KEATS POVS

     Continuei a encarando, encarando aqueles olhos castanhos que me fascinavam, mas como eu ia contar aquilo a ela? Vai que ela ficasse diferente comigo... Enfim, ela merecia a verdade, mas ela desfez os meus pensamentos perguntando:

- Keats, fala, da onde eu te conheço?! – ela se apoiou nos cotovelos pra ficar meio ereta, e ficou me encarando.

-Então, é meio longa a história, você quer mesmo ouvir?

- CLARO! – ela respondeu em uma voz um pouco esganiçada, o que me fez soltar um pequeno riso.

-Olha, ok, mas não me bata por favor – ela revirou os olhos, e deitou, esperando eu começar – Então, não sei se você sabe, mas o teu primo, o and, tem uma banda a diskrock, e eu to na banda, junto com o Michael. Mas enfim, o ponto é que a gente se inscreveu em um programa, e meio que ficamos um pouco conhecido porquê passava na TV, então acho que talvez seja daí que você pode me conhecer, sei lá, mas também é só uma hipótese.

                                Laura POVS.

    Eu dei um sorriso e mandei – hm, então é daí que o and fica zoando que é uma figura publica e etc?

- Sim, é daí mesmo –ele deu uma risada

 - E como você sabe se eu assisti ou não? Porquê eu não lembro de ver o meu primo em nenhum programa de TV – eu respondi um pouco cínica

- Hm sei lá, só deduzi...

- Te peguei, eu via sim um programa em que ele tocava, só que vi poucas vezes, então eu meio que esqueci – dei uma risada...

                         Keats Povs

Meeeeu deeeeus, ela me pegou, quase tive um treco no coração com isso, vai que ela descobria o meu segredo?! Aquele riso que soltei com certeza foi de graça misturado com alivio.

                           Laura Povs

    Ele deu um riso gracioso como sempre, sabe, eu gostava da companhia dele, me fazia me sentir melhor, e esquecer aquela dor dos meus novos machucados, e esquecer os meus problemas, quer dizer o meu único problema, que valia por 328732928329842 deles, que era o Travis.

- Na realidade, que sorte que eu tenho né? To com um cantor lindo do meu lado – soltei outro riso

- Sinta-se honrada – era oficial, ele tinha entrado na onda do sarcasmo, e cara, como ele fica engraçado assim, mas o clima de circo acabou quando ele me fez uma pergunta.

- Laura, hoje mais cedo na boate, quem era aquele cara que estava lá?

- Hm que cara keats? – ai meu deus, por favor que ele não tenha visto o Travis.

- Não deu pra ver muito bem, mas ele tava com uma roupa escura, cabelo preto, e se era isso, ele tinha umas tatuagens no pulso que subiam até o cotovelo.

 Droga, ele viu o Travis, bom se o Travis não viu o kets e a anta sorridente (diga-se por passagem que é o Michael), e não nos seguiu, tudo bem, mas era melhor mentir, pela proteção deles – Não era ninguém keats, na realidade acho que não tinha ninguém lá.

- Tem certeza? Juro que vi um cara lá... – eu o interrompi

- Certeza, tava sozinha e molhada, por que? Ciúmes? – dei um riso forçado

- CIUMES?! EU?! Qual é, somos só tipo melhores amigos, me preocupo com você, e tem mais,é que se tivesse mesmo um cara lá, ele me lembra de alguém do passado...

 Deixei ele navegar nos pensamentos, mas como tava cansada e seria uma grosseria dormir sem dar boa noite (afinal, além de tar na casa dele, ele me ajudou demais desde que cheguei aqui) me virei de frente pra ele, dei um beijo em seu rosto e disse com uma voz de sono:

- Boa noite keats.

 Ele passou os dedos delicadamente no meu rosto, e mandou um: Boa noite, mas sua voz estava tão distante.

~*~*~*~*~*~*

   Acordamos com o Michael ‘’dormindo’’ entre mim e o keaton, mas quando ele me viu acordar, deu um sorriso e disse

- BOOOOOM DIA FLOR DO DIA, quer dizer, pra você ta mais pra cravo né, mas tudo bem – ele começou a rir

- Nossa, como é bom acordar de manhã com uma anta na cama – kets começou a se revirar na mesma-

-Olha, o senhor pegador daqui a pouco vai acordar, bora pra praia?

- Hm, pode ser, a ali ta ai? Preciso falar com ela, tipo agora.

- Ela acabou de ir pra praia, mas como sou um amigo/cunhado muito legal, vim chamar vocês.

- Ta “cunhadão”, logo logo vamos lá.

~*~*~*~*~*~*

   Eu e keats chegamos na praia, nos sentamos na areia – sim eu fui de gesso,bota ortopédica  e pijama pra praia,tipo eles moravam na frente do mar também,então no problem– e comecei a sentir a luz do sol, e toda aquele energia boa se penetrar em mim, até que keats se levantou, e foi pra mar pegar umas ondas com o irmão, então Alice surgiu sentou no lugar do keats, e o momento tenso chegou:

- Então, o que aconteceu? O Michael falou que você queria falar comigo.

- É que hm, sabe ontem na boate? E todo esses machucados?

- Sim sim, você podia olhar por onde anda né? – ela disse começando a me encarar, sem nenhuma preocupação, mas espera só ela escutar o resto...

- Hm, na realidade eu não tropecei, o Travis me jogou no chão... – olhei para baixo, e ali, como eu imaginei, começou a ficar nervosa

- C-como assim o travis? É algum cara da balada n-né? – como ela tava gaguejando, sabia que ela tava extremamente nervosa.

- Não Alice, é o Travis  Travis, aquele louco.

Ela segurou os meus braços com força e disse:

- COMO ASSIM?! ELE DEVIA ESTAR PRESO, ELE E-LE NÃO DEVIA NEM SABER ONDE A GENTE TA, ELE DEVIA TAR NA FLORIDA, OU EM QUALQUER OUTRO LUGAR! – ela tava praticamente berrando, keats e o Michael nos olharam, mas voltaram a surfar, já que sabiam que Alice era escandalosa desde sempre, mas nesse motivo eu concordava.

- Olha, foi por acidente, eu tava dançando, ai eu o reconheci, e ele me reconheceu, então sai o mais rápido possível, mas esbarrei em um otário, e me enrolei um pouco, então do lado de fora ele me alcançou, falou umas coisas e me derrubou, depois saiu andando.

- Meu deus, Laura, a gente precisa voltar pro Brasil agora! – ela falava em tom de desespero.

- NÃO ALICE, ELE JÁ ESTRAGOU NOSSA VIAGEM UMA VEZ, E NÃO VAI ESTRAGAR ESSA. – disse com raiva, não que eu não estivesse com medo, eu estava, mas aquele era o meu momento.

- Tá, não vamos, não volto sem você de jeito nenhum, mas quer saber, eu vou dar uma volta,e fique sabendo que não vou ficar sem fazer nada com um louca a solta, preciso espairecer, diga pra eles que depois mando noticias, tchau. – ela se levantou e saiu andando, com os chinelos na mão, e sentindo a areia nos pés.

   Levantei, fui comprar uma casquinha de sorvete – sim, dessa vez não foi o pote haha’- e fui voltando pro meu lugar, porém um cara me derrubou me dando uma pranchada –diga-se por passagem que doeu demais, demais e demais, aquela ponta da prancha bateu no meu braço, e derrubei o meu sorvete junto comigo, saco – Eu me levantei e falei com raiva, e esfregando minha mão no outro braço, no machucado ( e agora era machucado ao quadrado, porque foi no braço engessado, na parte onde acabava o gesso)

 - CARA, NÃO VE POR ONDE ANDA NÃO?!

- Desculpa, você ta bem? – ele voltou, me perguntou calmo, eu o olhei, e encarei ele, mas mesmo com aqueles óculos escuros estilo aviador eu o reconheci, e falamos ao mesmo tempo:

  “- AH NÃO, NÃO ACREDITO, VOCÊ?!’’