Descobrindo Um Amor escrita por minduimchan


Capítulo 4
Capítulo 3 - Jess


Notas iniciais do capítulo

Não fiz tanta mudança assim nesse capítulo, mas isso mudará um pouco o rumo da história. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/330160/chapter/4

 Dias se passaram, mas de alguma forma, eu não estava muito feliz em voltar a ir para a escola. Não era do jeito que eu pensava que era. As pessoas ficavam me evitando, e nem tentavam falar comigo. Só a Rachel e o Ian que falavam comigo de vez em quando. Mas, ultimamente, estou ficando sozinha. Como a Rachel é de outra sala, ela tem outras amigas para conversar. E como o Ian virou o representante de sala, e também como ele é popular, o máximo que ele falava pra mim é um simples "Bom dia, Jess". 

 Em um fim de semana, meus pais estavam em casa, então fui passar com eles. Fomos almoçar fora. O restaurante era bem chique. Depois de nos sentarmos - bem, os meus pais se sentarem, e eu ir até a mesa -, meus pais me olharam e sorrindo.

 - O que foi? - perguntei.

 - Eu vou ter que entrar no serviço mais tarde. Agora eu posso ir com você até a escola. Isso não é bom? Agora podemos passar mais tempo juntos - disse o meu pai.

 - Ahn... C-claro,pai - respondi. Eu amo o meu pai, mas eu não queria que ele ficasse me seguindo.

 - O que foi, Jess? Você não gostou? - perguntou a minha mãe.

 - Gostei sim - disse sorrindo, tentado parecer convincente. 

- Hm... Ah, só que você vai ter que ir sozinha na parte do caminho sozinha. Porque não vai dar tempo de eu chegar no trabalho de te deixarmos na escola, e depois dar a volta para eu ir para a editora.

- Ah, entendi. Não se preocupe. Sei me cuidar sozinha - eu disse um pouco aliviada.

 - Bem, vamos pedir um menu especial - disse o meu pai.

 - Ahn? Menu especial? - perguntei, o que foi um erro enorme. Hoje era o aniversário da minha mãe. Eu tinha me esquecido. Ainda bem que eu deixei o presente dela na minha bolsa no começo da semana. - Ah. Feliz Aniversário, mãe!

 - Você tinha esquecido, né? - ela perguntou.

 - Ahn, sim - respondi, admitindo. Peguei o presente. - Aqui, mãe.

 - Ahn? Mas você não tinha esquecido?

 - Sim, mas eu tinha deixado o presente na minha bolsa por precaução - disse. Quando a minha mãe abriu o presente, seus olhos brilharam. Ela tirou a pulseira da caixa e sorriu.

 - Ai meu Deus! Não acredito! - ela exclamou. - Tem o nome dos meus livros em cada um desses pingentes. Ai, eu adorei.

 - Ainda bem que você gostou.

 Depois que voltamos para casa, fui fazer as tarefas de casa. Eu ainda tinha muita coisa para fazer. Eu ainda tinha que treinar piano, fazer um treino básico em corte-costura. Queria um pouco de descanso.

Antes que me desse conta, estávamos já no penúltimo dia de aula antes das férias de verão. E eu não tinha feito amizade com ninguém. Suspirei.

 -  Pessoal, decidimos fazer um teste de coragem hoje a noite no bosque do lado da escola. Por favor, quem quiser participar, coloquem seu nome no papel que estará no mural da sala - disse o Ian. O pessoal ficou a alegre. E começaram a comentar sobre o assunto. Ian voltou para o seu lugar, e o professor Pin entrou dar continuidade aos anúncios.

 - Bem, nas férias, eu precisarei de um ajudante para me ajudar em uns arquivos. Quem se habilita? Se não vou ter que sortear - disse Pin. Todo mundo começou a resmungar, ninguém queria passar as férias na escola. Então eu levantei a mão.

 - Ahn... E-eu posso fazer isso. - disse. Todo mundo me olhou.

 - Professor, não é injusto deixar a Jess fazer tudo o que a gente não quer? - perguntou Ian. - Não que eu queira fazer isso, mas não podemos deixar a Jess fazer tudo sozinha.

 - Não, eu posso fazer isso. N-não tenho nada para fazer nas férias mesmo - insisti. Não acreditava que ele tinha percebido.

 - S-se você insisti, Jess - disse o professor.

 Na hora do intervalo, fui ajudar a jardineira a regar as plantas.  E de repente, vejo a Rachel vindo em minha direção.

- Hey, Jess! Ultimamente você sozinha. O que aconteceu? Você não conseguiu se enturmar com ninguém da sua sala? - disse Rachel.

- Não... Mas tem um garoto chamado Ian que fala algumas vezes comigo.

 - Aquele garoto popular da sua sala? - perguntou.

 - Sim - disse.

 - E ai? Como ele é? Ele é legal?

 - Sim. Ele é bem alegre. Não, alegre é pouco. Ele é cem por cento alegria. Parece até que ele é a alegria em pessoal!

 - Ah... - Olhei para trás para ver porque ela tinha se espantado. E vi o Ian nos olhando pela janela. Comecei a corar. "Será que ele ouviu o que eu disse?" pensei. Rachel chegou mais perto de mim e sussurrou  - Que péssimo! Acho que ele ouviu tudo! Peça desculpa.

 - Desculpa? - perguntei baixinho inocentemente. "O que?! Eu só estava elogiando. Será que ele confundiu?!" pensei assustada. Ele abriu mais a janela e se debruçou nela.

- Olha, eu ouvi isso... - ele começou a falar. - Como devo encarar?

 - C-como... um elogio! - respondi.

 - Hã?! - exclamou a Rachel. Ian começou a rir.

 - Fechado - ele disse sorrindo. Me encantei com o sorriso dele. - Já chego aí, me espera. A gente nunca conversar direito mesmo.

 "Hã?! O que ele quis dizer com isso?" me perguntei confusa.

 - Que bom, Jess. Eu soube que o Ian não se aguenta quando um aluno não se dá bem com o resto da turma - disse a Rachel. - Já me sinto aliviada de te ver fazendo amizade. Tchauzinho!

 Fiquei paralisada. Não sabia o que fazer. Ele levou a sério o que eu disse. Ele veio até onde eu estava. Ficou me olhando e começou a rir.

 - Que bom! - ele disse. - Sempre achei que você não gostasse de mim.

 - Não gostasse?! - sem querer, soltei a pergunta. - N-não é nada disso! É que eu sempre sonhei em ter tantos amigos que nem você! Sempre...

 - Eu não tenho tantos amigos e nem sou tão alegre quanto você pensa - ele disse levando a mão na frente de seu rosto para tentar disfarçar que estava um pouco vermelho.

 - É sim. E muito - ele começou a rir. Olhei para baixo, envergonhada. - É a primeira vez que eu consigo esclarecer alguma coisa.

 - Graças a você, ter falado o que veio à mente - ele sorriu. - É bom você ir ao teste, ouviu?

 No final da aula, todo mundo já tinha ido embora. Fui levar um livro que tinha pego na biblioteca. Quando voltava para a classe, pensei em assinar a lista pra fazer o teste de coragem. Ao aproximar da minha sala. Ouvi duas garotas conversando, era a Lucy e a Amy.

 - Hã?! Jess? - perguntou a Amy.

 - É! - respondeu a Lucy. - O teste ia ser muito mais legal se aparecesse algum fantasmas. Acho que a Jess com um vestido branco e com um ursinho de pelúcia rasgado vai assustar as pessoas só de aparecer lá! - as duas começaram a rir. Eu entrei na sala.

 - Ahn... - foi o máximo q consegui falar.

 - Como foi que apareceu aí? - perguntou a Lucy.

 - Eu estava pensando... - comecei a dizer. - Não querem me deixar ser o fantasma?

 - Hã? - a Amy perguntou. - Não exagera.

 -  Não precisa se não quiser - disse a Lucy.

 - Eu nunca fiz nada que não quisesse. Sempre quis me dar bem com todo mundo, mas não vinha fazendo as tarefas sem querer. É que eu fico feliz de poder ajudar... - dei uma pausa. - Mas depois que comecei a usar cadeira de rodas, há certas coisas que não dá pra ajudar.

 - A quanto tempo você está na cadeira de rodas? - perguntou Amy.

 - Hm... Há mais ou menos 9 anos - respondi. Elas arregalaram os olhos.

 - E você passou todos esses anos estudando na sua casa? - perguntou. Concordei com a cabeça. - E você não tinha nenhum amigo pra te fazer companhia?

 - Só tinha a Rachel, que é do 1º C. Mas nós não eramos tão amigas assim.

 - Você deveria ter se sentido sozinha por todos esses anos. Né, Lucy? - olhamos para ela, e a própria estava com os olhos brilhando. E começando a chorar. - Por que está chorando?

 - É que eu admiro gente que passou por tanta coisa e está feliz com o jeito que está, que nem ela...

 - Que esquisita...

 - Você vai ser a melhor fantasma de todos, Jess! - exclamou a Lucy, entre soluços. - Vai ser um segredo entre a gente, pode assustar quem você quiser!

 - Muito obrigada! - agradeci. E a Lucy continuava a chorar. Fiquei feliz ao conseguir falar com elas. E fui colocar o meu nome na lista.

 No final do dia, coloquei um vestido branco que ia um pouco mais abaixo do joelho. Deixei os meus cabelos lisos soltos, e deixei a  minha franja ainda mais na frente de meus olhos. Pedi para o Josepy me levar para o bosque da escola.

 - Por que você quer ir tão tarde lá? - ele perguntou.

- É que o pessoal da minha classe vai fazer um teste de coragem lá no bosque ao lado do colégio, e me pediram para ser o fantasma. Você pode me deixar onde sempre para para me deixar na escola e ficar me esperando lá até eu voltar?

 - Ah, entendi. Claro. Vou dizer para os seus pais que iremos sair daqui a pouco.

 - Ok - respondi.

 Ao chegar no bosque, avistei o pessoal. A Lucy e a Amy me viram, e eu acenei para elas e fui para o meio do bosque. Fiquei de costas olhando para o céu, enquanto segurava um ursinho de pelúcia rasgado e esperava pelas duplas que iam vir a cada dez minutos.

 - Está tão escuro... - disse alguém atrás de mim. - Estou começando a ficar com medo...

 Virei-me divagar para trás e fiquei olhando para o chão e levantando o meu olhar bem devagar para assustar mais. O ranger da cadeira de rodas deixou tudo ainda mais horripilante. Foi engraçado ver as expressões de espanto nos rostos deles. Eles gritaram e saíram correndo. Tentei não rir, para não estragar.

 Fiz isso novamente nas próximas duplas que vieram. "Hum, acho que da próxima vez vou colocar o cabelo na boca." pensei. Fui para o meu lugar. Ouvi passos chegando e me virei com a cabeça inclinada para o lado com o cabelo na boca. E eu acabei levando um susto com quem era a vítima que estava passando. Era o Ian.

 - Jess! - ele exclamou.

 - Ian!

 - O que você faz aqui?!

 - Estava bancando o fantasma... - expliquei. Ele se agachou cruzando os braços e os apoiando no joelho,  escondeu o seu rosto. 

 - Como assim? Podia ter me contado. Afinal, eu sou o organizador do teste e o representante da nossa sala - ele suspirou. - Achei que você não tivesse vindo - me surpreendi com o que ele disse.

 - Não queria te fazer de bobo...

 - Hã? Como assim? - ele perguntou rindo. - Não tem medo de ficar aqui sozinha?

 - Eu gosto do ar da noite. Principalmente no inverno. Do ar... Do cheiro... Do som do vento batendo nas folhas... Dos insetos... Eu sempre ficava um pouco no jardim de casa a noite.

 - É verdade. Aqui é muito agradável. Posso ficar com você?

 - Hã? Mas e a prova? - perguntei.

 - Como um certo alguém não apareceu, - ele me lançou essa indireta bem direta - o número de pessoas foi ímpar e eu fiquei sozinho. - ele disse me mostrando o papel do sorteio. - Ficar sozinho dá medo.

 Fiquemos conversando. De repente. Ouvi meu nome vindo de dentro do bosque. 

 - Jess!

 - Amy! Lucy! - exclamei.

 - O que vocês fazem aqui? - Lucy perguntou

 - Vocês sabiam? Deviam ter me dito - Ian disse se referindo a mim sendo um fantasma.

 A Lucy e a Amy disseram algo, mas não consegui ouvi, porque elas estavam sussurrando. O Ian começou a ficar vermelho e disse alguma coisa.

 - Jess. Você foi ótima - elogiou a Lucy. Toma isso aqui. Ela me jogou uma garrafinha de chá verde gelado.

 - Valeu!

Elas foram embora. E eu fiquei conversando com o Ian. Depois, fui embora. Já em casa, fui para o meu quarto. Hoje foi o melhor dia de todos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sugestões, opiniões, ou lamentações é só comentar.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Descobrindo Um Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.