– MICHAEL, O QUE VOCE ESTA FAZENDO AQUI?! – Só berrei porque ainda estava meio ‘’desesperada’’, mas depois daquele escândalo, toda Califórnia já sabia que era ele.

– D-desculpa, é que me m-mandaram vim te avisar que vamos dormir fora, e maldito momento que isso sobrou pra mim. – Ele disse, enquanto gemia de dor (não era para menos, acho que ele não é mais capaz de ter filhos se é que você me entende), e se curvava no chão com as mãos entre as pernas.

– E por que não ligou? Não sei se você já sabe, mas a tecnologia do telefone já existe. – Zack respondeu um pouco maldoso mas ainda sonolento, o que me deixou um pouco irritada,mas não demonstrei nenhum sinal disso(Claro né, somente eu posso encher/zombar do Michael).

– Porque a gente estava passando exatamente aqui na esquina e me mandaram descer do carro para vir até aqui e te avisar, ninguém queria gastar créditos com você LAURA.– Ele falou o meu nome mais alto, para (provavelmente) Zack perceber que não era com ele que Michael estava falando.

– Hm, e por que não veio o Keaton OU o Andrew? – Esperei a resposta cruzando os braços e encarando.

–Porque tiramos no palitinho, ninguém quer andar a pé nessa chuva. – Só então que olhei para a fora e vi que estava chovendo muito. – Ah, mentira, é que eu te amo mesmo. – Eu corei, mesmo sabendo que era brincadeira, e ao invés de olhar para o chão cruzando os braços –como eu sempre fazia-, fiquei o encarando, (eu sabia o que ele queria), e nesse ponto Zack já tinha vestido sua camisa e se dirigido a porta, então um pouco antes de sair ele voltou a mim, me deu um beijo na testa e falou:

– Boa noite Laura, até mais, qualquer coisa me chame.

– Tchau Zack. – Dei um sorriso, e quando ele saiu bateu a porta e se dirigiu a sua casa, eu me aproximei do Michael e dei mais um chute nele:

– Pronto Michael, feliz?! O Zack não esta mais aqui em casa! – E quando eu fui chutar ele, o que ele fez?! Sim, puxou a minha perna e eu cai... em cima dele.

– Porra Laura, você é muito gorda. – Ele disse bufando.

– Você que me puxou babaca – me levantei e ajudei ele se levantar – o legal é que você me molha ainda, bem maneiro sabe?

– Pare de reclamar menina. Ei, não tem nenhum outra roupa pra eu por não?

– O que?! Mas você não ia a alguma festa e sei lá o que mais? E alias, como assim o Keaton vai dormir fora?

– Perdi a vontade – ele disse enquanto mandava uma mensagem – pronto, agora eles já sabem e vou ficar por aqui mesmo.Ah, ele não vai dormir fora, ele só vai dar uma passada na festa e vai voltar pra casa, ele ainda é CRIANÇA como você. – Ele se jogou no sofá e deitou por lá mesmo, e eu nem me irritei com o CRIANÇA, porque eu sabia que era só para me encher.

Subi para pegar um pijama do Andrew pro Michael – não tinha duvidas que ele iria dormir aqui – então quando cheguei na sala, joguei o pijama pra ele, e então o sem noção começou a tirar a camisa.

– MICHAEL, SE VISTA NO BANHEIRO NÉ – falei um pouco obviamente, mas uou, o menino tava saudável, que corpo.

Ele levantou as mãos em um sinal de inocência e colocou a camiseta do pijama, mas a calça ele for por no banheiro ainda bem. E quando ele foi ao banheiro não pude nem me sentar nem no meu próprio sofá, porque o telefone tocou, então me dirigi até o mesmo –um pouco apreensiva- e atendi:

– Alo?

– Oi, filha, hm, ta tudo bem por ai? – A voz do meu pai era para ser forte, mas estava um pouco tremula.

– Tudo sim pai,hm, só o babaca do Michael que esta aqui.

– Aé? E por que ele esta ai?

– Nada nada, mas o que houve? – Estava calma até, porque ele não estava chorando nem nada.

– Só queria pedir para você vir até o hospital, será que o Michael não te da nenhum carona?

– Claro, só se for de patineti, porque ele não veio de carro pra cá.

– Enfim, venha de taxi mesmo então, e traga-o.

Michael saiu do banheiro no mesmo momento, e eu disse para ele vir comigo até o hospital, Michael precisou ir de pijama, só dei um moletom do Andrew para ele, e eu fui trocar de roupa, coloquei a primeira que vi.

Chegando ao hospital eu não encontrei meus pais na sala de espera – o que era estranho – pensei que eles estivessem no quarto de Alice, então fui me identificar na recepção, e a mesma enfermeira daquele dia, a Nora, foi quem me atendeu, então ela deu um sorriso, e antes de eu dizer qualquer coisa ela se dirigiu a mim, pousando uma mão no meu ombro.

– Querida, seus pais não esta aqui, nem no quarto da Alice, estão... –ela pigarreou- assinando uma papelada. – Fiquei muito feliz, dei até um sorriso, e Michael atrás de mim, me abraçou e começamos a sorrir, ela sairia do hospital!! Mas a enfermeira continuou.

– Olha, acho melhor você se dirigir para onde seus pais est.. – eu a interrompi

– A Alice estará lá também? – Eu não conseguia tirar aquele sorriso do meu rosto, e nem Michael.

– Só vai lá querida, e o senhor pode acompanhar sua namorada até lá,será melhor. – Nós rimos, e eu nem dei trabalho de a corrigir, estava muito feliz.

A doce enfermeira nos dirigiu até a sala onde meus pais estavam, e quando íamos chegando lá, adentrei na sala sem pensar em mais nada, só entrei, e cheguei os abraçando, com um enorme sorriso no rosto e esbanjando alegria:

– Cade a Alice? Cade? – Eu parecia até uma criança de 8 anos procurando doce, mas então eu vi os rostos do meus pais, eles não estavam felizes.

– M-mae, p-pai? Por que vocês não estão felizes? A Alice vai sair daqui não vai?

– S-sim f-filha, ela vai. – Meu pai disse enquanto abraçava minha mãe, mas não fazia sentido, por que eles estariam chorando tanto assim? Mas parece que Michael entendeu...

– L-laura –ele disse me abraçando por trás, o que era muito estranho, e isso me fez com que eu começasse a tremer de preocupação- L-leia a placa. - Então assim eu o fiz, li as placas que tinham na nossa frente, elas eram como um mapa,e os lugares do hospital eram identificados por números que tinham nas paredes, o que eu nunca tinha reparado antes.

Necrotério: 5 / Papeis de Óbito: 5 / Recepção: 6 / Quartos: 6 / Elevadores: 7/6.

Então eu olhei para a parede ao meu lado e o numero que tinha ali era 5, e quando eu associei tudo, desmoronei e comecei a chorar,parecia que o mundo tinha parado, e-eu não conseguia mais associar nada, eu tinha perdido minha irmã,minha amiga, meu mundo, e-eu não consegui me manter em pé, não conseguia me manter ali, então me virei para o meu ‘’apoio’’, que naquele momento agradeci por estar ali, e não reclamei que era ele, e não o Keaton ou o Andrew, Michael era meu melhor amigo, e eu realmente fiquei ‘’feliz’’ de telo ali ao meu lado,então me virei para o Michael e o abracei tão forte, mais tão forte, que acho que ele podia ter ficado sem ar se não fosse fortão, mas pude perceber que ele também chorava, mas tentava ao máximo não deixar suas lágrimas caírem, até que eu sussurrei para ele uma coisa que Alice sempre dizia para mim quando EU estava triste, mas não chorava por vergonha, ou medo, ou qualquer outra coisa – eu estava bastante abalada, mas não podia deixar Michael sofrer em silencio, se fosse para sofrer e chorar, que fosse comigo.

– Ei, você pode chorar, não s-sinta m-medo, chorar l-limpa a alma, e q-quando você parar, se sentirá melhor. – Tentei REALMENTE ajuda-lo, mas ao término da frase, EU chorei ainda mais, mas dessa vez Michael me acompanhou, e ficamos lá, chorando, como se nada mais fizesse sentido no mundo, e quer saber? Nada mais fazia sentido no mundo...