Marcas Do Passado escrita por Nyah


Capítulo 4
Lágrimas


Notas iniciais do capítulo

Yo minna, tão gostando que eu não tô demorando com as postagens dos capítulos? Boa Leitura
~Nyah



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/330269/chapter/4

                        


Aquele abraço foi demorado e, só encontrou seu fim quando ambas, mãe e filha, sentiram um cheiro desagradável e insuportável como se algo tivesse sido queimado. Prestaram atenção ao seu derredor para saber de onde vinha tal importuno, e logo puderam perceber que vinha da cozinha. Correrão na direção do cômodo desejado e viram que tinha fumaça saindo de dentro do forno. Rapidamente, a mãe da Analu pegou as luvas de cozinheira, mais dois panos de prato e correu para abrir o forno, e retirar dali, o prato torrado:

– Ah, e agora? – queixou-se.

– O que foi, mamãe? – perguntou chegando perto da mulher de cabelos pretos, assim como os fios de cabelo pertencentes à Analu.

– Por um descuido meu, ficamos sem um dos adereços do jantar. – deu um sorrisinho amarelo.

– Desculpe... – baixou a cabeça.

– Por quê? – perguntou não entendendo a reação da filha.

– Se você não tivesse ido me consolar, essa parte do jantar não seria perdida – mais e mais se queixava.

– Ah, mas não foi por causa disso. – tentou animar a filha – Eu é que sou avoada mesmo...

– Mas mesmo assim... – Analu parecia não ouvir as desculpas da mãe.

Analu estava desapontada com tudo que estava acontecendo em sua vida, consigo... Ela não queria ficar ali, parada de frente para sua mãe, mas também não queria correr, pois sabia que sua mãe lhe iria atrás para saber o que tanto lhe angustiava. Aproveitou que seu pai acabara de chegar em casa, para que pudesse correr, e foi isso que fez.

– Analu! ANALU! – sua mãe gritou ao pé da escada, mas de nada adiantou. Analu já estava trancada em seu quarto.

– Tadai... Ma... – seu pai falou logo que abriu a porta, mas desistiu de continuar logo que viu a feição que se formara no rosto de sua tão adorada esposa – O que aconteceu? – correu na direção da esposa ao vê-la derramando lágrimas.

– Eu... Eu não sei... – falou entre soluços – Ela chegou quase chorando, e eu fui conversar com ela. Ela desabafou comigo as suas angústias, mas, quando notamos que eu havia deixado um dos aperitivos para o jantar queimar, ela começou a se culpar por isso, e agora, ela se trancou no quarto. – não conseguiu mais, e logo se entregou às inúmeras lágrimas que insistiam em cair.

– Deixa que eu vá falar com ela. – falou subindo os primeiros degraus.

– S-Sim... – reprimiu as demais lágrimas, permitindo que apenas as que já estavam em seu rosto escorressem, para que assim todas pudessem se cessar.

_________________________________

Estava totalmente entregue aos prantos, deitada na cama, toda esparramada, com a cabeça afundada no macio travesseiro, agarrando o mesmo com as duas mãos, numa força que nunca imaginara ter. De repente, ouve-se batidas na porta do lado de fora de seu quarto:

– Quem está aí? – perguntou assustada.

– Sou eu, minha filha... – seu pai falava na mais completa paz – Poderia abrir essa porta, por favor? Quero conversar com você.

– Érr... Só um minuto, por favor. – falou levantando-se da cama e secando as lágrimas. Ajeitou o uniforme (ela ainda não havia tomado banho, se lembra?) e abriu a porta – O que quer comigo, papai?

– Estava chorando? – seu pai estava com um olhar sério.

– O QUE? – perguntou – Hahaha... É claro que não... Hehehe – deu um sorriso falso enquanto que revirava os olhos.

– Então, por que está com os olhos inchados? – foi esperto. Analu estava sem reação. Limpara suas lágrimas, mas se esquecera de que seus olhos ainda estavam inchados e vermelhos por conta do choro.

– Ah, pai... Eu só quero ficar sozinha, estar perdida em meus pensamentos, vagando pelas minhas lembranças.

– E se lembrar daquilo novamente? – perguntou ainda sério – Não posso permitir que minha única filha fique remoendo aquilo, aquela cena... – falou entrando no quarto e se sentando na cama da garota. – Venha, e sente-se aqui, comigo.

Analu estava meio receosa. O que seu pai tinha de tão importante para falar consigo? Mas, mesmo assim, não hesitou e seguiu até sua cama, se sentou na mesma e se pôs a ouvir tudo que seu pai tinha a lhe dizer, atentamente:

– O que tem de tão importante pra falar comigo, pai? – perguntou indiferente.

– Por que fica remoendo e remoendo sempre aquela mesma cena, aquele mesmo momento? Não vê que isso só fará mal a você e aos outros ao seu redor? – ele parecia estar preocupado.

– Eu... Eu sei que isso não é o mais certo, não... Eu tenho certeza que essa é a forma mais errada que exista de eu poder recordá-lo, lembrar dos momentos bons e ruins que passei ao lado dele, mas, infelizmente, é a única coisa que me vem à mente quando lembro dele, ou até mesmo quando presenciou qualquer acidente, principalmente quando esse acidente é de trânsito. Não consigo suportar quando dizem que a vida é injusta, que a vida é sem graça. Quando ouço alguém dizendo que seria melhor se a mesma não existisse, eu fico angustiada. Tenho vontade de falar poucas e boas para a pessoa que deixou cair besteiras da própria boca. Como é que alguém pode ter vontade de morrer? A vida é boa demais, para que a gente fique pensando somente na morte. Que a morte é a única saída pra tudo? Quem foi o idiota que começou com essa baboseira, com esse papo de se suicidar? – Analu estava totalmente entregue àquelas lágrimas, que tanto lutavam para sair.

– Hey, não precisa ficar assim, minha querida filha... – acariciava os cabelos escuros da garota – Quando se sentir melhor vá tomar um banho e se juntar à mesa. Mamãe está terminando de preparar o jantar. – falou enquanto caminhava em direção à porta.

Analu deitou-se na cama, e permaneceu ali, chorando...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tadinha da Analu, né minna?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Marcas Do Passado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.