Os Marotos - A Criação do Mapa escrita por Bianca Vivas


Capítulo 1
A Revolta de Euphemia Potter


Notas iniciais do capítulo

UM ANO! Isso mesmo, você não leu errado. Há um ano eu prometo que vou postar isso aqui e não posto. Mas, como promessa é dívida, aqui venho eu entregar o primeiro capítulo dessa maravilhosa fic (modéstia nenhum pouco haha).
Bom, pra começar, irei dedicar esse capítulo e a fic inteira a minha irmã Letícia e a minha árdua leitora que passou dois meses me cobrando essa continuação: Tabatha Marques Forte.
Se não fosse por vocês, meninas, isso nem estaria aqui. Obrigada do fundo do meu coração



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Os dias eram ensolarados com nuvens brancas no céu. Brisas ou chuviscos inexistiam no quente clima de verão. A quietude e o silêncio reinavam, indicando que a maior parte dos moradores havia viajado em busca de um lugar mais fresco e divertido para passarem as tão esperadas e merecidas férias. Parecia até que o Largo Grimmauld havia parado no tempo. Entretanto, a casa que ostentava o número 12 destoava de todo o cenário. Ela parecia mais uma zona de guerra.

A imponente moradia de pedra pertencente aos Black abrigava visitas. Os Potter e os outros Black vieram passar alguns dias, criando um clima de bagunça extrema e incomum. Tiago e Sirius divertiam-se importunando Narcisa e Belatriz. Walbruga e Euphemia não paravam de discutir a respeito da educação de Tiago. Régulo se trancara em um dos cômodos para fugir das briguinhas familiares. O clima tenso passara a afetar até as corujas: elas piavam sem parar ao menor sinal de barulho. Gritos entrecortavam manhãs, tardes e noites quentes em demasia. A situação na Mui Antiga e Nobre Casa dos Black estava insustentável; nenhuma refeição era feita sem a presença de comentários irônicos ou sarcásticos, broncas e indiretas. Nunca antes na história os Black estiveram tão desunidos.

Walburga e Orion viram-se obrigados, num daqueles dias que nem a magia pode deixar o clima mais ameno e que a paciência não é mais contida pelo simples contar dos números em ordem cardinal, a dar um basta naquilo. A começar por Fleamont e Euphemia. A mulher podia ostentar o sobrenome ‘Potter’, mas ainda era uma Black. Quanto ao homem, era um sangue-puro e tivera a criação de tal. Era incompreensível como o filho do casal saíra às avessas. A única explicação plausível, como a jovem Narcisa dissera há algumas refeições, só poderia ser a falta de pulso dos pais que faziam absolutamente tudo o que Tiago queria.

— Teremos uma conversa sincera com eles sobre como as atitudes e ideias absurdas daquele menino são perigosas — dissera Walburga enquanto prendia os espessos fios negros numa trança bem elaborada.

— Claro que iremos querida — Orion massageava os alvíssimos ombros da mulher, à mostra no belo tomara que caia que usava — Euphemia só não percebeu que o filho cresceu. Fleamont é mais sensato, todavia, os cílios da minha ‘tia’ sempre foram seu ponto fraco.

— Exatamente. E quanto mais cedo perceberem isso, melhor. — Pôs a presilha prateada cravejada de esmeraldas que ganhara do marido no último Natal no cabelo.

Aquela seria a última noite de Cygnus e Druella na casa. Partiriam no dia seguinte bem cedo e a Sra. Black queria se despedir a altura, com um grande jantar.

— Tia? — uma voz falsamente dócil, vinda do outro lado da porta do quarto, chamou.

— Entre.

A porta foi aberta e dali entrou uma moça baixa e magra. Os cabelos louros, que geralmente caiam livres até a cintura extremamente fina, estavam presos num perfeito e impecável rabo-de-cavalo alto que afinava ainda mais seu rosto. O vestido de veludo verde destacava seus frios e teimosos olhos azuis. Em nada se parecia com as irmãs de olhar manipulador e pupilas escuras acompanhadas por fios capilares mais negros ainda. Belatriz, despojada e extrovertida, não tinha escrúpulos em se tratando de defender seus ideais; Andrômeda, sempre tímida, acatava tudo o que os mais velhos diziam (até o dia do incidente, é claro). Talvez por ser a mais nova, Narcisa era vaidosa e ambiciosa, recebendo exatamente o que desejava.

— Diga — Ordenou Orion para a sobrinha favorita.

— Monstro pediu para informar que o jantar está posto.

— Já estamos indo.

Narcisa retirou-se. Ao descer as escadas esbarrou em Tiago e Sirius, aos risinhos.

— O que estão aprontando? — Olhou-os de cima a baixo autoritariamente.

— Nada — Sirius lançou-lhe seu olhar mais cínico e puxou o melhor amigo a um canto distante.

Tiago gargalhou e seguiu-o. Era a última oportunidade de aprontarem com as irmãs Black. E a peça que iriam pregar deveria ser genial, algo que as garotas jamais esquecessem. Teriam de pensar em tudo. A ideia que se formulava, naquele instante, na cabeça do herdeiro dos Potter era um tanto quanto perigosa, respondendo aos quesitos impostos para a marotice final. Belatriz ficaria uma fera.

— Fala logo. A loura já está desconfiada — Sirius apressava o amigo.

— Bom, pensei em roubarmos a varinha da Bela...

— Pelas Barbas de Merlin! Ela vai pirar!

— Eu sei, mas...

Ouviram passos e calaram-se abruptamente, a tempo de ver um garotinho um pouco menor e mais franzino que eles chegar. Os cabelos escuros não deixavam dúvidas a respeito de quem era.

— Mamãe mandou chamá-los. O jantar está pronto — Régulo interrompeu a conversa deles para dar o aviso e já ia saindo quando Sirius o chamou de volta.

— Sim?

— Onde Bela guarda a varinha?

— Fica sempre com ela — estreitou os olhos negros gêmeos dos do irmão e franziu as sobrancelhas, desconfiado — O que estão aprontando?

— Nada — Foi Tiago quem respondeu já indo em direção à sala de jantar.

Uma mesa enorme estava no centro do cômodo. Velas flutuantes eram a iluminação - elas causavam estranhas sombras verdes nas pessoas. Orion e Walburga encabeçavam, cada um, uma ponta da mesa. Monstro, ao lado da pesada porta de madeira, fazia uma exagerada reverência que deixava seu curvado nariz encostado no chão frio. Quando os três retardatários tomaram seus lugares, o elfo estalou os dedos e o esquecido lustre de cristal no alto do teto iluminou-se por completo. Estranhamente, uma animada conversa iniciou-se. O clima de despedida não deu espaço para os frequentes desentendimentos. Os homens discutiam a respeito de um bruxo das trevas em ascensão que arraigava cada vez mais seguidores e prometia livrar o mundo da “escória” dos trouxas. Os Black se mostravam adeptos dos métodos e crenças do bruxo e, sem querer se indispor com o anfitrião, Fleamont procurou inteirar-se no que falavam as mulheres.

— O casamento da Ciça já está marcado para assim que ela acabar Hogwarts — ia dizendo, toda orgulhosa, Druella.

— E quem será o noivo mesmo? — Walburga perguntou cordialmente — Creio que vocês ainda não divulgaram esta informação.

— Cygnus e Abraxas acham que já passa da hora de os Malfoy fazerem parte de nossa árvore genealógica, mas preferem deixar tudo em segredo até o noivado oficial. Porém, — a mulher pôs os olhos em Euphemia — quero saber sobre o Tiago. Já têm alguma noiva em vista?

— Ah, preferimos que Tiago escolha a futura esposa.

— Mas ele já escolheu — Sirius intrometeu-se, deixando todos sobressaltados — Resta saber se a Evans irá querer casar com ele.

— Evans? Receio não ter ouvido este sobrenome antes — Fleamont franziu o cenho ao passo que Tiago ficava cada vez mais vermelho — Ela é mestiça ou estrangeira?

— Esse nome não me é estranho... — Belatriz fitava a comida tentando lembrar onde o ouvira antes.

— Claro que não é Bela! — Narcisa exclamou, franzindo o nariz como se um odor demasiado desagradável o invadisse — É o sobrenome da garota Lílian. Aquela que vive com o Severo. A nascida trouxa. Já te falei sobre ela!

A boca de Belatriz abriu-se num perfeito ‘o’ de descrença que fora imitado por quase todo o resto da família. Walburga lançou um significativo olhar a Orion que já ia dizer algo ao ser interrompido pela risada zombeteira e desdenhosa da sobrinha mais velha, que já se recompora.

— Está apaixonado pela sangue-ruim, está Titi? — a menina imitava a voz de um bebê e apertava a bochecha do garoto.

— Retire o que disse! — A mão de Tiago fechara-se em torno da varinha.

— Retirar o quê? — Belatriz fez-se de desentendida.

— Ela. Não. É. Sangue-ruim! — A ira emanava de cada poro do menino. Os olhos, brilhando de raiva, fitavam Belatriz com fúria.

— Está me desafiando? — Guinchou com voz esganiçada, levantando-se e apontando a varinha para ele, que repetiu o gesto.

— Expelliarmus! — A resposta veio em forma do feitiço de desarmamento que foi prontamente repelido pela bruxa.

Todos os encantamentos que Tiago lançava sofriam o mesmo destino. Os parentes assistiam ao duelo, estupefatos, inclusive Sirius que estava surpreso demais para reagir.

— Isso já está me cansando, moleque — Belatriz reuniu todo o desprezo dentro de si e gargalhou — Crucio!

A maldição atingiu Tiago em cheio. Mil agulhas perfuraram cada centímetro de seu corpo. A coluna arqueou-se para trás ao ser elevado do chão. O peito subia e descia rapidamente, a respiração entrecortada. Os ossos se dissolviam como pó e os músculos inflamavam-se a cada estocada da varinha da garota. Ácido parecia penetrar na pele, abrindo-a, machucando-a. Sangue começou a jorrar, hematomas surgiram na pele branca e suada dele. A dor foi tornando-se insuportável, agonizante. Ele tentava resistir, porém era inevitável ceder ao mártir. O maxilar abriu-se com um longo ranger de dentes e... Fez-se silêncio. No arquejo do não dito veio o grito mais horripilante e cruel. A respiração suspensa dos presentes era apenas interrompida pelas risadas inebriada de absoluto prazer de Belatriz.

— Já chega! — Fleamont Potter urrou roucamente — Expelliarmus!

Belatriz perdeu a varinha no exato instante que dois feitiços Estupore — um de Sirius, outro de Euphemia — atingiram-na no peito. A mãe da garota não pôde protestar e continuou, então, no mesmo lugar. Cygnus ordenou que Narcisa e Régulo fossem para a cama imediatamente. Walburga agarrou um relutante Sirius pelo braço e trancou-o no quarto. De volta ao andar inferior, o panavoeiro instaurara-se. Cygnus, Fleamont e Orion discutiam vigorosamente, varinhas a postos, quem era o culpado. Euphemia gritava ordens à Monstro que, instantes depois, estava cercado por três malões diferentes. Tiago, desacordado, repousava em um divã conjurado pela mãe.

— Walburga! Graças a Merlin! Fale para ela, diga. Bela não fez por mal e irá se desculpar — Druella suplicava a ajuda da nora.

— Por que Bela se desculparia? Ela não fez nada de errado... — A Sra. Black sorria cinicamente, a sobrinha havia feito o que ela desejava realizar nos últimos anos.

— Não fez nada de errado? Nada de errado? — Euphemia repetia as palavras, ainda incrédula — Ela lançou uma Maldição Imperdoável em meu filho! Deveria ser mandada a Azkaban!

— O seu filho mereceu aquilo por insultar a honra de nossa família defendendo sangues-ruins!

Euphemia acertou um tapa na face da mulher, que girou antes de cair sentada no chão, esfregando o rosto que agora apresentava uma feia mancha vermelha no formato de uma mão.

— Eu não fico aqui nem mais um minuto! — Disse por entre os dentes. Foi até Tiago e segurou-o nos braços, chamou o marido, que presenciara a troca de ofensas e, juntos, foram engolfados pela escuridão esmagadora.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sugestões para o próximo? Estou aceitando tudo haha
Então, o que acham que vai acontecer? Euphemia furiosa, Belatriz estuporada, Sirius de castigo... Não sei vocês, mas prevejo marotices!
Ah sim, aos leitores novos: sejam muito bem vindos. Aos antigos: me perdoem pela demora hihi
Espero que tenham aproveitado o capítulo e aproveitem mais ainda o carnaval
beijocas no coração :*



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