-Povs Elisabeth (desmaiada/inconsciente)-

-Vai ficar tudo bem –Dean sussurrou beijando minha testa –Só não feche os olhos

Essa foi a ultima coisa que eu lembro antes de cair no inconsciente,eu nunca chamaria isso de inconsciente,chamaria isso de “Oh Droga,você desmaiou,mas se prepara porque sua vida inteira vai passar diante dos seus olhos” um certo tormento para mim,não pelo fato de ter lembrado das coisas ruins mas pelas boas também,lembrar de quando eu era só uma criança e me sujar com cobertura de bolo ajudando a minha mãe a prepará-lo,quando eu era uma adolescente nerd sempre com um acompanhante (Meu livro,claro)e de quando a minha vida mudou,quando eu conheci o Dean.

Bom isso foi ótimo,logo depois soube o que ele fazia,eu devia pular fora,mas quando se é adolescente,você pensa “Uau,ele é demais” mas isso é besteira,ser um caçador é bem mais difícil do que parece,caçar coisas e levá-las para onde elas não deviam sair,é bem mais complicado.Mas bem antes da minha filha nascer eu já estava com sérios problemas,Dean havia ido embora,minha mãe queria o aborto,eu já tentava suicídio,e minha vida estava indo de mal a pior.

Mas aos 5 meses de gravidez eu comecei a olhar para meu estado e ver o que estava fazendo era muito imaturo,então decidi dar uma repaginada na vida e deixar “o livro em aberto”,depois disso as coisas foram boas,Anna nasceu e levou o nome Winchester do pai,e para piorar a minha situação 6 anos depois meu pai estava com câncer,e minha mãe havia entrado em depressão,eu sempre fui ligada demais a minha família,simplesmente pelo fato de estarmos sempre juntos em alguma comemoração ou algo assim.

Praticamente eu fiz o que eu aprendi em uma caçada,um pacto da encruzilhada,para ser mais especifica é como se você vendesse sua alma para ganhar algo em troca,eu fiz isso e ganhei meu pai de volta,ele me deu 10 anos de vida,na época a Anna tinha 4 anos,sempre achei que dava para aproveitar o máximo com ela,mas depois disso as coisas pioraram

O tempo estava correndo demais,quando percebi Anna estava com 7 anos e muito esperta,então decidi correr atrás do que eu havia feito,foi ai que o “papai” Bobby apareceu,ele me ajudou a achar o nome do infeliz,ele se chamava Crowley,tentei achar ele,mas o infeliz estava ocupado demais ganhando mais vidas de outras pessoas,então decidi aproveitar um pouco mais da minha vida,arranjei alguns namorados,mas nada se comparava ao idiota do Dean,mesmo eu virando a página,não conseguia esquecer ele,mas foi nisso que minha vida começou a virar de cabeça para baixo

Minha mãe começou a reclamar do fato de que a Anna estava dando muito trabalho e começou a me fazer “interrogatórios” sobre o pai da minha filha,se ele nunca iria aparecer e blábláblá,mas nem me importei,minha mãe já falou várias vezes para Anna que preferia um cachorro do que ela,a garota ficava tão triste que preferia ir passar as férias dentro de um carro com o cd do Ac/Dc de companhia do que a avó,Anna não tinha culpa de estar ali,mas minha mãe tinha que se conformar com isso

Comprei uma casa em Iowa,e segui com a minha vida,até que Bobby me ligou,ele disse que havia encontrado um meio de mandarmos Crowley de volta para onde ele veio,mas não era tão fácil assim,Bobby deixou bem claro que o idiota agora era dono do inferno,e foi ai que eu entendi o porque teve o “Apocalipse” ,Dean como Miguel e Sam como o nosso querido Lúcifer,olha que horror,uma família feliz,mas para piorar a minha situação,eu tinha que achar os ossos da sua casca,bom isso ia ser fácil,mas para piorar havia um lindo amiguinho imaginário da Anna,é ele não era nem imaginário e muito menos amigo,tive que levar Anna para casa da avó o que foi contra a minha vontade,deixei um colar com sal grosso para protegê-la,e sim até hoje funciona,quando cheguei em casa,cacei o amiguinho da Anna e mandei ele para longe dali.

Decidi  ir caçar mais uma vez,não antes de ligar para o pai dela,eu queria que ele visse que a Anna era filha dele com os próprios olhos,mas ele foi lerdo demais para perceber,então tive que entrar na jogada,cacei o palhaço do mal com ele e Sam,logo depois tivemos uma pequena discussão de como eu me sentia em relação a ele,mas acho que ele nem deu bola.

Depois de um tempo ele acabou descobrindo,graças a minha conversa com o Castiel,e na manhã seguinte tivemos uma briga daquelas,então eu soube sobre as vadias do Crowley e decidimos caçá-las,mas os irmãos “Ajudantes” decidiram que iam vir comigo e com o Bobby,depois disso lembro de ter entrado uma fumaça dentro de mim,e eu lutar contra a minha vontade de falar todas aquelas coisas para o Dean,eu não queria fazer ele se sentir culpado,mas a única coisa que eu não pude evitar foi as duas facadas,Dean me carregou até o carro e acho que o Crowley conseguiu o que queria...

Bom,vocês sabiam que antes de morrer nosso cérebro ainda trabalha durante 6 minutos?É ai que está a porcaria,você lembra de tudo que fez,e o que deveria ter feito,isso é uma droga completa.Meu cérebro não trabalha tão bem,mas voltando ao assunto, depois que eu senti dois choques no meu peito senti algo entrar no meu organismo e parar com a dor,e logo depois a luz forte,percebi que havia alguém conversando perto de mim:

-Ela vai ficar bem não se preocupe –Era o Bobby

-Ela está em coma profundo Bobby,pode morrer,isso que me preocupa –Era Dean com a voz um pouco mais alterada do que o normal

“Coma profundo?” Pensei comigo mesmo

-Mas não vai Dean –Bobby o repreendeu –Ela já passou por tanta coisa precisa de um descanso

-E a Anna?-Ouvi Sam dizer  preocupado

Me levantei para verem que eu estava bem,consegui levantar,mas ninguém percebeu,um barulho agudo vinha do meu lado,era um dos aparelhos,percebi que eu nunca havia levantado,era a minha alma,se eu ficasse mais assustada do que eu estava,praticamente eu cairia da maca:

-Ela vai ficar bem –Bobby falou se levantando e saindo da sala

-Vai ficar ai Dean?-Sam disse se levantando e olhando para o irmão

Pude perceber que a face do Dean estava mais para tristeza e culpa,me senti mal por vê-lo assim,ele suspirou e disse:

-Vou,preciso conversar com ela –Ele deu um gole na sua inseparável garrafinha de whisky

Meu único medo até ali era sair do corpo e o aparelho começar a apitar:

-Não precisa ter medo –Um homem com cara de quase velho e esquelético disse ao meu lado

Olhei para o lado,depois para o outro:

-Sim,eu posso te ver Elisabeth –O homem disse se sentando na poltrona que havia ao meu lado

-Quem é você?-Perguntei olhando para ele,checando se eu já tinha o visto em algum lugar

-Eu sou um dos cavaleiros –Ele deu uma leve pausa –Eu sou a morte

Quase arregalei meus olhos,mas só engoli seco e uma frase veio a minha mente

“Eu nunca pensei em morrer (ou como seria a morte)”