Amor, Medo E Coragem. escrita por Katniall


Capítulo 1
Be Safe, Be Strong.




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Amor.

Olive se manteve firme, sem derramar lágrimas.

“Liv, a guerra não vai me ferir. Nada pode me ferir, além de você.” – diz Kenneth, antes de ir embora.

“Está enganado, Ken. A guerra pode sim te ferir, ou te matar.”

“Então estarei morrendo com honra, e pensando somente em você, Liv.”

“Não pense em mim, pense em salvar sua vida. Pois se pensar somente em mim, não vai sobreviver nem dois minutos.”

“Sim, tem toda razão. Eu te amo, mais que tudo Liv.” – Kenneth diz isso e beija a testa de Olive, antes de ir embora.

Kenneth tinha 18 anos, era forte e sempre sonhou em servir seu país. E não deu outra, se alistou na primeira oportunidade. Não entrou duas vezes, mas finalmente conseguiu entrar. Mas o exército não era mais sua prioridade e sim Olive. Olive era sua namorada desde a quinta série, ela não queria que ele se alistasse de jeito nenhum. Mas era o sonho do namorado. Olive sempre parecia ser insensível, sem sentimentos. Mas está era a falsa Olive, quando pequena perdera os pais e viveu em lares adotivos até os sete anos. Então uma família á adotou, mesquinhos e insensíveis.

Olive voltou pra casa, com olhos baixos. Kenneth era forte, não morreria tão facilmente. Era isso que ela esperava, Kenneth era tudo para ela. Sua família adotiva não era nem um pouco simpática e era odiada por toda pacata cidade. Não era nada pessoal, era mais porque a família nunca ia á igreja local e nunca dava Bom Dia para ninguém.

“Ele se foi mesmo, Olive?” – perguntou sua “mãe”, Margareth.

“Sim.”

“Lamento.” – ela diz e sai da sala.

Está era uma conversa bem longa naquela casa, mas Olive já estava acostumada. Subiu as escadas para seu quarto, trancando-o. Ela deitou-se na cama e leu mais uma vez a carta de Kenneth. Ele tinha dado está carta para ela na noite anterior. Leu em voz alta, como sempre.

“Querida Liv, não tenha medo. Seja corajosa e enfrente a solidão que possivelmente vai lhe ocorrer enquanto estiver ausente. Mas lembre-se que nunca estará sozinha, pois eu sempre estarei com você. Em qualquer lugar, junto de você lhe protegendo de tudo. Se eu não voltar, lembre-se que eu nunca serei tudo e enfrente as consequências que eu escolhi. Não é sua culpa se eu não voltar. Então por mim, não faça nada idiota e apenas nos imagine juntos como sempre, imagine nós dois juntos passeando pelas campinas cheias de margaridas selvagens que nos protegem de tudo, imagine um mundo sem guerras. Mas eu tenho que honrar nosso país, honra é tudo que eu sempre sonhei e você sabe disso. Não tenha medo do que o amanhã lhe trará. Pois eu escolhi fazer isso. Eu escolhi morrer pelo meu país, mesmo me custando minha maior preciosidade, você. Lembre-se, minha querida: Eu te amo.”

O rosto tenso de Olive, relaxa um pouco ao terminar de ler a carta novamente. Mas nada á impede de chorar silenciosamente por alguns minutos, antes de enxuga-las e voltar á defensiva como normalmente.

Alguns meses depois Kenneth voltou, mas não como Olive desejava. Ele estava vivo ainda por um fio, em coma no hospital da pacata cidade. Atingido pela explosão perdera o braço e queimara toda a carne de seus lábios, tornando-se incapaz de beijar. Ainda assim voltou para Olive. Olive conseguia fazer algo que ninguém podia, todos os dias ia ao hospital e ficava ao lado de Kenneth.

Olhar para o novo rosto de Kenneth era uma tortura para qualquer um, todo seu rosto estava domado pela infecção. Mas Olive não sentia está tortura, Olive sentia-se culpada por oque aconteceu ao seu namorado. Se ela não tivesse deixado ele ir, talvez não estaria em coma. Todos os dias, ela ia ao quarto dele e conversava com ele baixinho, esperava que ele ouvisse.

Era uma quarta-feira, Olive estava se aproximando do quarto de Kenneth e encontrou ali a mãe do rapaz com a doutora responsável conversando.

“Eu lamento muito Sra. Benson mas Kenneth não passará de alguns meses, com está infecção. Nós aqui do hospital temos prolongado muito isso, porque todos os dias vemos aquela garota vir aqui e ficar horas com ele sem se importar com sua aparência.”

“Olive é sua namorada, menina mesquinha e metida. Porém sempre foi muito fiel á meu filho, acredito que Kennie ficaria feliz se eu não contasse á ela. Ela faria um escândalo. Meu filho vai morrer com honra pelo menos.”

Medo.

“CHELSEA PISA FUNDO GURIA!” – grita Hanna.

“Hanna você está muito fora de si acho melhor não!” – grita de volta Chelsea.

“Ah, sua covardesinha!” – diz Hanna totalmente bêbada e drogada como sempre, chutando Chelsea e assumindo o volante.

“Hanna pare! Estamos á 140 por hora!”

“QUE SE DANE!” – berra Hanna novamente.

Hanna Marine não foi sempre assim, mas afogada pelas magoas da família acabou assim. Se drogando e bebendo com Chelsea Michels, ela dizia não estar viciada, mas estava enganada. Seu vicio por maconha era extremamente forte, mas como era podre de rica vender alguns sapatos da Prada não foram um problema para sustentar o vicio. Chelsea tinha sido internada diversas vezes, mas sempre conseguia fugir com sucesso.

 Hanna continuou acelerando o carro mais e mais, sem pensar nem um pouco. Não tinha percebido nem os policiais atrás delas ou o carro que estava atravessando a rua. O carro de Chelsea se chocou violentamente contra um carro que capotou. A frente do carro de Chelsea se esmigalhou todo e Chelsea estava se afogando no air bag do carro. Mas e Hanna?

A grande covarde era Hanna. Fugiu ao air bag estourar, largou tudo pra trás. A bolsa, a maconha, o uísque e até os sapatos para fugir. Correu como se fosse uma presa fugindo de um predador, e era isso que ela imaginava. Sob o efeito da droga, tinha muitas alucinações anormais. Na maior parte delas, ela era um rato correndo de um gato, agora não era diferente. Hanna não sabia para onde ia, mas algum lugar onde poderia esperar segura o efeito da droga passar.

Mas ela estava completamente afundada na bebida, na droga e na adrenalina da batida. Seus músculos se relaxaram quando caiu dura no chão e um policial a recolheu. Balbuciava coisas sem nexo.  

Quando acordou estava num quarto estranho, cinzento e claro demais. O efeito da droga tinha passado mas a ressaca da bebida não, estourando de dor de cabeça vasculhou o quarto á procura de maconha. Sem sucesso, nada de maconha e nada de uísque. Isso estava ficando estranho demais para Hanna, que não estava acostumada com nada fora de sua rotina. Que era acordar, maconha, uísque e escola.

 Percebeu que vestia uma camisola com um rotulo escrito “Centro de Reabilitação de Daisywood”. Primeiro ela chorou como um bebe, ela não queria ser mais uma criança do centro de reabilitação. Segundo, pensou nas possibilidades de fugir, Chelsea conseguiu várias vezes ela também podia conseguir. Terceiro, roeu as unhas até a carne pensando em como iria conseguir uma maconha logo, seu vicio já estava batendo.

 Foi até a porta do quarto e batendo com força, raiva e medo. Hanna estava com medo, muito medo do que estava acontecendo.

Coragem.

Maisie se segurava para não dizer nada, mordendo o lábio inferior.

“Maisie, querida nós precisamos muito que você tente de novo!” – diz a mãe de Maisie, Kristen.

“Sim, Maisie. Nós sabemos que você consegue!” – diz o pai de Maisie, Richard.

Maisie não tem paladar até onde sabe. De vez em quando consegue sentir alguns gostos, mas na maioria das vezes nada. Maisie diz enfurecida:

“Mamãe, papai, eu não consigo sentir nada! Se um dia eu sentir eu conto á vocês!” – ela sai da mesa de jantar bufando para seu quarto, trancando-o. Seus pais sempre tinham esperança de ela voltara sentir, mas ela não tinha nem um pingo de esperança. A garota já tinha 18 anos e estava cansada de estudar em casa, não tinha amigos. Seus pais vinham de uma linhagem nobre da cidade de degustadores, e esperavam que a filha seguisse seus passos. Uma pena que ela ironicamente seja sem paladar nenhum.

Maisie pega uma mochila e coloca dentro: Cobertor, lanterna, repelente e seu celular. Ela pula pela janela de seu quarto, e desliza pelo telhado silenciosamente. Chegando ao chão, sai correndo em direção á floresta local, que não é nada assustadora. É mais uma imensa campina de margaridas, daí chega o nome da cidade: Daisywood. Várias pessoas se aventuravam á ir nos campos de margaridas. Mas á noite ninguém ia.

Os campos de margaridas eram sempre muito bem protegidos, sem nenhum animal selvagem na espreita. Porém Maisie ia á este local todas as noites. Ela tinha um local especial, que parecia uma pequena cama de grama e margaridas altas. Ela esticou o cobertor e entrou debaixo dele, passou o repelente e começou á cantar á luz do lunar.

“Bem no fundo da campina, embaixo do salgueiro

Um leito de grama, um macio e verde travesseiro

Deite a cabeça e feche esses olhos cansados

E quando se abrirem, o sol já estará no alto dos prados

Aqui é seguro, e aqui é um abrigo

Aqui as margaridas te protegem de todo perigo

Aqui seus sonhos são doces

E amanhã serão lei

Aqui é o lugar onde sempre lhe amarei

Bem no fundo da campina, bem distante

Num maço de folhas, brilha o luar aconchegante

Esqueça suas tristezas e aquele problema estafante

Porque quando amanhecer de novo ele não será mais tão pujante

Aqui é seguro, e aqui é um abrigo

Aqui as margaridas te protegem de todo perigo

Aqui seus sonhos são doces

E amanhã serão lei

Aqui é o lugar onde sempre lhe amarei

Aqui é o lugar onde sempre lhe amarei”

Não era uma música muito popular, mas tinha aprendido á gostar dele. Do mesmo jeito que aprendeu á gostar de seus pais. A música tinha uma melodia gostosa e aconchegante. Maisie estava quase dormindo quando ouviu passos de raposas. Raposas adoravam passear á noite pela campina. Maisie se levantou e quando olhou melhor descobriu que não eram raposas e sim o guarda florestal.

Não era proibido ficar por ali. Bom era proibido, mas ninguém nunca ligava e a maior pena era duas semanas na cadeia. Todo mundo ia ali de dia, e de noite também e ninguém nunca é pego. Porque os guardas florestais nem ligam, eles já devem ter aproveitado a campina antes.

Mas aquele deveria ser novo. Ele pegou ela pelos pulsos e levou-a para a sede dos guardas, não tinha ninguém lá.

“Olha, garota. Ou eu te prendo ou você terá de fazer algo para mim.”

“Oque?” – Maisie perguntou corajosamente.

A mão do guarda foi até a coxa de Maisie e a massageou.

“Eu ando meio solitário.”

“Sai de perto de mim!” – ela berra tentando sair da sede mas está trancada.

“Senhorita, você já tem idade suficiente para saber que não se deve gritar.”

Ele passa uma fita adesiva pela boca de Maisie e amarra suas mãos.


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Notas finais do capítulo

Reviews please!!



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