Julia Sophie Della Torre.

- Crianças, quem terminar vem aqui me mostra o exercício e pode ir saindo - informou a professora. Já estava no fim do exercício, só mais uma conta e pronta, terminei.

- Professora aqui está meu exercício - disse colocando meu caderno em cima de sua mesa, a mesma deu uma olhada.

- Muito bem Julia - elogiou - Pode ir. - assenti

Guardei meu material, e fui para casa, ainda era cedo para ir buscar a Eduarda na creche. Já estava bem perto de casa quando vi um enorme carro preto parado em frente a minha casa, estranhei. Afinal, não era comum aquele tipo de carro nesse bairro. Vi Jéssica saindo de carro sendo acampanhada de um homem de terno que segurava algumas malas, foram até o carro onde ele deixou as malas.

- Jéssica...? - Chamei. Ela me olhou friamente e em seguida entrou no carro, como se nunca tivesse me visto - Aonde você tá indo? - perguntei

- Adeus Julia - disse e o carro deu partida, entrei em casa e fui até seu quarto, estava vazio, então a realidade tinha caido sobre mim.
Ela havia nós deixado, como se não fôssemos nada. 
No fundo estava feliz, mesmo com esse ato dela, estava feliz em me ver livre de Jéssica. Afinal, ela nunca foi uma boa irmã e nem agia como tal. Desde que nossos pais morreram quem sempre cuidou das minhas irmãs fui eu. Deixei minha mochila em um canto qualquer e fui ao quarto da Mariana, minha pequenininha dormia como um anjinho, e pra mim era um. Fui a cozinha preparar sua mamadeira, e voltei ao quarto não demorou muito para ela acordar. Dei a mamadeira a ela, e depois me banhei e banhei ela, desci as escadas e a coloquei no carrinho. Peguei a chave, o carrinho e fui buscar a Eduarda na creche. Chegando lá fiquei esperando sentada em um dos bancos do local, brincando com a Mariana. Não demorou muito e uma pequena garotinha correu para meus braços.

- Ju. - gritou pulando em meu colo

- Oi amorzinho - disse dando um beijo em seus cabelos loiros - Vamos? - perguntei e ela assentiu, peguei sua mochila e coloquei em baixo do carrinho. Um mão segurando a sua, e a outra empurrando o carrinho. Chegando lá ela perguntou:

- Ju, cadê a Jéssica? - Me sentei no sofá e a chamei

- Você gosta dela? - precisava saber que minha menininha não iria sofrer

- Não, ela é uma bruxa

- Ela foi embora amorzinho

- Sério? - perguntou dando um lindo sorriso

- Mesmo isso sendo tão ruim, tô feliz que a gente se livrou dela - ri

- Mais a gente vai ter que ir embora também

- Porque?

- Tenho medo da gente ficar e acabar sendo mandadas para um orfanato

- Não quero ficar longe de você, nem da mama. - disse me abraçando

- Vamos ficar sempre juntas, sempre - disse - Agora vamo tomar um banho?

- Você, eu e a mama?

- Você quer?

- Muito muitão

- Então vamos, eu você e a mama - disse - Vai lá subindo com a mama que já tô indo. - Enquantos elas subiam peguei o telefone e pedi uma pizza, amanhã mesmo iriamos sair daqui. Ainda bem que tinha algum dinheiro guardado.