Agora estou com o Gabriel, na escola, no mesmo local em que o Caio me pediu em namoro, porque como eu ja disse ali não há câmera alguma que possa pegar qualquer coisa que se faça lá.

Gabriel começou a me beijar e eu cedi ao meu desejo sem pudor algum.

O beijo começou calmo, mas com o tempo, foi se aprofundando e começando a ficar mais quente e envolvente.

Eu estava absorta em sentimentos indecifráveis ao meu ver. Juro que não conseguia distinguir o que sentia e o que se passava na minha cabeça, apenas sabia que era ótimo me sentir assim.

A coisa estava tomando um rumo mais sério. Percebi isso quando senti minhas costas batendo numa parede. Retomei a sanidade e me separei de Gabriel, já ofegante.

- Ja está indo longe demais. - disse tentando recuperar o fôlego

- Não quer? - ele me perguntou olhando meu rosto com uma expressão confusa.

- Querer, eu quero. Mas eu não posso mais fazer isso. Não é isso que eu quero pra mim.

- Como assim?

- Por mais que eu queira isso, eu tenho um namorado. E ele é um ótimo rapaz e amigo. Eu gosto dele e ele não merece isso. - disse me sentando no banco de pedra que lá havia.

- Sempre ele, não é? É sempre o Caio. Mesmo longe ele atrapalha a minha vida. - ele deu um murro na parede e acho que machucou a mão, pois fez uma careta e logo depois envolveu a mão ferida com a outra.

- Para com isso, Gabriel. Você querendo ou não, eu vou repetir, ele é meu namorado. - dei ênfase na parte grifada.

- Porque você quer. Se você realmente me amasse, como diz me amar, não estaria mais com ele. - ele ja estava bufando de raiva

- Ah, agora está duvidando das minhas palavras. Sabia que essa meiguisse toda duraria pouco. - me levantei me exaltando

- Claro que eu duvido. Quem me garante que se fosse eu o seu namorado e estivesse longe você não faria o mesmo que faz com ele? - aaaah, legal, agora a culpa de ele forçar a barra comigo é minha.

- Então a culpa é minha? Jura? Você força a barra e a culpa é minha. Adorei essa sua teoria. - ironizei.

- Ah, Amanda, não me enche a paciência. - ele disse indo em direção ao corredor que dava no pátio principal do colégio.

- É você que está com a paciência cheia? Não é o que a minha mante pensa, não. Você não sabe o que se passa aqui dentro e nem faz questão de saber, Gabriel. É simples, você não liga pros outros, é sempre pra si mesmo.Eu não devia ter amolecido e nem desabafado com você naquela noite. Não mesmo.

- Não vou perder meu tempo aqui. Com licença. - ele saiu andando.

- É, Amanda, estava bom demais pra ser verdade. - disse pra mim mesma.

(...)

Após o intervalo, voltei para a sala de aula e tive todas as aulas normais. Não fiz nem menção de ir embora daquele colégio antes da hora. Queria demonstrar que ele não me afetava, mesmo sabendo que isso não era verdade.

Luana percebeu que eu não estava bem e me perguntou se eu queria conversar. Marquei de ir para a casa dela depois da aula.

Pedi pra Amália avisar à Lurdinha e fui. Pedi pro Lucas nos deixar ir sozinha, então ele se despediu de nós duas e fomos sozinhas.

A mãe dela me recebeu bem e pôs a nossa comida. Almoçamos e depois fomos direto para o quarto dela.

- Então, o que aconteceu? Você estava estranha na aula. Esses dias você estava bem feliz e sorria pra tudo. O que te fez mudar de uma hora pra outra? - perguntou quando nos sentamos em sua cama.

Contei tudo a ela. Tudo mesmo. Desde aquele dia no meu quarto até hoje. Sobre tudo que eu e o Gabriel conversamos e sobre todos os beijos e as coisas que eu sentia quando ele me beijava, sobre a culpa que eu carregava nos ombros por ter feito isso com o Caio.. Enfim, tudo.

- E agora, o que você vai fazer?

- Não sei exatamente. Mas de uma coisa eu tenho certeza: isso não me ajudou me nada a decidir o que eu quero da minha vida. - desabafei

- Eu não sei o que eu faria no seu lugar. Nunca estive numa situação dessas.

- Estava pensando numa coisa que seria bom para todos os três. Eu, Caio e Gabriel.

- O que vai fazer então?

- Não ficarei com nenhum dos dois.