Era pra ser uma semana relaxante na Grand Chase. Seria a primeira vez que eles não teriam missões durante uma semana inteira, então decidiram ir para algum lugar. A maioria deles queria calma e paz, mas não se lembraram que aquela era a Grand Chase, e que junto a eles havia Elesis e Sieghart, que brigavam mais do que qualquer coisa, ou melhor, Elesis brigava. O imortal só ria e provocava, nada do que a ruiva lhe dizia o atingia.

—Morra fóssil, morra!

—Eu sou imortal ruivinha, quantas vezes vou precisar repetir?

—O QUÊ?

—Você é surda, ruivinha? – o sorriso debochado não saía de ser rosto. As gritarias que acabaram de cessar voltaram.

—Seu maldito! – a justiceira começou a perseguir o imortal pela praia Carry, alguns dos membros riam da situação, já outros dava graças aos deuses por eles estarem saindo dali.

—Esses dois não cansam? – disse Lire.

—Eles se amam. – disse Amy sorrindo.

—Impossível.

—Não é... E você também não acha que o Ryan ama você?

—Nem começa com isso. – disse a loira saindo de perto de Amy que pelo visto ia encher sua cabeça de coisas.

~*~

Sieghart corria sem demonstrar nenhum sinal de cansaço enquanto Elesis já quase caía, mas não se admitia parar. O moreno começou a subir uma escadaria que por sinal era enorme, a ruiva ao ver o tamanho resolveu parar.

—Já se cansou? Eu espera- o moreno não pôde terminar, pois a garota já havia começado a subir novamente. Chegando ao final da escadaria viram um local estranho onde só havia lodo e uma estatueta de forma estranha. Não se parecia com nenhum deus que eles reconhecessem. Sieghart aproximou-se da figura segurando os ombros dela. – Olha, olha ruivinha! Ela é bem mais feminina que você! – ela por sua vez nada disse, apenas torceu o nariz e partiu pra cima com raiva. Quando ia atacar uma luz forte vinda do ‘olho’ localizada da barriga da estatua atingiu a ruiva inesperadamente jogando-a longe. – Ruivinha! – foi até a garota chamando a diversas vezes e ela não demonstrava nenhuma reação – Mas que droga! – Sieghart a colocou em suas costas e começou a voltar para a praia.

~*~

—O que aconteceu? – perguntou Arme se aproximando junto dos demais.

—Eu não sei! – ele a deitou na areia – A luz daquela coisa estranha a atingiu em cheio e agora ela não quer acordar.

—Fique calmo Sieghart! – disse Ronan – Vamos dar um jeito nisso.

—Nos diga, como é essa “coisa”? – disse Lupus calmamente.

—Você se importando com alguém? – disse Lin – essa é nova.

—Agora não é hora pra brigar falou? – disse Jin.

—Tinha uma forma estranha... A cabeça era inclinada e não tinha olhos, seus braços eram na cintura, tinha um olho enorme em sua barriga e-

—Ain... – escutaram a interjeição vinda da ruiva. – O que aconteceu?

—Não se lembra?

—Oh sim... A Eli e o Siegh-kun estavam perto da estátua e aquela luz veio e ‘puuf’ na Eli... – a ruiva falava de um jeito infantil enquanto fazia gestos com a mão. Todos ficaram estáticos e em silêncio apenas olhando para a ruiva que parecia estranhar.

—... “puf na Eli?” – disse Ryan. Todos se entreolharam e começaram a rir exceto Sieghart, que estranhou mais ainda quando viu a ruiva rindo graciosamente com todos quando a essa altura, já devia estar batendo em todos.

—EEEEEEEI! – o moreno chamou a atenção de todos – isso não é engraçado.

—Qual é Siegh? Vamos deixar assim por enquanto... – disse Azin.

—É, vai ser bom até pra você. – disse Rey.

—Mas... E se ela ficar assim pra sempre? Não vai ser mais a Elesis que conhecemos! – ninguém parecia escutá-lo. Metade do grupo já havia até saído dali. – Arme, Ronan! Vocês são os únicos que podem ajudar.

—Nha Siegh! Estamos de férias... Quer que a gente pesquise coisas pra você?

—Você não gosta da Elesis assim? – disse Ronan. A ruiva ainda estava com uma expressão de dúvida.

—Mas e se ela ficar assim para sempre?

—Não vai. – disse Zero no tom frio de sempre.

—O que?

—Eu sei que tipo de criatura é essa... Só não sei o porquê de ter uma estatueta dela aqui. Ela não é perigosa, apenas deixa a pessoa com a personalidade oposta.

—E por quanto tempo?

—Isso é aleatório. Ela pode ficar assim algumas horas, ou dias, ou semanas, meses e assim sucessivamente, mas não pra sempre – disse dando as costas.

—Ei! Eu preciso de mais informações! Como a transformo de volta? – o andarilho nem lhe deu ouvidos. – Droga...

—Ei Siegh-kun! Não fique tão bravo... – ela se agarrou ao braço dele. – A Eli não sabe o motivo, mas não fique afinal isso não vai levá-lo a nada, certo? – disse sorrindo docemente.

—Pensando bem... Até que pode haver um lado bom nisso. – murmurou para si mesmo.

—O que disse?

—Quer fazer alguma coisa?

—Hum... A Eli quer... – ela corou – fazer igual na cena dos filmes... Quando o casal caminham juntos na praia.

—Droga... É pior do que eu pensei.

—Se o Siegh-kun não quiser tudo bem... – os seus olhos começaram a lacrimejar.

—Nã-Não! Não chore! Eu vou com você!

—Sério? Então vamos!

~*~

Sieghart teve que passar vários dias com Elesis, mimando ela o tempo todo, teve até que ficar ao lado dela até que ela pegasse no sono. O que ela, era um criança? Os outros membros pareciam não se importar tanto, mas para ele era estranho. Aquela não era a ruivinha que conhecera. A ruivinha que conhecera era independente e pavio curto e não tão fofinha que falava de si mesma na terceira pessoa.

“—Siegh-kun, vamos ao parque?

—Certo... “

“—Siegh-kun, a Eli está com fome.

—Uhum... “

“—Siegh-kun, fica comigo até que eu durma?

—Ok... “

“—Siegh-kun, leva a Eli nas suas costas?

—Tá bom “

“—Siegh-kun, vamos à praia pegar conchinhas?

—Sim, vamos. ”

“—Siegh-kun, compra aquele ursinho para mim?

—Tá... Mas o quê? Pra que algo tão caro?

—M-mas... Ele é fofinho. ”

Não estava gostando daquilo, queria a Elesis de volta.

—Ei, Siegh-kun!

—Que?

—Vamos ao cinema? A Eli viu um filme muito legal em cartaz, é sobre-

—Não estou muito afim... Ei Amy! – o moreno chamou a rosada que passava perto dos dois.

—Sim?

—Leve a Elesis no cinema.

—Nem pensar, eu preciso dar atenção ao Jinzinho que já está me esperando. Se vira, beijos! – ela saiu sem dar nenhuma importância.

—Vamos Siegh-kun, por favor. – ela o olhou com os olhos brilhando.

—Não.

—Por favor!

—Não.

—Por favorzinhoo!

—MAS QUE DROGA! EU JÁ DISSE QUE NÃO!

—huum?

—Já estou cansado! A semana toda foi assim! Não pude aproveitar nada sabe por quê? Porque a ruivinha de verdade não está aqui! A Elesis que eu conheço não está aqui!

—Sieghart... – disse Zero que acabara de chegar.

—A Eli...

—Não me venha com essa! A Elesis de verdade nunca agiria assim!

—D-desculpa... – ela saiu correndo para o quarto onde estava hospedada. O moreno se jogou no sofá massageando as têmporas.

—Sabe que o que fez não foi certo não é?

—O que?

—Ela não tem culpa do que está acontecendo...

—Eu sei disso...

—Não, não sabe. Se soubesse não teria feito o que fez.

—Só estou cansado. Coloque-se no meu lugar.

—Na verdade, não é uma Elesis de mentira.

—Como assim?

—É claro que muda seu jeito e ações, mas seus objetivos e desejos continuam os mesmos.

—O que quer dizer?

—Entenda como quiser. Não vou dizer mais nada, afinal, não é da minha conta, certo? – o garoto se retirou de lá.

Sieghart ficou um tempo pensando no que fez. Não acreditava nas palavras de Zero. Então era aquilo? Elesis tinha vontade de fazer todas aquelas coisas? Ele se levantou e subiu para o quarto da ruiva em passos lentos. Chegando lá, bateu na porta várias vezes e a chamou também, mas não obteve resposta. Ele abriu a porta e entrou sem que a garota que estava deitada de bruços na cama percebesse. Ele sentou-se ao seu lado a cutucando de leve.

—Ei... – mais uma vez ficou sem resposta – Eu... Bem, me desculpa por aquilo.

—Hum? – ela virou-se pra ele sentando-se na cama.

—Eu sinto muito... Sou um idiota, querendo ou não, você é a Elesis... – ele sorriu.

—Siegh-kun... – ela enxugou as lágrimas teimosas e se aproximou dele. – Siegh-kun... A Eli... A Eli gosta de você e ela quer que você dê o primeiro beijo dela! – disse rapidamente

—Então a Elesis nunca beijou? Pff... – o imortal não aguentou e caiu na gargalhada.

—Ei! Não é engraçado! – disse emburrada enchendo as bochechas de ar.

—Desculpa, é que... Espera... Você gosta de mim?

—Por que a Eli ia mentir?

—Tudo bem então... – disse sorrindo de canto. Ele fechou os olhos aproximando-se da ruiva. Os dois estavam bem perto e as respirações se misturavam, os lábios estavam quase roçando quando finalmente se encontraram. Sieghart passou a mão pela cintura da ruiva, preparado para aprofundar o beijo.

—H-HM! – a ruiva o empurrou. – O-O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO SEU IDIOTA? O QUE EU ESTOU FAZENDO? AAAAAH!

—Ruivinha! Você voltou! – disse abraçando-a.

—Que droga é essa? Por que está tão– um flash veio em sua mente e ela se lembrou de tudo o que acontecera quando não era ela mesma. Sentiu seu rosto esquentar violentamente. – WAAH! – ela empurrou o moreno. – A-a-a-aquela n-não era eu! N-nem pense que eu faria c-coisas c-como... – ela colocou as mãos no rosto.

—Não se preocupe ruivinha... Você é você. – disse tirando as mãos do rosto dela e a beijando de novo. Elesis não acreditava no que estava acontecendo, até tentou escapar, mas acabou cedendo e correspondendo o beijo. – Bem, agora... Eu preciso dormir um pouco.

—C-certo... – que ela não esperava é que o imortal fosse deitar em sua cama. – EI! Não sou só eu que durmo aqui, a Amy vai vir logo sabia?

—Ah, relaxa... Ela está com o Jin. Por que não deita também?

—Hum... – ela se deitou ao lado dele um pouco hesitante, mas não poderia negar que queria aquilo.

Como seria dali em diante? Nenhum dos dois sabia, mas mesmo com os pesares, queriam ficar um ao lado do outro.