Uma Fuga Não é Uma Boa Ideia. Mas Ninguém Me Escuta!

Dia 23 de março de 2061, meu aniversario. Acordei um pouco cansada os dias anteriores tinham sido bem puxados, estava marcado para o dia primeiro de abril o inicio da coleta de garotas. Minha mãe estava trazendo um pequeno café da manhã, panquecas com chocolate gelado.
- Obrigada mãe. Falei timidamente.
- Feliz Aniversario. Falou me abraçando, meus irmãos começaram a chegar e me abraçar, e por uma pequena falta de comunicação, todos estavam de malas prontas e até o hospede já tinha ido embora.
- O que aconteceu? Perguntei vendo quase todo o apartamento desmontado. Pelo menos todas as coisas que deveriam estar no lugar estavam, em malas, ou já tinham sido retiradas. As únicas coisas que permaneciam eram os moveis.
- Bom, ontem decidimos que vamos fugir, e você vai escondida. Olha nós temos uma casa onde podemos ficar, mas é um pouco distante daqui então vamos logo. Falou papai normalmente. Perguntava-me o que tinha acontecido enquanto eu dormia.
- Eu vou arrumar minhas malas. Falei me virando para o quarto.
- Não precisa já arrumei. Respondeu a tia Carol. Olhei para ela perplexa, Jackson veio na minha direção rindo e me entregou minha nova identidade e carteirinha.
Nome: Susan Nascimento
Idade: 15 anos
Filiação Paterna: Joaquim Nascimento (Falecido)
Filiação Materna: Janaina Conceição Nascimento (Falecido)
- Eu sou órfã? Perguntei olhando para meus irmãos procurando uma resposta.
- Sim. Só assim te deixariam viajar comigo. Seu único irmão. Sebastian Nascimento. Falou Scott mostrando a identidade. Ou nossa agora minha família se resume a apenas meu irmão, e ele ainda se chama Sebastian.
- Sebastian? Que tosco...
- Foi o Jackson e ele não quis mudar. Da cozinha eu ouvi uma gargalhada que vinha do quarto. Ele tinha feito de proposito.
- Liga não Scott, ele ta assim porque quem vai com ela é você e não ele. Josh falou trazendo uma mala. Eles tinham decidido tudo de madrugada e ainda por cima sem me consultar.
- Pra onde vamos? Perguntei de forma inocente.
- Não sei te explicar, mas é longe, podemos ir? Falou, eu demorei quase trinta minutos para ficar pronta. O computador tinha sido totalmente inutilizado, retiraram o HD, a memoria e outras coisas, apenas que se alguém entrasse não encontrasse nenhum vestígio de nada.
Minha tia chegou perto de mim com um pequeno pesar, como se ela quisesse que fosse diferente. Devia ser realmente o que ela queria. Calmamente me encaminhei para a moto em que Scott estava. Ganhando um beijo de todos e um boa sorte. Josh saiu com Jack antes de todos, eles deveriam chegar ao lugar antes de todo mundo. Meu pai tinha que olhar como estava à estrada antes de nós nos aproximamos.
Passamos algumas horas na estrada, eu não sabia para onde estávamos indo, mas tínhamos que ser discretos, sempre. Depois de algumas horas, mais especificamente 3 horas, conseguimos encontrar um lugar para descansar. Um motel fedido e sem muitas opções para recusa.
- Eu não vou entrar ali... Falei cruzando os braços. Ele começou a rir. Eu até brinquei. Tenho quinze anos, não posso entrar em um motel.
- Não vale essa carteira é falsa... Falou Scott querendo entrar na brincadeira. Eu comecei a ri, ele disse calmamente.
- É apenas umas três horas, precisamos descansar... Falou me levando para o Motel. Eles olharam para mim e depois voltaram o olhar para ele. Eles não pediram nenhuma identidade ou qualquer coisa. Pararam de olhar para mim quando Scott os olhou feio.
- Alguma preferencia de quarto? Falou a atendente com cara de poucos amigos.
- Queremos uma suíte Plus. Falou olhando para o cardápio, eu apenas tentava não rir. Ela entregou a chave do quarto 3 e apontou para o elevador. Quando chegamos ao elevador eu disparei.
- Eu vou ligar pra policia, eu tenho quinze anos porque ela me deixou entrar, sem nem pedir identidade? Ele começou a rir descontroladamente. Porque ta rindo?
- Ela provavelmente estava pensando besteira quando olhou pra você. Não aguentei começando a rir. Ele tinha que pedir uma suíte e ainda mais Plus. O quarto não era um lugar bonito, na verdade era bem estranho.
Tinha espelho no teto e nas laterais do quarto, a cama era redonda e ficava na frente de uma banheira redonda, provavelmente de hidromassagem. Com uma porta que dava ao banheiro. Scott entrou na porta ele provavelmente precisava disso. E sentindo a cama, que era de agua, eu também. Estávamos a apenas três horas de viajem e já estávamos mortos.
Fui ao banheiro assim que Scott saiu, abri a bolsa que minha tia tinha entregado, eu não sabia o que tinha dentro dela ainda. Ao abrir notei que ela tinha colocado algumas roupas simples, um calmante com vários comprimidos. Absorventes, escoda de dente, creme dental, pulseiras, um mp5, um mp3, meu iphone, carregadores, fones de ouvido, um caderno que eu nunca tinha visto na vida. Uma bolsinha de canetas e lápis. Parei de mexer, ela tinha colocado tanta coisa que eu não entendia.
Lavei meu rosto, escovei meus dentes, pela sorte eu não estava menstruada, peguei meu fone de ouvido gigantesco, e comecei a ouvir musica com o mp3. De uma banda que foi massacrada pelos vampiros dos estados Unidos. Eles eram Lycans. O nome da banda é Kansas.
Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry no more
Sim eu vou continuar como a boa filha desobediente que sou. E eu acho que haverá paz no final de tudo isso, eu vou descansar minha cabeça e não vou chorar. Escutando a musica caminhei até Scott que estava ressonando na cama. Sim meu irmão nós vamos concretizar os nossos sonhos, e vamos ser felizes.
Deitei ao seu lado, e rapidamente o sono veio. Eu não estava acostumada com esse tipo de viajem. Principalmente quando eu estava saindo fugida de algum lugar. Eu nem tinha avisado as minhas amigas do colégio. Eu devia avisa-las. Apaguei com essa ideia na cabeça.
Depois de ter anoitecido, Scott me acorda segurando uma sacola de comida pronta. Como tudo o que ele me trouxe o que se resume a um X-tudo, batata frita e uma latinha de Coca-Cola. Depois de comer, ele avisa que partiremos. Olho para o relógio no meu pulso e percebo que já são sete horas na noite.
Quando chegamos uma hora da tarde, eu percebo que dormi muito. E que Scott nem se importou. Ele estava assistindo a tv que tinha no quarto, procurando algum canal que não fosse pornô, o que estava sendo difícil. Ele queria informações sobre os movimentos dos vampiros em busca da garota.
- O que encontrou até agora? Pergunto não me importando. Eu sentia que nada daquilo adiantava, mas eu o faria. Ele abriu um pequeno sorriso e disse calmamente.
- Estão desembarcando hoje. Temos que chegar logo ao local, e ficarmos apenas por duas semanas.
- Como assim?
- Precisamos ficar em um local que eles não vão estar, e depois de algum tempo, se mudar para um local que eles já tinham estado. Assim nunca vamos ser pegue. Falou de forma calma. Eu não sabia quem tinha arquitetado o plano, mas ele continha varias falhas, e minha querida tia parecia saber disso.
Peguei meu celular, e mandei uma pequena mensagem codificada para Ivan, dizendo que ficaria fora do radar vampírico por um tempo. Ele saberia o que fazer. Scott pegou meu celular logo após do acontecido. Tirou o chip e o quebrou na minha frente. Eu sabia que ele precisava fazer isso, mas eu tinha esquecido.
- Todos nós ganhamos chips novos, e você também precisa. Falou me entregando um novo chip, ele continha os números deles, e alguns dos transmorfos que eram meus amigos, poucos números. Eles não queriam que tivessem acesso a nada que fosse da minha antiga vida.
- Sabe... Parece que eu estou em um filme... Brinquei para descontrair, ele estava calmo e saímos para mais uma rodada de estrada.