Maldições do Velho Oeste escrita por Avei Garcia


Capítulo 1
Chorus




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Ao longe, no horizonte, as nuvens acompanham os raios do sol, que surge lentamente, lembrando a todos que mais um dia os espera.

Um dia quente, provavelmente é inevitável em Twrimi, a cidade pequena e esquecida no árduo velho oeste, onde nem nos mapas existe, mas contém uma linha expressa de trem, que passa pelo oeste inteiro, onde os clandestinos procurados pelo cobradores de impostos embarcam frequentemente em busca de paz e uma vida melhor, onde surge Twrimi, o refugio.

A luz do sol já batia nas paredes do terminal , quando já era o horário da chegada do trem, escravos já estavam em frente as marcações do chão, identificando as portas dos vagões, alguns familiares se encontravam uma vez indo ao relógio e contando os minutos, outra hora inclinando perto dos trilhos para ter uma visão melhor.

–Mamãe, meu papai está chegando?- Robyn, o caçula da família Hawsret.

–Já ouço os sinos, querido.- Madame Soveig, era a primeira dama de Twrimi, a mulher mais rica e fina. Para muitos, uma dama.

Balançando seu cabelo castanho embaixo do longo chapéu preto, ela observou uma fileira da fumaça que subia atras das arvores.

Depois de instantes, o trem já havia chegado, as bagagens já haviam sido retiradas e as cargas havia sido levadas para o centro, o Henry, com seu filho no colo, já havia abraçado sua esposa, e seus escravos já tinham levados suas malas para a carruagem, mesmo com cabelos brancos pela cabeça e 50 anos, Henry despertava o coração de muitas mulheres pela cidade, e mesmo casado já visitava suas amantes em suas casas, taxada de corna, Madame Soveig não desconfiava de absolutamente nada.

Mais tarde em sua bela casa, Henry, após o coito com Soveig, foi se lavar, todos já estavam postos para o almoço, e a refeição já estava servida.O clima não estava muito agradável. Os escravos e as empregadas já haviam se retirado da sala de jantar, Lucy e Jame já se sentaram e Robyn estava no colo da mãe.

– É claro que estou muito contente em estar com minha família novamente, crianças?- Henry entrou na sala e logo se sentou na cadeira da ponta da mesa, seu sorriso no rosto apenas se desmanchou ao lembrar do que iria tratar de falar com sua esposa logo após o almoço.

–Também estamos.- Os irmãos mais velhos disseram num coro.

– Lucille.- exclamou Soveig.

–Sov, o que te passa?- Henry já sem demonstração de sentimentos em seu rosto.

Soveig se levantou e pôs seu filho na cadeira ao lado.Com um leve desagrado puxou seu prato de lagostas e jogou na parede.

–Lucille.- exclamou a mulher.

–Mamãe?- Jame, já assustado, olhando para a porta reparando no rosto de Lucille já amedrontada.

–Venha cá- gritou Soveig, seu rosto tinindo de raiva.

–Sov, o que ira fazer...- Henry disse.

–Cale a boca... - Soveig, apontando para o prato.- Sua grande imbecil- agora se referindo a escrava.- Eu não pedi lagosta com molho inglês, você sabe muito bem que sou alérgica a molhos feito pela criadagem.

– Me desculpe, nossa Madame.- disse Lucille, já com a cabeça para baixo.

–Saia da minha frente, e depois limpe aquela parede, e se não sair, você vai limpar com a língua. Quero o meu prato certo, agora!-

–Não há mais lagostas, Madame. explicou a escrava.

– Que seja uma sopa então!- disse Soveig.

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A delegacia era muito pequena, com apenas 3 cômodos, e a minuscula prisão no que seria um porão. Estava na rua central, onde havia os comércios e o começo do bairro nobre.

–Suas coisas estão em cima da beliche, ultima porta, no corredor.- o Xeriff Hokins, um homem gordo, um tanto peludo e nojento, calvo e sem filhos, ele era a unica autoridade em Twrimi.

–Muito obrigado.- disse Fuller, seguiu o corredor e encontrou seus pertences e uma maleta em cima da beliche. Grande coisa, pensou, logo mais estaria dentro das minas, tentando fazer seu trabalho. Fuller, era o tipico garoto britânico, formado, com uma família nobre na Inglaterra, alto, levando os olhares por onde passava.

Fuller logo saiu da delegacia e foi de encontro com seu companheiro de trabalho.

–Você acredita que o sem vergonha e mau caráter teve a ousadia de apenas nos dar uma pá?- perguntou Fuller.

–Não precisamos.- disse Charlie, pôs-se de pé e limpou a parte de traz de sua calça.

–Você não precisa, eu deveria voltar lá e fazer...-

–Escuta, apanhei uns martelos, umas pás, e umas proteções a mais, no vagão dos animais, se é que me entende.- disse Charlie, balançou seu cabelo loiro e arrumando a sela de seu cavalo.

– Você roubou?- interrogou Fuller.

–Peguei emprestado, qual é? o cara nem vai usar.- pondo se preparado para saltar sobre o cavalo, inclinou e passou o pé sobre seu cavalo.

– Suas coisas.- Fuller apontou para a sacola de couro e amarrou na fivela da sela, logo subiu no cavalo vizinho.

– Onde iremos nos hospedar?- Charlie começou a cavalgar.

– Na pousada do lado sul, leva uns 20 minutos.

Passando pela avenida principal, Fuller e Charlie foram atraídos para os olhares alheios, o Banco sempre havia assistentes do xeriff passeando pela calçada, o passo lerdo dos cavalos era o suficiente para poder reparar nos comércios, o açougue local era imundo, os bares eram típicos, a mercearia era grande, podendo sustentar a cidade inteira, de vez em quando, uma arvore forte e resistente surgia ao meio da avenida ou mesmo na frente dos comércios, e sua sombra era motivo de filas de cavalos, na ultima esquina, o sonho dos homens, um cabaret surgia na esquina, belas moças apareciam pelas calçadas com seus leques, Fuller podia jurar que ouviu um assovio quando ele passou.

Enfim, chegaram na pousada, eles amarraram seus cavalos no estabulo vizinho e entraram no quarto. A pousada era enorme, plana e formava um "U" vista de cima, os quartos eram pequenos e práticos, havia duas camas de solteiro, um armário entre as camas, o banheiro tinha uma banheira e um espelho quebrado, Fuller colocou suas roupas no guarda roupa, e Charlie, o imitou.

–Quer comer alguma coisa?- perguntou Charlie, colocou um colete no cabide e fechou a porta do guarda roupa.

–Estou faminto.- Fuller, sacou uma sacola de cuecas e pegou veste limpas.-Vou tomar banho- fechou a porta do banheiro,e se despiu.

Um momento depois, alguém bateu na porta do quarto.

Charlie abriu. Um homem baixo e com roupas ralas entrou no comodo.

–Tem que pagar o aluguel, senhor Gwën.- o homem abriu um sorriso um tanto malicioso.

–Vou pagar.- Charlie queria socar a cara dele.

–Pague agora.- o homem estendeu a mão.

–O dinheiro está no envelope em cima do criado mudo.- uma voz interrompeu atras da porta no canto do quarto.

– Está aqui.- Charlie abriu o envelope e pegou o dinheiro. -Toma- Charlie estendeu o dinheiro. O homem pegou o dinheiro e sumiu pela porta.

Vá se ferrar, pensou Charlie.

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–Sua mulher não vai estranhar?- Rose tirou o corpete, e desamarrou o sutiã;

–Falei que ia para o fórum depois do almoço.- Henry abriu o zíper da calça na euforia e abaixou a cueca.

Rose, a loira plebeia, que pagava suas contas através do sexo, sem filhos e viúva. Suas mãos avançavam no volume nú no meio das pernas de Henry, e abria espaço entre os lençóis.

–Não esqueça de tomar o chá.- Henry saiu de cima dela, com um leve gemido tirou o órgão de dentro dela. -Preciso ir.

–Vai voltar?- Rose perguntou, cruzando suas pernas, e logo percebendo uma mancha vermelha no lençol.

Sem dar resposta, Henry saiu do quarto e desceu as escadas do sobrado do açougue.

Oh merda, pensou Rose, passando a mão sobre a mancha.

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A tarde já se passou, Fuller e Charlie saíram do bar west e montaram nos cavalos, logo tinham uma pequena investigação. Sendo os detetives da cidade de Perlk, a cidade mais próxima de Twrimi, e muito maior do que tal, Xeriff pediu ajuda, sem saber o que fazer. E apenas com pistas sem sentido.

–Onde ele vai nos levar?-Charlie perguntou, passando pela a ultima casa da cidade.

–Para as Minas.- disse Fuller, acompanhando rapidamente, seu cavalo cavalgando o mais rápido possível, o vento levando seus cabelos castanhos.-Disse que o relato veio de um mineiro.- disse observando o sol sumir no horizonte.

Passando pelas rochas imensas que escondiam a cidade e as poucas luzes, encontraram o Xeriff logo no começo da fazenda das minas.

–Pensei que não viriam.- Xeriff desceu do cavalo e caminhou até eles. -Temos que ir até lá em cima... sem os cavalos.- Xeriff virou para o portal da fazenda, Fuller e Charlie o seguiu.

Seus passos ecoavam e iam embora com o vento, a areia que saia logo apos seus pés pisarem na areia e nas rochas formavam redemoinhos. O vento forte as vezes levava poeira aos olhos, o Xeriff as vezes tropeçava e gemia, Fuller logo percebeu que ele estava mancando, por que será?, em Twrimi não havia o que fazer para se machucar, ou ele já estava com esse problema por causa de doença ou mal jeito? pensamentos começavam a gritar dentro da cabeça de Fuller. Enfim, já estavam na abertura das minas, havia uns carrinhos enferrujados fora dos trilhos, as rochas cobriam toda a entrada, e uns ferros estavam jogados pelo chão.

–Tenho que acender o Lampião.- o Xeriff se apoiou em uma rocha e colocou o Lampião em uma pedra achatada, acendeu o fósforo na camisinha e pronto. Havia Luz.

–Deveríamos fazer isso com a luz do dia.- afirmou Charlie, com um leve balanço da cabeça, Fuller concordou.

–Não há muito tempo.- o Xeriff, então tomou a liderança e entrou na mina, o que poderia ser um erro.

–Tempo para quê? nos explique?- Fuller entrou na mina e ajudou Charlie.

–Você não falou o que iriamos fazer aqui.- disse Fuller.

– Um dia passava na estrada bem no leste daqui, eu vi uma especie de minhoca dotada entrando na terra. Isso foi a meses atras, durante esse tempo não achei que aquilo fosse anormal e nem nada que eu possa me preocupar, até agora... -xeriff revelou;

–Minhoca?- debochou Charlie.

–Deixe ele continuar.- Fuller então acenou para o Xeriff.

–Garoto, parece ser fútil, mas, me entenda, nunca vi nada igual nos meus 30 anos de experiência, mineradores foram desaparecendo, e muitos desistiram de trabalhar, mas o que estão trabalhando, estão contando comigo para a segurança. Eu encontrei buracos pelo campão do outro lado... -Xeriff e os garotos prosseguiram cada vez mais longe da luz do luar, viravam nas curvas e entravam em outros tuneis imensos. as vezes ouvia barulhos internos vindo das rochas ao lado. Poderiam não estar com medo, mas a ansiedade estava matando Fuller e Charlie por dentro, à anos que procuravam uma investigação digna, e parecia realmente que essa seria importante.

Muito tempo depois de caminhar e seguir alguns trilhos, chegaram a beira de um abismo, parecia que iam ser sugados para aquele imenso buraco negro.

–O que há dentro.. disso?- Charlie com certeza estava assustado, como alguma coisa conseguira fazer algo daquela proporção?, existirá alguma maquina?

–Não há ninguém que saiba, ainda.- o Xeriff armou um sorriso malicioso e meio maldoso.

–Ainda?- houve um coro pela parte de Charlie e Fuller.

–Vocês vão entrar ai não é? hã..- xeriff foi interrompido.

–Depende. Há caso de morte? não é?- interrogou Fuller.

–Mas é claro, vire para direita.- Xeriff apontou para o que seria ser a metade de um cadáver, o corpo estava cortado na metade na altura da barriga, haviam minhocas comendo a carne já apodrecida.

–Meu santo pai.- Charlie virou para Fuller boquiaberto.

–Então era isso que estava fedendo?- falou Charlie.

–Mais respeito, droga. -Fuller abaixou e observou os vermes se arrastarem para dentro do abismo.

–O que aconteceu com o resto dele?- interrogou Fuller.

–Algo, o devorou, mas porque deixou a metade, eu já não sei.-relatou o Xeriff.

–Parece que... os vermes vem pequenos e quando comem a carne, eles evoluem e crescem.- revelou Fuller.

–Seja o que for, está querendo alimentar isso. Caramba.- Charlie olhou em volta, com a pouco iluminação, respirou fundo.

–Vamos voltar? amanhã, acompanho vocês de novo. Pode ser?- perguntou Xeriff.

–E quanto aos mineradores?- Charlie logo se adiantou a andar.

–Estão de folga por um tempo, o prefeito decretou.- explicou o Xeriff.

–Então está ótimo.- Fuller disse, acompanhando os passos do amigo e do Xeriff, caminharam de volta à saída, prestando atenção à tudo que acontecia e ouviam, andavam mais rápido. Junto com o medo. Mas deveriam ser corajosos e valentes, tinham que ser.

–Até amanhã.- Xeriff se despediu deles foi para sua casa no sul de Twrimi, Fuller e Charlie voltaram para a pousada, observando as estrelas.

Algo se movia dentro do subsolo, e tudo isso era uma grande refeição, algo a despertou, e o que quer que seja, era grande.

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O Casarão do prefeito de Twrimi era a mais bela e continha as relíquias mais importantes e mais caras, sua janelas continham detalhes de ouro, tirados das próprias minas, os quadros pintados à séculos atras, seus vasos trazidos da Inglaterra, seus lustres desde a primeira geração da família.

Henry entrou no saguão de entrada e observou sua esposa descer a escada.

–Hen, chegou finalmente, as crianças já estão dormindo. Podemos nos deitar?- Madame Soveig o abraçou e beijou seus lábios.-Te amo.- Soveig então colocou seu rosto no ombro do marido.

-Papai?- Robyn estava no alto da escada e com um sorriso no rosto desceu os degraus lentamente segurando no corrimão maior que ele.

-Ahh, meu filho.- Henry correu para abraça-lo e se sentiu culpado por um instante, por algo desconhecido.Quando estava já deitado na cama, e sua mulher pulava em cima dele, ele entendeu o desconhecido.

Ele não queria mais trai-lá, não por causa do sexo horrível e do seu amor que sumira durante os 16 anos de casamento, mas sim, por causa de seus 3 filhos. 

Queria apagar de sua mente todas as vezes que a traiu. 

Me desculpe Robyn, pensou Henry. 

                                   •

Fim do Primeiro Capítulo.



























































































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