Jogo de Espiões escrita por Angel_Nessa


Capítulo 30
CAPITULO 26 – O ESPIÃO SECRETO




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Passei a noite aquecida pelos braços de Naruto, só que dessa vez nós não dormimos na sala, nós dormimos no quarto. Ainda que eu suspeitasse de Naruto eu não podia deixar de ficar feliz ao lado dele, era uma sensação muito boa se sentir protegida e amparada.

Quando abri meus olhos pela manhã a visão que tive foi do rosto sereno de Naruto dormindo. Não pude evitar em sorrir, eu estava feliz.

Virei-me na cama e sentei-me, nesse momento senti a mão de Naruto segurando em meu pulso, quando virei a cabeça para trás o vi desperto me olhando com ternura.

- Bom dia Sakura.

- Bom dia Naruto – respondi num tom de voz ameno.

Naruto soltou a mão de meu pulso e sentou-se a meu lado.

- Vai preparar o café?

- Sim – virei para minha cabeça para o outro lado, evitando assim olhar para Naruto – eu vou trabalhar hoje.

- O que?!

Voltei a olhar para Naruto tentando ao máximo evitar que meus olhos se prendessem aos dele.

- Eu vou para a fábrica. Tenho que continuar procurando os documentos.

Naruto cruzou os braços na altura do peito.

- Você não precisa voltar lá – rebateu Naruto nervoso.
- Como assim eu não preciso voltar lá? A missão ainda não foi concluída! – tratei de lembrá-lo de tal fato.

- Não precisa se arriscar mais...

Em uma outra ocasião eu ficaria comovida com as palavras de Naruto, porém mesmo tendo decidido me entregar a meu amor por Naruto, eu não conseguia esquecer da noite passada.

Levantei-me da cama, meu tom de voz ficou mais severo, eu começava a ficar com raiva com o descaso de Naruto com a missão.

- Se eu não me arriscar para conseguir os documentos, quem o fará? Seus amigos? – perguntei irônica.

Naruto engoliu em seco.

- Sakura...

Não permiti que ele continuasse falando.

- Naruto, eu já disse que vou até o fim nessa missão; por isso nem tente me impedir.

Naruto ficou em pé sobre o colchão.

- Eu vou com você – disse decidido.

- Não! – gritei em resposta – de jeito nenhum. Por acaso se esqueceu que ontem você bateu no Sasuke.

Naruto pulou para fora da cama.

- Aquele idiota mereceu!

- O idiota que você se refere é o gerente de vendas da fábrica, meu chefe!

- Eu vou me trocar...

A teimosia de Naruto era imensurável. Eu me coloquei a sua frente.

- Sasuke vai mandar lhe prender caso você apareça por lá.

Naruto me olhou sério.

- Sasuke não pode fazer nada contra mim – replicou Naruto com tranqüilidade.

Eu não acreditei nas palavras de Naruto que continham tanta certeza.

- Fique aqui – eu lhe ordenei.

- Sakura, eu...

- Naruto, não vá para a fábrica hoje.

- Já disse para não se preocupar!

A argumentação de Naruto a respeito da sua não ida a fábrica começou a me irritar pronfundamente. Eu coloquei minhas mãos na cintura.

- Escute Naruto, ontem você quase colocou a missão a perder! Não quero que você consiga fazer isso hoje.

Naruto me olhou com espanto, mesmo assim não se deixou intimidar.

- Sasuke é um mulherengo, não gosto de fique perto de você.

Que parte de que eu precisava da ajuda do Sasuke, Naruto ainda não tinha entendido? Fiquei mais irritada com Naruto por seu descaso com o andamento da missão.

- Eu vou trabalhar na fábrica você gostando ou não! E é melhor você nem aparecer por lá!

Batendo a porta eu saí do quarto.

Não foi fácil conseguir ir trabalhar naquela manhã. Quando eu voltei para o quarto para procuarar minhas roupas, naruto cobriu a cabeça com o cobertor e nem voltou a olhar ou falar comigo; eu peguei algumas peças no guarda roupa e fui me trocar na sala.

Como Naruto era teimoso! Será que ele não entendia que eu tinha que continuar na fábrica pelo bem da missão? Não, Naruto era egoísta demais para pensar em alguém mais além de si próprio e de seus próprios desejos.

Saí do apartamento em direção a fábrica sem me despedir de Naruto.

Em minha mente segui com as reclamações contra Naruto. Há apenas uma hora atrás eu estava dormindo tranquilamente em seus braços, e agora estávamos brigados novamente; eu já havia percebido que minha relação com Naruto envolvia sempre esses momentos de felicidade partilhada e brigas homéricas e, eu sei, que muitas vezes sem sentido.

A missão, a misão... era só nisso que eu conseguia pensar. Eu quero terminar logo com a missão e assim voltar para a minha casa nos Estados Unidos.

Lembrei-me da minha briga com Naruto naquela manhã.

- Você não precisa voltar lá – rebateu Naruto nervoso.

- Como assim eu não preciso voltar lá? A missão ainda não foi concluída! – tratei de lembrá-lo de tal fato.



- Não precisa se arriscar mais...


Eu não precisava me arriscar mais?! Se eu não o fizesse, quem o faria? Naruto?... aquelas pessoas que estavam no bar? Afinal, quem eram elas?

Naruto pretendia me contar sobre elas, mas eu não quis escutar. Mais uma vez eu fugi da verdade, assim como fugi quando Ino e Shikamaru me encotraram... covarde, eu era uma covarde por não enfrentar a verdade. Medo, eu tinha medo da verdade, mas por que eu tinha medo da verdade? Será que é porque a verdade poderia estragar com minhas convicções apoiadas em falsas bases de sentimentos.

Eu não queria mais pensar a respeito da verdade oculta por cortinas as quais eu não queria erguer... era melhor seguir sendo uma atriz fazendo meu papel de espiã em busca de documentos que comprovassem a existência de uma bomba de nêutrons; era mais confortável viver em um mundo de ilusão. Hoje, eu posso ver as coisas sob uma perpectiva diferente, pois naquela época eu inconsientimente me forçava a não pensar em nada que pudesse romper com o mundo teatral que me cercava.

- Ajudando na missão – pronunciei baixinho

Eu não conseguia evitar em pensar na missão, e especificamente não conseguia parar de pensar nas pessoas que estavam naquele estranho bar... duas delas tinham um nome: uma delas se chamava Bárbara Fields, ela era a cantora do bar; e a outra era uma mulher chamada Hinata... uma mulher que eu sentia ser bem próxima a Naruto. Bom, faltava apenas saber quem era o homem que acompanhava a mulher ruiva.

Eu parei no ponto de onibus e fiquei esperando.

- Barbara Fields...

Eu repetia o nom e bem baixinho na esperança que eu pudesse lembrar de alguma referencia ao nome.

Barbara Fields... Barbara Fields...

Nada. Eu não conhecia nenhuma referencia do nome dessa mulher. O sobronome Fields, porém estava ligado a uma importante família dona de grandes fazendas no Texas; não fazia muito sentido pensar que talvez uma Fields viesse a União Soviética para ser cantora em um bar de estrangeiros, não os Fields era uma família importante demais para se prestar a um serviço desses.

Bom, e quanto a outra garota... Hinata... esse era o nome que Naruto dera a mulher de longos cabelos pretos e olhos azuis claros que estava sentada a seu lado. Pela maneira como ela o olhava, ela devia gostar dele. Será que eram antigos namorados? Estranho, mas em meio a minha analise investigativa naquela manhã eu cogitei a hipótese daquela garota ser a antiga parceira de Naruto, mesmo ele já a tendo mencionado antes... ops, estou adiantando a história... porém não vou apagar o que eu escrevi, vou deixar que já saibam que Hinata era a antiga parceira de Naruto.

Hinata... Hinata.... Hinata...

Diferentemente de Bárbara Fields, eu não sabia o sobrenome de Hinata, e portanto aquele era para mim apenas um nome sem referencias e sem passado.

O ônibus chegou.

Eu seguiria com a missão até ter mais informações.

Ao chegar à fábrica e passar pelo hall notei que Karin não estava em seu posto de recepcionista, as demais secretárias pareciam bem ocupadas datilografando documentos.

Eu passei por minha mesa e deixei meu casaco sobre ela, decidi ver Sasuke, porém ao abrir a porta de sua sala eu vi que não havia ninguém lá.

A sala de Sasuke estava vazia. Eu comecei a recolher alguns papéis espalhados no chão, escutei a porta se abrir atrás de mim, endireitei minha coluna e virando para trás, vi

Sasuke entrando.

- Bom dia – eu o saudei sem jeito.

Sasuke fechou a porta.

- Sakura, que bom que já está aqui...

- Eu vim como me pediu.

- Sakura, lembra-se de quando a levei a sala do diretor da fábrica.

- Sim – respondi de pronto sem entender o que Sasuke queria com aquela pergunta tão repentina.

- Lembra-se da pasta vermelha que tinha no cofre?

- Sim – respondi, mesmo sem saber onde aquelas perguntas iriam conduzir – eu lembro da pasta, ela tinha uma cor vermelha bem singular.

Lembrei-me do fato da cor vermelha da pasta ter me chamado a atenção quando a vi pela primeira vez.

- E sabe por que a pasta tem essa cor vermelha tão única?

- Não – respondi com sinceridade.

Nada me ocorria que pudesse responder a pergunta de Sasuke.

- A pasta tem essa cor vermelha tão única para que ela possa ser reconhecida em qualquer lugar; não há como substitui-la por outra e se ela sumir poderá ser facilmente reconhecida.

Eu compreendi o porquê da cor da pasta, mas não entendi o que Sasuke queria me contando sobre a pasta.

- Por que está me contando isso? – decidi perguntar.

- Aquilo que você tanto deseja está nessa pasta.

As informações sobre a construção da bomba nuclear, era o que eu desejava.

- O que... está dizendo?

Sasuke se aproximou de mim e pegou uma mecha de meu cabelo.

- A missão... – disse Sasuke sorrindo com malicia – essa é a sua missão, não é?

Senti meu corpo paralisar de susto. Forcei meu corpo a se movimentar, mas tudo o que eu consegui foi dar um passo para trás; a mecha de meu cabelo escorregou pelos dedos de Sasuke.

- Todo esse tempo você sabia sobre a missão?

Sasuke sorriu.

- Eu a estou ajudando há tanto tempo. Eu a ajudei a entrar nessa fábrica, - sasuke andava em minha direção e eu continuava dando passos para trás assustada - e agora vou lhe ajudar a conseguir as fotos dos documentos que tanto deseja.

Senti minha coxa bater na beirada da mesa, olhei para trás e voltei a olhar para frente, Sasuke estava a apenas alguns centímetros de distância de mim. Meu corpo tremia de medo e nervosismo.

- Por que escondeu isso de mim? – questionei-o

- Eu não pensei que uma espiã que solucionava casos de assassinatos de políticos e é uma especialista em armas fosse alguém tão inocente... inocente ao ponto de achar que eu acreditaria que você era uma alemã sendo que falava tão bem inglês.

Sasuke debochava de mim. Ele sabia que eu muita coisa a meu respeito; sabia sobre meu passado como espiã na agência de Nova Iorque.

- E por que não contou nada antes? – perguntei tentando não desviar meu olhar do rosto dele.

Sasuke agarrou minha cintura.

- Oras, estávamos começando a nos entender, eu não queria estragar a diversão.

Fiquei com nojo de Sasuke. Ele estava se aproveitando de mim.

- Queria apenas dormir comigo – disse o empurrando.

- Foi você quem começou me provocando com suas atitudes de meretriz – eu arregalei meus olhos ao escutar aquilo - além disso, eu merecia uma recompensa por estar arriscando a minha vida.

Meu medo de Sasuke se transformou em raiva.

- Se quer uma recompensa é melhor que contrate uma concubina – repliquei num tom de desprezo.

Ouvimos o som de homens em marcha se aproximando.
Sasuke se aproximou de mim novamente e segurando em meu pulso esquerdo me olhou bem fundo nos olhos, sua expressão era bem séria.

- Escute Sakura, hoje ao meio-dia todos estarão no pátio da fábrica para receber o presidente. Fique aqui em cima e quando as outras secretárias descerem, você deverá ir até a sala do diretor e tirar fotos dos documentos contidos na pasta vermelha.

- Sasuke...

Sasuke me cortou.

- Não questione nada, essa será uma oportunidade única de fazê-lo. Quanto ao que lhe disse, bem, não se zangue minha querida... você quem começou a me provocar, tentando me seduzir, eu apenas fingi cair em seus braços, é isso que qualquer homem faria, sua sorte é que eu estou do seu lado – Sasuke colocou sua mão embaixo de meu queixo fazendo-me olhar para seus olhos – se eu fosse outro tipo de homem, eu a teria tomado para mim aqui mesmo nessa sala.
Sasuke soltou meu rosto e se afastou.

- Dois para a direita, quatro para a esquerda e cinco para a direita. Essa é a senha do cofre, grave-a.

- Sim – respondi áspera.

- Excelente.

Sasuke soltou meu pulso.

- Por que está me ajudando? – questionei-o mais uma vez.

Sasuke me olhou sério por um tempo antes de responder.

- Eu também estou numa missão.

Sem dizer mais nada Sasuke saiu da sala. Olhei para o relógio na parede, era onze e trinta, em meia hora eu deveria ir até a sala do diretor para fotografar os documentos.

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Notas finais do capítulo

nota da autora: Esse cap ficou bem longo! Mas acho que valeu a pena... agora os leitores já tem em mãos mais uma informação para ajudar a desvendar o jogo de espiões, é, está cada vez mais próxima a revelação do jogo de espiões, logo saberão porque a fic recebeu esse nome.
Vamos ao cap, supresos em saber que o Sasuke estava em uma missão que ao que tudo indica está relacionada a missão da Sakura? Bem, como ele disse, não dava para não sacar que tinha algo errado com a Sakura sendo americana indo trabalhar numa fábrica soviética, assim como a Sakura nem percebeu que talvez o Sasuke fosse algo além de um simples gerente de vendas da fábrica.