Sou Meu Pior Pesadelo escrita por Radami
Aquela foi uma tarde na qual nunca tinha ficado tão emocionada.
Mas as coisas não duram para sempre e se durassem, não valeriam a pena.
Após o almoço em família e a gigante conversa que tivemos logo me afastei e limpei a cara. Pedi licença e lancei um sorriso sincero para eles.
No momento em que me retirei da sala, levei a caixa comigo.
Ao chegar no quarto, deixei em cima da cama e observei o pacote. Me perguntando por que eles compraram isso há tanto tempo e o que tinha lá dentro.
Bem, da ultima vez que abri uma dessas Nightmare era a minha “recompensa”
Abrir aquilo não era questão de vida ou morte.
Em cima da minha escrivaninha tinha um canivete e o peguei, logo abrindo o embrulho. Fiquei um tanto surpresa ao perceber que aquilo não era exatamente a minha cara.
Mas acabei perdoando pelo fato de talvez terem comprado isso quando eu tinha 6 anos de idade (talvez)
Era um vestido que não era tão curto, talvez iria até o meu joelho. Não tenho certeza. Era de manga regata e tinha uns botões antigos seguindo uma linha reta do pescoço do vestido até o estomago. A cor não era exatamente uma das minhas favoritas, mas não me importei pelo bege.
O que valia era a intenção.
Peguei um cabide logo e coloquei no armário junto com as outras peças de roupa. E claramente o vestido se destacava de todo o resto.
Como não tinha mais nada para fazer no momento, decidi escutar um pouco de música e ficar olhando pela janela para observar o movimento da rua.
Depois de um tempo, imagino que tenha se passado uns 40 minutos e Nightmare aparece chegando no meu colo, do nada ele fica manhoso e se esfrega nas minhas coxas querendo atenção.
— Animais de estimação não deveriam refletir os próprios donos? – penso alto e fico um pouco na duvida.
Não me importava tanto com isso, mas fiz carinho nele de qualquer jeito.
Um vento forte começou a agitar as árvores da rua, o tempo passa devagar demais para o meu gosto.
Quando olho para o relógio, vejo que ainda era três horas da tarde. O tempo parecia estar fechando, talvez venha uma chuva, então fecho as cortinas da janela e me jogo na cama trazendo o meu gato comigo.
Continuo com os fones de ouvido, sem mesmo notar o que acontece em minha volta.
Mal percebo que estou em um transe temporal nesse momento.
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