Misticland escrita por Secret Memories


Capítulo 4
A semente da guerra é plantada


Notas iniciais do capítulo

Ocorre um grande acontecimento em Misticland, mas, por enquanto, ninguém tem certeza de quem é o culpado.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/331326/chapter/4

POV. Jade

Cheguei em casa já levando sermão da minha mãe sobre a hora que eu tava chegando em casa, que eu sou irresponsável, que minhas algas já estavam ficando frias e então ela perguntou onde eu estava.

– Eu estava com os meus amigos, eles precisavam da minha ajuda! - respondi.

– E por que eu ate hoje não conheço esses seus amigos?

– Porque, dona Pérola - chamava ela pelo primeiro nome quando ela era a culpada das coisas que falava - você nunca quer saí pra eu apresentar vocês.

– É porque eu sou uma sereia ocupada! Mas eles também nunca vem aqui!

– É porque eles também são ocupados!

– Sei... - disse revirando os olhos - Mas pelo menos não são de outras raças! Eu não sei como esses pais de hoje em dia deixam os filhos se misturarem com aqueles repugnantes!

– De qual espécie você tá falando?

– De todas, tirando a nossa.

– Mas qual o seu problema com as outras raças? Eles também podem ter bom coração!

– Não me diz que seus colegas não são sereias e tritões!

– Hm... Eles são sim! Eu só não entendo o problema que você tem com quem não seja... É por causa do papai? Porque ele era um guerreiro, né?

– Me recuso a falar sobre o idiota do seu pai!

– Qual o motivo de você nunca falar sobre ele? Por ser um guerreiro? Por ter te deixado sozinha pra cuidar de mim?

– Você já sabe tudo que deve saber sobre ele!

– Isso é mentira! Eu deveria saber tudo o que você sabe sobre ele! Afinal, eu sou a filha dele! Sou sangue de seu sangue!

– Mas eu sou sua mãe e sei o que é bom pra você!

– Não sabe nada! E já tenho dezoito anos! Eu que sei o que é bom para mim!

– Pare de ser respondona e vai comer! - após ela falar isso eu hesitei, mas bem que estava com fome, então acabei cedendo.

Depois de comer fui dormir, foi um dia meio longo ajudando a Laila, por isso estava exausta. Acordei no dia seguinte mais relaxada, até encontrar com a minha mãe na cozinha e ela me contar o último grande acontecimento de Misticland.

– Filha! Você ja sabe da novidade?

– Que novidade?

– Aqueles babacas dos magos finalmente provaram do seu próprio remédio! - depois dela falar aquilo eu arregalei os olhos e perguntei:

– O que aconteceu com eles?

– Alguém encontrou a capital deles e atacou! Ela está toda destruída neste momento! E vários estão feridos ou mortos... Mas quem manda ser nojento que nem eles?

Aí sim que eu fiquei assustada. Mesmo não morando lá, a Luna poderia ter se machucado! E mesmo ele sendo do jeito que ele é, as chances do irmão dela ter se machucado eram bem grandes! Além disso, eu tinha ido a capital deles no dia anterior com o pessoal! Mas eu conhecia eles faz tempo, eu não achava que eles seriam capazes de fazer nada. Então eu saí correndo e liguei pros meninos.

– Leo? Connor?

– Ligou por causa dos magos? - o elfo perguntou.

– Sim, já tá sabendo?

– Claro! Eu sou o sucessor do trono! Me acordaram no meio da noite por causa disso! Eu to indo pra lá agora!

– O que aconteceu com os magos? - o fantasma perguntou parecendo bem perdido.

– A capital deles foi atacada de madrugada! - respondi.

– O que? A Luna tá bem? - Connor perguntou.

– Não sei! Ela não responde meu pedido no buscador, e nem em nada mais! Por isso eu estou indo pra capital do estado deles - Leo contou.

– Eu também estou indo o mas rápido possível! - disse.

– Vou me arrumar e ir! Encontro vocês lá! - então nos despedimos e desligamos nossos comunicadores mágicos.

POV. Luna

Na manhã seguinte a cidade estava calma, calma demais pra dizer a verdade. Poucos comerciantes abriram seus estabelecimentos, não entendi muito bem o motivo. Mas pouco tempo depois veio à resposta.

Eu estava em minha loja entediada lendo um livro de magia quando um pássaro entrou voando pela janela e pousou na bancada. Ele segurava uma carta com o bico, peguei a correspondência e a ave saiu da loja. Olhei pra carta em minha mão, era do conselho dos magos, eu pensei que estaria ferrada, que tinha feito algo que não agradou os meus superiores. Mas quando li o conteúdo vi que estava errada, a carta dizia basicamente que durante a madrugada a capital dos magos tinha sido invadida e a cede principal dos líderes havia pegado fogo.

Assim que terminei de ler senti lágrimas caírem no meu rosto, meu irmão era o governante da nossa raça e a cede era a mansão da família, havia uma grande possibilidade dele não ter sobrevivido ao ataque. Saí correndo da loja e Nyx me seguiu.

Cheguei rápido na capital, e fiquei estática com o estado dela. As casas dos membros do conselho estavam destruídas, a mansão da minha família não tinha saído ilesa e também havia sido destruída. Tinha um acampamento montado onde havia alguns sobreviventes do ataque, torci para que meu irmão estivesse no meio deles.

E ele de fato estava, corri até Sólon e as lágrimas caiam ainda mais de meu rosto. Ele estava deitado em uma espécie de maca, tinha ataduras em várias partes do corpo e estava inconsciente. Joguei minhas mãos em cima de seu tórax, abraçando-o e deixei as lágrimas caírem.

Não lembro por quanto tempo fiquei lá abraçada com o meu irmão, chorando desesperadamente, alguns enfermeiros de vez em quando me observavam com pena e tentavam me consolar. Mas a única coisa que me consolava era o fato de eu poder ouvir o coração do meu irmão batendo, mesmo que ele batesse fraco, pelo menos meu irmão tinha sobrevivido.

Algumas horas depois seu corpo se mexeu, o larguei um pouco assustada e vi que ele abrira os olhos um pouco. Sólon respirava com dificuldade e ainda sentia muita dor, mas ele conseguiu dar um pequeno sorriso quando me viu.

– Luna...

– Não se preocupe, vai ficar tudo bem. Eu estou aqui com você, mas tente não fazer muito esforço.

– Eu não pude fazer nada... Sou um líder e não consegui salvar meu povo... -ele grunhiu com um pouco de dor e eu acariciei seu rosto.

– Você é um líder maravilhoso Sólon, não se culpe por isso. Vocês foram pegos de surpresa, por alguma raça que não identificaram ainda...

– Foram os fantasmas! – ele soltou outro grunhido de dor e fechou um pouco os olhos – Só eles seriam capazes de entrar aqui sem serem percebidos.

Eu apenas assenti e fiz carinho em sua face, eu não iria discutir com Sólon naquele momento. Mas a acusação que ele fez me pareceu errada, Connor era um fantasma, se sua raça estivesse planejando um ataque ele me avisaria, certo? Será que os outros fantasmas eram mais importantes pra ele do que eu?

Tentei afastar aqueles pensamentos, não iria duvidar do meu amigo que me apoiou tantas vezes. Concentrei toda a minha atenção no meu irmão doente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse acontecimento vai influenciar toda Misticland. Se continuar a ler, talvez descobrirá o culpado pelo ataque, espere para ver.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Misticland" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.