Busca De Um Amor escrita por Milena Buril, Andressa Picciano


Capítulo 22
Provo minha força




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Senti que meu mundo girava. Lentamente, sai dos braços de Simon, e fiquei mais próxima de Ares.

Se tornar peão do deus da guerra, é a mesma coisa do que pedir para te apunhalarem com uma espada, Luiza me avisara. 

- O que vai ganhar com isso? - perguntei. 

- Oras, sua força é muito diferente dos outros semideuses, isso eu já lhe disse - respondeu - Preciso de alguém assim. 

Respirei fundo, e olhei para Simon.

- Não precisa fazer isso -disse - Eu fico aqui, se for o melhor. 

Não acreditei no que ele dissera. Suas palavras foram injustas diante de tudo o que eu passei.

- Como tem coragem de dizer isso? - falei indignada - Enfrentei monstros, Nathan morreu, destruí uma cidade inteira, fugi daqueles homens bêbados, tudo para chegar aqui, e você dizer que pode ficar?

- Então isso é um sim? - Ares falou.

- Não me referi a você - não sei da onde eu tirava coragem. Me voltei novamente à Simon - Não sabe como as suas palavras doem. Em todos esses pontos feitos por espadas, que surgiram por você.

Seu olhar estava triste, de maneira que eu nunca vi.

- Quer dizer, que só vai me salvar porque enfrentou coisas que sempre terá que enfrentar, que um mortal morreu por você, e que uma cidade no meio do nada, que não faria falta à ninguém pegou fogo? - ele retrucou, de forma horrível.

Eu não o reconhecia. Fiquei parada, olhando para ele, tentando entender o que acontecera para ele dizer tudo isso. 

- Retire o que disse - pedi - Não sabe as coisas que eu fiz por você. O único presente de aniversário que meu pai me dera, eu usei só para te achar, mas ainda tem a coragem de dizer tudo isso? Nathan morreu para me salvar. Deveria agradece-lo por isso. 

- Ele está morto, Alice - Simon repetiu.

Senti meu coração pesando, e eu estava extremamente chateada e irritada. Me virei para Ares.

- Eu juro lealdade à você - falei.

- Mesmo depois dele dizer tudo aquilo? - perguntou, feliz por eu ter aceitado.

Olhei novamente para Simon, e vi sua cabeça abaixada, mas eu o conhecia muito bem, para saber o quão triste estava. 

- Faço isso por Nathan - vociferei - Porque ele sabia que não me sentia bem, que havia passado por muitas coisas, e me ajudou de maneira que ninguém nunca fez. Poderia ter ficado em Hadyts com ele, sem problema algum.

- Ótimo - o deus exclamou - Só que antes, quero testar sua força. 

Ele se distanciou, e senti um empurrão me arrastar até o centro da sala. Um tipo de capsula apareceu, prendendo o deus e Simon. Eu estava sozinha. 

Um exército, igual o da floresta, apareceu.

- Será a mesma coisa que da última vez - Ares avisou - Mas dessa vez, meus homens não desaparecerão do nada. 

Isso só pode ser brincadeira, pensei. Havia tantas maneiras que eu pudesse provar que eu era forte. Fazer braço de força com um daqueles homens do bar, era uma boa alternativa. Pelo menos seria um braço quebrado, e não a morte me dizendo "olá". 

Eu lutaria com vinte soldados. Pelo menos metade foi tirado. Como sempre, deixei que eles começassem atacando. Um deles tentou, mas eu enfiei a lâmina em sua barriga. Cinco vieram de uma vez só, mas eu usei a mesma tática que usara com as armaduras. Passei a espada de uma só vez nos pescoços. E assim foi. Eu desviava sempre que o necessário, e atacava. No final, sobrara apenas um. 

Me aproximei, mas antes que eu raciocinasse, ele me pegou, e com total força, me jogou em direção à porta. Ouvi o som de vidro estilhaçando, e sentia todos os cortes. Minha mão estava ensanguentada, e eu deixei algumas lágrimas escorrerem, afinal, não faria diferença. Com dificuldade, me coloquei de pé, e o soldado veio em minha direção. Não era fácil me mover, mas consegui defender um golpe, e uma pequena força se fez em mim. Com ela, chutei o "homem" fazendo com que caísse. Enfiei a espada em seu peito, e ele se desfez. 

Ares apareceu do meu lado. 

- Você me pertence meio-sangue - falou, com um grande sorriso nos lábios - Agora o garoto está libertado. Vocês voltarão para o mesmo lugar que estava quando fez o pedido para a pedra que seu pai lhe dera. 

Ele poderia nos deixar direto no acampamento, certo? Mas não! Tinha que vir todas as dificuldades possíveis, como se tudo aquilo não bastasse.

Queria reclamar, só que quando vi, já estávamos na caverna. 


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