Misticland escrita por Secret Memories


Capítulo 5
Duas versões de uma mesma história


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo tem quem atacou e o motivo pelo qual fez isso, mas também o estado do atacado e como esse ataque influencia outras raças.



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POV. Laila

Fui recebida na alcateia com aplausos e comemorações, os magos tinham sido destruídos e tudo graças a mim. Confesso que me senti um pouco mal no inicio por ter traído a Luna e os outros, mas aquilo era necessário. Eu fiz aquilo pela minha raça, pelo meu governo e pelos meus companheiros.

O nosso governante preparou uma festa para comemorar a minha promoção, todos estavam se divertindo muito... Até Ela aperecer. Seus cabelos negros com mechas vermelhas estavam presos num rabo de cavalo. Ela era um pouco mais velha que eu e sua pele era morena que nem a minha, mas seus olhos eram vermelhos. Ela usava uma calça preta justa, botas igualmente pretas e uma camisa bufante branca.

– Então quer dizer que você finalmente conseguiu... – ela disse se aproximando de mim.

– Sim, Diana. Agora eu sou sua chefe – dei um sorriso sínico e ela cruzou os braços, revirando os olhos.

– Por pouco tempo, minha querida. Todos nós sabemos que você não tem a mínima capacidade de comandar alguma coisa! Além do mais não é novidade pra ninguém que eu sou melhor que você, aproveite bem esse seu cargo, logo logo ele vai ser meu novamente!

– Certo, vá sonhar um pouco que eu tenho que comemorar o meu novo posto de capitã de tropas – Diana bufou e me olhou com raiva, ela se aproximou de mim e posicionou o dedo indicador no meu rosto.

– Escute o que eu vou te dizer, irmãzinha. Não vou te dar o meu cargo de capitã tão fácil assim, você vai se arrepender!

– Vai embora daqui! Antes que eu te prenda ou te mate! – berrei tirando seu dedo da minha cara, ela me olhou com raiva e em seguida foi embora.

Pouco tempo depois a as pessoas voltaram a se divertir na festa, menos eu, a visita da Diana tinha me abalado muito. Então sai dali e fui para a floresta pensar um pouco e refrescar minha mente.

Sentei-me embaixo de uma árvore e fiquei lá um tempo pensando no que minha irmã faria. Não era novidade pra ninguém da alcateia que eu e ela tínhamos uma certa rivalidade, desde pequenas competíamos para ver quem era a melhor.

Conforme fomos crescendo as coisas foram piorando. Até que Diana foi promovida a capitã de tropas, mas ela sabia que Eu, desde pequena, sonhava com esse posto! Minha raiva começou a aumentar e a partir do dia em que ela foi promovida eu fiz de tudo para tira-la do cargo.

Fiz várias tentativas, mas não obtive sucesso, até agora. Meu governante me fez uma proposta irrecusável: Achar a capital dos magos e lhe dar as coordenadas. No inicio achei aquela tarefa fácil demais, era só eu enganar algumas pessoas e pronto. Mas então eu conheci a Luna, ela tinha me apoiado e me acolheu em sua casa! Ninguém nunca tinha feito algo assim por mim antes, eu sempre achei que os magos fossem arrogantes e metidos.

Mas a aquela loira destrambelhada tinha mudado a minha visão.

Abracei meus joelhos e enfiei minha cabeça entre eles. Eu não iria chorar só pensar um pouco em silêncio... Senti algo acariciar meus cabelos e quando levantei o rosto vi Sirius, meu melhor amigo de infância, parado e sorrindo pra mim.

– Vai embora, praga! – resmunguei, ele riu e sentou ao meu lado.

– A Diana te deixou abalada, foi?

– Não, eu só quero respirar! Por que não sai daqui e deixa mais oxigênio pra mim?!

– Ah, Laila. Você não sabe mentir – ele disse rindo e bagunçando meus cabelos - Vamos, me conte! Sou seu melhor amigo!

O encarei por um tempo, seus cabelos castanhos estavam bagunçados como sempre e a cicatriz que ele tinha no braço ainda estava lá, mesmo depois de doze anos. Nós dois estávamos na floresta caçando alguma coisa, tínhamos uns seis anos mais ou menos e eu não podia ir tão longe sozinha, mas sempre adorei quebrar regras. Acabamos indo longe demais e aquela parte da floreta era perigosa, de repente fomos atacados por um monstro.

Naquela época eu não tinha treinamento suficiente para combater um ogro como o que me atacara, Sirius tentou me proteger e acabou ganhando uma cicatriz enorme do braço. Ele não queria a ajuda dos magos para fazer a marca desaparecer, segundo o meu amigo ela era um prova do carinho que ele sentia por mim.

– Sim... Foi por causa da Diana...

Na verdade não estava mentindo, o fato de a minha irmã ter me ameaçado era um pouco assustador. Mas eu estava assim por causa da Luna, ela não merecia isso apesar de ser uma maga. Os lobisomens não eram tão inimigos da raça dela, esses eram os fantasmas, mas nenhum grupo confiava nos magos. Sirius detestava a raça da Luna, primeiro porque os magos eram uns gananciosos que queriam explorar o máximo possível os outros grupos (isso nos lembrava dos vampiros) e segundo eles ferraram os lobisomens roubando parte das nossas terras.

– Não se preocupe, ela não vai fazer nada com você – ele sorriu e aproximou seu rosto do meu.

– Hm... Certo, não estou com medo dela...

– Não precisa bancar a durona comigo. Vou te proteger Laila, custe o que custar – seu rosto estava muito perto do meu, eu conseguia sentir a sua respiração. Sirius tocou com a sua mão direita a minha face e eu não o impedi, nossos lábios se encostaram e ele me beijou.

Eu não o empurrei, nem impedi, nem nada disso. Apenas correspondi o beijo me deixando levar pelos meus sentimentos. Depois ele se afastou um pouco e sorriu.

– Você é a minha heroína, Laila. Acabou com aqueles magos ridículos.

– Hm... Acho melhor voltarmos pra festa.

Eu me levantei e sai andando, pouco tempo depois Sirius me alcançou e fomos juntos para a festa. Aproveitamos ao máximo e não tocamos no assunto “beijo” ou “magos” até o final da festa, quando, pro meu alivio, ele me beijou novamente e foi embora.

POV. Leo

Logo quando descobri o ataque fiquei preocupado com a Luna, por isso estava indo para o local do desastre. Mas infelizmente essa não tinha sido a primeira coisa que fiz aquela manhã. Já que era herdeiro do trono dos elfos fui acordado no meio da madrugada quando a notícia saiu, tive uma reunião enorme e então segui para a capital dos magos.

Quando cheguei lá demorei um pouco para achar minha amiga em meio a tanta discórdia, por isso estava começando a ficar preocupado dela estar machucada, então me dirigi à enfermaria improvisada que montaram e a encontrei. Ela estava na frente de uma tenda parecendo bem preocupada, mas pra falar a verdade, só dela não estar dentro de uma já me aliviou.

– Luna! Você tá bem?! O que aconteceu?!

– Eu... Eu to bem, mas meu irmão... ele tá machucado... muito machucado - ela falou quase chorando e respirando bem forte.

Nós conversamos um pouco, ela chorou e eu tentei acalma-la, mas ela estava bem tensa dizendo que o estado de Sólon era muito grave, então me pediu para eu curar ele com minhas plantas, mas hesitei, pois eu era um elfo, e se descobrissem que eu estava cuidando dele poderiam tentar me matar. Pouco depois Jade chegou e depois de algumas discussões nós decidimos cuidar do Sólon, mesmo sendo arriscado.

Quando começamos a trata-lo ele estava inconsciente. Usei várias plantas e a sereia usou sua água mágica de cura, mas mesmo assim não foi fácil cura-lo, ele estava bem machucado, mas conseguimos fazer com que ele melhorasse bastante. Meia hora depois disso ele acordou e viu a Luna.

– Mana... - ele disse com um sorriso no rosto.

– Sólon! - ela deu um abraço enorme nele - Você está melhor?

– Estou sim... Foi você que me tratou?

– Na verdade não. Olha pro outro lado - então ele se virou, viu eu e a Jade e nós acenamos para ele com um sorriso meio sem graça.

– Hm... Obrigado... - falou fazendo um bom esforço, já que ele não gosta muito de outras raças, mas nós salvamos a vida dele, então pelo menos um agradecimento merecíamos.

Nós trocamos algumas palavras e continuamos cuidando dele. Tudo estava bem até o Connor chegar.

– Luna! Como você está?! - ele correu desesparado e a abraçou.

– Estou bem... Meu irmão se machucou, mas Leo e Jade já cuidaram dele.

– Que bom, fiquei preocupado... - ele disse dando um pequeno sorriso.

– Você! Você que fez isso com meu reino! Saia de perto da minha irmã! - Sólon gritou apontado para o fantasma, Connor se afastou um pouco da amiga e o encarou.

– Eu não fiz nada! Eu nunca faria isso!

– Duvido que não! Afinal, você é um ladrão! É assim que ganha a vida!

– Como assim?! Ele não seria capaz de uma coisa dessas! - a maga exclamou.

– Conte a eles! - o enfermo falou para o nosso amigo.

– Isso não é verdade, né? - a criatura do mar perguntou.

– Ele tá mentindo, não é? - agora eu que o questionei.

Então Connor saiu correndo pra fora da tenda e o clima ficou pesado. Eu não sabia o que falar ou o que pensar. Um de meus melhores amigos poderia estar escondendo uma vida de crimes. Foi ai que meu buscador tocou, era o pessoal do governo me chamamando para outra reunião. E eu fui para lá.

Quando cheguei lá a situação estava crítica. Os governantes estavam preocupados com um ataque ao nosso estado, ou uma rebelião dos magos e talvez até o começo de uma guerra entre todas as raças.

– O que faremos então? - perguntei.

– Eu acho melhor bloquearmos os pontos de teletransporte. Só deixarmos nossa raça usá-los - meu conselheiro disse.

– Mas aí as outras raças também fechariam seus pontos pra gente - Melissa falou.

– E nós não poderíamos ter contato com elas... - disse Nolan de forma pensativa.

– Isso nos prejudicaria também. Nós precisamos de coisas dos outros estados também - lembrei isso a eles.

– Mas ainda poderíamos encontrar com eles, só que teria que ser sem teletransporte. Isso seria para o bem dos elfos - um dos políticos comentou.

Passamos um bom tempo discutindo, mas no final tive que concordar sobre fechar os pontos de teletransporte, isso realmente seria melhor para todos, mesmo deixando mais complicado eu me encontrar com meus amigos.


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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos que estão acompanhado a história e aos que favoritaram. Postaremos o próximo capítulo o mais rápido possível!



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