The Secret Weapon escrita por Pacheca


Capítulo 81
The Price for Dras Leona


Notas iniciais do capítulo

Alô pessoas. Espero que gostem.



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O próximo passo do plano era a tomada de Dras Leona, um passo enorme. Passamos dias nos preparando para uma das maiores batalhas, até um dos batedores voltarem e nos avisarem que Murtagh e seu dragão estavam na cidade.

— Não podemos arriscar enviar Eragon para lá nessa situação. – Nasuada contemplou, ponderando a sua próxima decisão.

— Eu poderia ir com ele. – Comentei, sentindo a presença de Elrohir. Ela negou com a cabeça.

— Tanto Eragon quanto você têm vários motivos para estarem envolvidos emocionalmente demais para um embate direto com ele. – Ela justificou, ainda pensativa. – Além disso, também não podemos arriscar sua segurança.

— Chega a ser cômico falarmos de segurança quando estamos os três montados em dragões. – Dei de ombros, enxergando o que ela tinha dito. Eu ainda não tinha resolvido minhas emoções em relação a Murtagh, talvez nunca resolvesse. – Isso nos deixa sem ação.

— É, nos deixa sim. Continuaremos onde estamos. – Ela suspirou, dando de ombros em seguida.

— Bem, caso precise de mim, estarei comunicando a decisão aos meus homens. Com licença.

As próximas horas foram tensas. Ainda estávamos prontos para um ataque, só não sabíamos mais quando. Demorou um pouco para Jeod surgir com um plano. Ele encontrou um sistema de túneis subterrâneos por baixo da cidade, mas evidentemente o acesso era remoto. Apenas algumas pessoas poderiam ir. Apesar de ter me oferecido, Nasuada disse que só um Cavaleiro era suficiente.

— Você se sente injustiçada? – Sano estava comigo enquanto aproveitávamos alguns momentos sem ordens para comer um pouco.

— Sobre?

— Eragon, o posto de Cavaleiro? – Apenas o encarei, esperando alguma explicação sobre o motivo da pergunta. – Até onde eu sei, você é Cavaleira a mais tempo, mas mesmo assim, ele é o Cavaleiro. Ele.

— Ele ganhou uma posição de destaque que eu honestamente nunca quis. Eu sempre fui a arma secreta, eu não podia ser o centro das atenções.

— Sim, mas as coisas mudaram. Agora todos sabem de você e Elrohir, mas é sempre ele o enviado, o respeitado por todos, para quem pedem bençãos e favores.

— E também é sempre dele que esperam as soluções mágicas e mirabolantes, que ele saiba a resposta de tudo. São sempre dois lados. – Não dei muita importância à discussão, ocupada em comer. – Toda revolução precisa de um símbolo, um rosto. Eu acho que ele faz sua parte muito bem, melhor do que eu faria.

— É, pensando assim faz sentido. No fim do dia, o que interessa é vencer.

— Exatamente. E é bom poder agir sem ter as expectativas de todos sobre minhas costas. – Aquilo encerrou o assunto. Percebi que Elrohir ficou caladinho na minha consciência, mas eu sentia sua concordância.

Ficou decidido que Eragon iria pelos túneis com Arya, Angela e um outro elfo. Quando eu me ofereci para ir, era justamente para não ficar no lado que só pode sentar e esperar. Não sabíamos o que esperar daquelas passagens, muito menos quanto tempo demoraria para finalmente abrirem os portões.

Muito tempo se passou. Estávamos todos prontos, quase sem piscar enquanto vigiávamos o portão. Ainda assim, com o passar do tempo, tanto tempo, começava a ficar mais difícil não deixar a atenção se desviar.

O primeiro sinal foi o barulho ensurdecedor vindo do céu. Saphira se engalfinhava com Thorn, os dois dragões no céu. Não imaginava que o choque entre dois seres daquele tamanho pudesse ser tão alto. Depois daquilo, com a situação toda muito confusa para que minha mente conseguisse registrar com precisão, Dras Leona tinha sido tomada.

Eragon parecia exausto quando finalmente passou pela multidão e foi ter com Nasuada. Eu também fui convocada para ouvir o relato. Tomamos um gole d’água, como se fosse acalmar os nervos, antes que o garoto finalmente começasse a contar o que ocorrera nos túneis.

Para começar, o lugar era cheio de armadilhas, uma delas apanhou o elfo, Wyrden, e o matara. Dava para sentir na voz dele um tremor e eu só podia imaginar o que a armadilha fizera. Depois disso, eles foram capturados, ele e Arya. Pelo que ele explicou, eram um grupo que venerava os Ra’zac como deuses e que pretendiam alimentar os que estavam para nascer com aquele que tinha os matado. Angela foi quem conseguiu os libertar, com Solembum, claro. Depois disso, quando finalmente chegaram à cidade, aconteceu a briga entre os dragões, e Eragon só conseguiu vencer e tomar a cidade por causa do anel de Brom.

— De fato, muita coisa aconteceu com vocês nesse tempo. É uma pena o que aconteceu com Wyrden, mas no final vocês tiveram sucesso. – Nasuada comentou, aparentemente satisfeita. – Pois bem, podemos nos dar um pouco de paz e comemorar a vitória. Temos muito que pensar até finalmente chegarmos a Uru’baen.

— Vai ser bom tirarmos um momento para celebrar. Faz bem para o moral. E acho que todos precisamos de um descanso. – Complementei. Não havia muito mais a ser dito. Nos retiramos, Eragon foi descansar e eu fui ver Elrohir.

Desde que ele ganhou a armadura, ele a usava. Meu dragão estava sempre pronto para o combate, pronto até demais. Eu tinha que o fazer descansar de tempos em tempos. Ele estava deitado quando me aproximei, sem menção de se levantar.

“Ei, Grande. Senti sua falta.”

“Eu também. Fico feliz em ver que finalmente vão poder descansar um pouco.”

“Digo o mesmo. Aproveite o momento.”

Eu nunca entenderia aquele vínculo entre dragão e cavaleiro, mas não era que eu precisava entender. Simplesmente existia. Naquele momento, eu simplesmente me sentei escorada no seu torso e me entreguei ainda mais àquela sensação. A conexão única entre nós. Eu sentia sua tensão, seus medos sobre o futuro, e compartilhava deles.

Elrohir finalmente baixou um pouco a guarda na minha presença e aproveitou o momento para descansar um pouco. Eu sabia que era como o sono de um gato, em que qualquer coisa o acordaria, então me afastei sem me preocupar.

A noite estava realmente perfeita para elevar o moral. Eragon bebia com Arya, Sano e Orun trocavam algumas anedotas com outros soldados da nossa divisão. Até mesmo Elwë estava presente, mesmo que mais isolado do resto dos homens.

— Elwë, tudo bem? — Questionei, tomando o lugar ao seu lado. Ele acenou com a cabeça, me lançando um olhar rápido.

— E com você? — Eu às vezes tinha a impressão de ouvir a voz dele como se fosse a primeira vez, o que sempre me fazia sorrir.

— Na medida do possível. Apreensiva, mas esperançosa. — Ele finalmente me olhou direito, sorrindo.

— É normal estar apreensivo durante uma guerra, seria estranho se não estivesse.

— É, de fato. Acho que tenho mais razão que os outros no entanto. — Aquilo funcionou quase como um pedido. Assim que eu falei, meu coração começou a martelar no meu peito. Suspirei.

— Tudo bem? — Elwë notou a diferença no meu semblante.

— Acho que é só angústia. Um aperto no peito. — Dei de ombros, suspirando de novo.

A presença de Elwë, que sempre me confortara, agora parecia uma tortura. Era como se eu precisasse me afastar a qualquer custo. Aliás, aquele aperto no peito começava a dificultar minha respiração. Pisquei. Elrohir estava desperto de novo.

“Tudo bem?”

“Eu não sei. Tem algo errado comigo. Grande, eu...”

“Acalme-se. Deve ser só medo, está tudo bem.”

Antes que eu pudesse responder, Elrohir sentiu uma outra presença. Thorn. Eu fiquei de pé, pronta para avisar Nasuada, mas meus joelhos cederam na mesma hora. Era como se eu não pudesse me mover direito. Elwë sumiu, e eu só via o céu escuro. E a presença dele, no fundo do meu ser. O selo. Eu sentia meus olhos lacrimejarem, mas não conseguia reagir.

A voz de Murtagh foi a única que eu consegui ouvir. Ele parou acima de mim, olhando nos meus olhos, e pronunciou, como se fosse um comando mágico.

— Está na hora. — Eu finalmente pude ouvir as outras pessoas, o pânico, a tentativa de se aproximar e defender. Consegui ficar de pé de novo, quase como se eu fosse uma boneca nas mãos de uma criança, os olhos ainda procurando algo, alguém.

Thorn prendeu Nasuada em uma das suas garras, cuidadosamente, e Murtagh alçou voo de novo, esperando. Me esperando. Elrohir finalmente chegou, rugindo, mas eu me segurei na sua sela e levantei voo.

“Vamos atrás dele.”

“Como?”

“Precisamos ir, Grande.”

E eu soube que ele conseguia sentir aquela presença no meu ser, porque no momento seguinte ele bateu as asas e foi atrás do dragão vermelho. As lágrimas finalmente caíram, era só o que eu conseguia fazer, sabendo que minha outra opção seria muito mais dolorosa.


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Notas finais do capítulo

Obrigada!



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