Cá estou, o lindo e gostoso gladiador selvagem e imortal, Sieghart. Que por acaso, descobriram que meu primeiro nome é Ercnard. Irck, como odeio esse nome, mas prossigamos.

Como é ser imortal, vovô Sieghart? Vocês crianças devem estar perguntando neste exato momento.

Ou então... Alguns devem estar dizendo o quanto queriam ser o moreno maravilhoso aqui e ter minha imortalidade. Heh, já estou acostumado com coisas assim.

Ser imortal é, além de te conservar lindo e gostoso eternamente, como um pedaço de carne suculenta ambulante, que atrai muitos fãs, é saber lidar com todas as responsabilidades.

Mas que tipo de responsabilidade um cara como você teria? Ora crianças, parem de fazer tantas perguntas e deixem o imortal aqui falar. Ou... Escrever.

Ser imortal, além de tudo, é ser responsável. E claro; não é uma coisa tão fácil como aparenta ser.

Meus ferimentos se curam numa velocidade assustadora, tiro o dia para perturbar os chasers e minha bisneta, a qual não nego –mentalmente- que sinto algo especial.

Pode parecer coisa de louco, mas ser imortal é bom e ruim ao mesmo tempo.

Qual o lado bom? ... Crianças... – Suspiro. – Vou responder cada pergunta, sejam pacientes.

O lado bom, é você ser imortal, oras. E o lado ruim, também é ser imortal.

Em outras palavras, o lado bom é ter milhares de fãs ao decorrer de sua aventura e ver tudo ao redor mudar e você somente ir acrescentando milhares de anos a sua imensa idade; tipo eu, que tenho meus meros seiscentos e alguns quebrados. E o lado ruim... É um pouco duro dizer isso, obviamente. Nem todos estão preparados para tal visão. A visão de ver as pessoas que vocês amam envelhecerem e partirem, porém, vocês continuarem ali, intactos.

Nem todos estão preparados para conviver com isso. É algo de quebrantar o coração apenas de ouvir falar. Aposto que vocês, pelo menos uma vez em suas meras vidas mortais deviam ter se perguntado como eu me sentia. Ou talvez não. Afinal “Sieghart é um preguiçoso sarcástico”. De certo ângulo, isso é verdade.

Mas pensem comigo; Se eu não fosse assim, o que me divertiria em todos esses seiscentos anos? Vocês podem concordar comigo de que não existe coisa mais gostosa do que perturbar quem nós gostamos. Não há prazer maior que visualizar aquela pessoa brava com você, e de repente, com uma graça qualquer ela começar a rir junto com você. Ou correr atrás de você com um montante; depende. Se for certa ruivinha, que sei que vocês têm a certeza de qual estou falando, voto mais na segunda hipótese, como diversas vezes me aconteceu. Afinal, a vida dos mortais é relativamente curta, e eu tenho que aproveitar.

Bah, esse cara está contando histórias para boi dormir. Claro que não, meus queridos.

Se um imortal não souber usufruir de sua imortalidade, ele se torna um louco. Seja psicologicamente, ou louco por poder, uma coisa que caminha lado a lado com os infinitos anos de vida acrescentados.

Pude ver muitas pessoas que eu amava partir, e isso foi doloroso. Porém, ninguém precisa saber disso. Tenho garotas e fãs aos meus pés por minha gostosura e não por que sentem pena de mim.

Acreditem se quiser; ser imortal não é fácil, principalmente quando se é um gladiador gostoso, mais conhecido como uma lenda. Ou melhor; Como Sieghart.

Agora, com licença. Se não se importam, há uma ruivinha correndo atrás de mim com um montante em fúria.

Passem bem crianças, e não se esqueçam: Gladiador gostoso, maravilhoso e imortal, é só o vovô aqui.