Duas Linhas Horizontais escrita por Kawaa Chann


Capítulo 5
A decisão que tomei


Notas iniciais do capítulo

Yoo, minna =3

Estou inspirada hoje e nesse quinto capítulo, o coração do Hideki terá que passar por emoções fortes... Será que ele vai conseguir lidar com as reviravoltas do destino?

Ah, minna... recomendação, tenham um lenço por perto, esse capítulo promete alguns nosebleeds ao longo da leitura... Arigatou por acompanharem essa história *o*



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Passara uma semana em casa refletindo sobre o que eu estava fazendo da minha vida. Nesses cinco dias que não fui ao trabalho, nem Nana nem Takahashi ligaram para mim. Isso me deixava ainda mais triste. Eu estava pagando por todos os corações que feri ao longo da minha vida. Miu-chan, você conseguiu o que você tanto desejou... Eu nunca serei feliz enquanto viver...

Eu era tão jovem e tão abusado quando a conheci. Mas de alguma forma eu gostava de sua companhia. Miu-chan era minha amiga desde que éramos crianças. Ela queria se casar comigo. Eu não tinha interesse nessas coisas, mas ainda assim, a pedi em namoro. Como fui cruel com seus sentimentos... Ela sempre percebeu que eu parecia não gostar dela ao ponto de estar sério em relação a isso. Talvez você tenha razão, Miu-chan, eu devo pagar por todas as dores que te causei...

Agora, pensando sobre isso, a Miu-chan nunca me pediu nada em troca, apenas me amou como nenhuma outra pessoa fez. Takahashi-san, você poderia ter aprendido um pouco de amor ao longo da sua vida. E a sua esposa? Por que você a faz sofrer tanto?

Após pensar tanto sobre o assunto, tomei uma decisão. Eu precisava saber quem era a esposa do Takahashi-san. Por onde eu começaria, não sei. Mas engoliria meu orgulho. Para isso, esperei por Nanami no estacionamento. Ela não me viu chegando perto dela, eu lhe devia um pedido de desculpas.

– Nana...

Ela gritou assustada. Talvez eu devesse ter feito mais barulho ao me aproximar dela. Não parecia correto chegar tão sorrateiro perto de uma mulher num lugar ermo como aquele.

– Gomenasai. Onegai, me desculpe... disse me curvando respeitosamente para ela. Talvez aquilo não a surpreendesse, mas eu me sentia deveras arrependido. - Onegai, cuide de mim...

Ela me abraçou... Como senti falta daquele abraço. Ela tinha mesmo o poder que a minha mãe tinha de me tranquilizar com o seu abraço e o seu aroma doce e calmo.

– Então, o que fez você sair de sua bolha e vir até aqui?

– Eu decidi que quero conversar com a mulher do Takahashi...

Nana freou bruscamente... Ela deve ter pensado que eu tinha enlouquecido. Mas eu não estava louco. Eu só queria dar um basta. Um basta em tudo aquilo que só me fazia triste e incompleto. Eu não era mais a mesma pessoa de antes. Eu era apenas um infeliz.

– Mas por que você quer falar com ela, Hideki?

– Eu não vou falar nada, Nana, irei apenas conversar como um amigo, o que o Takahashi faz com ela é inadmissível, ela é mãe do filho dele, ela merece mais do que cuidados agora...

– Hideki, você é bom demais, mas a vida da Mayumi sempre foi desastrosa. Ela se casou com o Takahashi para salvar a família da falência. Foi um casamento arranjado. Takahashi nunca a amou de verdade...

– Como você sabe de tudo isso?

– Mayumi é minha prima. Seu nome de solteira era Mayumi Tsukino. Mas não falemos disso... Acho que você não deveria vê-la. Ela é bastante teimosa e odeia qualquer pessoa que demonstre sentir pena dela. Além disso, o Takahashi sempre se envolveu com outros homens durante todo esse tempo de casados...

– Outros homens?

Então, eu não era o primeiro? Como eu podia ser tão cego? Como eu pude acreditar tão facilmente que o Takahashi era um bom homem?

– Por que você não me contou isso desde o início, Nana?

– Você não me levaria a sério, você estava cego demais para enxergar a verdade. Acho que você precisava desse tempo para pensar na sua vida. Acredite, não procure a Mayumi, você só a fará sofrer mais e mais.

– Então, você sempre soube que ele era casado e sempre soube que eles viviam mal...

– Escute, Hideki... eu vou te levar para casa agora, nós podemos conversar lá se quiser, podemos ter uma noite de amigos hoje.

Sentia-me tão desolado. Eu era um cara estúpido, você sempre teve razão, Miu-chan... eu te fiz sofrer tanto. Você sempre soube que eu não gostava de mulheres, mas se agarrou à esperança de que eu gostava de você. Eu lamento tanto, eu só queria poder te dizer isso ao menos uma vez na vida, mas eu não posso mais... Eu te feri muito. Takahashi, você me enganou e me feriu tanto. Por que eu acreditei tão despreocupadamente em você? Eu nunca cedi a sentimentos tão arrebatadores... Como fui tolo. Eu merecia passar por tudo aquilo. Era o meu débito na face da Terra.

– Desça, já chegamos...

Ofereci um pouco de chá, Nana recusou. Perguntou se eu tinha cerveja em casa, disse que não. Então desci para comprar. No caminho para o mercado, avistei um carro parecido com o do Takahashi parado num bar. Poderia ser o dele? Tentei ignorar essa possibilidade. Quanto mais longe eu ficasse dele, mais chance de me reerguer eu tinha. Voltei correndo para casa. Levava bebida e alguns petiscos. Nana me esperava sentada no sofá, bisbilhotando meus álbuns de fotografia.

– Você não aparece muito nessas fotos. Era você o fotógrafo?

Assenti com a cabeça. Eu não costumava aparecer em fotos.

– Quem é essa garota aqui? Ela tem os cabelos mais bonitos que eu já vi...

– É a Miu-chan.

– Miu-chan? Ela era sua namorada, amiga, irmã, prima… o quê? Onde ela está agora?

– Sabe o que é engraçado, é que nesses últimos dias eu pensei muito na Miu-chan. O mais engraçado ainda é que eu estou pagando por tudo que fiz a ela.

– Do que você está falando?

– A Miu-chan me amava muito, mas eu não suportava esse sentimento. Eu queria que ela parasse de me importunar, mas um dia, eu a pedi em namoro. Mas antes não tivesse feito isso. Ela sabia que não podia me mudar, mas eu fui muito cretino. Se não ia fazê-la feliz, que não a tivesse pedido em namoro. Eu fui muito cruel... Eu só achei que se a namorasse, ela pararia de me importunar, já que ela tinha conseguido o que tanto desejava. Mas eu é que acabei vendo que não suportava tudo aquilo apesar de ter sido eu que comecei com tudo. Passamos uns dois anos nisso... Eu a fiz tão infeliz que ela não queria mais viver ou me ver e...

– E...?

– Esqueça. Tome a sua cerveja que eu vou preparar alguma coisa para nós comermos. Eu trouxe uns petiscos, mas talvez seja melhor preparar alguma coisa para comer. Sinto como se eu não tivesse comido bem há séculos...

– Ela se matou?

Por que Nana tinha que ir tão fundo nas dores alheias? Ela não poderia apenas subentender as coisas e deixar tudo como está? Entreguei-lhe a cerveja e fui preparar alguma coisa para comermos.

– Você gostaria de comer tempurá?

– Pode ser... Quer que eu te ajude?

Enquanto eu cortava alguns legumes, Nanami separava os camarões para lavar. Tempurá era uma das coisas que eu e a Miu-chan sempre fazíamos juntos... Por que eu me sentia tão nostálgico?

– Nanami, você já sentiu atração por alguém que não gostava de mulheres?

– Você quer saber se não vou abusar de você quando você estiver bêbado e indefeso?

– Não... não é isso...

– Com o que você está preocupado? Você mesmo não me disse que já namorou outras garotas em sua vida, que já teve alguns envolvimentos com outros homens, mas que nada comparado ao que você teve com Takahashi-san?

– Eu acho que eu odiava a Miu-chan, por isso tinha tanto prazer em fazê-la se rastejar pela minha atenção...

– Você já pagou por isso, não acha? E agora, o que eu faço com isso aqui, faço empanado?

– Sim, sim... você pode fazer empanado, vou fritar os legumes agora.

Eu estava tão relaxado naquele momento. Ter a Nanami como amiga era algo surpreendentemente bom. No início a subestimei, mas agora eu a podia ter próxima a mim sem me preocupar com feri-la. Eu não odiava as mulheres, mas me apavorava a ideia de que elas se apaixonassem por mim. Eu me sentia na obrigação de fazer alguma coisa e acabava tomando a pior decisão. Aceitava namorá-las para depois abandoná-las sem piedade. Eu apenas deveria dizer a verdade.

– Nossa... sua casa é bem agradável para um apartamento de homem solteiro. Você é bem organizado. Tão organizado e metódico quanto um psicopata em potencial.

De fato, ter a Nana como amiga era incrível. Ela sempre tentava me animar… seu senso de humor era bem inusitado. De uma ironia e sarcasmo realmente engraçados. Poderia dizer até sádico.

– Por que você não me fala dos seus antigos relacionamentos, Nana-chan?

– Ah… não são muito interessantes… Você não iria gostar de saber. Além disso, isso aqui está muito bom! Fazia muito tempo que eu não comia alguma comida caseira.

– E o que você anda comendo então? Você não compra ao menos um bentou de vez em quando? Nem tenta preparar um para você?

– É regra geral comer rámen instantâneo quando se mora sozinho. Ah, acho que está na hora de eu ir, talvez você não se sinta confortável em me ter dormindo aqui essa noite. Vai que eu resolva te atacar durante o seu sono profundo…

– Não teria medo de você me atacar durante a noite, eu a faria enlouquecer de prazer a ponto de não querer me abandonar nunca mais e aí seria a sua perdição no amor. – Começamos a rir juntos. Eu também podia fazer piadas parecidas com as dela.

Acompanhei Nana até a porta. Ela era uma mulher incrível e misteriosa. Por que tantos segredos? A vida dela poderia ser assim tão difícil de ser comentada?

– Devíamos fazer isso mais vezes de vez em quando, o que você acha, Nana?

– Acho que eu gostaria de fazer uma coisa agora. – Após dizer isso, Nana me beijou. Fui pego de surpresa e meio que mesmo caindo em mim, era um beijo envolvente e seria estranho interrompê-lo tão bruscamente. Era um beijo calmo, tranquilo, porém intenso e cálido. Nana, você deve ter sofrido muito no amor, não é mesmo?

Olhando-me nos olhos, Nana sorriu maliciosamente e disse:

– Tranque bem a porta se não posso voltar aqui de novo… E segurando meu rosto com as duas mãos, continuou: - Não se sinta tão mal assim com as mulheres gostarem de você ou não, você não é responsável pelo sentimento que as pessoas têm livremente umas pelas outras. Às vezes, algumas mulheres só querem uma noite com o seu corpo, que não é de se jogar fora… Mas só saiba que você não precisa se sentir obrigado a retribuir algo que você não quer, tente ir praticando isso, ok? Não só com relação a mulheres, tá?

Ela saiu tranquilamente… Acho que eu aprenderei muito com ela ainda. Espero saber cuidar dessa amizade também. Enquanto pensava nisso, fui recolher os copos e os pratos do kotatsu… Tínhamos feito uma farra! Fui até a cozinha quando ouvi uma batida na porta… Olhei ao redor, o que a Nana teria esquecido por aqui?

Abri a porta e fiquei perplexo. Aquilo não podia estar acontecendo.

– Hideki, onegai, não deixe de gostar de mim… Por favor, não deixe…

Olhei para aquela pessoa com revolta e com um misto de alegria e orgulho ferido. Como você ainda tinha coragem de vir na minha casa e fazer um pedido desses? Você não tem esse direito.

Tentei mandá-lo embora. Mas ele estava bêbado. Recusava-se a sair dali. Insisti para que ele fosse embora. Ele me ignorava. Mal se sustentava em pé. Meu coração ficou pequeno, apertado, eu não podia deixá-lo ir embora assim, mas eu também não podia deixá-lo ficar. Segurei o seu braço a fim de levá-lo até seu carro. Certamente, ele passara a noite toda bebendo reunindo coragem para vir me ver. Que vexame você estava fazendo, Takahashi-san. Você tem uma mulher grávida em casa, volte para lá.

Seu corpo pesado parecia não se mover do lugar. Vamos, se segure em mim, Takahashi, eu o encorajava a ir descendo as escadas, eu morava num prédio antigo e não havia elevador. E era até melhor que não tivesse elevador naquele momento. Takahashi estancou no meio do corredor, agarrou minha camisa e começou a me beijar… Como senti falta de seus beijos quentes, intensos… Me deixei levar… Quando percebi estávamos encostados contra a parede nos beijando como alucinados… embora eu sentisse aquele gosto forte de saquê, eu o desejava mais e mais dentro de mim. Levei-o para dentro e fechei a porta… Tirei sua camisa e desabotoei seu cinto… ele estava tão excitado quanto eu naquele momento… Comecei a chupá-lo como se não fizesse isso há muito tempo, ele puxava meus cabelos com força e gemia deliciosamente para os meus ouvidos… eu te amo, Hideki… eu te amo… por favor, não diga isso, não me engane mais… faça apenas de conta que isso é algo casual, que não vai se repetir de novo. Eu já estava conformado e decidido, eu o amava, mas eu não poderia passar o resto da minha vida vivendo daquele jeito. Tudo na vida precisa de uma avaliação e o nosso caso estava passando do prazo de validade… você pode não saber, Takahashi, mas eu já me decidi… essa será a última vez que nos amaremos assim…

Eu o chupava com calma, sem pressa para que ele sentisse o prazer de cada carícia e de cada movimento que a minha língua fazia… senti que logo, logo, ele chegaria ao orgasmo, eu iria lamber todo o seu corpo, iria guardar o seu gosto pela última vez na boca… Assim seria de agora em diante… assim que ele gozou em minha boca, deliciei-me pela última vez com seu gozo… ele se inclinou querendo retribuir o carinho… eu me deitei e fiquei apreciando os seus lábios trêmulos deslizarem pelo meu pênis suavemente… Sua língua deslizava maliciosamente enquanto nossos olhos se encaravam… faça de mim o que você quiser, Yuuta… essa será a última vez… E assim passamos a noite toda, nos amando com furor e intensidade… só acabaríamos tudo aquilo quando nossos corpos não suportassem mais… essa seria a nossa despedida.


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Notas finais do capítulo

Yooooooooooo... espero que tenham gostado desse capítulo... afinal, mais emoções aguardam pelo nosse herói... Será que o Hideki irá conseguir lidar com tudo que o espera pela frente? Então não percam o próximo capítulo.... Ja ne... =)



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