Os sinos da igreja badalaram indicando que a noite havia chegado, trazendo consigo o céu estrelado.

            Padre Luigi seguia apreensivo para o confessionário.

            Amélia aguardava ansiosamente para ouvir a voz rouca e melodiosa de Luigi novamente. No dia em que seu pai descobriu deu romance com o, naquela época, frei, havia sido obrigada a passar uma temporada na casa dos tios em Siena. Deixar aquela pacata cidadezinha no interior da Toscana, e junto com ela o seu grande amor, não havia sido nada fácil.

Luigi adentrou a outra extremidade do confessionário de cabeça baixa e então se pronunciou:

- Sim, minha querida irmã?

Amélia suspirou pesadamente.

- Qual é a penitencia para quem, mesmo depois de muito tempo, ainda tem um amor ardente por um homem que vive para Deus e as boas obras, padre?

Luigi ergueu a cabeça boquiaberto e sentiu seu coração falhar diante da imagem daqueles grandes e brilhantes olhos semelhantes a duas safiras através daquela tela.

- Amélia!- Luigi exclamou surpreso.

A garota sorriu timidamente e se retirou do cômodo logo sendo seguida pelo padre.

Eles mantiveram-se calados por alguns segundos. Luigi se aproximou minimamente e logo em seguida colou os lábios ávidos aos da garota, tomando-a em seus braços. Necessitava senti-la novamente sob seu toque, e assim o fez.