Misticland escrita por Secret Memories


Capítulo 3
De uma árvore nasce uma cidade


Notas iniciais do capítulo

Nossos personagens vão visitar o "querido" irmão da Luna na capital dos magos, que a localização deve ser secreta para as outras raças.



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POV. Connor

Eu não achei que a Luna iria realmente nos levar até o irmão, mas parece que a minha amiga tem vários parafusos faltando, eu não gostava nem um pouco da Laila pra mim toda aquela historia dela era muito estranha. Mas ninguém me deu ouvidos, então lá estávamos no grande estado dos magos esperando o Leo voltar da reunião.

Nosso amigo elfo logo apareceu no teletransporte e assim Luna nos levou até uma enorme árvore que tinha em uma floresta. Delicadamente ela acariciou o tronco e pronunciou algumas palavras, a árvore começou a brilhar intensamente e a mão da maga sumiu no meio do tronco.

– Tudo que vocês têm que fazer é atravessar.

– Mas... É uma árvore! - a loba disse espantada.

– Você descobriu isso sozinha? Parabéns! - impliquei e ela me olhou com raiva.

– Você já está me irritando!

– Parem com isso os dois! - Luna exclamou nervosa - Connor, vai doer se você for um pouquinho educado?!

Bufei e entrei na árvore, nem morto iria ser gentil com ela... Mas se bem que já estou morto... Então nem vivo iria ser educado com aquela loba! O local para onde a passagem levava era enorme, tinha várias casas luxuosas que formavam duas linhas paralelas, ao final das duas linhas havia uma mansão enorme e incrível, os magos realmente tinham muito dinheiro. Meus amigos já estavam na capital comigo e todos ficaram de boca aberta.

– Uau! Que capital maneira! – Jade exclamou maravilhada.

– Então... É aqui a cede do governo dos magos... – Laila disse baixinho e então se virou pra Luna – Onde o seu irmão está?

– Na mansão da família, onde ocorrem as reuniões políticas - ela disse apontando pra enorme construção que ficava no final da rua.

Andamos até a mansão e assim que chegamos, vários empregados cercaram nossa amiga e começaram a paparica-la, os servos diziam coisas como: “Srta. Luna, a senhorita voltou!”, “Gostaria de alguma coisa madame?” e “Continua linda como sempre!”. Eles simplesmente nos ignoraram, percebi que um dos empregados saiu correndo pelas escadas afobado, mas não liguei porque o que eu só me importava com o fato de parecermos invisíveis.

De repente eles pararam de cerca-la e se voltaram pras escadarias, eu naturalmente fiz o mesmo. Tinha um garoto uns dois anos mais velho que eu descendo as escadas, ele tinha cabelos loiros como os de Luna, mas os olhos eram prateados e ele era bem mais elegante que a minha amiga, até o fio do cabelo dele era sofisticado. Quando chegou ao térreo o garoto lançou um olhar desaprovador pra minha amiga e assim como os empregados nos ignorou.

– Você está deplorável irmãzinha, cansou de brincar de pobre? – ele disse ainda a olhando com desaprovação.

– Eu não estou brincando de nada Sólon! Falei muito serio quando disse que não voltaria a viver com você!

– É o que veremos... – ele finalmente pareceu perceber a nossa presença e nos olhou como se fossemos lixo que estava sujando o lindo chão dele – Eu sempre soube que você era desmiolada Luna, mas trazer essas coisas aqui é muita ousadia da sua parte!

– Não somos coisas! Somos pessoas! – protestei.

– Tanto faz! A questão é que outras raças não podem entrar aqui! – o proprietário da mansão berrou pra mim.

– Agora eu entendo porque você o odeia tanto Luna, seu irmão é um idiota! – Jade comentou e o anfitrião olhou pra irmã, sinceramente achei que ele fosse nos expulsar de lá ou até mesmo nos matar, mas ele apenas suspirou e se acalmou.

– Vamos conversar lá em cima, é mais seguro – ele subiu as escadas e fomos logo atrás.

O andar de cima tinha várias portas, entramos em uma que dava pra uma biblioteca enorme, tinham alguns sofás onde nos sentamos, na mesa havia um jogo de chá. Sólon encheu uma xícara e tomou um gole.

– Então, o que vocês querem? – ele perguntou bebendo mais um gole.

– Você conhece uma planta chamada flor boreal? – Luna perguntou.

– Não.

– Ótimo, vamos embora - a maga disse já se levantando.

– Espere! - Laila berrou - V-Você tem certeza disso?! Não quer pesquisar um pouco?!

– Ele já disse que não conhece! Vamos embora! - Luna falou irritada.

– Eu posso tentar encontrar alguma coisa, mas não garanto nada – o mago se dirigiu a uma prateleira e observou alguns livros, até que escolheu um e o abriu – Como pensei essa flor não passa de uma mera lenda, uma historinha infantil.

– Como eu disse! – Leo olhou pra a menina lobisomem com superioridade.

– Obrigada do mesmo jeito, acho que não posso salvar meu pai – Laila disse saindo da biblioteca.

– Eu vou atrás dela - Jade falou e logo em seguida saiu também.

– Eu vou com você! - a feiticeira berrou, mas seu irmão agarrou seu braço impedindo-a de sair.

– Por favor, volte pra casa. Eu te amo – ele pediu, mas minha amiga desviou o olhar.

– Não acredito em você, eu te odeio – ela soltou seu braço e saiu correndo pela porta, eu e Leo fizemos o mesmo deixando Sólon sozinho.

Alcançamos as meninas, que estavam perto da passagem, Jade e Luna tentavam consolar Laila, mas em minha opinião ela não parecia triste o suficiente pra alguém que ia perder o pai.

– Eu... Eu acho melhor ir embora. A alcatéia tinha razão...

– Você ainda pode morar comigo se quiser! – a maga disse tentando anima-la.

– Não... Eu preciso voltar pra casa, obrigada por tudo pessoal.

Laila foi embora e o clima ficou meio pesado, voltamos pra casa da Luna, mas durante o trajeto ninguém disse uma palavra se quer. Eram todos uns idiotas, nem conhecíamos aquela garota direito e eles fizeram tudo por ela. Ainda bem que eu morri, a vida nos deixa burros.

– Amiga, você tem certeza que tudo bem levar a gente para a capital dos magos? - perguntou a sereia.

– Tudo, eu sei que vocês não vão fazer nada com essa informação - respondeu.

– Mas e aquela mulher que você acabou de conhecer?! - falei me referindo à lobisomem fêmea.

– Para! Coitada! Ela tá com o pai a beira da morte e você ai julgando ela! - exclamou a dona da casa.

– Eu não queria falar nada, mas já que vieram com esse assunto, eu achei meio estranho ela ter insistido tanto para procurarmos quando estávamos aqui e lá na capital ela ter desistido tão fácil, só não sei o que isso significaria... - comentou o elfo.

– Mas ela parecia estar se sentindo mal gente! - disse a menina-peixe.

– Parem de ser preconceituosos com a garota! Ela não fez nada para vocês falarem assim dela! - exclamou a feiticeira.

– Eu não tenho nada contra ela, só disse que achei estranho o modo como ela agiu - respondeu Leo.

– Eu acho ela muito suspeita... - falei e a Luna já estava abrindo a boca para reclamar, mas decidiu não brigar e contentou-se com um suspiro.

– Eu acho bom a gente já ir embora, né não gente? - Jade falou com um olhar que dizia "saiam agora!" pra mim e pro protetor da natureza, então atendi ao pedido do seu olhar e nós três saímos pela loja.

– Tenho que voltar para o lago das sereias, minha mãe deve estar esperando, vocês querem vir? - perguntou a morena.

– Não vai dar, eu tenho aula de economia agora - o futuro rei disse.

– Se ferro! Mas eu também não vou poder ir, se esqueceu que eu tenho que ganhar o meu próprio dinheiro, porque não sou rico ou bancado pela minha mãe? - respondi, então os dois fizeram careta, nós nos despedimos e eu fui para o país dos fantasmas.


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Notas finais do capítulo

Vocês acham que eles deviam ou não confiar na Laila? Logo descobrirão!



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