, a raça humana é um tanto preguiçosa. Droga, pai. Você bem que poderia parar um minuto de trair a mamãe e dar um pouco de atenção para sua família, mas você não liga não é?

Sai correndo entre as moitas e virei a esquina, me afastando cada vez mais da minha casa, com um aperto no coração, eu sei que estou fazendo algo errado, mas mesmo assim eu não consigo encarar isso sozinho. Um vento frio bateu em minhas costas me fazendo arrepiar.

_Ah... É verdade, eu não estou sozinho fantasma maldito. – Sai correndo para a escola, precisava de respostas o mais rápido possível, eu não quero amar.

Não quero amar aquele idiota e nem seus olhos verdes, a coisa já havia piorado muito. Eu perdi a virgindade com aquele mesquinho. Não posso me lembrar disso.

Acabei percebendo que estava andando distraidamente e trombei com o professor, que sorriu desajeitadamente.

_Peter! Estava louco á sua procura, por favor, venha comigo. – Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele me puxou para a sala dele e apontou para uma cadeira, aparentemente para eu me sentar.

Sentei-me rapidamente e o observei ele procurando algo nos documentos em cima da mesa dele.

_Aqui está, jornal de 1960. – Ele esticou o jornal velho com uma matéria grande: “O suicídio do amor”

 -

Agora eu me lembro de tudo... Eu estou... Morta.

_Anne, pare com essas coisas inúteis! Já lhe agradeci por tudo que você me deu até agora, mas eu nunca vou te amar.

As palavras cortando-me como navalhas, por que?! Por que o amor não pode acontecer de uma forma bonita... Eu vendi tudo para ele, eu dei todas as minhas roupas embora, eu estou passando fome para pagar essa mansão para ele.

Já li tantos livros sobre amor, por que ele não me ama como nos livros? Por que tudo tem de ser assim?

Comecei a chorar todas as minhas mágoas, tudo que eu fiz por ele não valeu de nada, eu não quero compra-lo, eu quero demonstrar meu amor e fazer com que ele dê valor...

_Ah, não venha com essa, vai chorar de novo? Você é realmente muito fraca... – As palavras dele são como um cuspe em meu rosto, eu não valho de nada, eu não mereço ele, eu não mereço ninguém, eu sou fraca.

Ele virou as costas e saiu com o guarda-chuva e as primeiras gotas de uma tempestade começaram a cair sobre mim.

_Te vejo depois.

Te vejo depois, não é? Peguei o veneno para rato do meu bolso, eu mesma coloquei isso em toda a sua mansão e agora irei me libertar, pois como você diz: Eu sou fraca e eu não mereço viver.

Virei todas as pílulas na boca e...

-

_Temos que livrar essa pobre alma, entende Peter? – Peter concordou com a cabeça, ainda lendo o jornal.

Coloquei a mão no coração, que não batia mais. E olhei minha mão pálida e agora transparente.

_Entendo. – Peter soltou o jornal – Uma garota de sentimentos tão puros ser passada para trás dessa forma... – Peter bufou – Por causa de amor.

_Aqui – O Professor tirou uma sacola cheia de ossos – Graças aos meus amigos do cemitério de Kinkerville, consegui pegar os ossos dela... Agora só devemos... Queimar.

_Queimar?! Aqui?! – Peter parecia assustado.

Eu quero ir embora, eu não vou negar. Afinal, eu sou fraca, mas eu temo o que me espera do outro lado.

Ele jogo os ossos em uma espécie de panela e pegou o álcool.

_Acho melhor você se afastar... É perigoso...

As cortinas se fecharam repentinamente, e a atmosfera do lugar ficou fria, extremamente fria. Os dois me olharam como se pudessem me ver.

_Ela... – Peter sussurrou me olhando.

_Rápido Peter! O fósforo! – O professor gritou e Peter atendeu rapidamente, pegando a caixa de fósforo e jogando para ele, que pegou no ar e abriu.

Por que? Por que eles estão me tratando como um monstro... Eu não sou um monstro... Eu não sou fraca. De alguma forma eu senti essa força em minhas veias, eu apontei a mão para o professor e uma força o projetou para trás, fazendo-o bater a cabeça em um dos armários.

A surpresa do Peter também me atingiu.

_Eu não queria o machucar! – Eu gritei, e Peter estava na frente dos meus ossos com um fósforo aceso nas mãos.

_Você tem de ir... Encontrar o seu verdadeiro amor. – Ele sussurrou.

_Meu verdadeiro amor? Como...

Mas antes que eu pudesse terminar...

-

Eu joguei o fósforo acesso nos ossos e uma grande explosão aconteceu, me jogando para trás e por sorte eu não bati na parede.

Droga, bem que o professor havia me dito...

_Professor! – Eu me virei para ele, ele estava desmaiado, mas respirava e não havia sangramento.

Acho que ele está bem, de qualquer forma, peguei o meu celular para ligar para a ambulância. Vinte chamadas perdidas e várias mensagens, eu olhei para a porta e...

-

Não consegui dormir a noite, não que isso fosse fora do normal, normalmente perdia noites pensando em como minha vida era vazia. Os empregados fazendo tudo para mim, as garotas pagando pau, as minhas notas nas alturas. Eu tinha tudo e todos, mas isso não tinha o mínimo de graça, bom... Ai ele apareceu e mudou tudo e assim tudo se transformou nesse lindo sonho, um sonho que eu sei que vou ter de acordar um dia.

_Senhor, o café está na mesa. O Sr. Seu pai e a Sra. Sua mãe estão te esperando.

_Obrigado – Sai do quarto deixando a mulher desnorteada para trás, soltando um “Ele disse obrigado...”.

É claro que eu sabia o que isso significa, eu mudei desde aquele dia. Eu nunca falaria obrigado para um empregado, nunca me rebaixaria para ninguém e veja só, ontem eu me rebaixei. Eu o visitei, escalei sua parede e implorei para fazer amor com ele... Talvez seja isso que chamam de amor, meu estomago se revira ao olhar os olhos dele, aqueles olhos cheios de significados, os olhos que parecem olharem minha alma e mesmo assim gostarem disso, eu amo tanto ele.

Sentei-me na mesa, mas ninguém pareceu notar minha presença a não ser os empregados, que rapidamente puseram um prato cheio na minha frente, eu sabia o que eu queria e sabia o que eu teria de fazer, uma hora ou outra esse dia chegaria.

_Eu estou apaixonado. – Eu disse normalmente.

Nenhuns dos dois falaram nada, estavam preocupados demais com seus jornais.

_Eu disse que estou apaixonado! – Eu falei mais alto, esperando qualquer reação.

_Humm... – Eles quase falaram em uníssono

_Da para vocês largarem essa porra de jornal e olharem para mim?!

A situação se reverteu e eles me fitavam assustados.

_Eu estou apaixonado por um garoto! E eu o amo, eu comi ele de quatro! – Admito que eu não deveria ter dito a última parte, mas seria ótimo para causar um impacto e eles me darem um pouco de atenção.

A expressão deles continuaram a mesma, como estátuas, o que na verdade eles são a maior parte do tempo.

_Você tem certeza disto? Conversara com teu psicólogo? – Minha mãe falava com aquele forte sotaque, do qual eu odiava, já que era falso.

_Não, mas, eu tenho certeza. – Comecei a comer normalmente, fazia dois dias que eu nada comia.

Meu pai virou os olhos para o jornal novamente.   

 _Talvez isso seja genético, meu primo também era... – Ele parou por um instante, tentando encontrar a palavra correta e olhou para meus olhos.

_Viado? Ah, se quer dizer isso, papai...  Então que seja, eu sou viado! Se por amar alguém eu terei de ser chamado de viado, então eu serei chamado de viado.

-

_PETER! – O grito agudo e doloroso veio aos meus ouvidos, na porta estava Friedrich parecendo magro e com olheiras, ele estava mal.

Ele veio correndo em minha direção e me abraçou, um abraço que eu poderia jurar estar abraçando sua alma, abraçando-a com tanta força que nada nem ninguém poderia nos separar, seriamos um para sempre.

-

_Anne, abra seus olhos. – Uma voz doce, tão doce, sussurrou em meus ouvidos.

Abri os olhos lentamente, assustando com a luz forte que bateu em meus olhos. Eu conhecia esse lugar. As flores de uma cerejeira estavam caindo no chão ao meu lado.

Levantei-me e olhei para o lado, um homem alto de cabelos ruivos e olhos verdes sorria para mim, um sorriso terno e gentil.

_Eu estava te esperando desde nossa infância. – Ele me estendeu a mão.

Charles Diamont. Meu único e verdadeiro amor, existe um mais real que o de uma infância? Juramos amor debaixo dessa árvore, dois dias antes dele morrer afogado.

Peguei sua mão e me levantei, um pouco acima dos lábios dele.

_Eu também lhe esperei, eu... – Mas antes que pudesse completar minha frase nós estávamos com os lábios colados, colados pelo amor eterno.


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Notas finais do capítulo

Se você gostou, favorite e deixe um comentário, se tiver um comentário eu postarei um cap. Extra e final definitivo da fic ♥



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